88° ANDAR (Jikook)

By LuneInfinie

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***NÃO REVISADA*** Em busca de ser reconhecido pelo pai, dono da maior empresa de segurança tecnológica de Se... More

💡⚙AVISOS⚙💡
PLAYLIST 88° ANDAR
PRÓLOGO
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EPÍLOGO
AVISOS

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By LuneInfinie

Será possível um homem, ainda que por um momento na vida, se sentir completo?

Eu poderia até não crer, antes de sentir tanto prazer como na noite passada, mas passei a acreditar depois disso.

Ainda que para ter obtido tamanha realização de nirvana eu tivesse dolorido, com a pele toda ardendo, os músculos doendo, e diversos hematomas pelo corpo.

Parecia que eu tinha sofrido um ataque de uma gangue vampiresca, formada pelo Drácula, o Clã dos Cullens e os Irmãos Salvatore do Diários de um Vampiro... mas foi apenas Park Ferinha.

O que aquele homem tinha de gostoso, tinha de perigoso.

Toda essa análise foi feita enquanto eu me olhava no espelho do banheiro que havia no quarto do Jimin. Era por volta de oito horas da manhã, eu tinha acordado com calor e fui logo tomar um banho. A água que caía do chuveiro fazia minha pele arder mais ainda.

Entretanto, eu não me arrependi, foi gostoso demais. Catapimbas de transa deliciosa!

O marrentinho também parecia quebrado, visto que, das duas vezes anteriores que já dormimos juntos, ele levantou primeiro, mas dessa vez não. Quando entrei no banheiro, estava ainda com os fios loiros esparramados pela cama.

Quase não tivemos força na noite anterior, para trocar a roupa de cama e tomar banho. E por falar, em banho, apesar do nosso fogo inapagável, nos lavamos tranquilamente, trocando carinhos, passando hidratante um no corpo do outro depois, assim como a pomada cicatrizante.

As imagens do seu rosto contorcido de prazer, do seu corpo sempre tão imponente, mas que sob os meus toques ficava trêmulo, amolecido com o prazer que eu lhe dava, não saiam da minha mente.

Nos deitamos às três da manhã, sentindo a exaustão vindo, e dormimos. Meu corpo realmente descansou, mas lá estava eu, no domingo de manhã, sentindo os efeitos da transa animalesca que tivemos.

Quando fui levantar, minha bunda e quadril doeram tanto, que parecia que alguém tinha tentado me esquartejar. Era mais ou menos como alguém que ia para a academia pela primeira vez, sem se exercitar, e ainda pegou o peso de três elefantes com obesidade mórbida.

Nota mental: Ir mais devagar da próxima vez... ou não.

Mexi na necessaire do marrentinho, sobre a pia, em busca de alguma base que pudesse esconder pelo menos os destroços visíveis, e me surpreendi ao encontrar um produto específico. Era a base de alta cobertura e longa duração que a Jisoo tinha nos oferecido no Sex Shop.

Haviam outras bases e corretivos na necessaire, por que Jimin comprou aquela? E o mais curioso, por que não comprou quando estava comigo, preferiu passar lá depois? Sim, porque o produto ainda estava lacrado, era novo, intocado.

E eu achava que mesmo antes de fazermos sexo, ele já se sentia totalmente à vontade comigo. Não sabia se deveria perguntar ou não, o motivo que o levou a fazer aquilo, porém, de forma alguma julgaria seus motivos.

Acabei não passando nada em meus hematomas, voltei para a cama, sentei no espaço vazio, onde antes eu dormia, e fiquei olhando para o seu corpo adormecido.

Ele dormia virado para o outro lado, vestia apenas uma cueca boxer, e estava coberto com o lençol até a cintura. Tive a visão das suas costas nuas, marcadas por meus arranhões, assim como o pescoço, e os ombros. Sorri, lembrando do seu rosto cansado quando fomos tomar banho. Ele ficava extremamente relaxado após fazer sexo do jeito que queria.

Passei a mão por sua perna esquerda que estava por cima ㅡ a da cicatriz ㅡ e inclinei-me para aspirar seu cheiro, na região das coluna, onde deixei vários beijinhos e percebi seus pelinhos eriçarem.

ㅡ Jungkook-ah... ㅡ ouvi sua voz rouca e sonolenta, e endireitei minha postura para olhar seu rosto.

ㅡ Pode voltar a dormir, ainda são oito horas, o Jin e o Namastê ainda nem chegaram ㅡ fiz um cafuné em sua cabeça e ele virou em minha direção para me olhar.

