Agradeço pelo feedback de alguns leitores no capítulo anterior🥰
Boa Leitura!
💞💞💞
Enquanto meus olhos surpresos encaram Brandon, não deixo de ser bombardeada pelas lembranças do último sábado.
***
Dias atrás...
Eu não deveria estar nessa festa, mas Rachel insistiu tanto que acabei vindo com Nathaly. Era o aniversário de um garoto do último ano, eu nem o conhecia, então apenas vim para sair da rotina em que estava enfiada.
— Acho melhor eu ir para casa. — murmurei, encarando os jogos de luzes e bebidas por toda parte. Os pais do aniversariante ali perto não pareciam dar a mínima, e isso era meio estranho.
— Fique um pouco mais, Jéssica. Não está se divertindo? — Whitney questionou, bebendo o conteúdo de seu copo vermelho.
— Não. — fui sincera e ela sorriu.
— Mas você pode gostar. Se continuar odiando isso aqui até as duas da manhã, eu e as meninas te levamos para casa. Eu trouxe o meu carro.
— Está bem. — concordei.
Na verdade, eu apenas queria estar em casa nesse momento, assistindo qualquer besteira na TV. Nos últimos dias, eu não estava muito afim de sair, considerando um possível encontro com Brandon. Já basta ter descoberto que ele era o motorista misterioso do carro preto e que me espionou por um bom tempo.
— Será que ele vem? — encarei Nathaly, que encolheu os ombros.
— Jessie, eu não... — calou-se, olhando surpresa para a entrada.
Olhei nessa direção, ficando incomodada em seguida assim que vi Brandon entrando no lugar com os amigos. Ele cumprimentou o aniversariante e supus que era seu amigo.
— Thomas e Brandon jogavam no mesmo time de futebol da escola. São amigos.
— Então isso explica sua aparição. — comentei meio sem jeito.
Não demorou muito para os olhos de Brandon cruzarem com os meus e ele ficar estático. Minha reação não foi muito diferente da dele.
Ele não se aproximou como pensei que faria, e uma parte de mim se sentiu incomodada. De toda forma, ele não tirava os olhos da minha figura e tomava sua bebida de longe, não disfarçando os olhares.
Decidi não olhar mais para o Brandon, e iniciei uma conversa com Zara que esteve quieta esse tempo todo.
Christopher se aproximou um tempo depois, e fiquei surpresa por vê-lo por ali.
— Você está bem? — foi sua primeira pergunta, e assenti com um sorriso.
Ele sorriu de volta e, para minha surpresa, me envolveu em um abraço. Eu soube que era sua forma de mostrar que apreciava nossa amizade.
Após o abraço, não consegui não olhar para o Brandon, e seu olhar não era um dos melhores. Ele com certeza olhou o abraço, mas não interviu com violência como eu esperava. Mesmo assim notei seus punhos cerrados ao lado do corpo e seu maxilar trincado. Ele estava odiando a situação, mas provavelmente estava dando tudo de si para não ter um ataque de ciúmes.
Estremeci diante do seu olhar e logo depois Christopher se despediu e se afastou em direção a uns caras.
Eu discretamente observava Brandon, e fiquei um pouco preocupada quando o vi pegando outro copo de bebida. Não demoraria muito para estar embriagado.
E não demorou.
Em questão de minutos, Brandon falava alto com seus amigos também bêbados e sorria de alguma besteira que falaram.
— Brandon está chapado. — Nathaly comentou, observando-os.
— Ele e os outros. Menos Rider. — Whitney disse.
— Seu namorado é quase um santo. Sabemos disso. — Zara ironiza e Whitney sorri orgulhosamente.
— Que bom que admite isso, querida Zara.
Mesmo me divertindo com as meninas, fiquei alarmada quando Brandon se dirigiu a Christopher ali perto. Temi uma briga.
— Ei, Turner. — consegui ouvir Brandon, mesmo em meio ao ruído da música.
— Ei, Scott. — o outro disse de volta, com certeza percebendo o estado alterado de Brandon.
— Você está aproveitando o meu término com a Jéssica, não é?
Ah, não!
Franzi o cenho, aproximando-me um pouco.
— Quem está aproveitando? — ainda bem que Christopher estava bem controlado. Ele não tinha cara de quem queria arrumar uma briga.
— Sabe, eu não mereço a Jéssica. Fiz muita merda, admito, mas por que você fica rondando ela, hein? Por que não se afasta? Eu até que estou respeitando o tempo dela, mas você está dificultando tudo, Turner!
