𝗧𝗛𝗘 𝗖𝗢𝗡𝗧𝗥𝗔𝗖𝗧│𝙽𝚘�...

By worldurreax

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˖ ࣪ ꒷⁩ ࣪˖ ⌕𓂃❛ Noah Urrea fanfiction¡! ❪ em andamento ❫ ⋆૪ ִֶָ ࣪𖥻 ▸The̲ c𐐫𝗻᤻tr𝗮᤻ct... More

𝙲𝚊𝚜𝚝
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'sexy teacher( adaptação)
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Read my lips - adaptação
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By worldurreax

Odeio quando ele me toca, porquê me odeio intensamente por uma parte minha gostar. Preciso urgentemente me livrar disso, dessa parte minha que ainda insiste em tê-lo por perto, em estar perto dele.

Jaden me ligou e disse que conseguiu o endereço do tal advogado, que muito provavelmente está com o contrato original, e com todas as regras não ditas na folha que encontrei no escritório do Noah.

Estou dentro do meu carro, a caminho da casa de Jaden para que possamos visitar o cara e quem sabe finalmente descobrir uma maneira de romper com o que mal deveria ter começado.

Sinceramente, não me arrependo, mas também não me orgulho de ter assinado o contrato.

Quase consigo me arrepender de estar usando Jaden como minha cobaia, mas eu realmente preciso de alguém que faça as coisas difíceis e deixe tudo mais fácil para mim. Não sei se as garotas me apoiaram, muito menos depois da conversa que escutei.

Eu sabia que ele não demoraria tanto para achar o endereço, conheço Jaden e sei que é bom em investigar coisas que não lhe dizem respeito.

Me lembro de quando ele descobriu sobre Noah ter pagado seus pais para ficarem longe da cidade, então creio que sua ajuda será um tanto útil.

─── E o que faremos ao chegar lá? ─── Ele questionou ao entrar no meu carro.

─── Pediremos com toda a educação que temos para que ele nos mostre o contrato original.

─── E se ele não cooperar? ───  el disse e eu comecei a dirigir com ajuda do GPS até o nosso destino.

─── Nesse caso, já não serei tão gentil. ─── pego a arma que está presa em minha cintura e a carrego, logo vendo Jaden se assustar com o revólver em minhas mãos.

─── Você é maluca? ─── seu tom é assustado e um tanto surpreso. ─── Onde você conseguiu isso?

─── Tenho vantagens de ter me casado com um traficante. ─── guardo a arma e volto a prestar atenção na estrada. ─── Achei no escritório dele.

─── Você ao menos sabe... ─── O interrompo com uma reposta irônica.

─── Não, Jaden. Vou apenas disparar pra cima e esperar a bala atravessar o crânio do advogado. ─── eu sorri para ele que revirou os olhos com o meu sarcasmo.

─── Onde aprendeu?

─── Noah achou essencial que eu conseguisse no mínimo ter noção de como usar uma arma para me defender. ─── pisei um pouco mais no acelerador. ─── Ele me ensinou.

─── Uau. ─── seu tom é surpreso mas nem tanto. ─── Nunca achei que iria ver você usar uma arma. Na verdade nunca pensei que seria capaz de matar alguém.

─── Não irei matá-lo. ─── afirmei. Minha intenção não era machucar ninguém, apenas não quero sair de mãos vazias, não pretendo voltar para casa sem respostas. ─── Apenas para causar medo. O medo o fará falar caso ele não coopere de primeira.

─── Então por quê carregou a arma se queria apenas causar medo?

─── Se continuar a fazer perguntas, a primeira pessoa em quem vou testar a minha mira será em você. ─── o encarei séria e ele engoliu seco assentindo e finalmente se calando.

(...)

─── Chegamos, de acordo com o GPS é aqui. ─── eu disse parando o carro na esquina e não deixando que os seguranças nos percebam.

A casa do advogado é cercada por cerca elétrica, sem chances de conseguir entrar pelos fundos. Há dois seguranças na frente do enorme portão, então teremos que dar um jeito de conseguir passar por eles sem chamar tanta atenção.

─── O que vamos fazer com eles? ─── Jaden pergunta quando saímos do carro.

─── Confia em mim? ─── ele me olhou enquanto eu arrumava minha roupa. Estou usando um conjunto de cor creme, uma saia, uma blusa e um blazer.

─── Claro. ─── ele diz, me parecendo nada convencido com a reposta.

Não se preocupe Jaden, também não tenho intenção nenhuma de fazer com que confie em mim, e é claro que não colocaria minha mão no fogo por você.

─── Ótimo, apenas siga o roteiro. ─── caminhei para estar no campo de visão dos dois seguranças e consegui atrair olhares. Jaden franziu a testa e assim que me aproximei o semblante de confusão em seu rosto estava mais do que nítido. ─── Pegue na minha bunda.

─── O quê? Pra quê? ─── revirei meus olhos e puxei suas mãos até minha bunda. Gritei para chamar atenção e fiz com que aquilo parecesse um assédio.

─── Socorro! Esse canalha está me assediando! ─── empurrei Jaden para longe e quase o fiz cair no chão. Os seguranças caminharam em nossa direção e fiz questão de correr para perto deles.

─── O quê está havendo aqui? ─── O segurança 1, que é um barbudo, alto e musculoso, se posiciona.

─── Esse imprestável tentou roubar a minha bolsa e me apalpou. ─── levantei minimamente a bolsa e trabalhei em minha expressões faciais, tentando de tudo para fazê-los acreditar naquela atuação.

─── O quê? Eu não... ─── os olhos desesperados de Jaden me encaravam. ─── Não, eu não fiz isso! ─── ele tenta se afastar, mas os dois seguranças vão até ele e quando conseguem, a não do segurança 2 agarra a gola da camisa de Jaden. Logo um soco é dado no rosto do coitado e em seguida, mais outro.

Os seguranças estavam dando uma surra em Jaden, observei por alguns segundos e peguei a arma escondida em minha cintura enquanto os seguranças se distraiam com Jaden.

Me aproximei do segurança 1 e acertei com força o revólver em sua cabeça, o derrubando rapidamente.

─── Mas que porra é essa? ─── o outro segurança observa o amigo no chão e me olha. Aponto minha arma para ele que como não tem tempo de pegar a sua, apenas levanta as mãos e me encara com um olhar mortal. ─── Vadia.

─── Obrigada. ─── sorrio e ao me aproximar acerto com meu salto em suas partes baixas o fazendo cair de joelhos, gemendo de dor. Após tê-lo de joelhos a minha frente, acerto sua cabeça com o revólver, o fazendo apagar assim como seu parceiro. Jaden me oLhava aterrorizado. ─── Vai ficar aí me olhando, ou vai prender esses dois? Anda logo, eles podem acordar.

─── Eu ainda não acredito que estamos fazendo isso. ─── diz ele enquanto abre o porta malas do meu carro, pegando algumas algemas. Juntos algemamos os dois seguranças nas grades do portão. ─── E agora?

Pego as chaves de um dos seguranças apagados no chão e consigo abrir o portão enorme da casa. Me certifiquei de que ninguém estava por perto e segui caminhando em direção a enorme casa.

No caminho até a porta da casa percebi algumas câmeras de segurança espalhadas, mas não me importei tanto com elas. Forcei a maçaneta e a porta felizmente estava aberta.

─── Agora, vamos fazer uma agradável visita. ─── murmurei para Jaden que estava logo atrás de mim.

Procurando por alguém naquela enorme casa, não havia sinal de ninguém na sala, nem na cozinha, logo ouvimos um barulho no andar de cima. Parecia que o dono da casa estava em uma conversa, enquanto descia as escadas.

─── Estou saindo de casa neste exato momento. ─── olho rapidamente para a escada, ainda escondida atrás da parede e vejo o tal advogado. ─── Não, diga a ele que... ─── apareço em sua frente e ele se assusta com a surpresa de seus convidados que não foram convidados para uma visita. ─── Quem é você? ─── seu olhar vai até Jaden. ─── Quem são vocês dois? Como conseguiram entrar aqui?

─── Seus seguranças permitiram a minha entrada assim que pedi de um jeitinho educado. ─── eu sorri para ele que ainda parecia surpreso. ─── Então, desligue o telefone doutor, precisamos conversar.

─── Jéssica, chame a polícia, tem uns loucos aqui... ─── tomo o celular de um modo bruto de sua mão e desligo sua ligação.

─── Você vai colaborar? ─── perguntei cruzando meus braços.

─── O que você quer? ─── Ele termina de descer as escadas e vem até mim. ─── Me matar? ─── eu ri baixo.

─── Não estou aqui para um assassinato, e sim para uma conversa amigável, senhor Dane. Peço que colabore, assim nós dois podemos voltar a nossa velha rotina.

─── O quê quer de mim? ─── ele enterra suas mãos no bolso e me encara com tédio. ─── Invadiu a minha casa, devo te lembrar que isso dá cadeia, mocinha?

─── Não me venha com essa história de cadeia, doutor. ─── revirei os olhos e suspirei. ─── Vamos até o seu belo escritório, sou sua cliente, temos que conversar de um jeito mais civilizado. Não acha?

Ele me encara por um breve momento, mas concorda. Subimos as escadas até seu escritório, ele ainda estava tenso, parecia que a qualquer momento pegaria um telefone e chamaria a polícia, mas não fez nada, parecia não se sentir tão ameaçado assim.

─── E então? ─── ao entramos, Jaden fechou a porta e o advogado se sentou em sua cadeira esperando uma reposta da nossa visita inesperada.

─── A sua assinatura está no contrato em que Noah Urrea fez há alguns meses atrás. ─── mostrei os papéis a ele. ─── Essas são cópias, sei que tem os papéis originais.

