i choose you.

Bởi comethrzu

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Harry Styles tem uma vida perfeita. Dono de um charme inato para conquistar mulheres, ainda não conheceu uma... Xem Thêm

um.
dois.
três.
quatro.
cinco.
seis.
sete.
oito.
nove.
dez.
onze.
doze.
treze.
quatorze.
quinze.
dezesseis.
dezessete.
dezoito.
dezenove.
vinte.
vinte e dois.
vinte e três.
vinte e quatro.

vinte e um.

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Bởi comethrzu

HARRY.

     EU ESTAVA DEVASTADO.

    A noite anterior acabara comigo.

    Virando minha cadeira de escritório na direção da janela, olhei para os arranha-céus cheios de escritórios e apartamentos que cobriam o centro de L.A. Ruas congestionadas. Quarteirão após quarteirão de estabelecimentos comerciais, lojas, restaurantes. Calçadas lotadas de gente. Como era possível, em uma cidade com milhões de habitantes, alguém se sentir tão dolorosamente sozinho?

   Mas eu me sentia assim. E já fazia tempo. Ter Louis por perto durante o fim de semana me fizera perceber isso. Eu havia esquecido o quanto era bom tomar café da manhã com alguém. Fazer coisas para outra pessoa. Beijar alguém no escuro.

    Tê-lo em minha casa fez com que ela parecesse menos vazia. Me deu
um propósito. Me fez sentir necessário e útil e confiável. Eu não conseguia parar de pensar naquilo – Louis confiava em mim. Eu tinha me aproveitado dele na noite passada? Eu o havia usado para tentar responder perguntas a meu respeito? E agora que conhecia a resposta – agora que eu sabia –, poderia me afastar dele?

   Me afastar da única pessoa no mundo que conhecia meu verdadeiro eu, o que havia de mais sombrio e profundo em mim? A única pessoa a quem eu confiara meu segredo?

    Eu temia não conseguir me afastar, e aquele medo era tão grande quanto a loucura de desejá-lo. Meu Deus, como eu o desejava. Ainda mais quando ele me olhava com aqueles olhos tão azuis, com aquele olhar jovem de quem tinha o mundo todo pela frente.

   Senti um frio na barriga quando pensei na noite anterior. Tinha sido tão boa. Tão sincera. Tão intensa. Tudo que eu queria era fazer o que tínhamos feito de novo, e de novo, e de novo. Sentir aquela proximidade com ele. Aprofundá-la. Revelar mais sobre mim e descobrir mais sobre ele. Mas a que preço?

   Será que eu estava mesmo preparado para abrir mão da minha fantasia de uma vida perfeita? De uma família perfeita? Será que havia mesmo feito de tudo para realizar meu sonho? Será que estava preparado para enfrentar a censura de meus pais, de colegas, de estranhos, de Deus e minha própria censura? Aquilo me faria mesmo feliz? E, do contrário, será que eu seria feliz casado com alguém por quem não estava apaixonado?

    Levar uma vida que me obrigaria a esconder parte de quem eu era de verdade? Reprimir para sempre o que quer que fizera me sentir tão vivo na noite passada? Talvez esse fosse meu castigo. Minha cruz. Pelo menos eu teria uma família.

   Mas e Louis?

   Louis. Tão jovem, tão cheio de vida, tão disposto a abraçar o mundo. Com aquele sorriso, as ruguinhas nos olhos. Ele tinha tanto a oferecer e tanto a aprender. Erros a cometer e sucessos a comemorar. Objetivos pessoais a alcançar. Ainda estava naquela fase da vida em que só se pensa em sexo, em comida e em seguir em frente.

   Eu lembrava bem como era, mas já tinha ficado para trás havia muito tempo.

   Ele provavelmente logo se cansaria de mim. Ia querer conhecer pessoas da indústria do cinema, frequentar boates e viver a vida de um cara bonito com vinte e poucos anos em L.A., com suas selfies e Snapchats e hashtags. Eu estava mais perto dos quarenta do que dos vinte e não botava os pés em uma boate fazia anos, e as hashtags podiam #sefoder.

   Tirando Louis, eu nem sabia como conversar com alguém de vinte e poucos anos. E que diabo ele via em mim?

   Ele podia ter quem quisesse.

   E ele certamente não pensaria em ter uma família nos próximos anos. Mas eu não queria empurrar um carrinho de bebê pela vizinhança
aos cinquenta anos.