ㅡ Você está lindo com esse conjunto. ㅡ Eu usava moletom preto, o maior que encontrei em suas coisas, foi o que serviu. ㅡ Preciso de um banho também.

ㅡ Quero perguntar uma coisa a você ㅡ falei quando ele sentou na cama, fez uma careta de dor, e levantou em seguida. Não ligando por estar apenas de boxer, mostrando mais uma vez a cicatriz e as pequenas marcas na pele.

ㅡ 'Tá, mas só depois que eu escovar os dentes e tomar banho ㅡ bocejou, deu a volta na cama, e deu um beijo no topo da minha cabeça quando passou por mim.

ㅡ Vai, o bafo dos felinos são os piores, ferinha.

ㅡ Você brinca demais com a sorte. ㅡ Deu um tapinha no mesmo lugar onde beijou, e entrou no banheiro.

Ouvi o barulho do chuveiro sendo ligado e fui até a cozinha, preparar uma refeição. Coloquei arroz, legumes para cozinhar, e bolinhos de carne para irem descongelado no balcão. Seria o nosso café da manhã.

Ouvi o barulho da porta da entrada ser aberta, e logo percebi que eram Jin e o Namastê. A cozinha era aberta, foi possível avistá-los. Colocaram os calçados na porta, entre sorrisos.

ㅡ Oi, Jeon, está tudo bem por aqui? ㅡ O dono do apartamento perguntou, vindo até a cozinha. ㅡ Onde está o Jimin?

ㅡ Oi urub-... Seokjin. Ele está tomando banho. E você está bem? ㅡ atravessei o balcão para falar melhor com eles.

ㅡ Melhor do que o seu pescoço, obrigado.

Enquanto ele respondia, fui dar um abraço no Nam em silêncio, e ele cochichou em meu ouvido.

ㅡ Aproveitam a noite, né? A energia de vocês está dentro uma da outra. Dá pra sentir.

ㅡ Você não sabe o que mais colocamos dentro um do outro ㅡ cochichei de volta.

ㅡ Sem detalhes, Jungkook...

ㅡ Jeon, pode deixar que nós preparamos a comida.

ㅡ Oh, na verdade já coloquei algumas coisas para cozinhar, se vocês puderem preparar a carne, será ótimo.

ㅡ Deixa com a gente ㅡ confirmou o Kim sensitivo.

ㅡ Ok, então vou lá ver se o Jimin terminou de tomar banho.

Ouvi a risadinha deles enquanto eu passava pelo corredor.

Fui até o quarto novamente, e dei de cara com o marrentinho saindo do banheiro, vestido com uma camisa branca, e um short preto. Secava os cabelos com uma toalha e, quando me viu, abriu um sorriso.

ㅡ Você disse que queria perguntar algo, o que é? ㅡ andou distraído, colocando a toalha sobre o ombro. Sentei na ponta da cama, e o chamei com o indicador.

ㅡ Vem cá. ㅡ Jimin caminhou até parar na minha frente, e o puxei pela cintura para ficar entre as minhas pernas. ㅡ Quando fui ao banheiro, mexi na sua necessaire...

Ele comprimiu os lábios, sabia que eu não estava apenas lhe explicando que mexi nas suas coisas, visto que já tínhamos nos dado liberdade de mexer nas coisas um do outro para procurar o que queríamos, como roupas, ou produtos.

ㅡ E você encontrou a base que vimos no Sex Shop. ㅡ Completou e eu assenti, fazendo um carinho em sua cintura por baixo da camisa.

ㅡ Por que você a comprou? ㅡ Meu tom de voz era calmo e cuidadoso para que ele não me interpretasse errado.

ㅡ Pra cobrir esse estrago ㅡ apontou para o meu pescoço e riu, tentando descontrair, mas o sorriso não chegava aos seus olhos.

Estava mentindo.

Foi até bom, em certo ponto, porque pude reconhecer como ele se comportava quando mentia. Além do sorriso superficial, suas pálpebras tremiam um pouco e ele não conseguia manter o contato visual.

ㅡ Se você não quiser falar sobre isso, tudo bem... só não minta pra mim, por favor. ㅡ Jimin desfez o sorriso e olhou para baixo por um momento.

ㅡ Eu passei lá ontem de manhã, quando fui comprar mais algumas coisinhas... e acabei levando por precaução ㅡ explicou, dessa vez me olhando.

ㅡ Que precaução?

