Cliquei no botão necessário para acionar Kira e esperei sua resposta do outro lado, encostei as costas da cadeira da minha sala e virei o rosto momentaneamente para ver a noite presente pela vidraça.
A lua estava perfeita, e as estrelas brilhavam o suficiente para eu fazer o que eu sempre quis.
— Senhor Ford — Kira responde e eu toco no botão novamente.
— Peça para a senhorita Taylor vir até a minha sala.
— Claro — ela desliga e eu me levanto da cadeira abotoando o smoking com o rosto concentrado nas três caixas pretas descansando na minha mesa.
Andei até elas pondo as mãos dentro do bolso da calça social e suspirei com o rosto neutro até ela passar pela porta, minha boca se abriu e meus ombros caíram como se olhar para ela fosse a coisa mais prazerosa do mundo, principalmente quando ela está usando um vestido azul marinho que corre pelas suas pernas de forma perfeita com a curta fenda do lado, seu sapato de pedras brilha e o decote discreto e ao mesmo tempo chamativo me fazem quase babar.
Olhei para o seu rosto vendo os lábios vermelhos e as pálpebras com tons leves dando todo o destaque para a sua boca, olhei para o vestido de novo e ela levantou uma sobrancelha.
— Gostou, querido?
— Você está brincando?
Ela riu.
— Pode usar no meu lugar se quiser — ela diz e eu faço uma cara de tédio. — Aposto que combinaria.
— É a minha cor preferida — me aproximei de Sam que colocou os braços em volta do meu pescoço se inclinando para pôr os lábios no meu ouvido.
— Por que acha que eu o coloquei? — o sussurro doce me fez suspirar e sussurrar no seu ouvido também.
— De qualquer maneira, eu vou tirá-lo na minha cama esta noite — beijei sua bochecha e olhei para ela pelo canto de olho que manteve os seus fechados com os lábios entreabertos.
Vê-la reagir positivamente a mim é quase um sonho.
Agarrei sua mão com um sorriso de lado e a puxei para frente da minha mesa onde estava as três caixas pretas, de olhos abertos ela inspeciona aquilo e volta sua atenção curiosa para mim.
— Abra-as — peço e ela dá um sorriso pequeno antes de abrir as três, cada uma com uma reação diferente. No final ela se afastou olhando para as jóias que eu tinha comprado para ela no início do dia e colocou a mão na boca enquanto as pedras de brilhantes faziam o que sabem fazer de melhor.
— Jay... — ela esfregou as mãos no vestido. — Oh meu Deus, são lindas.
— Escolha uma para usar esta noite — ela olhou para mim.
— Eu não vou perguntar o preço disso...
— Porque é um presente, não se faz isso.
— Uma coisa que você não sabe sobre mim — ela levanta um dedo e eu cruzo os braços para escutar. — Eu amo jóias, sério, qualquer tipo, principalmente as que não são falsas.
Ri baixo.
— Isso é bom, porque eu também adoro joias, principalmente se eles estiverem no seu pescoço — ela sorriu mordendo o lábio e eu a incentivei com a cabeça. — Escolha, Samantha.
— Eu vou desmaiar — ela põe a mão na testa e depois balança o corpo animada. — Mas se eu cair no chão vai ter que ser usando algum desses.
Vejo quando ela se aproxima e me sento na poltrona na frente da mesa para ver sua escolha, seus dedos passam pela caixa curiosos e eu passo meu polegar perto do olho com a expressão paciente.
Ela testa todos ao pôr a caixa na frente do peito e se olha no espelho mais próximo.
Estávamos indo a uma premiação onde a Center Tech foi nomeada com a melhor produção de tecnologia feita no último ano, estávamos a frente por ter protótipos inclusos em toda a América e Inglaterra e concorrendo com outras empresas exclusivas de tecnologia, sem toda a parada do designer como as empresas dos Venturelli que é única em Nova York a ter essa autonomia, não são bilionários à toa.
Alguns funcionários foram designados para ir junto e eu só designei minhas duas secretárias, e uma delas está sentada no meu colo nesse exato momento.
Olhei para Sam que estava segurando a caixa escolhida e eu olhei para o seu cabelo preso em um penteado elegante quando passei os braços pela sua cintura a mantendo perto, malditamente perto.
Às vezes eu nem acredito que posso tocar nela.
— Eu escolhi — ela me mostra o colar com pequenos diamantes e uma pedra azulada no meio que facilmente combina com o seu vestido, sorri de lado e balancei a cabeça.
— Está perfeito.
— Eu sei, eu que escolhi — ela tira o colar e me entrega se virando um pouco.
Coloco o objeto no seu pescoço com um sorrisinho no rosto e depois de fechá-lo eu beijo sua nuca descendo minhas mãos pelo seu braço a deitando no meu peito, Sam me encara enquanto eu estou olhando para o seu pescoço e não seguro o suspiro satisfeito.
— Você não tem ideia do quanto eu gosto disso.
— Me dar joias? Pode continuar.
— Mimar você, my love — beijo o canto da sua boca e ela põe a mão no meu rosto sorrindo, me beijando de novo em seguida.
