Alícia Narrando:
A ansiedade e animação de estar conhecendo um lugar novo me dominavam, a cada passo que eu e Henry dávamos ainda dentro do aeroporto eu já me sentia extremamente feliz. Fazia algum tempo que eu não viajava, eu e minha família sempre tivemos esse costume. Meus pais sempre gostaram de se aventurar em diversas viagens pelo mundo para conhecer diferentes culturas, nós já fomos ao Brasil, Índia, Emirados Árabes, França,México, Inglaterra e alguns outros lugares. Para os meus pais não havia momento bom ou ruim para viajar eles simplesmente compravam as passagens e quando nos dávamos conta já estávamos indo. Por meus pais possuírem trabalhos com horários flexíveis nunca tínhamos problemas para viajar pelo mundo eu sempre amei isso é tão divertido.
Por mais que todas as experiências e viagens que tive ao lado da minha família foram incríveis, nada se compara ao fato de estar viajando com Henry. É uma sensação de liberdade, algo diferente que eu nunca vivi antes, é tão especial pra mim estarmos aqui e eu espero que possamos repetir momentos como esse muitas e muitas vezes. Henry e eu nos privamos do nosso amor por muito tempo, deixamos de compartilhar momentos, risadas, histórias, e agora que estamos namorando eu sinto que cada segundo é precisoso demais para ser desperdiçado, eu quero me conectar a ele, quero conhecê-lo profundamente, eu o amo demais e quero que sejamos muito felizes.
O nosso vôo foi muito tranquilo, na verdade eu dormi praticamente o tempo inteiro, houve um momento em que Henry me acordou para que eu pudesse comer e depois lembro-me apenas de me encolher na poltrona e adormecer novamente. Ao todo foram três horas de viagem.
Havíamos acabado de desembarcar e eu estava mandando uma mensagem pra minha mãe dizendo que estava tudo bem e que já tínhamos chegado ao nosso destino.
-Cachinhos já peguei nossa bagagem.-Levantei a cabeça desviando a atenção da tela do celular para Henry.
-Foi bem rápido.- Comentei.
-Sim, elas foram umas das primeiras a aparecer na esteira.- Peguei minha mala puxando a alça para cima assim a carregaria com mais facilidade.- teve um cara que estava esperando ao meu lado que não deu tanta sorte, um dos guardas estava com aqueles cães farejadores e o cachorro ficou estranhando a bagagem dele então levaram pra conferir.
-Nossa que constrangedor!- Exclamei.- Melhor irmos logo antes que nos achem suspeitos.
-A única coisa de que podem me acusar é de ser o cara mais bonito do mundo.- Henry fez uma cara de metido e passou as mãos no cabelo.
-Ai amor a cada dia seu charme me encanta mais ainda.- Impliquei com ele.
-Eu sei que sou irresistível.- Balancei a cabeça rindo das coisas que ele falava.
Henry segurou minha mão e então caminhamos até a saída onde ficavam carros de táxi e ônibus de viagens estacionados, Lucas como o bom amigo que é irá vir nos buscar de carro para que não tenhamos mais gastos. Esperamos por poucos minutos e então um carro preto surgiu buzinando repetidas vezes, alguém abriu o vidro e colocou a cabeça para fora e começou a gritar, era Lucas fazendo com que sua chegada fosse marcante e escandalosa.
-Foi aqui que pediram serviço de uber grátis??- Ele gritou nos fazendo dar risada.
Não demorou muito para ele descer do carro e vir ao nosso encontro. Lucas abraçou Henry e então logo se afastou apertando seus braços e ombros.
-Nossa tá fortão hein amigo, toma cuidado hein Alícia esse teu namorado na praia sem camisa é um perigo!- Lucas me alertou.
-Eu vou ficar de olhos bem abertos.-Respondi.
Alguns carros começaram a buzinar e a reclamar pois o local onde Lucas estacionou o carro não pode permanecer por muito tempo, então nos apressamos em colocar nossas coisas no porta malas e entramos no carro.
-Vocês estão com fome?- Lucas perguntou enquanto dirigia por Los Angeles.
-Morrendo.-Respondi.
-Vou passar no Mcdonalds e pagar um lanche pra vocês.- Quando ouvi isso eu fiquei tão feliz que até duvidei um pouco.
-Tá falando sério?- Questionei desconfiada.
-Se não quiser eu não pago.-Ele falou de modo tão sério.
-Lucas, amigão, você sabe que eu te amo né?- Henry começou a falar essas coisas para convencer nosso amigo.
-Calma não precisa implorar não, eu vou pagar porque estou de bom humor e com dinheiro no bolso.-Lucas afirmou.
-Por mais momentos como esse amém!- Henry pediu levantando as mãos para o céu.