Ao ouvir o nome do meu marido o advogado se arrumou em sua cadeira e prestou mais atenção em mim, parecendo começar a se interessar ou a levar nossa visita a sério.

─── Noah Urrea, ele te mandou aqui?

─── Sou eu quem faço as perguntas aqui, doutor. ─── digo. ─── Tem coisa faltando aqui, não é?

─── Espere, isso é confidencial. ─── ele riu achando graça. ─── Não posso te dar informações de outros clientes meus, mocinha.

─── Primeiro, se abrir essa sua boca para me chamar de "mocinha" outra vez, te mostrarei o que a mocinha aqui pode fazer com você. ─── ele sorriu. ─── Preste bem atenção. ─── apoiei minhas mãos na frente de sua mesa o encarando. ─── Sou sua cliente agora. Vai me dizer onde está o contrato original e vou embora em seguida.

─── Por que acha que eu entregaria algo tão confidencial pra você? E o quê uma garota desconhecida como você quer se metendo com os negócios de Noah Urrea? ─── suspiro e pego a arma em minha cintura. Aponto para ele que arregala os olhos assustado. Já estou sem a mínima paciência para conversar fiada. ─── Espere!

─── Porque do contrário, terá uma bala bem no meio da sua testa, doutor.

─── Quem diabos é você? ─── ele me encara por alguns segundos como se me procurasse em sua memória. ─── Espere... ─── ele riu divertido. ─── Você é uma Hidalgo. S/n Hidalgo. É esposa de Noah Urrea, como não reconheci você? ─── Ele abaixa a guarda como se eu não pudesse mais atirar nele e fazê-lo ir para o inferno.

─── É, sou essa daí.

─── Quer o contrato original por quais motivos, querida? ─── Ele apoia seus antebraços na mesa e me encara sorridente. ─── Seu marido sabe que está aqui? Ele te deixou sair de casa?

─── Não interessa se o meu marido sabe onde estou agora. O que realmente importa é que se eu não tiver a porra dos papéis nas minhas mãos em 1 minuto, vou gastar toda a munição dessa arma no seu crânio. Entendido, doutor?

─── Você é bruta como ele. ─── encostei o cano da arma em sua testa que fez o maldito sorriso em seu rosto sumir em segundos. ─── Ok, tudo bem, deixe-me procurar.

Lá estava ele vasculhando as gavetas e armários de seu escritório, a procura dos papéis. Alguns minutos em busca dos papéis, ele os encontrou, e os colocou sobre a mesa da sua sala, para que tanto eu quanto Jaden pudéssemos ver.

─── Aqui. Esse é o original, pode ver. As assinaturas dos seus pais, e do seu marido. ─── peguei os papéis em minhas mãos. ─── Está tudo aí.

─── Por que nas cópias que ganhei não disponibilizou as regras mais importantes do contrato? ─── perguntei.

─── Por que você acha, garota? ─── o encarei séria. ─── Seu marido não queria que alguém além dele, e dos seus pais é claro, soubesse o que poderia te tirar dele em questão de minutos.

Sua palavras despertam minha curiosidade. Então eu poderia encerrar o contrato em questão de minutos?

─── Como é?

─── Nas cópias estão apenas as consequências, exigências, dizendo o que ele pode ou não fazer com você, e o que você pode ou não fazer. As regras que não foram incluídas nas cópias listam o que não pode ser feito de maneira alguma.

─── Como assim? ─── questiona Jaden finalmente se posicionando na conversa, fazendo o advogado revirar os olhos.

─── Se uma das regras dadas nas cópias que recebeu fossem quebradas, você apenas sofreria punições. Já se as que estão listadas aqui nessa parte, que é confidêncial, forem quebradas, o contrato se encerrará. Simples assim.

Observo o papel e procuro pelas regras, são poucas, apenas cinco regras principais. As li rapidamente mas haviam parágrafos que explicavam como cada uma funcionava.

─── Então, caso uma dessas cinco regras aqui forem quebradas, acabou? ─── perguntei e ele assentiu.-

─── Algumas não são exatamente regras, como posso explicar? Essas são basicamente as únicas maneiras de quebrar o contrato. Entendeu?

─── E o que devemos fazer para encerrar de uma vez com isso?

─── Se me trouxer provas de que uma das regras ditas foi quebrada, posso rasgar a original na sua frente e mostrar que não há mais nada que te prenda a ele.

Meu coração pula em meu peito, estou nervosa, é informação nova, é algo que eu não sabia e que vai mudar o rumo da minha vida de alguma maneira.

─── Vamos levar isso coma a gente. ─── diz Jaden mas o advogado o proíbe com o olhar.

─── Não, faça una cópia. ─── ordeno e ele assente indo até a impressora do escritório.

─── Pode parar de apontar essa arma pra mim? ─── perguntei o advogado e eu encaro ele ainda apontado a arma para ele, assim como estava fazendo nos últimos minutos.

─── Cale a boca. Quem ditou essas regras?

─── Seus pais, seu atual marido e eu.

─── Quem ditou qual?

─── Você saberá assim que ler cada uma delas, querida. ─── me irritei e ao perceber minha expressão ele coçou a garganta e respondeu a minha pergunta. ─── Eu ditei três delas.

─── Pronto. ─── disse Jaden com as cópias novas na mão.

─── Foi muito bom conversar com você, doutor Dane. ─── sorrio abaixando minha arma e a guardando.

─── O que fez com meus seguranças?

─── Eles estavam precisando de um descanso, então os coloquei pra dormir. ─── sorri acenando para ele e saí do escritório dele o mais rápido possível com Jaden ao meu lado.

─── Vamos depressa, ele pode ter chamado a polícia agora mesmo. ─── Jaden diz enquanto corremos até o carro.

─── Deixe os dois seguranças presos, assim não há chance de nos seguirem.

Entrei no carro e Jaden se sentou no banco do passageiro. Dirijo até sua casa o mais rápido que posso e sorrio satisfeita com o que acabei de fazer.

─── Está ficando tarde. ─── comentei chegando na cozinha. ─── Onde minha mulher se meteu? ─── questiono a Rosa.

─── Ela não disse aonde iria. ─── responde a mais velha.

─── Ela sempre sai sem me avisar. ─── passo a mão no rosto e apoio meus antebraços no balcão. ─── Não tenho como saber se ela morreu, ou se está se escondendo de mim. ─── neguei com a cabeça. ─── Ryan ainda está solto por aí, tenho medo do que esse cretino pode fazer. Ela parece não se importar com a própria vida.

─── Sabe que sua garota sempre foi um pouco teimosa, agora está mais do que nunca. ─── ela riu tirando uma travessa de lasanha do forno. ─── Por que não tenta ligar?

─── Você acha que já não tentei? ─── suspirei pegando pela vigésima vez hoje o meu celular, apenas para mandar mais mensagens para ela.

Busquei pelo seu número e levei meu celular até o ouvido esperando ouvir sua voz, mas já sabendo que eu teria que deixar outro recado.

─── S/n Urrea, eu juro que se você não estiver aqui em meia hora, vou rodar essa cidade inteira atrás de você. ─── suspirei enquanto gravava o recado. ─── Porra, me liga de volta, por favor.

Decidi também deixar uma mensagem além do recado. Eu já havia deixado várias, porém mais uma não faz mal.

Noah: Linda, pelo amor de Deus, atende a porra desse celular. Não é hora de ser teimosa, S/n. Eu te dei essa merda pra quê?

─── Ela não atende. ─── murmurei.

─── Você sabia que não iria ser nada fácil, Noah. Eu percebi no primeiro dia em que S/n chegou nesta casa.

─── Por que tem que ser tão difícil? ─── questionei indignado. ─── Por que não posso pegar ela em meu colo, e levá-la para o nosso quarto, para que assim fiquemos bem após uma simples conversa? ─── resmunguei.

─── As coisas não funcionam assim, filho.

─── Eu sei, Rosa. ─── passei a mão no cabelo. ─── O problema é que eu só gostaria que tudo fosse bem mais fácil.

─── S/n é uma garota difícil, e agora está mais complicada do que já era. ─── ela coloca a travessa sobre a mesa e eu resolvi ajudá-la com os pratos. ─── Está machucada, magoada, buscando formas de curar a ferida que deixou nela.

─── Eu não...

─── Não estou culpando a ninguém. Estou apenas dizendo que vocês dois se apaixonaram, e foram machucados no processo. ─── seu olhar sincero me toca por dentro. ─── Você está ferido e ela também. S/n tem medo da ferida, da cicatriz que você pode deixar nela. Já você está acostumado com feridas e cicatrizes. ─── concordo. ─── Sempre vai dar um jeito de curar a ferida com seu remédio, o seu remédio é ela.

─── Por que eu não posso ser o remédio dela também?

─── Já usou remédios para a dor, Noah? ─── assenti. ─── Você também é o remédio para a dor dela, só que esses remédios muitas vezes se tornam um vício, sabe disso. ─── prestei atenção em cada palavra dela. ─── S/n só não quer mais depender de você para curar a ferida dela. Ela quer ser sua própria cura. Além disso. ─── Rosa suspirou. ─── Ela tem medo de que você possa abrir mais ainda a ferida dela, ou criar outra.

A mais velha se afastou indo até o armário, deixando os pensamentos na minha cabeça mais bagunçada com suas falas sinceras.

Eu sou o remédio, mas também o culpado pela ferida dela. Droga.

─── Aqui. ─── Jaden deixa dois copos de suco sobre a mesa de centro de sua sala enquanto eu pego os papéis do contrato em minhas mãos. ─── Beba. ─── suspirei pegando o copo de suco e levando até os lábios, dando um gole e depois deixando sobre a mesa.

