Mantenha Distância

By LucySaycer

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Jéssica Hernandez não compreende o motivo de ser odiada por Brandon Scott desde que pisou no ensino médio. Br... More

sinopse
personagens
epígrafe
capítulo 1: de volta à escola
capítulo 2: lembranças do primeiro encontro
capítulo 3: intimidação
capítulo 4: sobre garotas legais versus garotas ruins
personagens | parte 2 |
capítulo 5: aceitar ou... revidar?
capítulo 6: acontecimentos que antecedem uma reação inesperada
capítulo 7: ultrapassando barreiras
capítulo 8: um novo aliado
capítulo 9: um dos motivos
capítulo 10: minneapolis
capítulo 11: uma péssima ideia?
capítulo 12: pare de olhar!
capítulo 13: sobre alguém incompreensível.
capítulo 14: ajudando o carrasco.
recadinho🔥
capítulo 15: olhares intensos
capítulo 16: observador perverso
capítulo 17: sucumbindo
capítulo 18: muito além do prazer
capítulo 19: palavras surpreendentes
capítulo 20: momentos...
capítulo 21: devolvendo algo
capítulo 22: ruídos suspeitos
capítulo 23: êxtase
capítulo 24: visita inesperada
capítulo 25: perguntas convenientes
capítulo 26: um tempo juntos
capítulo 27: a semente da dúvida
capítulo 28: sobre pedidos e declarações
capítulo 29: transparência
capítulo 30: sobre pertencer a alguém
capítulo 31: completamente entregue
capítulo 32: provocações
capítulo 33: confiar ou [não] confiar
capítulo 34: o confronto
para sempre, Juliet
capítulo 35: sobre atitudes que machucam
capítulo 36: revelações
capítulo 37: esse é o motivo?!
capítulo 38: sobre eventos do passado - parte 1
capítulo 39: sobre eventos do passado - parte 2
capítulo 40: sobre eventos do passado - parte final
capítulo 41: satisfeito?
capítulo 42: um novo ciclo
capítulo 43: ligação misteriosa
capítulo 44: aproveitando oportunidades
capítulo 45: submetendo-se
capítulo 46: sobre desfechos inusitados
capítulo 47: finalmente a sós
capítulo 48: queda épica
capítulo 49: acontecimentos importantes
capítulo 50: situação inquietante
capítulo 52: agindo rapidamente
capítulo 53: sintonia perfeita
epílogo

capítulo 51: reencontro desagradável

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By LucySaycer

Assim que paro no meio da escada, meu coração praticamente salta do peito quando reconheço o homem que eu chamava de pai.

Esteban está diferente, se eu levar em conta sua barba, agora inexistente, e seu cabelo, antes longo, cortado rente à cabeça.

Parece que ele rejuvenesceu alguns anos, mas continua com seu semblante apático. Algumas coisas nunca mudam.

Ele me encara sem emoção enquanto termino de descer os lances de escada enfiada em minha velha camisola grande e folgada, que consiste em calça e camiseta.

— Olá, hija.

Não respondo, apreensiva.

Minha mãe tem os olhos tão assustados quanto os meus e está sentada no sofá, em aparente choque.

Es tu hija, Esteban? Muy guapa.

Só então me dou conta da outra presença na sala de estar. Um cara horrível, que nunca vi antes. Ele fede a fumo e sua aparência não é uma das melhores. Apesar de ser noite, ele usa um velho chapéu e exibe seus dentes podres com orgulho quando sorri em minha direção.

Estremeço.

— Sim. Minha filha, Juan.

O outro homem apenas continua sorrindo em minha direção, e eu desvio o olhar para minha mãe, preocupada.

Sem pensar duas vezes, corro em direção a ela e a abraço, sentando no sofá. Ela devolve o abraço e sinto que está tremendo.

— Desculpa pela janela. — Esteban sorri sem humor, apontando a janela agora destruída. Há vidro por toda parte. — Pensei que não havia ninguém em casa, então tive que entrar por ela.

— Fale logo o que você quer, Esteban! E saia da minha casa. — minha mãe diz entredentes, recompondo-se do choque anterior.

— Você sabe o que vim fazer aqui, mulher. Quero a porra do meu dinheiro! — dispara. — Vivi uma vida de merda em um casebre no México por todo esse tempo e preciso de alguma grana para me manter naquele lixo de lugar.

— Não chame minha humilde residência de lixo. — Juan diz, revelando seus dentes horríveis mais uma vez.

Mamãe bufa, enojada.

