i choose you.

By comethrzu

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Harry Styles tem uma vida perfeita. Dono de um charme inato para conquistar mulheres, ainda não conheceu uma... More

um.
dois.
três.
quatro.
cinco.
seis.
sete.
oito.
nove.
dez.
onze.
doze.
treze.
quatorze.
quinze.
dezesseis.
dezessete.
dezoito.
dezenove.
vinte e um.
vinte e dois.
vinte e três.
vinte e quatro.

vinte.

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By comethrzu

LOUIS.

    FICAMOS LÁ PARADOS, respirando com dificuldade e cobertos por nossos fluidos corporais, a mão dele ainda segurando os paus.

   Pisquei algumas vezes, ainda duvidando se ele não era um fantasma. Ou talvez um sonho. Bom, com certeza aqueles olhos verdes e aquelas covinhas eram um sonho. Mas ele estava mesmo ali. Ele continuava no mesmo lugar, os quadris sólidos e firmes e reais sob minhas mãos, o hálito quente em meu rosto. Eu não queria me mexer nem falar com medo de quebrar o encanto.

   Era seu coração acelerado que eu ouvia? Ou era o meu?

    E meu corpo queria correr por todas aquelas tatuagens, principalmente a borboleta do seu abdômen, tão linda.

    – Uh. Desculpe. – Tomando cuidado para não sujar o carpete, ele nos soltou.

   – Não se desculpe. – Decepcionado, tirei minhas mãos dele, embora o que eu quisesse fosse puxá-lo mais para perto. – Foi ótimo.

   – Foi. – Ele soltou o ar, fechando os olhos por um instante. – Eu já volto.

    Ele pegou sua calça e saiu do quarto, e eu usei rapidamente o banheiro do corredor. De volta ao quarto de hóspedes, acendi o abajur na mesinha de cabeceira e vesti a cueca e a calça do agasalho que ele me emprestara.

    O tempo todo, tudo que eu pensava era, mas que merda é essa? Por que ele continua pedindo desculpas? Foi lá se lavar para me tirar do corpo dele de novo? Olhei para as minhas mãos, e quase me senti sujo também. Mas não me arrependi de tocar em Harry ou deixá-lo me tocar.

   – Oi.

   Ao ouvir sua voz, olhei para cima. Ele estava parado na porta, de jeans, mas sem camisa. Ainda expondo as belíssimas tatuagens.

   Diferente de como invadira meu quarto antes, de forma tempestuosa, só desejo e músculos, agora parecia quase com medo de entrar.

   – Oi. – Sorri para ele. – Pode entrar.
Ele avançou pelo quarto alguns passos, parando bem perto de onde eu estava. Remexeu-se. Enfiou as mãos nos bolsos.

    – Ouça, sei que você não quer outro pedido de desculpa nem justificativas, mas acho que lhe devo uma explicação.

   – OK.

   – Você deve me achar um babaca – prosseguiu –, que entrou aqui daquele jeito e lhe disse aquelas coisas.

   – Não o acho nem um pouco babaca.

   – Você deve achar alguma coisa – ele continuou, passando a mão nos cabelos, deixando-os despenteados. Havia frustração em sua voz. – Você mal esboçou uma reação hoje cedo enquanto falávamos sobre o que aconteceu na noite passada. Aquilo me deixou maluco.

   – E como eu deveria reagir? – olhei para ele, incrédulo. – Você disse que não tinha significado nada. Disse que estava bêbado. Disse para esquecer que tinha acontecido. Era isso que eu estava tentando fazer. – Hesitei, imaginando quão direto eu deveria ser, e decidi falar sem rodeios. Talvez ele quisesse ouvir a verdade. Talvez fizesse diferença. – Mas é inútil, Harry. Jamais vou esquecer o que aconteceu entre nós, ontem à noite ou hoje. E acho que você também não esquecerá. Mas, se não tiver gostado e quiser fingir que nada aconteceu, de novo, tudo bem.

    Seu queixo tenso se contraiu, mas ele não disse nada por alguns segundos. Seu maxilar era muito marcado, seus olhos estavam me analisando. Sou eu que sou caído por esses olhos verdes? E essa boca... Concentre-se, Louis!

   – Eu nunca disse que não gostei.

   – Então, gostou?

   Ele ergueu uma sobrancelha.

   – Acho que ficou meio óbvio, não?

   Tive que sorrir.

   – Mas, Louis, não quero gostar disso. Só me causa problemas. – Respirando fundo, ele encostou-se na cômoda, com os ombros caídos.

   – Eu disse a verdade hoje cedo. Nunca tinha estado com um cara antes. Mas eu… pensei nisso. E queria saber como era.

   – E agora que sabe?

   – Minha cabeça está ainda mais fodida. Se eu não tivesse vindo aqui, não saber continuaria me deixando maluco. Mas agora que sei, é quase pior. – Ele balançou a cabeça. – O que há de errado comigo?

   Se eu achasse que ajudaria, teria ido até ele. Tocado nele. Tentado tranquilizá-lo dizendo que estava tudo bem, que estava tudo bem com ele. Mas de algum modo senti que seria o gesto errado. Em vez disso, escolhi minhas palavras com cuidado.

   – Não há nada de errado com você, Harry. Não seja tão duro consigo mesmo. Você estava curioso, e eu também. Essas coisas acontecem. Se quiser esquecer que aconteceu, podemos fazer isso, mas se quiser ver onde isso vai dar… eu toparia também.