─── Quero que leia para mim e me explique cada parágrafo dessa merda. ─── digo e ele assente.

─── Vamos pular tudo isso aqui... ─── ele passa algumas folhas onde há coisas desnecessárias a serem discutidas aqui. ─── Quer ir mesmo direto para as maneiras de acabar com isso?

É exatamente por isso que estou aqui.

─── Sim, por favor.

─── Certo, aqui diz que a primeira regra diz respeito a sua virgindade.

─── Explique.

─── Basicamente... ─── ele para um momento para ler o parágrafo. ─── Se ele tirasse sua virgindade antes do casamento, o contrato acabaria.

Isso explica o medo dele e o quanto evitou fazer sexo comigo antes do casamento. Eu sabia disso na época, mas agora tudo se encaixa mais do que perfeitamente. E tenho certeza de que o que vem pela frente vai explicar muitas outras atitudes dele.

Flashback - capítulo 26, temp 1.

─── Eu não quero isso agora. ─── Falei e ele parou para me encarar.

─── E eu te disse que não vamos fazer isso agora.

─── Não?

─── Não. Eu não posso. ─── seu tom foi frustrado. ─── Por mais que eu queira isso mais do que tudo, por mais que eu esteja louco para que isso aconteça, ainda não é o momento certo.

─── Eu sei, por conta do contrato.

─── Entende que se fazer isso posso te perder?

─── Me perder? ─── o encarei confusa.

─── Se eu quebrar a regra, você sabe.

─── Sei. ─── desviei meu olhar do seu.

Nesse dia o pensamento de fazer ele quebrar aquela regra me perseguiu.

Flashback off

─── Acha que essa é uma das exigências dos seus pais? ─── pergunta Jaden me tirando das memórias que vagam minha mente.

─── Sim, Noah não exigiria que o sexo só pudesse ser após o casamento, ele queria isso bem antes da cerimônia.

─── Então essa foi a exigência dos seus pais, se isso tivesse acontecido o contrato teria sido desfeito facilmente. Mas como não aconteceu, temos mais quatro regras para tentar quebrar.

─── Qual a próxima? ─── perguntei bebendo um pouco do suco.

─── Aqui diz que, uma das outras maneiras de quebrar o contrato seria... ─── ele bufa. ─── Se vocês dois concordarem com o fim dele.

─── Sabemos que isso não vai acontecer, então pode passar para a próxima forma de acabar com esse contrato. ─── fui direta e rápida.

─── Certo, a próxima é... a morte. ─── ele me encarou.

─── Tá de brincadeira?

─── Não, é sério, aqui diz que caso um de vocês dois morra o contrato estará... acabado. Essa é a terceira maneira.

─── Pensando seriamente em me matar agora. ─── digo e suspiro em seguida. ─── Vai pra próxima.

─── A quarta e penúltima maneira diz, que se houver violência no relacionamento de vocês, o contrato estará automaticamente anulado.

─── Fale mais sobre isso.

─── Se ele te agredir fisicamente. Exceto em casos onde você aceita a violência, como por exemplo... ─── ele faz uma cara de nojo. ─── durante o sexo. Isso já aconteceu? Ele já chegou a te bater?

─── Nunca. ─── neguei com a cabeça. ─── Ele nunca encostou um dedo em mim para me machucar. Durante o sexo sim, algumas vezes, mas ele jamais fez algo que eu não gostasse.

─── Que merda. ─── ele resmunga e eu o encarei séria.

─── Não estou chateada por isso não ter acontecido. Não desejaria ser violentada apenas para ter essa merda de contrato quebrado.

─── E se você o provocasse? Se fizesse ele passar dos limites? ─── Ele disse como quem acaba de ter uma ótima ideia. ─── Nem que fosse um tapa no rosto. ─── franzi a testa com sua fala. ─── Poderíamos gravar e...

─── Não. ─── falei firme.

─── Pense bem, ele perde o controle facilmente, com qualquer um. ─── Jaden parece tentar querer me convencer a isso. ─── Talvez ele possa acabar se irritando demais e...

─── Esqueça isso, Jaden. Noah jamais encostaria um dedo em mim, ele nunca ousaria me violentar. E eu não farei nada para que algo assim aconteça.

─── Como tem tanta certeza disso? Ele é violento com todo mundo, S/n. Seu marido perde a cabeça só em ver alguém chegar perto de você.

─── Não comigo.

─── Mas pode um dia chegar a...

─── Pare. ─── gritei irritada. ─── Apenas pare. Não vai acontecer. ─── suspirei. ─── Mesmo se o provocasse, coisa que eu não vou fazer, ele não me tocaria. Noah acima de tudo me respeita, e não é homem de bater em mulher, muito menos na dele.

─── Na dele? ─── Jaden me olhou e eu revirei os olhos.

─── Sou a mulher dele ainda, querendo ou não. ─── afirmei. ─── E eu o conheço. Essa foi uma das únicas promessas que me fez e manteve, de que nunca me machucaria fisicamente.

─── Sendo assim, só nos resta essa última maneira. ─── seu olhar volta ao contrato.

─── Qual é? ─── ele me olha após ler o parágrafo. ─── Fala logo.

─── Traição.

─── O quê? ─── franzi a testa em confusão. ─── Como assim traição? Explica direito. ─── não pode ser o que estou imaginando.

─── Aqui diz que... se um de vocês trair um ao outro, após o casamento, o contrato estará anulado, para sempre. E aqui também fala que... todo e qualquer contato entre vocês após a traição deve ser evitado.

─── Como... ─── neguei com a cabeça. ─── Não entendo. ─── peguei o contrato em minhas mãos intrigada.

─── Se você trair a ele, nunca precisará olhar novamente para o Noah, se fizer isso estará tudo acabado, S/n. ─── seu tom de voz é animado. ─── Ele não procurará você. Nesse parágrafo explica que nenhum contato deve ser mantido após isso. ─── ele para por um momento. ─── Mas o que me intriga é que outras regras não diziam isso, ou seja...

Noah exigiu. Essa é a regra dele. Eu sinto, eu sei. Lembro-me de quando me contou sobre a traição de Daniella, de seu medo, do seu trauma de ser traído novamente. Faz todo sentido ele ter colocado isso aqui. Mas não entendo o motivo de nunca mais querer contato comigo caso eu o traísse.

Flashback - Capítulo 78, 1 temp

─── Não precisa dizer nada, foi só uma traição, e eu era jovem e estúpido demais para superar. Mas Daniella não está mais em minha vida, é como se nunca existisse para mim. Porque a única que eu vejo agora é você. ─── ele suspirou desviando seu olhar. ─── Addison sabe disso, e é por isso que a procurei, pra dizer como eu me sentia estúpido por ter medo. Como eu disse, você é uma das minhas fraquezas e agora tem a certeza disso.

─── Então não me traiu.

─── É claro que não, amor eu... ─── ele dá um passo a frente mas recua para trás com receio de me tocar. ─── S/n, eu sou incapaz de trair você. Eu sei o quanto dói, não faria com você, não permitiria que você sentisse essa dor.

Flashback off

A regra criada pelos meus pais é a da minha virgindade, que já não adianta para nada, as outras três maneiras de anular o contrato foram exigidas pelo advogado, e essa última por Noah.

─── Então conseguiremos fazer isso. Quebraremos o contrato! ─── ele termina o que estava falando, mas eu não me lembro de ter ouvido nada que disse. ─── Você me escutou?

─── O quê? ─── balancei a cabeça confusa.

─── Você só precisa trair a ele, entendeu?

─── Um beijo bastaria?

─── Aqui diz de uma forma... sexual.

Paralisei. Noah foi o único homem a me ter por inteira, a receber cada parte de mim, a me tocar de uma forma tão íntima.

─── Então terá que ir para cama com outra pessoa, e depois provar de alguma forma isso ao advogado. ─── ele sorriu. ─── Ao saber que você o traiu, poderá anular tudo de uma vez! Escutou isso, S/n?

Milhares de pensamentos inundam minha mente. Traição. Sei o quanto isso mexe com as pessoas e muito mais com ele. Vale a pena?

Terei o que quero. O fim desse contrato que me prendeu a ele. É isso que quero? Não é? Sim, com certeza é. Tem que ser. Uma simples traição destruirá tudo isso. Destruirá mais do que esse contrato. Muito mais.

─── Jaden, eu não posso fazer isso. ─── neguei com a cabeça e me levantei rapidamente.

─── O quê? ─── Ele se levanta também. ─── Achei que você quisesse acabar com o contrato.

─── Tem que ter outro jeito.

─── Claro que tem, ou ele concorda, ou você morre, ou ele te violenta fisicamente. ─── fechei meus olhos e respirei calmamente. ─── Ou você simplesmente trai a ele. Qual o problema?

Pego meu celular que estava no silencioso até então, e leio rapidamente as dezenas de mensagens enviadas por Noah.

Noah: Amor, estou preocupado pra caralho. Por favor, volte para casa.

─── Isso é tão simples, S/n. ─── ouço a voz de Jaden enquanto continuo a ler as mensagens de Noah.

Noah: Não te prendo aqui, mas imploro para que pelo menos me informe onde está. Sabe que é perigoso, S/n. Volte pra casa.

─── Você está me escutando?

Noah: Minha garota teimosa, volte pra casa. Por favor, baby. Droga, se eu ainda pudesse te punir por ser malcriada você estaria ferrada.

─── Vou para casa. ─── peguei minha bolsa e coloquei as folhas dentro dela.

─── S/n, o que houve? ─── Jaden parece confuso. ─── Estamos tão perto de acabar com isso. Você só precisa...