Ofeguei quando ele empurrou o peito de Christopher, fazendo-o recuar alguns passos. Sei que uma briga estava prestes a se desenrolar, então decidi me meter.
Parei entre os dois e espalmei o peito de Brandon, fazendo-o me olhar surpreso.
— Brandon, pare com isso! Quer arrumar briga, é?
— Não. Eu só estava falando para ele...
— Chega, Brandon. Chega! — murmurei cansada, e então olhei para o Matthew que estava ali perto. — Ei, você pode levá-lo para casa em segurança?
— Claro. Vem comigo, Scott. — segurou o ombro do amigo, que reagiu negativamente.
— Não vou a lugar nenhum!
— Você tem que ir ou... — ele me encara e continuo. — Ou juro que beijo o primeiro cara que aparecer. — era uma mentira, mas pareceu funcionar quando ele arregalou levemente os olhos e assentiu logo depois.
— Eu vou então.
Eu o vi se afastar com Matthew e suspirei um pouco frustrada.
Depois do episódio, retornei para minha casa e entrei em meu quarto. Mamãe não brigou por eu ter saído, afinal ela sabia, então me lancei na minha cama e abracei o urso enorme em cima dela.
Minhas lágrimas molharam a pelúcia quando me lembrei do olhar magoado de Brandon, mas também de tudo o que aconteceu entre a gente para chegarmos a esse ponto.
Sem poder evitar, apertei o pequeno interruptor no centro do urso e logo ele emitiu um "eu te amo, Jéssica". Naquela noite, eu com certeza o fiz repetir isso até pegar no sono.
***
De volta ao presente, continuo encarando Brandon Scott, e analiso a situação com cuidado.
Será que vale a pena guardar rancor depois de ver sua real mudança? A vida é tão curta para deixar a melhor parte se destruir.
Recuo alguns passos e vejo o medo nos olhos de Brandon. Medo de que eu saia dali, deixando-o ajoelhado, e nunca mais volte a falar com ele. Medo de ter ido longe demais comigo e de não conseguir o meu perdão.
— Me perdoa, Jéssica. — murmura derrotado, aparentemente ferido, e a primeira lágrima desce por minha bochecha.
Pamela está sorrindo vitoriosa ali perto, com a certeza de que eu e Brandon não damos mais certo. Com a convicção de que vou deixá-lo naquele corredor e virar as costas.
— Brandon... eu... — respiro fundo e então decido agir.
Ouço cochichos agitados quando me ajoelho em frente ao garoto que mais amei na vida.
Aproximo-me um pouco mais, e sou capaz de sentir sua respiração ofegante contra meu rosto.
— Eu pensei que...
— Shhiii. — coloco um dedo contra seus lábios. — Chega de dúvidas. Chega de distância. — ele me encara com expectativa e continuo: — Eu apenas quero que você saiba que eu ainda te amo.
Ele parece sem fôlego quando confesso, e um sorriso começa a se desenhar em seus lábios.
— Isso é sério? — fica sem acreditar por um momento. — Não estou sonhando, Jéssica?
— Como posso provar que não é um sonho? — coloco o dedo contra o queixo, fingindo pensar. — Ah, já sei!
Antes que ele possa falar algo, colo os nossos lábios em um beijo.
Brandon fica sem reação por um momento, então sorrio quando suas mãos seguem para minha cintura e ele me puxa mais para si para que possa acompanhar o beijo cheio de sentimentos.
Como senti falta disso!
Não sei o que está acontecendo com nossa plateia exclusiva, mas logo em seguida ouço aplausos e gritos animados. Sinto Brandon sorrindo contra o beijo.
— Vamos sair daqui, suas vacas. — ouço a voz furiosa de Pamela, e com certeza ela está chamando suas amigas, mas não me viro para olhar.
Eu apenas mergulho no beijo profundo e incrível.
Fico confusa quando Brandon interrompe o beijo, e então fica de pé. Ele me dá sua mão e faço o mesmo que ele.
— Brandon... o que...?
Antes que eu possa terminar, ele me lança sobre o seu ombro e solto um gritinho ao mesmo tempo assustado e animado.
— Hora de matar aula, Hernandez. — diz animado, levando-me com ele pelo corredor.
Algumas pessoas ainda nos acompanham quando ele me leva até a saída da escola e me coloca dentro do seu carro.
Meus olhos estão arregalados durante todo o caminho, mas ainda consigo sorrir quando afirmo:
— Você é louco!
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Entre hoje e amanhã encerrarei o livro.