   – Não sei o que quero. Quer dizer, sei o que quero fisicamente, pelo menos com você, mas isso não combina nem um pouco com meu projeto de vida.

   – Que é?

   – Uma esposa e filhos. Quero uma família.

   Concordei com a cabeça devagar. Eu não sabia exatamente que rumo minha relação com Harry tomaria dali em diante, mas certamente não levaria a esposa e filhos. Enquanto eu tentava achar o que dizer, ele continuou. – Eu já lhe contei, fui criado em uma família religiosa. Meus pais… – Ele balançou a cabeça. – Eles jamais entenderiam. Jamais aceitariam isso. Eu jamais aceitei.

   – Há quanto tempo você luta contra o que sente?

   – Há muito tempo. Talvez desde os doze ou treze anos. Mas sempre achei que houvesse algo de errado comigo. Algum tipo de defeito ou falha. Porque eu também gostava de garotas.

   – Muita gente gosta.

   Aquela frase o fez sorrir, mas o sorriso logo desapareceu.

   – De todo modo, só o que fiz com esses sentimentos foi odiá-los e escondê-los. Rezar para que sumissem. Mas daí…

   – Mas daí…?

   Ele me lançou um olhar sedento. Parecia que estava me comendo com os olhos. Fazendo uma coisa levemente engraçada com o nariz. O nariz dele se mexia de forma fofa.

    – Você tem algo de especial.

   – Eu me sinto mal por gostar disso. Mais ou menos.

   – Não. Não se sinta mal. – Ele franziu a testa de raiva. – Desculpe. Nada disso é culpa sua, e eu tenho agido como se fosse.

   – Não tem, não – eu disse, negando com a cabeça. – Harry, você tem sido tão bom para mim. Tem me tratado melhor do que qualquer outra pessoa. Não sei o que fiz para merecer sua gentileza e ajuda, mas sou muito grato a você. Jamais esquecerei o que fez por mim.

   Um sorriso triste e discreto surgiu em seus lábios.

   – Fico feliz em saber disso.

   – É verdade. E gosto que fique feliz – acrescentei.

   Ele abriu um pouco mais o sorriso, mas ainda havia tristeza nele, tanto que não dava para ver as covinhas bonitas.

   – Gosta? Me sinto péssimo só por dizer essas coisas a você. Espero que não ache que o estou julgando. Meu problema é só comigo.

   – Eu entendo.

   – Entende?

   – Sim. Nunca tive problema com isso como você, provavelmente porque sempre foi muito claro para mim que eu não sentia atração por garotas, mas também por causa de onde cresci. Você não deveria tentar ser outra pessoa, o tipo de cara que não se importa com o que os outros pensam, porque estar com você é tão bom. Só não sei se consigo fazer isso. Algo em mim se recusa a ceder.

    Vê-lo tão confuso, desejando ser outra pessoa para que pudesse ficar comigo, era de partir o coração.

   – Harry, se você quiser que eu vá embora... se isso tornar as coisas mais fáceis para você, é só dizer e eu vou. Vou receber minhas economias amanhã e posso achar um lugar para ficar.

    Ele fechou os olhos, soltando o ar devagar.

   – Me deixe pensar a respeito.

   – Claro. – Achei que ele fosse dizer boa noite e sair do quarto, mas em vez disso continuou parado à minha frente, apoiado na cômoda.

   – Louis. Venha cá.

   Surpreso, permaneci imóvel.

   – O que foi?

   Ele me olhou nos olhos e falou com mais firmeza.

   – Venha cá.

   Caminhei na direção dele, mas só quando eu estava bem à sua frente
ele abriu os braços para mim. Me enlaçou pela cintura. Me puxou para perto e encostou a testa em meu peito.

   Coloquei meus braços em volta dele. Seu corpo era quente, mas calafrios percorreram minha espinha. Queria passar as mãos nele, redesenhar suas tatuagens. Uma sensação de pura felicidade me invadiu, chegando até os ossos. Eu queria dizer algumas coisas. Fique comigo. Me deixe abraça-lo a noite inteira. Vou fazê-lo feliz.

    Talvez ele quisesse dizer algo também – não me deixe, quero ficar
com você, me mostre como.

   Mas, um instante depois, ele me soltou e saiu do quarto, e nenhum de nós disse nada além de boa noite.

   Voltei para a cama, mas continuei acordado pelo que pareceram horas, minha mente se recusando a desligar.

    Será que Harry ainda estava acordado? O que estaria pensando? Será que me pediria para ir embora?

    Pensei em tudo o que ele havia me dito naquela noite e fiquei feliz por ele ter confiado em mim e revelado seus sentimentos. Mesmo que não tivesse sido exatamente o que eu queria ouvir, pelo menos ele tinha sido sincero.

    Havia falado comigo sobre coisas que nunca dissera a ninguém. Aquilo me fez sentir como se ele tivesse me dado algo de si, algo mais precioso que suas roupas, seu quarto e até mesmo seu tempo. Havia me dado uma parte de si que ninguém mais tinha. Eu conhecia uma verdade sobre ele que ninguém mais conhecia. Conhecia um de seus segredos.

    E queria conhecer todos eles.

   Pela primeira vez, eu queria conhecer cada cantinho obscuro da mente de alguém.

   Queria provar cada pedacinho escondido de seu corpo. Ficar olhando aqueles olhos tão verdes. Queria ficar com ele. Eu não queria apenas mais, queria tudo. Para falar a verdade, era um pouco assustador.

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continuação da história