— É o seu dever, esperei isso por muito, muito tempo — ela diz rindo e eu revirei os olhos antes de dar uma batidinha da sua bunda.
— Vamos, tenho um prêmio a ganhar.
— Como sabe que vai ganhar?
— Porque eu sou incrível — a levanto do meu colo e Sam revira os olhos. enquanto a levo para fora com a mão na sua cintura, saímos da sala rapidamente e lá fora eu tirei minha mão dela ao ver David, Patrick e Kira conversando.
Eles param ao nos ver.
— Sam! Você está... puta merda, que joia é essa?! — Patrick colocou as mãos na boca e eu olhei para ela que apertou os lábios.
Porra.
— Humm...
— Isso é Cartier — David fala e eu entreabro os lábios. — É o dos bons, custa quase 10 milhões de...
— Ok — Sam interrompe e eles intercalam entre mim e ela que tem um olhar quase que culpado. — É da minha mãe, é da década de 70 e ela me presenteou.
Olhei para Kira que estava de braços cruzados me encarando com um sorrisinho que quase me faz ajoelhar e confessar todos os meus pecados. Eu sei que ela sabia, e se tinha dúvidas, acabou de confirmar.
David olhou para mim por alguns segundos e depois para Sam, quando voltou para mim semicerrou os olhos e eu semicerrei os olhos para ele também, de repente estávamos nós dois discutindo por olhares.
— Senhor Ford? — ele me chama.
— Sim?
— Sua bochecha está com batom... — ele diz e eu aperto o maxilar antes de colocar os dedos para limpar, dei um sorriso sem graça e Sam apertou os lábios como se quisesse esconder que estavam pintados. — Vermelho...
— Jesus... — Patrick sussurra parecendo finalmente entender o que estava rolando porque acabamos de dar todos os sinais existentes do planeta, Sam e eu não estamos sendo nada sutis.
Quer dizer, ela está usando uma joia que com certeza não foi dada pela mãe na década de 70 e David parece saber isso muito bem, minha bochecha estava suja de batom e curiosamente nós dois saímos da sala ao mesmo tempo com eles aqui.
Suspeito o suficiente.
— Enfim, vamos ou não? — Kira puxa os meninos pelo braço que estão ainda extremamente chocados com a possível teoria, olhei para Sam que me olhou de volta.
— Lembra do prêmio que ia ganhar?
— Sim — respondi.
— Eu também vou ganhar um.
— Qual?
— A vadia sútil — ela debocha e passa os dedos na minha bochecha limpando o batom que ainda deve ter ficado.
Ri dela que mandou manter distância quando quase agarrei sua mão para andarmos até o elevador.
—
Andamos em linha reta pela sala ampla que tinha um belíssimo palco para apresentação de prêmios e com ele um microfone para os vencedores agradecerem.
Nós cinco andamos de forma graciosa para a mesa da Center Tech e Patrick e David pousaram para algumas fotos como se fossem cantores de uma banda famosa, Sam e Kira fizeram o mesmo e eu acabei rindo deles o processo todo.
Eu sabia que eles eram colegas, mas não que tinham um nível grande de intimidade fora do trabalho, foi legal conhecer essa outra parte da vida de Samantha.
Me aproximei para a foto e tentei mostrar que estava contente para aquilo porque não gosto de holofotes, mas mesmo assim posei e olhei para a câmera do fotógrafo que pediu para o restante se aproximar.
Tiramos fotos juntos sem muitos sorrisos e logo depois ele dispensou o restante, a não ser...
— Você, loira — ele chama Sam que estava saindo para me deixar tirar outras fotos sozinho, ela olha para ele com o cenho franzido. — É bom ter alguém do lado, e vocês combinam.
Levantei uma sobrancelha e olhei para ela que olhou para mim sorrindo, Sam se aproximou quando peguei na sua mão a colando na lateral do meu corpo com o meu braço em volta da sua cintura e sua mão nas minhas costas nos encaixando.
As fotos foram surgindo de todos os lugares bem mais do que tinham antes e engoli em seco com ela afagando minhas costas e percebendo que estou tenso demais, viro o rosto para encarar o seu e Sam acena com a cabeça para mim.
— Está tudo bem? — sussurra.
— Acho que peguei trauma de flashes.
— Bom, não somos obrigados a ficar aqui, a não ser que você esteja devendo o dono da festa, e eu não vou tirar a roupa para pagar sua dívida, senhor Ford — ela fala me fazendo rir com a mão na boca.
Sam ri em seguida vendo que eu quase me engasguei, os flashes aumentam na nossa direção e eu coloco a mão nas suas costas para nos tirar dali o mais rápido que posso.
Fomos para a mesa ignorando os sedentos jornalistas e a ajudei a sentar na cadeira perto da minha com o restante já em seus devidos lugares, foi nos servido algumas bebidas e eu prestei atenção na conversa que se seguiu.
— Ficaremos felizes se a empresa ganhar a indicação, senhor Ford — Patrick diz.
— Podem me chamar de Jay, por favor.
— Certo, Jay. Preparou o discurso? — Kira pergunta com a taça perto da boca, ela usava um lindo vestido arroxeado.