    Quanto tempo mais eu podia esperar? Louis dissera que estava disposto a “ver onde isto vai dar”, mas não parecia certo brincar com seus sentimentos quando eu sabia que não ia dar em nada.

   Você não pode ter tudo. Ou fica com a satisfação de curto prazo ou com seus objetivos maiores. Escolha.

    Fazendo uma careta, girei a cadeira de frente para minha mesa, peguei o telefone e liguei.

   – Alô?

   – Oi, Kendall , é o Harry. Tudo bem?

   – Tudo bem, e você?

   – Bem. Ouça, posso levá-la para jantar esta noite?

   – Eu adoraria. A que horas?

   – Que tal às sete?

   – Perfeito. Dá tempo de dar uma corridinha depois da aula.

   – Ótimo. Sabe, deveríamos correr juntos um dia desses.

   – Seria ótimo. – Ela fez uma pausa. – Uau, você parece estar bem melhor do que estava no sábado à noite.

   Será que ela percebia como aquilo era difícil?

   – Busco você às sete.

   – Está ótimo. Até lá, então.

   Era isso. Um último esforço para tentar ser outra pessoa. Meu celular ainda estava na mão quando vibrou com uma mensagem de texto de minha irmã.

..."Oi! Só quero dizer que deu tudo certo com Louis na noite passada. Ele é tão esforçado! Você deveria ter visto a cara dele quando lhe paguei no fim do turno, parecia que tinha ganhado
um milhão de dólares… hahaha!"

   Ao ver o nome dele na tela, me senti culpado. Eu precisava contar ao Louis o que estava fazendo com Kendall. Não que eu tivesse feito promessas a ele nem nada do tipo, mas porque havíamos deixado algumas coisas em aberto na noite passada, e eu não queria enganá-lo.

    Ele merecia encontrar alguém mais corajoso que eu.

   ... "Ele vai trabalhar hoje à noite?"

   Três pontinhos piscavam enquanto ela digitava a resposta.

    "Sim. Vou buscá-lo às 15:30. Ele tentou me dizer que pegaria um ônibus."

    A frase era seguida por emojis chorando de rir. Eu deveria ter sorrido, mas não conseguia.

   ... "Você pode levá-lo para casa depois?"

   Ela respondeu com um joinha.
Por alguns minutos, continuei sentado encarando o telefone, tentando pensar no que diria ao Louis, como explicaria o que eu pretendia fazer. Até onde eu sabia, ele não se importaria. Mas, assim que liguei, soube que se importaria.

   – Alô?

   – Oi. Sou eu.

   – Oi. – Ele pareceu tão feliz em ouvir minha voz que me encolhi.

   – O que está fazendo? – perguntei para ganhar tempo.

   – Estou indo até a casa de câmbio. Descobri que tem uma Western Union a dois quilômetros de sua casa. Minha mãe ligou às 3 da manhã de hoje para dizer que havia transferido meu dinheiro.

    Adoro o jeito como ele diz “quilômetros”.

   – Bom. Isso é bom.

   – Sim, e fiz uma lista de coisas que preciso fazer depois disso. Não está orgulhoso de mim?

    Oh, merda, isso é tão fofo.

   – Estou. O que tem na sua lista?

   – Abrir uma conta bancária, pedir um cartão de crédito, comprar umas roupas.

   Com toda a confusão da noite anterior, eu esquecera de lhe dar as
coisas que havia comprado. Agora, não tinha certeza se devia fazer aquilo.

   – Bem pensado.

   – Como está sendo seu dia?

   Péssimo.

   – Bom. – Franzi a testa. – Louis, eu só queria que você soubesse que vou sair com Kendall  esta noite.

   Silêncio.

   – Oh.

   – Eu quis ser sincero, porque você foi muito compreensivo durante nossa conversa ontem à noite. Decidi que não quero levar adiante o que tem acontecido entre nós. Simplesmente não posso fazer isso.

   – OK.

   – Sinto que devo a mim mesmo, e a ela, mais uma chance. – Eu estava enrolando, mas não conseguia parar.

  – Entendo.

   – Mas isso não significa que quero que você vá embora. Não quero.

   – Obrigado. Divirta-se hoje à noite.

   – Obrigado.

    Desliguei e encostei a testa na mesa, imaginando Louis parado em frente à Western Union, olhando para o telefone e pensando que corvade do cacete. Era assim que eu me sentia, pelo menos.