─── Cala a porra da boca, Jaden! Não, e não! ─── respirei fundo para parar de gritar, mas ele estava me irritando pra caralho. ─── Está fora de contexto. Não farei nada disso. Isso não é uma opção pra mim. ─── dei as costas.

─── O que é? ─── Ele segurou meu braço e me fez o olhar. ───  Você ainda ama esse idiota? É por isso que não quer trair ele?

─── Não! ─── me afastei e cerrei os olhos. ─── Eu não o amo.

─── Então fode com o primeiro cara que ver na sua frente e acaba com isso de uma vez por todas, S/n! ─── desferi um tapa forte em seu rosto e ele se calou tocando a mão na bochecha agora vermelha.

─── Não grite comigo. Você não me dá ordens. ─── afirmei apontando meu dedo em seu rosto. ─── Da próxima vez em que aumentar seu tom de voz para falar comigo, te farei engolir a porra do revólver guardado na minha bolsa. Me ouviu? ─── segurei em seu queixo com força. ─── E te juro, juro por tudo que é mais sagrado, Jaden, que não pensarei duas vezes antes de quebrar a sua cara. Entendeu?

─── Tudo bem. ─── me afastei dele. ─── Continue vivendo o seu inferno naquela casa, ao lado daquele babaca. Se é isso que você realmente quer.

─── Eu pensarem em outro jeito de quebrar o contrato.

─── Tem medo de machucar o coraçãozinho dele? ─── esse garoto está realmente querendo um buraco no meio da testa. ─── Quem se importa com esse cara, ele prendeu você a ele.

─── É questão de caráter, Jaden. ─── algo que você com total certeza não entende. ─── E além disso, eu e Noah tivemos... temos uma história. Posso estar com toda a raiva do mundo, posso odiá-lo o quanto for, mas não farei isso.

─── Ele te fez reviver seu pior pesadelo. ─── fechei meus olhos com força e ao abrir encarei ele.

─── Isso não significa que tenho que fazer o mesmo com ele.

─── Como quiser. ─── deu de ombros.

Já passa das onze da noite, e ela ainda não apareceu. Liguei diversas vezes e nada, mandei inúmeras mensagens e apesar de visualizar, ela não respondeu nenhuma.

Estou deitado em minha cama esperando por um milagre. Tento me controlar para não ir atrás dela, para não rastrear seu celular é trazê-la de volta para casa.

Quando meu celular vibra com a chegada de uma nova mensagem eu praticamente pulo da cama, esperando que a mensagem fosse dela.

Número desconhecido

Desconhecido: Ela está tão linda.

Desconhecido: Vestidos ficam muito bem nela, mas um blazer e saia...

Desconhecido: Parabéns, pescou a peixinha certa.

Noah: Quem é?

Desconhecido: Agora, sou a sua pior ameaça, o seu pior medo.

Desconhecido: Achei que estaria sentindo a minha falta, cara. Passamos bons momentos naquele galpão sujo e nojento. Me lembro de cada minuto.

Ryan.

Noah: Eu. Vou. Te. Matar.

Desconhecido: Para isso você precisar primeiro saber onde estou. Não vai ser tão difícil, estou mais perto do que você imagina.

*foto*

Ao carregar a imagem, vejo uma foto de S/n saindo do seu carro, está procurando algo em sua bolsa e posso ver na foto que está na frente de casa.

Caminhei com pressa até a janela do quarto, logo avistei minha menina parada na frente de seu carro, enquanto ainda mexe em sua bolsa. Assim como mostrava a foto.

Ryan: Ela está bem na minha mira.

Noah: Não toque nela, Ryan. Juro por Deus que se algo acontecer com S/n, vai se arrepender amargamente.

Ryan: Não está numa posição boa para dar ordens, Urrea.

Noah: Te caçarei até o inferno, pense bem no que vai fazer.

Ryan: Diga adeus a sua princesinha, Urrea.

Olhando para a janela novamente não avistei mais a minha mulher. Logo o desespero tomou conta de mim e larguei o celular na cama. Desci as escadas correndo até a porta de entrada o mais rápido que consigo.

Meu coração bate mais rápido a cada passo que dou em direção a porta. Quando estava prestes a abrir a porta, escutei um som de disparo do lado de fora. Meu corpo inteiro tremeu e eu congelei com a mão na maçaneta.

Uma pequena lágrima escorre por meu rosto imaginando o pior. Meu peito dói antecipadamente, e eu enxugo a lágrima teimosa do meu rosto para tomar coragem o suficiente para abrir a maldita porta em minha frente.

Ao abrir a porta em um movimento rápido, encontro minha esposa parada em minha frente, com os cabelos bagunçados, respiração irregular, e um pequeno corte que sangra localizado na garganta.

─── Por Deus! ─── murmurei ainda angustiado puxando S/n para meus braços em um gesto veloz. ─── Amor, você está bem? ─── a toquei para ter certeza de que nada estava errado. Quando ela respirou fundo e escutei sua respiração se acalmar, tive certeza de que estava bem. ─── Babe...

─── Estou bem, Noah. ─── ela me apertou em seus braços. Surpreso mas com o meu peito repleto de felicidade com seu ato, a apertei em meus braços como se nunca mais fosse soltar. Eu gostaria de nunca mais sair desse abraço, porque a sensação estava mais do que incrível. ─── Ele está lá fora.

Me afastei dela e caminhei para o lado de fora a procura de Ryan. Logo ao lado do portão de nossa casa estava um corpo ao chão, um homem baleado no peito. Não era Ryan. Encarei minha esposa que estava séria, como se nada demais tivesse acontecido.

─── O quê aconteceu? ─── me certifiquei de que o cara estivesse morto e voltei até ela. ─── Eu escutei um disparo.

─── Ele chegou por trás e colocou uma faca no meu pescoço.─── ela diz calma e aponta para o pequeno corte em sua pele. Eu me aproximo tocando sua mandíbula para verificar aquele corte com atenção. ─── Não foi fundo.

─── Deixe-me analisar com mais calma. ─── suas mais cobrem as minhas que estão sobre seu rosto. Seu belo olhar me transmite tranquilidade e paz. ─── Estou assustado pra caralho, linda.

─── Já disse que estou bem. ─── ela murmurou, sua frase me tranquilizou um pouco mais. Sinto o pequeno carinho do seu polegar em minha mão, que me faz sorrir. ─── De verdade.

─── Certo. ─── afasto minhas mãos de seu rosto e olho para ela com atenção. ─── Explique.

─── Eu eestava com uma arma na bolsa. ─── franzi a testa em confusão. Por que ela carregava um revólver? ─── Chutei o pau dele e depois tirei o revolver da bolsa atirei. ─── ela contém uma risada e me mostra a arma, logo a reconheço. ─── Antes que surte com isso, sim, peguei no seu escritório. E sem permissão.

─── Eu nunca agradeci tanto por você ser tão teimosa! ─── sorrio deixando um beijo delicado em sua testa. ─── Mas por que carregava a minha arma na sua bolsa, princesa?

─── Defesa pessoal? ─── ela disse e eu ri a puxando para um outro abraço, dessa vez não correspondido.

─── Achei que tivessem tirado você de mim. ─── respirei fundo inalando seu cheiro doce, o qual eu amava. ─── Ninguém vai te tirar de mim, não é? ─── sorrio sem que ela veja.

─── Sabia que ele estava atrás de mim? ─── ela desfez o abraço e me olhou com atenção, esperando uma reposta. Encarei a rua escura e o cadáver no chão.

─── Vamos entrar, aqui fora não é seguro. ─── tranquei a porta da entrada e subi as escadas com S/n. Chegando em nosso quarto, peguei meu celular sobre a cama e mandei una mensagem para o Bailey, pedindo para que cuidasse do cadáver no portão da minha casa.

─── E então? ─── ela questiona enquanto observa o quarto. Não mudei nada por aqui, tudo está onde deveria estar, menos ela.

─── Eu estava deitado, te esperando chegar, fiquei muito preocupado, você visualizou mas não respondeu nenhuma das minhas mensagens, e também não atendeu nenhuma das minhas ligações. ─── cruzei os braços e a encarei seriamente. ─── Sei que não gosta de que eu pegue no seu pé, mas precisa me escutar quando chamo sua atenção.

─── Eu estava ocupada. ─── ela suspirou e mordeu o canto do lábio. ─── Foi mal.

─── Não quero te prender aqui, S/n, mesmo sabendo que posso fazer isso, não quero te prender dentro desta casa, mas se for preciso, eu farei. ─── ela suspirou apenas me escutando. ─── Portanto, peço que atenda às minhas ligações e responda as minhas mensagens. Não é justo me torturar com os pensamentos de que pode estar correndo perigo.

─── Não fiz de propósito. Quando visualizei suas mensagens Já estava voltando para casa.

─── E como explica as ligações?

─── Meu celular estava no silencioso.

─── Espero que não se repita nada disso. Sou seu marido, querendo você ou não. Preciso ao menos saber por onde a minha mulher anda.

─── Podemos não discutir agora? Sei que discutir comigo é um dos seus passatempos favoritos, mas temos que focar em outra coisa agora. ─── travei meu maxilar e me aproximei dela. Com minha expressão séria a olhei.

─── Não traga o passado a tona. Não misture as nossas antigas brigas com essa conversa. Diferente de todas as outras discussões que tivemos, esta aqui não foi uma, e sim um diálogo. Pare de tentar fazer com que eu me sinta horrível. ─── ela sorrio de lado e olhou atentamente para mim. ─── Já chega, S/n.

─── Não estou tentando trazer o passado a essa conversa, só apresentei um fato. ─── suspirei e neguei com a cabeça.