-E então vocês já sabem onde vão se hospedar? Tem um quarto disponível no hostel onde eu estou ficando mas eu não recomendo muito, aquele povo é muito doido da cabeça nem eu sei como fui parar lá.-Ele conta dando risada de cima mesmo.
-Não se preocupe com isso eu já aluguei um quarto em um hotel próximo a praia.- Henry respondeu.
Como eu estava no banco traseiro e Henry no banco do passageiro eu pude perceber o olhar de Lucas pelo vidro do retrovisor. Sei o que ele deve estar pensando ao nosso respeito mas ele está completamente enganado, tenho certeza de que Henry alugou apenas um quarto por ser mais barato mas tenho certeza que terá duas camas de solteiro, para ficarmos mais a vontade.
Deixei os meninos conversando e me perdi na paisagem que eu via pela janela, Los Angeles me encantou ainda mais agora que estou vendo tudo pessoalmente, pelo fuso horário ser de três horas de diferença agora são 21h na noite, alguns detalhes estão meio apagados pela escuridão da noite mas o lugar continua perfeito. As lojas e restaurantes bem iluminados deixando tudo muito atrativo para nós turistas, pessoas caminhando pela rua com sacolas de compras, e claro que não pode faltar as palmeiras distribuídas pelas calçadas.
Seguimos alguns minutos dentro do carro até que chegamos ao nosso destino, um Mcdonald com um estilo meio retrô cheio de leds amarelo e vermelho deixando-o bem chamativo, diferente das outras lanchonetes esse Mcdonald era tipo um drive thru que você pode ir a pé. Descemos do carro e acompanhamos Lucas até o balcão, o local não estava muito cheio então rapidamente fizemos nossos pedidos e eles ficaram prontos.
-Bom eu quero comunicar a vocês que além de um ótimo amigo eu sou um ótimo guia turístico.- Lucas começou a falar e eu o ouvia atentamente enquanto comia minhas batatinhas com ketchup.
-Valeu por ter nos trazido ao McDonalds Cara!! Esse é o melhor lanche que já comi- Disse Henry dando uma bela mordida em seu hambúrguer.
-Eu não trouxe vocês apenas no Mcdonalds, eu trouxe vocês no Mcdonald mais velho do mundo, ele existe desde 1953.- Fiquei boquiaberta ao ouvir isso.
-Está falando sério!- Lucas assentiu.- Que loucura! Ele resistiu a tantas mudanças que aconteceram com o passar do tempo.- Comentei.
-Pois é meu amor eu não sou qualquer guia turístico não! Eu tenho conhecimento, eu tenho cultura!- Lucas rebateu nos fazendo rir.
Horas depois Henry e eu estávamos entrando no hotel de barriga cheia e muito cansados, tudo o que eu queria queria era tomar um banho e dormir. Passamos pela recepção e após fazer check-in pegamos a chave do nosso quarto.
-Amor qual o número do nosso quarto mesmo?- Perguntei enquanto andávamos pelo corredor.
-É o número 27.- Ele respondeu e logo avsitei a porta no fim do corredor.
-É no fim do corredor, mais alguns passos e vamos finalmente descansar.- Avisei meu namorado.
Henry destrancou a porta do quarto e me deixou entrar primeiro, puxei minha mala junto comigo e entrei no quarto já acedendo as luzes, foi então que percebi que bem no meio do quarto havia uma enorme cama de casal e isso me deixou surpresa, parei no meio do quarto e fiquei olhado para aquela cama enorme que Henry e eu iríamos dividir por três dias seguidos.
-Eu espero que você não se incomode com o fato de o quarto ter apenas uma cama, achei melhor deixar o outro com duas camas de solteiro para outras pessoas, como somos namorados não tem problema já fizemos isso antes.-Ouvi sua explicação e então Franzi as sobrancelhas.
-Já fizemos isso antes?- Questionei me sentindo perdida.
-Sim, quando eu e vocês ficamos sozinhos na sua casa, teve uma noite que a gente estava assistindo filme e você dormiu no sofá, eu te peguei no colo e te coloquei na cama quando fui me afastar você me pediu pra ficar com você e eu fiquei.- ao ouvi-lo contar aquelas coisas essa memória foi destravada em minha mente, como pude me esquecer disso.
Flashback on
-Ally! Ei...-Ouvi alguém me chamando mas meu sono me impedia de abrir os olhos.
Senti meu corpo abandonando o sofá e sendo carregado, abracei a pessoa sentindo seu perfume e seu calor me tranquilizarem, eu não queria sair dali estava tão confortável.
Meu corpo afundou em uma superfície macia e o perfume e o calor que eu tanto estava gostando se afastaram de mim então me forcei a abrir meus olhos e vi Henry me cobrindo com a manta.
-Fica...-pedi não querendo me sentir sozinha.
-O que?- Ele sussurrou confuso.