— Você sabe que não posso conseguir essa quantia, Esteban. Não sou rica. — ela fica de pé e se aproxima dele antes que eu possa impedir. — Por que está fazendo isso, seu miserável? Dei graças a Deus quando você sumiu, e agora que reapareceu só consigo sentir asco, seu...

Ela se cala com o tapa que Esteban acerta em seu rosto.

Grito, assustada e amparo minha mãe, voltando com ela para o sofá.

— Mãe, você está bem? — digo com lágrimas nos olhos, e ela assente, abalada. Encaro o Esteban com ódio. — O que você fez, seu monstro? Nunca mais pense em tocar na minha mãe, entendeu?

Temo quando ele se aproxima e logo estou choramingando de dor quando ele aperta meu braço e me faz ficar de pé, apertando minha pele sem um pingo de delicadeza.

— Vocês duas não são ricas, mas seu namoradinho é. — sorri sardonicamente ao ver minha cara de surpresa. Como ele sabe? — Está curiosa para saber como eu descobri? Bom, coloquei Juan para te espionar esse tempo todo. Ele viu você saindo do carro de um cara aparentemente rico. Foi uma surpresa quando o seguimos e descobri que ele é o pirralho que estava naquele acidente que fodeu minha vida. Mas a raiva passou quando eu soube que ele tem bastante dinheiro. Por isso pedi os 10 mil. O Scott pode pagar.

— Não, ele não é meu namorado. — minto, tentando fazê-lo esquecer disso.

Não quero o Brandon envolvido em encrenca por minha causa. Ele não tem culpa nenhuma.

— Não minta, fedelha. Sei que estão juntos.

— Eu...

— Ligue para ele agora. Chame-o aqui.

— Não!

Ele me solta, e amplio os olhos quando ele saca uma arma do bolso da calça e a aponta para a cabeça da minha mãe.

— Ainda vai desobedecer a seu padre? — sorri.

— Por favor, não a machuque. — minhas lágrimas molham meu rosto incessantemente. — Eu vou ligar para ele, mas meu celular ficou lá em cima. Tenho que pegá-lo.

— Eu vou com você. E Juan... fique de olho na Rosa. Eu já volto.

— Não a machuque, Esteban. — mamãe soluça e meu coração se aperta ainda mais.

Meu pai revira os olhos e volta a apertar meu braço, levando-me com ele pelas escadas.

Desvio o olhar da minha mãe relutantemente e termino de subir a escada, seguindo com Esteban para meu quarto.

No interior do cômodo, encaro o celular sobre a cama e sigo até ele, pegando-o em seguida com a mão livre. Ele solta meu braço e ordena:

— Ligue para o Scott.

Vejo que há diversas chamadas perdidas de Brandon e mensagens. Hesito antes de discar seu número, e Esteban exige que eu coloque no viva-voz.

Brandon não atende e só cai na caixa postal.

— Me dê isso aqui. — Esteban toma meu celular e tenta ligar para ele, mas também não consegue.

Brandon não atende de jeito nenhum, o que me faz supor que ele não deve estar perto do celular agora.

Mierda! — Esteban resmunga, jogando o celular de qualquer jeito na cama e saindo do quarto.

Fico sem reação até que ele grita:

— Traga o seu celular. Fique ligando até aquele moleque atender. E nada de dar uma de engraçadinha e acionar a polícia, ou vai sobrar para sua mamá.

Não respondo e carrego meu celular comigo, fazendo o que ele ordenou.

Segundos depois ouço o barulho de uma buzina lá fora e prendo a respiração repentinamente.

Será que é o Brandon?

Aflita, desço as escadas praticamente correndo e vejo que meu pai puxa a cortina sobre a janela, escondendo-se parcialmente atrás dela. Com a cortina e considerando a semiescuridão da rua, não vai dá para notar muito que o vidro da janela foi destruído.

Antes que eu possa me aproximar e ver se é Brandon, meu pai já confirma minha teoria ao sorrir amplamente, como se tivesse ganhando na loteria.

— O garoto da sorte chegou! — diz e sinto um nó no estômago. — Fiquem em silêncio.

Quase no mesmo instante ouvimos batidas na porta e Esteban acena com a cabeça para mim e aponta a porta.

Entendo o que tenho que fazer e quase recuo, mas Esteban decide apontar a arma em direção a minha mãe e isso me dá impulso.

Perdoe-me, Brandon.

— Jéssica? Senhorita Rosa? — é possível ouvir sua voz através da madeira e minhas lágrimas são visíveis quando entreabro a porta.