─── Eu estava deitado na cama, te esperando chegar, até que recebi uma mensagem no meu celular de um número desconhecido. ─── disse mudando de assunto. ─── Ele me mandou uma foto sua de quando estava chegando em casa. ─── caminhei pelo quarto e me encostei na parede. ─── Eu logo percebi que era Ryan. Mas ele parece apenas ter observado de longe.

Meu celular vibra em meu bolso com uma nova mensagem do tal número desconhecido, ou devo dizer, Ryan.

Ryan: Quem poderia imaginar que a princesinha estaria armada, não é?

Ryan: Na próxima vez, me certificarei de derrubar sua garota antes que ela tenha alguma chance de pensar.

Ryan: Eu não estou brincando. Você tirou tudo de mim. Minha família. Meu dinheiro. A minha vida. Irei tirar o seu bem mais precioso. Se despeça dela enquanto tem tempo.

Noah: Você não vai tirar nada de mim. E sabe por que? Porque vou te caçar até o inferno, e não vou descansar até te achar. E quando eu achar, Ryan, porque eu irei, vou me certificar de não apenas acertar a sua cara mas de te matar de uma vez por todas.

Logo meu celular vibra com a chegada de uma imagem. Uma foto minha com S/n na entrada da minha casa, quando a abracei a poucos minutos atrás. O desgraçado ainda estava lá fora.


Ryan: Que momento mais lindo. Pena que ela te odeia, né?

Ryan: Eu estava com vocês na minha mira, acertaria sua cabeça em apenas um tiro, Urrea. Mas não quero que você morra sem antes sofrer e pagar pelo que me fez.

Ryan: Vou te atormentar por um logo tempo, vai viver se perguntando onde estou, se estou prestes a colocar uma faca na garganta da sua mulher, ou se estou observando ela enquanto toma banho.

Ryan: Vou te atacar com o que mais tem medo de perder. E depois que você sentir a dor de não ter mais essa vadia com você, irei aterrorizar você até que desista da sua vida.

Fechei os olhos com força e joguei o celular em cima da cama. Passei a mão no rosto e suspirei frustrado e sentindo uma parte minha ficar apavorada com sua ameaça.

Encarei a minha esposa que estava confusa com minha reação repentina, e a mesma se aproximou para pegar o celular jogado sobre a cama. A impedi segurando em sua cintura e em seu pulso firmemente e mantendo meu olhar sério nos seus olhos calmos.

─── Não. ─── digo seriamente e ela me olhou ainda mais confusa e curiosa.

─── O quê ele disse?

─── Nada importante.

─── Deixe- me ver então. ─── ela tenta novamente chegar até o aparelho mas eu a seguro com mais firmeza. ─── Me deixe ver.

─── Linda, eu disse não. ─── meu tom foi um pouco mais rude. ─── Não, não precisa ver as mensagens. Acho... ─── essa é a última coisa que eu gostaria de fazer agora, mas uma parte minha me diz que preciso ficar sozinho e não deixar com que as ameaças de Ryan deixem ela preocupada. ─── Acho melhor você ir para o seu quarto.

─── Oh, certo. ─── ela coloca uma mecha de cabelo atrás da orelha e se afasta de mim. ─── Tudo bem, estou saindo.

─── Temos que conversar sobre suas saídas demoradas. ─── voltei ao assunto anterior. ─── Não pode mais acontecer, S/n.

─── O que está dizendo?

─── Você percebe o que acabou de acontecer? Ele está atrás de você.

─── Então vamos dar um jeito de pegá-lo. ─── seu tom foi firme, ela já estava convencida a fazer isso.

─── Não será tão simples quando não sabemos onde ele está, e se tem você na mira dele.

─── E se fizéssemos uma armadilha? ─── franzi a testa com sua sugestão. ─── Pode funcionar. Eu saio de casa...

─── Jamais te colocaria em risco, sabe disso. Essa ideia está fora de questão.

─── Mas o que vamos fazer então? Ele estava lá fora e você não faz ideia... ─── a interrompi novamente.

─── Você não vai fazer nada. Não vou te colocar na mira desse idiota, S/n. ─── mordi meu lábio e suspirei antes de voltar a falar. ─── E se não der tempo de encontrar ele? Se Ryan atirar enquanto você anda por aí? E se eu não conseguir mata-lo antes de que ele mate você? ─── minha respiração estava ofegante após falar tão rápido.

─── O que ele disse pra você? ─── eu passei a mão no rosto e desviei meu olhar. ─── Por que está tão aterrorizado?

─── Não estou aterrorizado.

─── Você não tinha medo de nada. Cadê o Noah de antes? Você não abaixa a cabeça pra ninguém.

─── Eu não gosto de abaixar a cabeça e muito menos me ajoelhar para ninguém, você tem razão, eu não tinha medo de absolutamente nada. ─── me aproximei. ─── Mas também está esquecendo de uma parte da história,  esqueceu que antes eu não tinha você como minha prioridade, que não tinha tanto medo assim de perder você.

─── Entendi.

─── Não, você parece ainda não ter me entendido bem. Como pode esquecer de que agora eu tenho você? De que minha maior preocupação agora é te proteger. Sempre foi na verdade, porém estou disposto a não deixar você sair com um arranhão.

─── Já entendi, Noah. Eu já entendi.

─── Essa briga é minha. Ryan está querendo se vingar de mim, e vai te usar como meu ponto fraco. Ficará fora disso.

─── Mas você só o castigou porque ele me machucou. Então eu tenho uma grande relação com essa briga.

─── Só vá para o seu quarto e não saia de lá antes de falar comigo. Ok? Só te peço isso.

─── Está bem. ─── ela concordou e eu agradeço mentalmente por não agir com teimosia. ─── Boa noite, Noah.

─── Boa noite, S/n. ─── murmurei.

Assim que ela saiu do quarto passei as mãos pelo cabelo tentando me acalmar porquê acho que estou prestes a ter um ataque de pânico. Suspirei e sentei no chão gelado do quarto, encostando na parede e fechando os olhos.

─── Por Deus, apareça agora. ─── pedi em um sussurro. ─── Preciso de você. ─── murmurei com esperanças de que a minha irmã "fantasma" aparecesse e me ajudasse a tirar as paranoias da minha cabeça.

Eu ri de mim mesmo por estar chamando por uma morta que é fruto da minha imaginação.

Coloquei as mãos no rosto e respirei fundo tentando afastar o medo dentro de mim, mas já era tarde demais. Aquele cretino já tinha conseguido o que queria, me aterrorizar. O medo está correndo em minhas veias, tomou conta de mim, e agora não sairá mais.

Imaginar o pior faz meu coração doer intensamente, então apenas puxo o ar pela boca e solto pelo nariz, tentando pensar nos momentos bons que me trazem paz só de lembrar.

Flashback - capítulo 81

─── Tenho que tomar banho. ─── ela disse parando o nosso beijo.

─── Temos. ─── me afastei e vi ela retirar suas roupas. ─── Minha sebosa.

─── Eu não sou sebosa, você que é seboso. ─── ela disse após ficar nua, enquanto eu ainda removia minhas roupas.

─── Você gosta do seu seboso, não é? ─── falei entrando no box, já sem roupa alguma, e vi ela rir e entrar junto para tomarmos nosso banho.

─── Não gosto, eu amo. ─── sorrio fraco para ela, desviando o olhar para o chuveiro. ─── Amor, olha pra mim. ─── seu tom foi sério, me fazendo a olhar com atenção.

─── Sim?

─── Não fica assim toda vez que eu falo que te amo, por favor.

─── S/n, eu... ─── minha fala foi interrompida por ela.

─── Não, para. ─── se aproximou olhando em meus olhos atenciosamente. ─── Por que já está me chamando de S/n? Para de mudar o jeito que me trata sempre que me escuta dizer que te amo, por favor.

─── Eu não sei o que fazer e nem o quê lhe dizer. ─── assumi e ela sorriu colocando sua mão em meu rosto.

─── Já entendi, tudo bem, está tudo bem, ok? ─── deixou um carinho em meu rosto. ─── Não precisa me dizer nada, pelo menos não agora, mas procure ser sincero comigo em relação aos seus sentimentos, é só isso que lhe peço.

Ela se aproximou entrelaçando seus braços em meu pescoço, e então entrelacei os meus em sua cintura, mantendo nossos corpos juntos.

─── Te amo amor, muito. ─── ela disse e aproximou nossos lábios.

Flashback off

Um sorriso bobo nasce em meus lábios, afastando o pânico, lembrando de que ela me amou primeiro, de que fez de tudo para que eu voltasse a amar e que fosse capaz de amar a ela. S/n conseguiu, aqui estou eu, amando loucamente e intensamente a garota que roubou meu coração. Aquela que se tornou o meu lar, a minha casa.

Flashback on

─── E eu estou adorando ter os dois lados seus, minha doce menina inocente, e minha mulher gostosa e sexy. ─── ela sorriu de lado com as bochechas coradas. ─── Porra isso me deixa louco e completamente obcecado.

─── Qual seu lado preferido?

─── Não tenho um lado preferido, acredite os dois lados são uma combinação perfeita, porque você possuí sua própria essência.

─── Mas você prefere o lado que te dá prazer, não é mocinho? ─── Me olhou desconfiada.

─── Não posso mentir que ter você nua, montada em cima de mim com uma expressão sexy, gemendo, revirando os olhos, e me deixando te foder gostoso é mais do que incrível. ── ela riu um pouco envergonhada. ─── Mas ter aquela minha menina carente, teimosa, carinhosa e manhosa que me enche de beijos e me deixa cuidar dela com carinho, é simplesmente único. ─── ela sorriu e eu devolvi com um outro sorriso.

─── Você sabia? ───.franzi meu cenho confuso com sua fala repentina.

─── Sabia do quê?