   Pouco depois, ergui a cabeça e tentei não pensar mais naquilo. Eu havia tomado a decisão certa. Tinha sido difícil, tinha sido realista. Eu havia considerado as opções, pesado os prós e os contras e tomado uma decisão com base nos objetivos a longo prazo estabelecidos havia bastante tempo. Era o que eu sempre fazia. Eu era assim. Ou, pelo menos, fingia ser. Mais cedo ou mais tarde, eu me conformaria. Tinha que me conformar.

[...]

  – FIQUEI TÃO feliz por você ter ligado. – Radiante, Kendall  esticou o braço e me deu um tapinha na coxa enquanto eu dirigia rumo ao centro. – Estava preocupada com você.

   – Comigo? – Fingi surpresa.

   – Sim. Você me pareceu preocupado outro dia.

   – Ah, não há nada com que se preocupar.

   – Bom saber. Aonde vamos?

   – Pensei em levá-la ao bar da minha irmã. Você mencionou que nunca tinha ido ao Blind Pig. – Ignorei a voz em minha cabeça me dizendo que não era bem aquele o motivo de eu querer ir lá. A voz que sabia que eu era uma fraude. Que reconhecia minha incapacidade de ficar longe dele.

   – Nunca fui! – Kendall  estava animada. – Adoraria ir! Sua irmã é tão simpática. Gostei muito dela.

   – Ela também gostou de você.

   – Ela disse isso? Oh, meu Deus. – Ela fez um gesto vago. – Nossa, isso foi tão colegial da minha parte. Ignore.

   – Na verdade, não foi só Gemma que disse isso. Louis, Liam e Maya também fizeram questão de me dizer que você é incrível. – Era um pouco de exagero, mas gostei de vê-la corar, e foi um alívio saber que eu ainda conseguia ser charmoso quando queria.

   Continuei agindo daquele jeito, abrindo a porta do carro para ela, ajudando-a a sair, andando de braços dados enquanto íamos do estacionamento até o bar.

    Ela parecia extremamente feliz, mais bonita do que eu jamais a vira, na verdade, e com certeza parecíamos o casal perfeito aos olhos dos outros.

   Mas, assim que entramos no bar, olhei ao redor em busca de Louis e, quando o vi passar apressado, carregando várias garrafas de bebida, meu estômago se contorceu. Que merda eu estava fazendo? Era tão
injusto levar Kendall  lá, desfilar com ela bem debaixo do nariz dele.

   E, assim que botei os olhos nele, eu o desejei ainda mais. A diferença de reação do meu corpo a ele e à Kendall  era inacreditável.

   Apenas finja, eu disse a mim mesmo, passando um braço pela cintura de Kendall. Se não consegue acabar com esse sentimento, pelo menos finja.

   Não foi fácil – toda vez que eu o via pelo canto do olho, deixava de prestar atenção no que Kendall estava falando –, mas achei que havia
me saído bem. Louis se saiu ainda melhor. Tudo bem que ele estava
trabalhando e eu estava em um momento de lazer, mas ele mal olhou
para nós durante todo o tempo em que ficamos lá. Ele nos cumprimentou com um aceno de cabeça quando chegamos e mais nada.

   Será que estava bravo? Aquilo me deixou irritado. Ele dissera que para ele tanto fazia! Será que achava fácil sentar à mesa diante de uma pessoa desejando outra? Ter que disfarçar o que sentia? Se sentir péssimo e envergonhado e culpado por agir assim? É tão fácil para você, não é, Louis? Você sabe exatamente quem é e o que quer e não se importa com o que os outros pensam. Bem, comigo não é assim, então não diga que me entende para depois me julgar.

   Pior do que ele ter me ignorado daquela forma foi vê-lo flertando
com clientes. Flertando! Com mulheres! Lançando seu sorriso britânico  malicioso, com aqueles olhos azuis, e ruguinhas neles, adoráveis, e provavelmente as
encantando com seu sotaque. E elas riam e piscavam languidamente e
o tocavam no braço ou no peito.

   Elas provavelmente achavam que iam para casa com ele. Precisei de muito autocontrole para não ir até lá e gritar: VÃO SE FODER, ele nem gosta de mulher!

   Eu me esforcei ainda mais com Kendall. Fui atencioso e gentil. Ri de suas piadas. Disse a ela o quanto estava linda. Perguntei sobre sua
família, trabalho, música favorita. Enalteci sua paciência como modelo, disse o quanto ela provavelmente era melhor que eu em matemática, comentei que a admirava por correr maratonas.

    Segurei sua mão enquanto caminhávamos de volta para o carro. Eu a beijei na porta de sua casa, um toque inocente dos meus lábios nos dela, esperando que aquilo me deixasse excitado.

