i choose you.

De comethrzu

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Harry Styles tem uma vida perfeita. Dono de um charme inato para conquistar mulheres, ainda não conheceu uma... Mais

um.
dois.
três.
quatro.
cinco.
seis.
sete.
oito.
nove.
onze.
doze.
treze.
quatorze.
quinze.
dezesseis.
dezessete.
dezoito.
dezenove.
vinte.
vinte e um.
vinte e dois.
vinte e três.
vinte e quatro.

dez.

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De comethrzu

LOUIS.

EU DEVIA TER RESISTIDO. Quase consegui. Eu viera para cá sabendo que seria difícil. Eu não temia dificuldades. E não queria que Harry pensasse que eu não sabia me virar sozinho.

Não queria que ele achasse que meus problemas eram da conta dele. Não queria que me visse como alguém que precisava ser salvo, porque eu não precisava.

Mas é claro que fui embora daquele apartamento com ele. Justifiquei o ato dizendo a mim mesmo que só um idiota se permitiria ser orgulhoso a ponto de ficar naquele lugar imundo, mas, no fundo, sabia que não era bem isso.

A verdade era que eu gostava do Harry. Gostava de como ele assumia o controle da situação. Gostava do tom cortante de sua voz rouca. Gostava do olhar que ele tinha quando queria que as coisas fossem feitas do seu jeito, um olhar de não ouse me desafiar. E, quando eu olhava para a vida dele, via alguém que tinha feito as coisas direito.

Ele havia decidido o que queria e fora atrás. Eu sabia que poderia aprender com ele. Ele havia acabado de cruzar a porta que dava para as escadarias quando o alcancei.

- EI! - eu disse. - Não precisava ter feito isso.

- Sei que não. - Colocou os óculos escuros de novo. - Quanto pagou por aquele colchão de merda?

- Quatrocentos dólares.

- Pegue de volta. Por metade desse valor, alugo meu quarto de hóspedes para você por duas semanas. - Ele começou a caminhar na direção do estacionamento e eu o segui.

- Pagarei os quatrocentos. - Aceitar sua generosidade era uma coisa, mas eu queria fazer a minha parte. Meu orgulho exigia isso.

- Você não pode pagar tudo isso agora, Lou. Acredite em mim. Sei quanto custa um apartamento decente por aqui.

- Então devolverei o dinheiro um dia - argumentei, só um pouco desconcertado pelo fato de ele ter me chamado de Lou. Sugeria familiaridade, proximidade até. Gostei. Chegamos ao carro e entramos.

- Quanto você tem guardado? - ele perguntou.

- Uns três mil dólares.

Ele olhou para mim. Piscou.

- Precisamos arranjar um trabalho pra você.

- Claro. Era o que eu pretendia fazer.

- Você não disse isso quando perguntei antes se você tinha um
plano. - Sua testa franziu.

- Porque, se eu dissesse - admiti -, poderia não dar certo.

Ele pareceu ainda mais confuso e desconfiado.

- É uma crendice inglesa?

Quase sorri.

- Sim.

Suspirando, ele deu a partida.

- Correndo o risco de atrair azar para você ou algo assim, verei se posso ajudá-lo de alguma forma. Talvez, Gemma possa arranjar um trabalho para você no bar.

- Adoraria trabalhar para Gemma. E já trabalhei em um bar.

- Ótimo - ele disse, alcançando o trânsito. - Embora você já saiba como Gemma é. Ela diz que contrata as pessoas por causa de suas auras, não de seus currículos. Como é a sua aura?

Dei risada.

- É boa, acho. Embora eu não saiba exatamente o que é uma aura.

- Nem eu. - Ele balançou a cabeça. - Mas até agora tem dado certo para ela. O bar está indo bem.

- Isso é ótimo.

- É sim. Fico feliz por ela. Por um tempo, achei que ela nunca fosse descobrir o que queria da vida. Diga uma profissão e ela provavelmente já quis ser isso em algum momento: astronauta, artista de circo, veterinária, bailarina, aeromoça. Ela sempre foi muito desorganizada. Totalmente diferente de mim.

- Mas vocês parecem se dar muito bem.

- Nos damos - ele refletiu. - É engraçado porque nosso irmão, Niall, é diferente de nós dois. Ele nunca quis trabalhar com a família porque não tem nada a ver com nossa cultura corporativa. Ele diz que não suporta negociações. Mas sempre se dedicou muito a estudar biologia marinha para ser professor.

- Professor. Que bacana.

Harry deu de ombros.

- Ele parece feliz, principalmente agora que se casou e tem um filho. Gostaria que eles morassem mais perto, embora provavelmente ele goste de ficar longe dos meus pais. Ele não se dá muito bem com meu pai.

Eu não sabia o que dizer. Estava morrendo de curiosidade, mas não ia perguntar. Felizmente, ele continuou.

- Não é nada de mais, eles são apenas diferentes. E meu pai foi bem rígido com a gente quando éramos crianças. Muito religioso, muito mandão. Mas também muito orgulhoso de nós quando atendíamos às suas expectativas. Eu sempre consegui lidar melhor com a pressão do que Niall.

Concordei com um movimento de cabeça, assimilando aquilo tudo.

- Sua família é religiosa?

- Meus pais são. Eu não sou nem um pouco. Mas estudei em escolas católicas. Fui coroinha e tudo mais. Não concordo necessariamente com tudo o que a Igreja diz ou faz, mas quando você é outrinado por tanto tempo, em casa e na escola, sempre fica alguma coisa dessa doutrina em você, querendo ou não.