─── Que o gato mia. ─── ela soltou uma risada gostosa me fazendo gargalhar em seguida com sua brincadeira sem graça que teve uma certa graça para nós.

─── Você é incrivel, meu bem. ─── sorri a puxando para um beijo.

Flashback off

O modo como essa garota me faz rir é espetacular, sua risada me chamou desde a primeira vez que a encontrei. Um dia contarei a ela sobre esse dia. Um dia explicarei como sua risada salvou a minha vida.

Flashback on

─── Vai baby, me chama de seu gostoso outra vez, eu adoro ouvir isso, você não tem noção!

─── Meu... ─── sorri esperando a última palavra. ─── Chato! ─── ela correu com a intenção de ir até o banheiro, mas eu a segurei impedindo e recebi uma gargalhada sua.

─── Seu gostoso, baby. Fala! ─── comecei a fazer cócegas nela e vi minha menina rir.

─── Para, para, para! ─── implorou.

─── Fala princesa, quem é o seu gostoso?

───.Você! É você, agora para por favor! ─── pediu entre risos.

─── Eu sou o quê?

─── Você é o meu gostoso!

─── E você, é o quê? ─── Questionei ainda lhe fazendo cócegas.

─── A sua gostosa! ─── ela exclamou já não aguentando mais as cócegas.

─── Isso, somente minha. ─── a beijei após parar as cócegas e vi ela respirar ofegante. ─── Minha, amor. ─── disse entre seus lábios. ─── Porra, você é só minha amor, e de mais ninguém. ─── falei entre nosso beijo, apertando e acariciando partes do seu magnífico corpo. ─── Somente a minha mulher, o meu amor, e eu sou tão obcecado por você, droga.

Flashback off

Eu não era apenas obcecado por ela, já estava apaixonado, oorem mal sabia, não entendia meus sentimentos, não sabia que aquilo era amar. Eu sinto falta de nossas brincadeiras clichês e mais doces que algodão doce.

Solto uma risada baixa lembrando dos melhores momentos da minha vida ao lado dela. Ainda sou completamente obcecado por ela, não imagino um dia que não serei.

Flashback on

Saímos da jacuzzi e fomos até o nosso quarto, estávamos parecendo crianças andando pela casa molhados, e ainda por cima pelados, foi tão divertido ver ela sorrir com as nossas palhaçadas.

─── Nós molhamos a casa toda! ─── ela exclamou me fazendo rir junto.

─── São loucuras como essas que eu quero fazer com você pro resto da minha vida! ─── ela me olhou, seus olhos brilhavam, seus lindos olhos que me encantaram desde sempre.

─── Para o testo da vida?

─── Sim meu bem, para o resto da vida, eu e você somos para sempre não é? Todo o sempre, minha princesa.

Flashback off

Loucuras. Ah como sinto falta de nossas loucuras.

Eu sorrio mais uma vez e encaro o teto do nosso quarto. Neste cômodo fizemos várias lembranças. Fizemos amor, rimos até a barriga doer, compartilhamos segredos, brigamos, dormimos agarrados, ajudamos um ao outro com nossos medos e traumas.

Mesmo se um dia ela me deixar, se algum dia escolher e der um jeito de fugir de mim, esse quarto, essa casa, sempre estará a espera dela. É o nosso cantinho. Aqui nos apaixonamos e nos odiamos pela primeira vez. É especial demais para mim.

Olhei pela janela e percebi o quanto a lua brilhava esta noite. Encarei a aliança em meu dedo e me perguntei se ela se arrependeu de ter me entregado a sua. Não imagino que um dia estarei tirando essa aliança do meu dedo.

Fiz uma promessa mentalmente, prometi que jamais tiraria esse anel do meu dedo, nem se isso precisasse custar a minha morte.

Isso é importante demais para mim, é mais do que um anel, é um símbolo, uma lembrança do dia em que a tornei minha. Minha mulher, meu amor, minha parceira, minha amiga, minha companheira, minha prioridade, minha linda menina.

Ela é minha, e não importa o que o tempo ou as pessoas dirão sobre isso.

Eu a transformei minha e a fiz me amar, a dei carinho, algo que ela nunca recebia nem mesmo de seus pais. Lhe dei proteção e amor, ofereci a ela o meu abraço e o meu coração.

Nada me fará duvidar do quanto ela é minha e do quanto sei que a fiz feliz, apesar de toda a dor que nosso relacionamento acabou gerando.

Levantei do chão, fechei a cortina e apaguei a luz do quarto, deixando o espaço completamente escuro. Tirei a camisa e me deitei na cama, me aconchego naquele enorme espaço que antes era apertado tendo ela aqui.

Peguei seu travesseiro e o abracei tentando fazer meu coração acreditar que um dia ainda estarei abraçando seu corpo nessa cama, não apenas seu travesseiro.

Sinceramente, não sei por quanto tempo continuarei aqui, abraçando um travesseiro e tendo que me alimentar das memórias passadas com ela.

Quero poder formar novas memórias e ter novos momentos com a mulher que amo. Mas enquanto isso não acontece me contento com as migalhas que ela deixou para mim.

Não faço ideia de quanto tempo mais terei que esperar para que sua ferida se cure, para que então ela me deixe ajudar a cicatrizar o ferimento que deixei nela. Não sei quando me deixará cuidar dela, mas apenas me deito e espero esse dia chegar com as esperanças que ainda tenho em meu coração.

Esperarei o tempo que for necessário para senti-la em meus braços outra vez. S/n esperou tanto tempo para que eu finalmente me apaixonasse por ela, posso esperar ela me perdoar.

Esperarei o resto da vida se necessário.

─── Bom dia, Rosa! ─── digo descendo as escadas e me sentando na mesa que estava enfeitada de comida. ─── Você sempre se esforça pra deixar duas pessoas de barriga cheia não é? ─── observei a fartura daquela mesa. ─── Isso é muito, Rosa.

─── Tudo para ver vocês satisfeitos. ─── ela sorriu e se afastou quando Noah desceu as escadas se sentando na cadeira a minha frente.

─── Bom dia. ─── Eu disse levando um copo de suco até a boca e observando o moreno.

─── Bom dia. ─── ele sorriu de lado sem olhar para mim. ─── Bom dia, Rosa. ─── disse sorridente quando a mais velha se aproximou de novo.

─── Bom dia, querido. Dormiu bem? ─── o sorriso de Noah diminuiu mas ele assentiu. ─── Vocês dois estão estranhos, aconteceu alguma coisa que eu não fiquei sabendo?

─── Você sempre é a primeira a saber de tudo, Rosa. Não se preocupe, se acontecer qualquer coisa você saberá primeiro. ─── eu sorri e ela riu com minha fala.

─── Tenho que sair agora, tudo bem se deixar vocês sozinhos por algumas horas?

─── Claro. ─── concordei.

─── Antes de ir, estará dispensada amanhã, Rosa. ─── diz Noah. ─── O restaurante está pronto para a inauguração, você tem que estar lá e colocar ordem em tudo aquilo.

─── Oh senhor, claro, e mais uma vez obrigada. ─── todos sorrimos. ─── Só não sei se conseguirei comandar aquilo tudo, é um lugar grande.

─── Você tem funcionários excelentes, Rosa. Ensine a eles o que sabe e seu restaurante já será o melhor da cidade. ─── Noah sorriu e Rosa agradeceu sorrindo antes de sair pela porta.

Um silêncio se formou na mesa e se prolongou até que nós dois tivéssemos terminado. Me levantei e observei o olhar do moreno seguir meus movimentos.

─── Eu preciso sair. ─── Digo e vejo ele passar a mão no rosto e suspirar.

─── Me deixe levar você.  ─── Noah levantou. ─── Preciso ao menos ter noção de onde está, e enquanto estivermos juntos tenho certeza de que nada acontecerá com você.

─── Tudo bem.

Não seria uma boa ideia de que Noah me levasse até a casa de Jaden, quem ele tanto odeia. Ele não sabe que estou me encontrando com Jaden, e se descobrir que sei o que pode acabar de uma vez com o nosso contrato, nunca me permitirá sair de casa.

Não vou esconder dele que estou visitando Jaden, ele descobrirá de um jeito ou de outro, então que seja por mim.

─── Posso fazer uma pergunta antes de sairmos? ─── questionei quando ele pegou as chaves de seu carro.

─── Claro. ─── parou em minha frente e esperou.

─── Pense na pior coisa que eu poderia fazer para você, algo que te deixaria irritado, muito bravo, mais do que o normal. ─── ele franze a testa.

─── Onde quer chegar?

─── Apenas pense.

─── Certo. ─── assentiu e prestou atenção nas minhas seguintes falas.

─── Agora me diga, se eu fizesse isso que está pensando... ─── o moreno me encara ainda mais confuso. ─── O que faria comigo?

─── O que está querendo dizer? O que eu faria com você? ─── ele parece muito mais confuso.

─── Me daria uma lição? ─── falei baixinho e automaticamente ele arregalou os olhos completamente assustado com a minha pergunta.

─── Está me perguntando...

─── Se perderia a cabeça comigo. ─── sua boca está entreaberta, parece surpreso, chocado, e um tanto irritado.

─── Você está louca? ─── Ele riu. ─── Quando chegou a conclusão de que eu seria capaz de agredir você, S/n?

─── Foi só uma pergunta.

─── A pergunta mais estúpida que já ouvi em toda a minha vida. O que te fez pensar isso? ─── suspirei cruzando os braços.

Jaden, Jaden colocou isso na minha cabeça. Sei a reposta de Noah, mas não sei o que me deu para fazer essa pergunta.

─── Eu te fiz pensar isso? ─── seu olhar que antes estava surpreso com minha pergunta, agora se tornou preocupado. ─── Eu te causei medo? Em algum momento demonstrei querer violentar você, meu bem?