   Mas não deixou.

   Pare com esta farsa, porra. É torturante.

   Enquanto eu tentava achar um modo de me afastar sem parecer um cretino completo, Kendall falou.

   – Harry – disse, colocando os cabelos atrás das orelhas. – Espero que não me leve a mal, mas… – Ela sorriu embaraçada. – Por algum motivo, acho que não temos química. Ou o tipo certo de química. Gosto muito de você e acho que você gosta de mim, mas… – Ela balançou a cabeça. – Falta alguma coisa. Torci muito para que acontecesse com o tempo ou para que de algum modo descobríssemos como fazer dar certo, mas não funcionou. – Ela tinha uma expressão angustiada. – E é mesmo uma pena, porque você é lindo, e um cara incrível, e é solteiro, e eu também, e eu não transo há muito, muito, muito tempo, mas sinto que é melhor sermos só amigos.

   Uma onda de alívio me invadiu.

   – Kendall , sinto muito.

   – Não sinta. Eu me diverti com você. E não quero que suma.

   – Também me diverti com você. E queria que as coisas fossem diferentes.

   – Eu também queria. Vai saber… quem sabe em outra vida nós tivéssemos sido mais do que amigos – ela disse brincando, enfiando as mãos nos bolsos. – Mas esta vida é só o que temos, e eu gostaria de passar o resto da minha com alguém que seja louco por mim. – E sorriu com tristeza. – Só tenho que encontrar essa pessoa primeiro.

   – Encontrará. Você é fantástica, Kendall. E um cara de sorte vai cruzar o seu caminho e se apaixonar perdidamente por você. Sei disso.

   – Talvez. – Ela deu de ombros, mas me pareceu feliz com a ideia. – E você?

   Eu não sabia ao certo o que ela queria dizer com aquilo.

   – E eu o quê?

   – Tudo bem para você?

  – Claro. Para ser sincero, também senti a mesma coisa, mas não quis dizer nada sem antes nos dar uma chance.

   – Tivemos nossa chance. Só não era para ser. – Ela hesitou, como se quisesse dizer algo, mas não tivesse certeza se devia.

   – O que foi? – perguntei.

   Ela inclinou a cabeça.

   – Posso dizer uma coisa? Vai parecer loucura, e eu posso estar errada, mas é algo que não sai da minha cabeça há dois dias, e não quero ofendê-lo, mas talvez…

   – Kendall .

   – OK. – Ela respirou fundo. – Talvez eu esteja totalmente enganada, mas senti que havia algo entre você e o Louis no sábado à noite. Talvez seja coisa da minha cabeça, mas…

   – E é – eu disse rapidamente. – Não tem nada a ver.

   Ela levantou as mãos, mostrando as palmas para mim.

   – Como eu disse, posso estar errada.

   – Está. – Eu tinha que sair de lá. Minha nuca ardia, e eu temia que minha cara me entregasse. Não estava preparado para aquilo. – Preciso ir.

   Ela pareceu desapontada.

   – OK. Desculpe, Harry. Eu não quis ofendê-lo. Apenas sei o quanto é difícil encontrar alguém com quem se tem química, e você disse que estava se sentindo confuso, e eu achei…

   – Achou errado. – Recuei. – Mas não tem problema. Não estou ofendido.

   – Bom saber. Bem… boa noite.

   – Boa noite.

   Desci os degraus do alpendre e caminhei pela calçada em frente à casa, sentindo os olhos dela em mim.

    Ela sabe.

    Estava na cara, e ela sabe. Mas como? Ninguém mais dissera nada! Mas ninguém mais estava interessado em um relacionamento comigo ou prestando tanta atenção em mim como ela.

   Além disso, Kendall era inteligente e
intuitiva. Ela provavelmente tinha percebido como eu olhara para Louis no sábado à noite, talvez até hoje à noite. Não fui discreto o bastante.

   Reprimindo um gemido, entrei no carro e dei a partida, mais perturbado do que nunca.

   Maldito Louis. Maldito seja por vir aqui e bagunçar minha vida desse jeito. Eu tinha um plano, e você o arruinou. Talvez eu tenha dado o primeiro passo – e o segundo –, mas por que você tinha que se entregar tão facilmente? Por que não bateu a porta na minha cara? Por que me deixou fazer aquelas coisas com você?

   Dirigi para casa, irritado e confuso e mais incerto do que nunca de que eu não tentaria fazer aquelas coisas de novo naquela noite. Na verdade, eu tinha quase certeza de que tentaria.

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