Brandon fica em choque quando me vê nesse estado.

— Por que não atendeu minhas ligações? Que barulho foi aquele? Por que está chorando?

Abro a porta ainda mais, então Brandon entra na minha casa.

— Me perdoa. Ele ameaçou minha mãe.

— Como?

Brandon entra, e Juan bate e tranca a porta atrás dele, fazendo-o se voltar espantado.

— Que porra é essa? — Brandon deixa escapar ao encarar os dois homens na sala. Seus olhos castanhos avaliam a situação e param em meu pai.

— Você é Esteban, não é?

Meu pai simplesmente assente, e vejo os punhos de Brandon cerrados ao lado do corpo.

— Sente-se, garoto. — meu pai aponta o sofá com a arma e Brandon faz o que ele ordenou relutantemente. Dá para ver que Brandon está se segurando pra não voar no meu pai. Espero que ele não faça isso. Não quero vê-lo machucado.

— Ei, Juan. Use a corda que está na mochila. — joga uma bolsa velha aos seus pés e tenho certeza de que trouxe com ele. — Prenda Rosa na cozinha com isso. — fico apreensiva quando ele diz. — Há um pano velho na mochila, além da corda. Amordace a boca dela. Só assim ela não vai atrapalhar minha conversinha com certa pessoa.

Com temor, vejo o homem levando minha mãe para a cozinha e depois já não consigo vê-la. Instantes depois o homem volta, e só então eu encaro o Brandon.

Noto o seu olhar preocupado em minha direção e sei que ele quer dizer um monte de coisas, mas ao invés disso, ele aponta o lugar ao seu lado.

Olho para o lugar, e Esteban solta um suspiro frustrado.

— Sente-se lá, fedelha.

Praticamente corro nessa direção e sento perto de Brandon. Ele entrelaça nossos dedos e por um instante me sinto segura.

— Não quero machucar ninguém. — Esteban diz como se não tivesse nos ameaçado e dado um tapa na minha mãe. Quase reviro os olhos diante da sua hipocrisia. — Eu só preciso do dinheiro e, segundo minhas pesquisas, você pode me dar isso, Scott. Sei que namora minha hija. — Brandon me encara curioso, e meu pai completa. — Não se preocupe. Jéssica não falou nada sobre você para mim. Descobri por meus próprios meios.

— Sei que Jéssica não falou. Confio nela. — Brandon resmunga, encarando seus pés. — Me passa o número da sua conta. Vou fazer a transferência. — ergue o olhar para o semblante satisfeito do meu pai. — E depois quero vocês dois bem longe daqui.

— Está bem. — Esteban dá de ombros e lança um papel no colo de Brandon. — Esse é o numero.

Sem hesitar, Brandon puxa o seu próprio celular do bolso e digita alguma coisa nele. Ele faz algumas perguntas para o meu pai durante o processo.

Sem que eles percebam, o tal Juan se aproxima de mim e senta no braço do sofá.

Fico desconfiada e sinto o cheiro desagradável que exala do homem. Tomo um choque quando sua mão aperta minha coxa. Estremeço visivelmente; o que atrai a atenção de Esteban e Brandon no exato momento em que Juan leva a mão até o meu seio esquerdo.

E então acontece.

Brandon se ergue tão rápido que quando me dou conta ele já empurrou o homem para o chão e está sobre ele, esmurrando-o nos lugares mais alcançáveis.

Com os olhos arregalados, observo o meu pai colocar a arma na cabeça de Brandon e fico completamente tensa.

— Não o machuque. — imploro.

Brandon freia seus movimentos, e percebo que Juan está com o rosto machucado depois dos socos.

— Pare com isso, moleque! Termine a transação e me entregue o dinheiro. Faça isso ou dê adeus a sua vida e a das duas mulheres dessa casa. — Esteban sentencia, e Brandon solta o homem, erguendo-se e voltando para o sofá.

Deixando o chapéu de lado, Juan se ergue com dificuldade e junta sua arma que caiu, meio amedrontado. Mesmo assim disfarça e encara Brandon com ódio, como se quisesse matá-lo naquele instante.

Sinto um calafrio e me achego mais ao Brandon, que volta a pegar seu celular.

— Sabe... quando aconteceu aquele acidente, fiquei com muita raiva. — Esteban comenta, e Brandon para de digitar em seu celular.

Ele não responde e meu pai continua:

— Fiquei com raiva de você e daquele velho por ferrarem a minha vida.