─── Não. ─── neguei rapidamente com a cabeça. ─── Não é nada disso.

─── Então, por que diabos está me perguntando isso?

─── Por nada. ─── encolhi os ombros.

─── Eu sei que perco a cabeça quando fico irritado, e que sou louco quando se trata de você. ─── se aproximou. ─── Sei que já me viu matar pessoas na sua frente, S/n. Mas acha mesmo que eu seria capaz de tocar em você de uma forma violenta?

─── Não acho.

─── Eu arrancaria a minha própria mão se tocasse em você de uma forma violenta. Nunca vai acontecer, saiba disso.

─── Sei que não, vai. E mesmo se acontecesse, eu não apanharia de você sem antes quebrar todos os dedos da sua mão. ─── eu sorri brincalhona e ele prosseguiu sério. ─── Qual é? Perdeu o seu senso humor?

─── Lembra do dia em que presenciou quando Ryan tentou bater em Hina? ─── assenti cruzando os braços. ─── Prometi a você que jamais faria algo assim, porque vi o quão assustada ficou com aquilo. Prometi jamais encostar um dedo em você com a intenção de te machucar, nem mesmo deixar com que um outro alguém te machucasse, e pretendo manter essa promessa até o resto da minha vida.

─── Eu só... ─── comecei mas fui interrompida pela milésima vez.

─── Não. ─── seu tom é firme, mas ele está calmo. ─── Por favor, não diga mais nada. ─── Noah suspirou e olhou em meus olhos. ─── Você não sabe o que causou em mim agora, apenas fazendo essa pergunta estúpida.

─── Foi só uma pergunta, Noah. Eu sabia que você não faria nada disso.

─── Se perguntou, era porque você tinha alguma dúvida. ─── comprimiu os lábios. ─── Agora espero que todas as questões estejam respondidas. ─── seu olhar me transmite decepção, como se minha pergunta o ferisse. ─── Por Deus, S/n. Apesar de toda a merda que sou, nunca passou pela minha cabeça tocar em você de uma forma agressiva.

─── Vamos encerrar isso. ─── digo. A tensão já estava enorme. ─── Preciso sair, e se você vai mesmo me levar, vamos logo.

Ele suspirou assentindo e com as chaves de seu carro nas mãos, foi o primeiro a sair de casa, e entrar no carro.

(...)

─── Só pode estar de brincadeira com a minha cara. ─── Noah resmunga após parar o carro na frente da casa de Jaden. ─── Ele? Que porra está acontecendo com você? É ele que está colocando essas merdas na sua cabeça? ─── sua voz expressa tamanho desgosto. ─── Eu o mato.

─── Ele é meu amigo. ─── amigo o caralho.

─── Amigo? ─── o moreno ri. ─── Ok, amor, olha aqui pra mim. ─── ele toca meu rosto delicadamente. ─── Talvez você não se lembre bem, provavelmente há um probleminha em alguma parte do seu cérebro, temos que te levar pro historial. Mas antes deixe-me lhe dizer, Jaden é o filho da puta que brincou com você e os seus sentimentos por um longo tempo.

─── Noah. ─── tentei falar mas ele estava intrigado demais para me ouvir.

─── Não sabe que ele se aproximou de você por uma aposta? Que mentiu diversas vezes pra você? Que te deixou de lado quando você mais precisou?

─── Eu sei disso. ─── comento calmamente.

─── Você bateu a porra da cabeça de novo? ─── ele envolve suas mãos em meu rosto e observa meus olhos.

─── Noah. ─── afasto suas mãos. ─── Estou bem, e ciente do que ele fez a mim. Sei o que estou fazendo.

─── Eu não entendo. ─── ele nega a cabeça. ─── Você conseguiu perdoar ele, e não a mim?

Suas palavras me pegam de surpresa. Noah desvia seu olhar para a janela ao seu lado e morde os nós dos dedos. Suspirei tentando encontrar uma mentira para que ele acreditasse e não insistisse mais nesse assunto.

─── Jaden é meu amigo, e... ─── falei a primeira ideia que veio a minha cabeça. ─── Hoje é o aniversário dele. ─── O olhar de Noah vem até mim e ele pareceu aceitar a mentira. ─── Agora tenho que ir.

Esperei ele falar mais alguma coisa, porém, não disse absolutamente nada. Noah apenas encarou a estrada a sua frente e destravou as portas para que eu pudesse sair. Quando abri a porta e a fechei, olhei para dentro do carro. Ele estava com as mãos no volante, mordendo o lábio inferior e negando com a cabeça frequentemente.

─── Eu realmente não entendo. ─── sua voz sai como um sussurro. ─── Desculpe, mas nunca vou entender o fato de estar indo para casa de outro homem, ao invés de estar tentando encontrar uma solução para o nosso relacionamento. ─── vejo dor em sei olhar. ─── Não entendo, S/n. ─── ligou o carro. ─── Me ligue quando terminar, virei te buscar.

Lá se foi ele, dirigindo com uma velocidade mais rápida do que deveria. Meu peito doeu, mas afastei esse incômodo em meu peito e me aproximei para tocar a campainha da casa de Jaden.

─── Até que enfim. ─── ele sorriu largamente. ─── Entra.

Entrei em sua casa e me sentei no sofá, ainda pensativa sobre a conversa que tive com Noah no carro. Mentir não é algo que eu gostaria de fazer, mas será preciso por enquanto.

─── Quer suco? ─── Ele questionou indo até a cozinha.

─── Não. ─── respondi simples.

─── Refrigerante? ─── neguei com a cabeça. ─── Tem certeza de que vai negar coca-cola, S/n? ─── seu tom foi brincalhão e eu o olhei logo assentindo que queria. ─── Já levo.

Enquanto Jaden se ocupava com a bebida, peguei o papel do contrato em minhas mãos e li novamente com mais atenção. Apesar de ter lido e relido mais de dez vezes seguidas nas últimas horas, ainda não podia acreditar que aquelas eram as únicas opções.

─── Aqui. ─── ao voltar da cozinha ele me entregou o copo com refrigerante até o topo e eu bebi um pouco antes de voltar minha atenção ao papel. ─── Já sabe o que vai fazer?

─── Não sei. ─── passei as mãos no cabelo..─── Realmente não sei.

─── Não quer se livrar de tudo isso? ─── Ele perguntou ao se sentar ao meu lado. ─── Quer ser livre e fazer o que bem entender sem ter ele te dando ordens ou te prendendo a ele?

Eu senti vontade de bater na casa de Jaden, mas me controlei e continuei meu papel. Eu queria tudo aquilo, ser livre, não ter algo que me prenda ao Noah para o resto da minha vida.

─── Eu só não quero estar presa a ele, não quero que isso continue. ─── mordi o lábio inferior pensativa. ─── Com esse contrato ele pode me mandar fazer qualquer coisa, e eu terei que fazer porque a porra da minha assinatura está na merda desse papel.

─── Vamos dar um jeito. ─── ele tocou minha mão que estava sobre a minha coxa, e me mostrou seu copo de refrigerante, depois apontou pra o meu, me chamando para um brinde ridículo. Peguei meu copo, e após o brinde levei até minha boca, bebendo alguns goles, deixando o copo um pouco abaixo da metade. Estava com sede. ─── Eu tenho algo a sugerir.

─── Suas ideias não são as melhores. ─── digo ironicamente. ─── Fala.

─── Você não quer apenas se livrar dele, quer se livrar de todas as lembranças que te levam aos dias ruins, aos momentos em que ele te causou dor, em que te fez sofrer.

Eu apenas continuei escutando sem saber o que dizer. Era verdade. Sim. É exatamente isso que quero. Esquecer dos momentos dolorosos. Mas isso não é possível, sei que terei que conviver com eles pelo resto da minha vida, apenas quero tirar esse peso de mim, ainda me dói muito por dentro.

─── Você merece essa liberdade, S/n. ─── sua mão aperta a minha e um sorriso enfeita seus lábios. ─── Só assinou esse contrato por conta dos seus pais, mas eles não estão aqui, e você pode fazer o que quiser. Merece uma segunda chance de viver a vida que realmente quer.

─── Você está certo. ─── Eu suspirei afastando sua mão da minha e me deitando no sofá. ─── Mereço viver a vida que tanto quero. ─── sorrio pensando em tudo que desejo e sonho para mim.  ─── Quero viajar, sair daqui, estudar arte e... ser feliz.

─── Para ter o que você realmente quer, tem que encontrar um meio de acabar com o contrato, e depois será mais fácil ter o divórcio. Com apenas uma jogada, você faz xeque-mate. Nada te prenderá mais depois disso.

─── Não tenho um meio de acabar com isso. ─── sentindo-me cansada e atordoada com isso tudo, fechei os olhos e tentei relaxar e pensar.

─── Você sabe que tem. ─── o ouvi falar mas permaneci com meus olhos fechados. ─── Uma parte sua sente raiva de tudo que passou, de tudo que ele te causou. O porão, as brigas, as palavras de dor. Ele te destruiu, S/n.

─── Ele me destruiu. ─── repeti sentindo uma raiva enorme me dominar de repente. Lembranças dos momentos mais dolorosos, e das palavras mais pesadas assombram minha mente.

─── E se você permitir ele fará tudo novamente. ─── sinto ele colocar uma mecha de cabelo minha atrás da orelha. ─── Tem que agir.

─── Tenho que agir. ─── repeti e peguei meu copo, bebendo mais do refrigerante, terminando o copo inteiro. ─── Não preciso das desculpas dele, quero que ele me deixe ir.

─── Eu estou aqui e te ajudarei com isso. Para o que precisar. ─── olhei para Jaden e um sorriso pequeno se abre em meus lábios.