— Sim, é meio curto, mas...
— Eu apoio o romance! — Patrick gritou do nada nos fazendo olhar para ele que colocou a mão na boca com a expressão culpada, logo depois ele resmungou olhando para David que provavelmente deve ter chutado sua perna por baixo da mesa.
— Patrick, se você abrir essa...
— Por que você não me contou nada, sua pilantra? — Patrick corta Sam que cruza os braços.
— Porque você contaria a David e você sabe como sua puta é desconfiada — ela aponta para David que abre a boca incrédulo com a mão no peito.
— Sua... puta? Como prostituição? — sussurrei baixo tentando entender, David é garoto de programa além de trabalhar no RH?
— Por favor não façam escândalo, estou bonita demais para isso — Kira pede sorrindo e piscando para os convidados que passavam.
— Desde quando? — Patrick pergunta pra Sam.
— Recentemente.
— Espera, então, você não estava com ele antes? — David sussurra para Sam como se eu não fosse escutar.
— É complicado, mas não, só ficamos juntos de verdade depois da separação — ela diz e eles olham para mim de maneira nada sutil.
— E aí? — balanço a cabeça com um sorriso inocente.
— Droga, eu gosto dessa nova versão — Patrick sussurra para David que concorda.
— Melhor do que a chatice de pernas — ele diz sobre Cristina e eu me seguro para não rir disso.
Merda, vou para o inferno.
— Ninguém sabe, então, calados! — Sam fala com a expressão séria e eles fazem um juramento sobre o peito.
David e Patrick olharam para mim.
— Então, Jay, meu camarada...
— Não vou te dar um aumento — falei para David.
— Droga — ele faz uma careta hilária.
— Isso, lembre-se que ele beijou a Sam — Patrick diz e eu olho para David que aperta os lábios de olhos arregalados.
— Patrick fingiu ser o namorado dela — David joga para o amigo que abre a boca chocado e olha para mim.
— Senhor Ford, eu sou gay — ele levanta as mãos em rendição.
— Santo Deus... — Sam põe as mãos no rosto.
— Isso está ótimo, espera, eu tenho uma também — Kira olha para mim. — Uma vez, estávamos brincando de ser você e David conseguiu uma calcinha em um bar só por ter falado seu no...
Ela parou de falar quando Sam colocou a mão em sua boca.
— Eu acho que já chega — Samantha tira a mão e a limpa na toalha bonita da mesa como se a melhor amiga tivesse babado ali. — Vocês são loucos.
— Está tudo bem, não me sinto mal se seus amigos sabem sobre nós dois, Sam. O importante é que não preciso mais fingir meus sentimentos para você — falo a ela que sorriu de lado, e eles fazem um couro com uma voz manhosa.
Quase demiti todo mundo.
— Vocês estão namorando? — Patrick pergunta.
— Sim.
— Não — Sam e eu falamos ao mesmo tempo e eu olhei para ela que tinha parado de negar com a cabeça.
— Opa, controversas, preciso pegar uma pipoca ou...
— Cala a boca, Patrick — Sam diz e ele abaixa a cabeça pondo-a no ombro de David que faz uma careta antes de tirá-lo dali.
— Nós ainda estamos... discutindo isso — falei e Sam concordou quando coloquei minha mão na sua coxa por baixo da mesa, ela olhou para mim de sobrancelha erguida e colocou seus dedos sobre os meus.
— Quer dizer, não tive um pedido — ela diz apertando minha mão e eu aproximo meu rosto do seu sem medir as ações direito.
— Quer ter um pedido agora mesmo, senhorita Taylor? — sussurrei olhando para a sua boca pequena e ela sorriu de lado novamente. — Não me teste.
— Ainda não tivemos nosso encontro.
— Mas você está extremamente apaixonada por mim, não está? Já temos um ponto ao nosso favor — digo escutando sua risada gostosa, me aproximo para beijar seus lábios que pareciam tão atraentes de uma hora para outra e logo depois recuo ao lembrar do cenário.
Respiro frustrado e olho para os demais que estão de boca aberta, David está com a taça no ar, Kira está com a mão na bochecha e Patrick estava segurando uma dread do cabelo na boca.
— Oh meu Deus! — ele grita e depois bate palmas animado.
Ouvimos a voz do apresentador da noite e olhamos para o palco vendo-o segurar cartões brancos com um grande sorriso no rosto e um smoking impecável, as apresentações começam e cada mesa começa a receber aplausos ao serem anunciadas pelo cara.
Eram cerca de 10 mesas espalhadas pelo ambiente de luz clara e música lenta. Os prêmios foram se seguindo de forma contínua até que chegou na minha categoria, e eu não segurei minha expressão convencida ao olhar para Samantha que revirou os olhos.
— Convencido — ela sussurra por cima dos aplausos para a nossa mesa.
— E gostoso, e eu também tenho um troféu — pisquei para ela antes de começar a andar para pegá-lo.
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Convencido ou gostoso? Eu posso me acostumar com os dois, senhoras e senhores.
Certo, eles apaixonados >>> dá até vontade de namorar lskskskslslslsk passou.
Até breve, babys ❤