Acaricio o braço de Brandon, quando ele fica rígido.

— Não liga para ele, amor. — sussurro, e ele respira fundo.

— Depois daquele dia tive que me esgueirar pela sociedade e logo voltei para o México. Juan é um primo distante e me acolheu no buraco onde ele mora.

— Buraco não! — o outro resmunga e percebo que não fala apenas espanhol.

— Ok, perdoe-me pela ofensa, primo. Bem, eu tive que me esconder e conseguir uma identidade falsa, além de mudar minha aparência. Não foi fácil me desfazer de tudo, mas foi o jeito. Se aquele maldito acidente não tivesse acontecido eu estaria bem, vivendo com minha hija e esposa nessa casa.

Estremeço só em imaginar a cena. Nossa vida seria um inferno, mas não deixo de pensar que Brandon não teria se machucado pela morte do avô. Não posso pensar egoistamente quando me lembro da dor emocional que ele sofreu.

— Sim, muita coisa poderia ter sido evitada, mas lembre-se que o único culpado do acidente foi você. — Brandon murmura entredentes.

— Você tem razão. — Esteban sorri e isso me embrulha o estômago. Ele não sente um pingo de remorso, é nítido.

Que espécie de homem é esse que pensa apenas em si mesmo?

— Eu também trouxe algo. — Juan se aproxima empolgado e lança outro papel no colo de Brandon. — Se Esteban pode receber, por que não posso?

— O que é isso? — Esteban questiona estranhando.

Brandon analisa o papel.

— O número da minha conta. Deposite 10 mil, garoto. Ou mais se desejar. — Juan exibe seus dentes horríveis e desvio o olhar, assustada.

Brandon estreita os olhos, e Esteban se aproxima do primo.

— Que porra é essa, Juan? Pra quê separar dinheiro? — ele se vira para Brandon e ordena: — Deposite mais 10 mil dólares em minha conta. Ficará um total de vinte mil. — sorri, imaginando a quantia.

Franzo o cenho.

— Mas o combinado não era apenas 10 mil? — questiono.

— Sim, mas Juan me deu uma boa ideia. Acrescente esse valor em minha conta. Sei que não fará falta para você, moleque.

— Não! — Juan se exalta, levantando a voz para meu pai. — Separe o dinheiro. 10 mil na minha conta e 10 mil na sua. Fim de assunto!

Eu e Brandon encaramos o conflito se desenrolar, e fico apreensiva com a situação. Espero que isso não termine em uma briga, afinal ambos estão armados.

— O que é isso, Juan?! Não confia em seu primo? Acha que vou lhe roubar?

— Não confio mesmo. — o homem cospe. — Além disso, os 10 mil dólares vão pagar suas despesas em minha casa. Você me deve muito, Esteban.

— Está me cobrando, seu filho da puta?! — Esteban empurra o peito do homem, fazendo-o cambalear.

Amplio os olhos.

Juan ri sem humor e grita de volta:

— Quero a minha parte também. Pensa que não tenho conhecimento do seu desejo de fugir e me deixar na mão?

— Onde você ouviu isso?

— Não ouvi, mas presumo que é isso que irá fazer. Você nunca foi confiável. Quero minha parte!

— Espere sentado, seu desgraçado sujo! — Esteban se vira para Brandon e está prestes a dizer alguma coisa quando ouvimos o barulho do disparo.

Acontece tão rápido que só tenho tempo de ver meu pai caindo com o tiro na cabeça.

Em cheio.

Ele despenca como um saco de batatas e levo minha mão à boca, em completo choque.

Encaro o homem estirado no chão e o sangue que jorra de sua cabeça, e ali tenho a certeza de que ele está morto.

A mão de Brandon enlaça minha cintura e escondo meu rosto em seu ombro, tremendo.

Nunca vi um homem morrer assim. Bem na minha frente. Apenas consigo sentir horror por ter presenciado isso.

— Vá para o inferno, primo! — Juan ri e chuta as pernas do meu pai. Levo um susto quando ele aponta a arma para a cabeça de Brandon, dizendo em seguida: — Sei que você está enrolando há horas com essa transferência. Faça o seguinte: esqueça a conta do falecido Esteban e deposite os vinte mil na minha conta. Seja rápido, mierda ou meterei uma bala na sua cabeça assim como fiz com ele.