ㅡ Ah, sei lá, Jungkook. Eu queria ter possibilidades, uma segurança de que se eu ficasse nervoso e quisesse esconder essas marcas, eu teria essa opção. ㅡ Passou as mãos nos cabelos úmidos, inquieto.

ㅡ Mas você não usou ㅡ puxei sua perna esquerda para que ele a dobrasse e apoiasse o pé na ponta da cama.

Quando o fez, colocou a perna no espaço ao meu lado. Apoiei minha mão em sua coxa e acariciei a região da cicartiz coberta pelo short.

ㅡ É. Não usei... ㅡ inclinei-me sobre sua perna e comecei a beijá-la. Jimin pôs uma mão em meu cabelo.

ㅡ Então você se sente à vontade comigo? ㅡ questionei entre os beijos que lhe dava, enquanto alisava sua panturrilha com a outra mão.

ㅡ Agora mais do que nunca. Depois de ontem... ㅡ suspirou e não aguentei a distância, puxei-lhe para sentar em meu colo, com uma perna em cada lado do meu quadril.

ㅡ Eu nunca senti um terço do que você me fez sentir, Jimin. ㅡ Enterrei o rosto em seu pescoço, sentindo o cheiro de sabonete em sua pele. Beijei com cuidado, para não causar mais vermelhidão em certos pontos, e senti seus braços circularem minha cintura e as mão entrelaçarem em minhas costas. ㅡ Me sinto tão vivo.

ㅡ Eu também, a forma como você me toca é diferente de tudo... ㅡ ofegou próximo da minha têmpora, após isso trouxe seus lábios aos meus.

Nosso beijo iniciou de forma lenta, porém intensa, entretanto, meu celular começou a tocar em cima da cama, interrompendo-nos. No mesmo instante eu reconhecia o toque personalizado. Era Saw, música tema do Jogos Mortais, então só poderia ser o poderoso Jeon.

Eu não deixei de beijar minha ferinha por causa dele.

O toque parou e quase instantaneamente começou novamente, o que me fez estranhar, porque meu pai nunca foi de ligar duas vezes, tamanho era o seu orgulho. Dado isso, fiquei com medo de que fosse alguma coisa grave.

ㅡ Jimin, deve ser alguma coisa importante... me dá só um minuto ㅡ acariciei seu cabelo, ele se afastou por um momento, ainda em meu colo.

Estiquei o braço para trás, peguei o aparelho e aceitei a chamada.

ㅡ Você faltou o trabalho na quinta-feira, saiu no meio do expediente na sexta, e não avisou nada, Jeon Jungkook? ㅡ O homem disparou a falar quando o atendi.

ㅡ Bom dia, pai. O senhor ligou só pra reclamar? ㅡ Revirei os olhos, quando olhei para Jimin, vi ele fazer o mesmo.

ㅡ Desliga. ㅡ Ele sussurrou, em seguida beijou o meu pescoço levemente. Suspirei forte, e sorri do seu jeito de chamar minha atenção.

ㅡ Se prepare para apresentar o seu projeto na terça-feira, todos os acionistas e parceiros estarão lá, vai ser a sua oportunidade.

ㅡ O senhor não tinha dito que seria depois que a investigação acabasse? Eu preciso de mais tempo.

ㅡ Sem desculpas Jungkook, é uma oportunidade de ouro, se você tem tempo para faltar o trabalho, deve estar pronto até demais. Vai ser terça-feira e ponto final.

Jimin apertou minhas coxas e chupou minha pele bem no ponto de união entre meu pescoço e ombro.

ㅡ Meu Deus! ㅡ exclamei esganiçado, sentindo um arrepio violento com o seu toque.

ㅡ Chame por Deus mesmo, é melhor que essa apresentação saia perfeita. Era só isso que eu tinha para avisar. E da próxima vez que você faltar, eu vou-

ㅡ Ok, pai, obrigado! ㅡ Interrompi ele  com um tom sofrido, encerrei a chamada e larguei o celular na cama.

Olhando para o marrentinho com falsa repreensão por ter me desconcentrado por um momento, puxei-lhe deitarmos na cama, com eeu corpo cobrindo o meu percialmente.

Ficamos naquela posição, meio preguiçosos, enquanto eu alisava suas costas, e beijava seu ombro. Até que Jimin ergueu a cabeça preguiçosamente, e cruzou os braços sobre o meu peito.

ㅡ Seu pai ligou pra reclamar porque você saiu na quinta-feira?

ㅡ Ele me pediu para apresentar o protótipo na terça. ㅡ O loiro arregalou os olhos e ergueu o tronco.