- Ah.

- Gosto de alguns dos princípios básicos - Harry continuou -, do valor da vida humana, da importância da família e da comunidade, da obrigação de ajudar o próximo.

- Dá para ver que você e sua irmã gostam de ajudar o próximo.

Ele pareceu um pouco embaraçado com o elogio, suas bochechas coraram.

- E sua família? Vocês são unidos?

- Minha mãe e eu, sim. Mal conheço meu pai.

- É mesmo?

- É. Ele e minha mãe eram muito jovens quando nasci, e ele foi embora pouco depois.

- E sua irmã?

- Pai diferente. Mas também deu no pé.

- Que droga. Acho que sua mãe é atraída por esses tipos.

- É. Eu me sinto mal por ela. Imagino que ela sempre quis ter uma família perfeita.

Ele não disse nada depois daquilo, e fiquei pensando se ele achava que ela deveria ter controlado melhor seus sentimentos. Não ter deixado que eles guiassem sua vida quando era óbvio que não teria um final feliz. Mas eu realmente não entendia aquilo - como não seguir seus sentimentos? O que mais havia para seguir?

Pouco depois, chegamos à casa dele.

- Merda - ele disse, diminuindo a velocidade conforme entrava na
garagem.

- Qual é o problema?

- Acabei de perceber que os jardineiros não vieram de novo. Deveriam ter vindo hoje de manhã. Não sei por que dou uma segunda chance a esses imbecis.

- O que precisa ser feito?

Ele grunhiu.

- Tudo. Posso fazer algumas coisas, mas essas malditas roseiras vieram junto com a casa e dão mais trabalho para manter do que uma mulher bonita. E, se eu não as achasse tão lindas, já as teria arrancado.

- Posso cuidar disso.

Ele me olhou como se eu estivesse maluco.

- Você já trabalhou com jardinagem também?

Dei de ombros.

- Já tive vários tipos de emprego. E, quando criança, passei todos os verões na casa de campo dos meus avós, ajudando-os a cuidar dos jardins. E, sim, tínhamos rosas. Minha avó cuidava delas como se fossem bebês.

- Vocês têm rosas na Inglaterra?

- Sim, Harry. - Ri, gostando de como seu nome soava em minha boca. - Não é só chuva o tempo todo. Nós também temos sol e calor no verão.

- Desculpe. - Ele fez uma careta enquanto estacionava na garagem. - Prometo me livrar dos preconceitos sobre sua terra natal.

- E eu prometo ajudar e parar de atrapalhá-lo em duas semanas.

Harry desligou o carro.

- Não está me atrapalhando.

Ficamos sentados no escuro dentro do carro por um tempo, e achei que ele fosse dizer algo, mas não abriu a boca.

Havia mais canteiros e jardins nos fundos da casa. Harry ficou parado na entrada da garagem fazendo cara feia para todos eles e então viu que horas eram.

- Merda, já são duas da tarde e ainda nem fui ao mercado. Não poderei usar o pátio hoje à noite. Tem ervas daninhas e mato por todo lado.

Não tinha. O jardim, na verdade, era muito bonito e o pátio era lindo. Mas eu sabia que para Harry não existia isso de "bom o bastante". Tinha que ser perfeito.

- Posso dar um jeito nisso. É sério. Só me mostre onde estão as coisas e termino tudo em algumas horas.

Ele me olhou desconfiado.

- Tem certeza?

- Tenho. Gosto desse tipo de trabalho e sou bom com as mãos. Os óculos escuros cobriam seus olhos, mas o leve movimento de sua cabeça para baixo me fez achar que ele tinha olhando para minhas mãos quando eu dissera aquilo. Ele limpou a garganta um instante depois.

- Tudo bem, então. O trabalho é seu. Descontarei do seu aluguel.

- Não. É um favor, Harry - eu disse enquanto caminhávamos na direção da casa. - Pagarei o valor inteiro.

Ele destrancou a porta dos fundos e a abriu.

- Como quiser. Mas você também precisará de dinheiro para
comprar roupas.

Ah, sim. Eu meio que havia esquecido daquilo. Enquanto eu tentava achar uma solução, ele prosseguiu.

- Não vamos nos preocupar com o aluguel agora, tá? - Colocou as chaves e os óculos na prateleira e tirou os sapatos. - Falaremos disso quando você tiver recebido seu dinheiro. Vou ajudá-lo com o orçamento. E arranjaremos um emprego para você, para que possa guardar uma grana para as aulas.

Também tirei os sapatos e o segui até a cozinha.

- Parece um ótimo plano. Não sei como agradecer. - Mentira. Eu podia pensar em várias formas de agradecer. Ele se apoiou na bancada e pegou o celular.

- Um dia você me paga.

- Pagarei. - Virando-me de costas, tirei o moletom que ele havia me emprestado e o pendurei no encosto da cadeira. Lá fora, fazia um clima agradável e eu não precisaria de moletom. Depois que tivesse terminado a tarefa, perguntaria a ele se eu poderia lavar minhas coisas e ficaria fora de vista durante o jantar. - Vou começar a trabalhar no quintal.

- As ferramentas estão na garagem. - Ele não tirou os olhos do celular. - Saio em um minuto. Só estou terminando minha lista de compras.

- OK. - Calcei os sapatos de novo e saí para o quintal ensolarado, incapaz de disfarçar o sorriso em meu rosto.

Já parecia uma vida nova.

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