─── Obrigada, Jaden. ─── sussurrei.

─── O que faremos?─── ele se aproximou entrelaçando sua mão na minha.

─── O único jeito de quebrar esse contrato é fazendo ele sentir toda a dor que me causou. ─── eu sorri animada. ─── Vou me vingar. Tocando em seu ponto mais fraco.

─── Como planeja fazer isso? ─── olhei para ele e percebi seu rosto proximo ao meu. ─── Como quer que eu te ajude? ─── seu dedo acaricia minha bochecha.

─── É o único jeito...

─── É o único jeito. ─── ele repetiu e seus lábios tocaram meu pescoço. ─── Fazer ele pagar pelo que fez a você.

─── Eu o odeio. ─── disse enquanto sentia Jaden beijando meu pescoço, de uma maneira estranha, nada agradável, mas não me movo.

─── Eu também, querida. ─── sussurrou próximo ao meu ouvido. ─── O odeio tanto por te tirar de mim.

─── Jaden... ─── sussurrei baixo e ele me deitou no sofá de sua sala, ficando por cima de mim.

─── Vamos acabar com isso. Deixe-me te ajudar a quebrar esse maldito contrato. ─── suas mãos vão até os botões do meu short e eu gemi, não satisfeita, mas não sabia o que estava sentindo.

─── Vamos... ─── fechei os olhos e senti que iria adormecer de repente.

Jaden removeu meu short, e em seguida minha blusa. Logo eu estava apenas de roupas íntimas em sua frente, e aquilo era estranho demais. Nada agradável.

─── Jaden... ─── ele beija minha barriga e sobe com seus lábios até os meus seios em gestos rápidos.

─── Vamos nos vingar dele, querida.

─── Vamos.

Já se passou uma hora desde que deixei S/n na casa do seu "amigo". Como ela pode confiar nele? Como pode estar na frente daquele filho da puta depois que lhe contei o que fez para ela? Ele a usou.

Acaricio Lucky que estava deitado em meu peito, tirando um cochilo. Não costumava deixar essa praga dormir comigo, muito menos subir na minha cama, mas ultimamente ele tem sido meu único companheiro.

Parece que sabe quando preciso de companhia, ou quando estou mal e preocupado. As vezes me pede para brincar com ele, e quando não faço, tenho alguns dos meus sapatos mordidos e acabados. Essa praga sabe se vingar bem. Puxou ao papai.

─── Temos que fazer um acordo, mocinho. Sei que você já descobriu que tenho dinheiro suficiente pra comprar quantos sapatos eu quiser, mas isso não significa que pode destruir os sapatos do seu pai.

O cachorro rosna enquanto ainda descansa. Ele parece entender o que digo, e isso me faz rir. Lucky tem passado mais tempo comigo do que com S/n, acho que se apegou a mim.

─── É sério, meu chapa. Você tem seus brinquedos pra morder. ─── faço carinho em sua cabeça enquanto observo o pequeno animal deitado sobre meu peito nu. ─── Prometo brincar com você pelo menos uma vez por dia, desde que não destrua meus sapatos. Temos um trato? ─── Ele latiu me fazendo rir. ─── Meu garoto.

Meu celular vibra com uma ligação surpreendente. Quando leio o nome marcado, franzo a testa. Um dos meus advogados está ligando, faz muito tempo desde que falei com ele, não sei o que quer. Não estou em um dos melhores momentos para conversar e debater negócios, mas pode ser urgente, então resolvi atender.

─── Alô?

─── Senhor, Urrea. Aqui é Dane Johnson. ─── reconheço sua voz e seu nome. ─── Fui responsável pelo contrato que fez com a família Hidalgo.

─── Sei, me lembro de você. Algum problema?

─── Sua esposa esteve na minha casa ontem. ─── com suas palavras meu espanto me faz sentar na cama, o que assusta Lucky.

─── Como é?

─── Também não sei como ela descobriu meu endereço. Foi uma visita surpresa e tanto.

─── O quê diabos ela foi fazer aí?

─── Imaginei que o senhor não sabia dessa visita dela.

─── É claro que eu não sabia. ─── respondi óbvio.

─── Bom, ela veio aqui atrás do contrato original, copiou as folhas e saiu.

─── Me explique isso direito.

─── Senhora Urrea chegou aqui com um garoto, eles derrubaram meus dois melhores seguranças e eu não faço ideia de como ela conseguiu fazer isso. ─── suspirei passando a mão no rosto. ─── Estarei te enviando os vídeos das filmagens da minha câmera de segurança, é um tanto impressionante.

─── Certo. Mas me diga o que ela queria especificamente.

─── Ela perguntou sobre as regras do contrato, o que ela tinha que fazer para acabar com ele.

Meu coração apertou em meu peito. Ela levou isso a sério. Muito sério. Achei que não chegaria a descobrir sobre isso, era a última coisa que eu gostaria que soubesse.

─── Você não disse nada certo?

─── Ela estava com uma arma apontada para mim, acha que eu não disse? ─── seu tom foi sarcástico.

─── Droga, Dane. ─── me levantei. ─── Você disse tudo mesmo?

─── Ela sabe. Está com uma cópia da parte que mais a interessou. Ela quer quebrar o contrato e parecia disposta a fazer isso.

─── Ela não faria isso. ─── neguei com a cabeça caminhando de um lado para o outro no quarto.

─── Tem certeza?

Sinto um sentimento horrível me invadir e fechei os olhos com força tentando afasta-lo. S/n você não sabe no que está se metendo.

─── Algo mais? ─── questionei.

─── Não, apenas pensei que deveria avisar a você. Essa garota vai romper com o contrato, e você sabe que nada a impedirá de ir embora da sua vida após isso, Urrea.

─── Adeus, Dane.

Após desligar, apertei o telefone em minhas mãos e mordi meu lábio inferior com com força, pensando no que fazer. Logo o vídeo das câmeras de segurança chegou em meu celular. Lá estava ela, ao lado de Jaden.

Ela pede algo a ele, e logo depois leva as mãos do mesmo até sua bunda. Fúria me invade. Continuo vendo e logo os dois seguranças estão presos por algumas no portão da casa. Todos derrubados pela minha mulher.

Um sorriso me escapa. Eu ensinei a ela como se defender, ela está usando isso para romper o contrato, está usando isso contra mim. Maldita hora em que a ensinei a matar alguém.

Respirei fundo e me sentei na cama passando a mão entre os cabelos e pensando em uma solução. Lucky veio até mim como se adivinhasse. Fiz carinho nele enquanto pensava.

Se ela leu todas as cinco maneiras, sabe o que pode fazer para acabar não só o contrato, mas principalmente comigo.

Isso explica as perguntas de mais cedo. Perguntou se eu seria capaz de agredir a ela, porque sabia que se eu fizesse isso o contrato não existiria mais.

Porém, naquele momento eu não pensava em contrato algum, só não seria capaz de toca-la mesmo, não preciso de um contrato para me lembrar de que machucar uma mulher é mais do que errado.

A levei a casa de Jaden, o maldito está a ajudando nisso. Ela o odeia mas pediu a ajuda do desgraçado mesmo assim. S/n sabe que nenhuma das meninas a ajudaria nisso e precisava de uma cobaia. Mas logo ele?

Se algo der errado ela simplesmente joga a culpa em Jaden e se salva. Garota esperta. Minha garota esperta.

Estou com tanta raiva, mas por outro lado tão orgulhoso do que ela acabou de fazer. Menina má. Não consigo sentir raiva dela, mas me preocupo mesmo assim, ela tem uma arma em suas mãos, uma arma mais perigosa do que qualquer outro revólver.

Tenho medo do que ela fará com ela. Sabe que sua virgindade já foi tirada e não tem mais como usar isso contra mim. Sabe também que jamais concordaria em encerrar com o contrato, e que nenhum de nós está morto.

Ela tem consciência de que também não a machucaria. O que lhe resta a fazer é a exigência mais importante que fiz naquele contrato.

Ela não faria. Minha menina não seria capaz de fazer isso, sabe o quanto me machucaria, nem se tivesse toda a raiva do mundo faria algo assim.

A conheço melhor do que qualquer um. S/n jamais faria o que tanto temo.

Depois de alguns minutos, uma nova mensagem faz meu celular vibrar novamente. Pego em minhas mãos e abro a mensagem. No estante em que faço isso uma parte do meu coração se quebra em mil pedaços.

Não, reformulando, milhões de pedaços. Pensem em diversos cacos de vidros se espelhando por todo o chão após um copo ser arremessado com força no chão.

Meu coração está exatamente assim, e assim como um copo de vidro, consertar esse maldito coração quebrado em meu peito será uma tarefa difícil, ou devo dizer impossível.

Foi preciso uma foto. Uma foto enviada de um número que não está salvo em meu celular. A foto que me deixou nesse exato momento de coração partido.

Uma foto do corpo da minha esposa seminua na cama dele.

A maldita foto que atingiu todas as partes do meu corpo. Destruiu meu coração, e a minha alma. Fez meu corpo inteiro paralisar e doer.

Ela conseguiu me destruir. Se vingou da pior forma possível. Conseguiu.

Meu maior erro foi ter mostrado a ela onde doía. A mostrei todas as minha cicatrizes e como poderia me destruir. Agora a dor se instala em meu corpo como se aquele fosse seu novo habitat.

Sem comentários. Só estejam preparados para o próximo capítulo.

Enfim, o que tá acontecendo???? S/n e Jaden??? Do nada??? Teorias?

Meus bebês vão se machucar tanto :(

Espero que tenham gostado, fiquei feliz por ver que bateram a meta em poucos dias. Amo vocês. Obrigada <3

Já me segue? worldurreax 🌷

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