ㅡ Minha nossa! E como você está com essa notícia? ㅡ olhou-me espantado pela minha tranquilidade ao falar.

ㅡ Normal, não caiu a ficha ainda. Acho que quando eu processar a informação, vou surtar.

ㅡ Jungkook, eu estava pensando aqui... a gente comentou de você falar com o Yoongi na segunda, não foi? ㅡ puxou-me para levantar.

ㅡ Sim.

ㅡ Será que não é melhor vocês conversarem depois da sua apresentação? Não sabemos o que ele pode dizer. Se algo te desestabilizar, você pode perder seu grande momento.

ㅡ Também acho. Se eu tiver que passar mais estresse que seja depois dessa bendita apresentação. ㅡ Enlacei sua cintura com os braços, e o conduzi assim até a porta para podermos sair e finalmente comer. ㅡ Obrigado por estar comigo.

ㅡ Sempre, meu céu.

E o domingo passou...

Aproveitamos o fim de semana juntos, nos despedimos à noite, e fiquei com aquela saudade gostosa da ferinha loira.

Na segunda-feira, eu tinha situações importantes a resolver. A primeira era cumprir meu combinado com minha mãe, de desmascarar o poderoso Jeon. A segunda era receber o novo estagiário, e a terceira, era conversar com Kang Jae, para tentar ficar bem com ele depois do ocorrido de sexta-feira, na delegacia.

Com uma camada grossa de base no pescoço, fui cedo para o meu escritório e, não tão surpreendentemente assim, encontrei o estagiário de óculos redondos, e cabelo arrumado com extrato de lambida de vaca. Wang usava uma camisa social bege de mangas curtas, assim como a calça, parecia um perfeito escoteiro.

ㅡ Wang Jiaer... bom dia. Chegou cedo, muito bom ㅡ falei ao entrar na sala, e fechar a porta atrás de mim.

ㅡ Bom dia, senhor Jeon Jungkook ㅡ curvou a coluna tão exageradamente que fiquei com medo de ela travar. ㅡ Pode me chamar só de Jiaer.

ㅡ E você não precisa me chamar de Senhor Jeon Jungkook ㅡ andei em direção à minha mesa, conferindo no relógio, se estava próximo do horário que minha mãe disse que chegaria.

Era nove horas, e logo Jeon Nara estaria batendo em minha porta.

ㅡ Que bagunça ㅡ comentei ao passar a mão em minha mesa e ver que tinham algumas coisas fora do lugar.

ㅡ Eu pensei em arrumar, senhor, mas não sabia se o senhor iria achar ruim eu mexer em suas coisas. ㅡ O rapaz sentou na cadeira que ficava em frente a minha mesa.

ㅡ Não tem problema, não costumo deixar nada de pessoal na mesa, mas você ainda não conhece bem como funciona as coisas aqui ㅡ sentei em minha cadeira, começando a organizar as coisas superficialmente.

ㅡ Eu quero aprender tudo, se o senhor puder me mostrar, eu aprendo rapidinho ㅡ ajeitou o óculos no rosto, com o indicador e dedo médio, parecendo ansioso.

ㅡ Para isso, você precisa ficar grudado comigo direto ㅡ respondi distraidamente, mas já conhecendo um pouco o garoto, tratei de me retratar. ㅡ E não, eu não estou cantando você.

ㅡ Eu entendi, senhor Jeon Jungkook, até porque o senhor está em um relacionamento com o senhor Park Jimin, não é? ㅡ Eu que já olhava para o meu computador enquanto o ligava, franzi o cenho e analisei sua face ao falar aquilo.

Jiaer tinha cara de estagiário bobinho, e parecia não se importar, ou até mesmo passar aquela impressão intencionalmente, mas eu já havia dito que não namorava, no aniversário do Namastê.

Ou o garoto era ruim de memória, o que eu duvidava muito, ou era um sonso.

Minha intuição não era ruim com relação a ele, assim como não era com várias outras pessoas... mas Jiaer tinha algo diferente.

Eu não sabia explicar, talvez se eu fosse sensitivo como o Namastê, descobrisse. Pior que na festa eles acabaram nem tendo contato direito. Eu precisava colocar os dois cara a cara novamente.

ㅡ O Jimin e eu somos amigos.

ㅡ Sério? ㅡ deu um sorriso cheio de dentes, e não gostei nada nada. ㅡ Então ele é solteiro?

Senhor! Olhe nos slides do céu, qual foi o dia que eu blasfemei, para merecer isso!