-Fica aqui comigo você é quentinho e cheiroso.- Eu estava tão embriagada de sono que essas palavras foram as únicas coisas que consegui dizer.
O colchão afundou e meu corpo foi envolvido por braços fortes, apoiei minha cabeça em seu peitoral quente e macio.
Flashback off
Senti os braços de Henry circulando minha cintura, ele me abraçou por trás colando seu peitoral em minhas costas, senti quando ele beijou meu pescoço carinhosamente.
-Aquela foi a melhor noite de sono da minha vida.- Ele sussurou em meu ouvido e eu arfei me sentindo arrepiada.
Virei meu corpo ficando de frente para ele, passei meus dois braços em volta de sua cintura e suas mãos pousaram sobre meus quadris, olhei em seus olhos me sentindo um pouco tímida pelo que ele disse.
-Eu tinha me esquecido disso.- Percebi o momento em que suas sobrancelhas se juntaram estranhando o que eu falei.- Não me entenda mal, é que depois daquele dias as coisas não deram muito certo pra nós, brigamos no dia de Natal e ficamos meses sem nos falar, acho que criei um bloqueio em minha mente para esquecer esses dias dolorosos.
As expressões no rosto de Henry suavizaram, ele olhou para mim com tanto carinho e compreensão que fiquei constrangida. Ele inclinou seu rosto em minha direção e encostou sua testa sobre a minha, fechei meus olhos e fiquei em completo silêncio.
-Eu me lembro perfeitamente de todos os dias que passei ao seu lado e principalmente me lembro da nossa briga, eu me arrependo tanto amor por ter feito você passar por aquilo. As vezes eu ainda me cobro por ter sido tão imaturo e feito você sofrer.- Ele desabafou.
Meu coração se apertou, o modo sôfrego como ele falou me deixou tensa, eu não quero que ele carregue esse peso de culpa.
-Não quero que se cobre pelo que aconteceu, isso ficou no passado e agora estamos juntos e podemos criar muitas memórias felizes.- Afastei meu rosto um pouco do seu e toquei seu maxilar dedilhando meus dedos em um carinho suave.
Henry sorriu pra mim, um sorriso tão cheio de brilho e alegria que me contagiou. De repente meus pés saíram do chão, ele me ergueu pegando-me no colo e fez minhas pernas rodearam sua cintura, assustada segurei firme em seus ombros.
-Henry o que está fazendo?- Exclamei dando risada.
-Estou criando memórias felizes.- Após ele dizer isso senti quando minhas costas foram de encontro ao colchão.
Henry deitou meu corpo suavemente sobre a cama, seus olhos não desviaram dos meus em nenhum segundo. Suas pernas estavam apoiadas uma de cada lado da minha cintura, minhas mãos ainda estavam apoiadas em seus ombros, ele tocou meu rosto de modo tão gentil e carinhoso que me causou um friozinho na barriga, minhas bochechas devem estar vermelhas e eu nem sei ao certo como reagir, Henry tem um jeito tão atraente de ser que faz eu me sentir uma menina boba e inexperiente as vezes.
-Linda.-Ele sussurrou.
Seus dedos faziam movimentos circulares sobre minha bochecha, era tão bom sentir seu toque quente e suave em minha pele, isso me acalmava e fazia meu coração acelerar ao mesmo tempo. Nós estávamos em completo silêncio pois a forma como nos olhávamos dizia tudo que nenhuma palavra seria capaz de explicar. Fechei meus olhos me entregando por completo aquele momento, foi então que os lábios de Henry cobriram os meus sugando-os com firmeza, senti o momento quando sua outra mão tocou minha cintura apertando-a com força e isso me fez suspirar. Sua língua adentrou minha boca e começou a dançar com minha fazendo o beijo se tornar cada vez mais intenso. Eu não pensava em mais nada apenas no quanto eu desejava demonstrar a ele o quanto eu o amava, através do meus toques e carinho.
Minha mão direita deslizou por suas costas sentindo seus músculos que estavam escondidos abaixo do tecido de sua camiseta, a outra mão foi até sua nuca onde meus dedos adentraram em seus fios de cabelo, eu o queria cada vez mais perto de mim. Em determinado momento ficamos sem ar e então nos afastamos, ambos ofegantes mas ainda assim querendo mais um do outro. Henry inclinou o rosto em direção ao meu pescoço e distribuiu alguns beijos suaves por ali, por cada centímetro que seus lábios iam passando eu sentia como se estivesse queimando, como se eu estivesse sendo marcada para ser dele para sempre.
-Eu amo você Alícia.- Ele murmurou enquanto beijava meu pescoço. - Eu espero poder te fazer feliz pelo resto de nossas vidas.
-Você vai Henry, porque é e sempre será você o amor da minha vida.- Respondi acariciando seu rosto.