Sinto muito medo com a sua ameaça, já sabendo do que esse homem é capaz. Ao contrário de mim, Brandon não parece amedrontado. Ele é frio em todo o momento e seu autocontrole me surpreende. Só o que denota sua raiva é o seu maxilar um pouco cerrado. Vejo que ele apaga os dados de Esteban do seu celular e cancela a transação anterior, começando a digitar as informações que Juan repassa.

— E depois me mostre o comprovante. Não tente me enrolar, moleque. — Juan diz entredentes, e Brandon assente devagar.

Poucos minutos depois, Brandon solta um suspiro e mostra algo no celular para Juan, que se abaixa um pouco para ver.

— Acabei de fazer a transferência. Aqui está o comprovante com alguns dos seus dados.

Juan sorri satisfeito em seguida, erguendo-se e encarando Brandon.

— Bom garoto. — meu peito aperta quando ele ergue a mão para Brandon, apontando a arma em sua direção. — Pena que não vai ficar vivo para contar história. Nem você e nem a garota. – aponta com a cabeça para mim. — Depois acabo com a vadia na cozinha.

— Não faça isso! — grito atordoada e fico de pé.

Nesse momento tudo acontece muito rápido e Brandon aproveita a pequena distração para avançar sobre Juan. Ele tenta desarmá-lo, e eu os acompanho com os olhos aflitos.

Meu coração está prestes a explodir e um grito sai da minha boca quando ouço um disparo.

— Não! Isso não! — começo a chorar incessantemente quando Juan se afasta de Brandon e meus olhos encontram o seu sorriso sádico.

Brandon coloca a mão no braço e cambaleia, com o cenho franzido de dor.

Juan chuta seu torso de forma que ele caia sentado no chão, segurando o ferimento.

— Não, não... — agarro o braço do homem quando ele está prestes a atirar em Brandon outra vez e o faço olhar para mim. — Não o machuque mais, por favor. — soluço, e ele ri.

— E você está disposta a fazer o quê por isso?

Engulo em seco.

— O que... o que você quiser. — desesperada, murmuro a primeira coisa que me vem à cabeça.

Encaro Brandon, percebendo que ele está com os olhos cerrados de dor.

Por favor, fuja, Brandon. Você não pode morrer, não pode!

— Hm, isso é muito tentador. — Juan diz com um sorriso malicioso.

Sinto um calafrio no estômago e asco instantâneo.

— Por favor. Chame a ambulância para ele. Por favor.

— Nada disso, vadia! Vem comigo. — ele me arrasta pela escada, segurando meu cabelo em um aperto firme e doloroso.

Ouço os resmungos da minha mãe na cozinha e tenho certeza que ela está tendo dificuldade para gritar por causa da mordaça. Mesmo assim creio que ela está mais segura lá na cozinha do que aqui na sala.

Juan ri alto e na mesma hora sinto horror ao imaginar o que esse homem pensa em fazer comigo. Tento fugir, mas o aperto em meus cabelos se torna mais forte, tanto que resmungo de dor.

— Vagabunda!

Com rapidez, consigo acertar uma cotovelada na barriga saliente do homem que me solta por um instante. Quando estou prestes a correr em direção ao Brandon e socorrê-lo da melhor forma que posso, Juan me puxa pelo braço e me lança no sofá maior.

— Vadia gostosa! — acerta um tapa tão forte em meu rosto que sinto gosto de sangue. — Quer transar na frente desse merdinha, não é? Pois é isso que terá! — sorri sadicamente antes de rasgar minha camiseta, revelando parte dos meus seios.

Soluço assustada, já temendo o pior, pois está sendo impossível me mover embaixo desse homem asqueroso.

Ouço o resmungo de dor de Brandon e nem consigo vê-lo porque a figura de Juan obstrui minha visão. Sem forças, apenas espero o pior...

Juan é tirado de cima de mim com brutalidade o suficiente para ser lançado no tapete da sala.

Com os olhos arregalados, vejo o exato momento em que Brandon tenta esmurrar o homem e consegue, mesmo com muito sangue em sua camiseta. A cada soco, vejo a sua fisionomia tomada de dor pelo tiro que recebeu, mas ele não para.

As lágrimas escapam dos meus olhos ainda mais, então fico em choque quando o homem dá um soco no machucado de Brandon, fazendo-o se afastar com o semblante tenso.

Eu até tento fazer algo, mas Juan me empurra outra vez para o sofá e agarra sua arma que caiu no chão quando Brandon o puxou de cima de mim.

Com um sorriso vitorioso, Juan aponta a arma em direção à cabeça do meu amor, que está meio ajoelhado no chão, e então eu ouço o barulho do disparo.



Continua...

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