ㅡ Nem pense nisso que você está pensando ㅡ apontei o dedo indicador para ele, arregalando os olhos.

ㅡ E como o senhor sabe o que eu estou pensando?

Voltei minha atenção ao computador, respirando fundo.

ㅡ Eu também sou homem Jiaer, sei exatamente o que a sua mente está elaborando... O Jimin é extremamente focado no trabalho, sua vida é muito lotada, tenho certeza que não ele não quer se envolver com alguém.

Tentei falar na tranquilidade, mas percebi que estava tacando os dedos no teclado com força demais.

ㅡ Mas o senhor Park é tão bonito, acho que vale a pena tentar conversar com ele ㅡ riu e ajeitou o óculos novamente, em seguida passou a mão naquele cabelo lambido, arrumando-o. ㅡ Apesar que a forma como ele olha para as pessoas intimida um pouco. Ele tem um olhar intenso, né senhor Jeon Jungkook? Mas também é bem gentil e-

ㅡ Jiaer, você está conversando demais ㅡ estendi uma pasta para ele. ㅡ Pegue esses dados, analise dos resultados obtidos, e faça dois relatórios para os gestores tomarem decisões estratégicas.

ㅡ Sim senhor, senhor Jeon Jungkook ㅡ pegou a pasta das minhas mãos, apressado.

No mesmo momento meu celular vibrou com uma mensagem da minha mãe. Ela dizia no texto, que estava me esperando no corredor da sala do poderoso Jeon.

ㅡ Isso mesmo, "senhor Jeon Jungkook", nada de ficar tomando liberdade de falar de "paquera" comigo ㅡ fiz um bico contrariado, peguei a maleta com meu protótipo de dentro de uma gaveta, e levantei da cadeira. ㅡ Estou indo resolver um problema pessoal, não precisa vir comigo. Fique fazendo o que mandei, e qualquer recado que a Lisa tiver, receba.

Caminhei em direção à saída da sala, pronto para encontrar com a minha mãe, mas antes de passar pela porta ouvi o estagiário me chamar.

ㅡ Senhor Jeon Jungkook ㅡ olhei em sua direção e ele prosseguiu. ㅡ Será que o senhor Park Jimin, gosta de homens mais novos?

ㅡ Mais trabalho, e menos conversa, Jiaer ㅡ revirei os olhos e fechei a porta.

Após descer alguns andares e passar por alguns corredores, avistei minha mãe toda de preto com um salto alto e uma cara de poucos amigos. Fui até ela que, já estava na porta do escritório do meu pai, e recebi um sorriso seu.

Estava tudo tranquilo e vazio ao redor. Obviamente, já que a sonsa da secretária estava com ele.

ㅡ Uau, mãezinha, até a bolsa é preta... ㅡ comentei, me referindo ao seu look.

ㅡ Já estou preparada para o velório do seu pai. Uma mulher prevenida vale por quatro homens. ㅡ Ela se aproximou da porta metálica e o reconhecimento fácil não foi feito.

Minha mãe, como uma acionista e advogada geral da empresa, tinha acesso a qualquer sala, daquele prédio. A não ser que alguém usasse o botão que trava a própria sala por dentro. Ou seja, meu pai estava trancado mesmo.

ㅡ Caramba, ele trancou tudo por dentro. Há quanto tempo está aí? E a Eunwa está mesmo com ele? ㅡ encostei o ouvido na porta e minha mãe fez o mesmo.

ㅡ Está muito baixo...

ㅡ Estou quase conseguindo ouvir. ㅡ Ao me concentrar um pouco consegui entender alguns murmúrios.

Mas que safado. ㅡ Era a voz de Eunwa.

Aposto que você não aguenta até chegar de noite. ㅡ Meu pai respondeu, e olhei horrorizado para a minha mãe, que estava tão atenta quanto eu.

ㅡ Cachorros! Abre isso filho! ㅡ bradou enfurecida.

Sem perder tempo, abri minha maleta, deixando-a no chão em seguida, e acoplei minha chave na porta. Liguei e esperei esta fazer o reconhecimento da porta. Nesse meio tempo, olhei para os lados, e constatei que não haveria ninguém para presenciar a briga de família que iria ocorrer dentro de alguns minutos.

A luz verde anunciou que a porta seria aberta, como eu sabia que faria. Meu coração já começou a acelerar, pela adrenalina e ansiedade. Jeon Nara não estava diferente, colocou as mãos na cintura e esperou comigo.

Então a porta cinza abriu, nos dando passagem bem no meio, como se fossemos entrar em um elevador.

Sem esperar, tomados pela raiva, avançamos para dentro da sala, mas a imagem que vimos nos congelou.

Estavam os dois sentados, cada um em uma cadeira, na frente do computador do poderoso Jeon. Olharam assustados para nós, e eu troquei um olhar confuso com a esposa, aparentemente, não traída.

ㅡ Como assim? Era pra vocês estarem pelados ㅡ argumentei sem entender nada.

ㅡ Você está louco? ㅡ A secretária abriu a boca, pasma.

ㅡ Jungkook, qual dor de cabeça você veio me arrumar hoje? E por que trouxe a sua mãe junto?

ㅡ O que tem nesse computador? Pornografia? ㅡ A advogada, saiu andando em direção aos dois, e meu pai tentou virar a tela. ㅡ Não esconda.

Deu a volta na mesa e, ao ficar de frente para a tela, abriu a boca num perfeito "O". Eu não conseguia ver o que era de onde estava, então apenas esperei alguém se pronunciar.

ㅡ Por que vocês estão assistindo dorama? ㅡ Ela questionou, apontando para a tela. ㅡ Eu nem sabia que você gostava de doramas Jong.

ㅡ Acho que não pega bem para o presidente, mas a Cha também gosta, então toda manhã a gente assiste uns episódios ㅡ explicou de cabeça baixa, parecendo estar envergonhado pela revelação que fez para a esposa.

ㅡ Não acredito que era isso... ㅡ murmurei baixo. ㅡ Mas você disse "que safado", e ele disse que você não aguentaria até chegar de noite.

ㅡ Estávamos falando que o protagonista é safado, e o seu pai disse que eu não aguentaria esperar o próximo episódio. ㅡ A secretária explicou.

ㅡ E eu não acredito que vocês arrombaram a minha porta por causa de uma desconfiança dessa. Você sabe o quanto eu sou louco por você Nara ㅡ levantou da própria cadeira, e a secretária fez o mesmo.

ㅡ Vou sair para vocês conversarem ㅡ Cha Eunwa passou a mão nos cabelos escuros, presos num coque, e saiu da sala como uma bala.

Ficamos apenas os três em silêncio, e uma torta de climão. Até minha mãe ser a primeira a falar.

ㅡ Por que você não me disse que gosta de dorama? ㅡ cruzou os braços e o encarou.

ㅡ Porque você não gosta, e eu não tenho tempo para ficar assistindo, só assisto aqui na sala porque a Cha Eunwa me convida pra ver também, quando temos um intervalo. ㅡ Ele deu a volta na mesa até ficarmos os três no centro da sala.

ㅡ E vocês precisavam se trancar para isso? ㅡ questionei ainda estranhando o fato.

ㅡ Sim, justamente para ninguém entrar sem aviso, e nos ver sentados juntos. As pessoas aqui adoram fofocar, mas eu não imaginava que minha própria esposa e filho iriam desconfiar assim.

ㅡ Se não quer que a gente desconfie, não tranque mais a porra da porta, independente do que os outros vão pensar. ㅡ Minha mãe estava um pouco mais calma, ainda que não tenha deixado de se impor.

ㅡ Tudo bem, mas precisamos conversar ㅡ olhou para a esposa e imediatamente senti que fui o responsável por aquele mal estar. ㅡ Nos deixe sozinhos, por favor filho.

Eu apenas assenti e abracei minha mãe, passando meus braços por seus ombros.

ㅡ Desculpa mãezinha...

ㅡ Relaxa filhote, a gente se entende ㅡ deu um tapinha em minha bunda e eu ri, sentindo mais leveza.

ㅡ Não briguem ㅡ pedi aos dois e caminhei até a porta, já fechada novamente.

Esta fez meu reconhecimento facial, depois de ter sido destrancada por mim anteriormente, e, ao passar para o lado de fora, desgrudei meu protótipo dela, e apanhei a maleta do chão.

Quando já andava pelo corredor, meu celular começou a tocar dentro do bolso.

ㅡ Por favor não seja problema, não seja problema... ㅡ Ao pegar o aparelho e olhar para a tela, vi que era o Taehyung na tela.

Eu não estava mais chateado com ele, mas também esperava que em algum momento, o de lentes viesse falar comigo, então atendi enquanto fazia o caminho de volta até a minha sala.

ㅡ Oi Taehyung...

ㅡ Oi, Jeon filho... ㅡ fez uma breve pausa, assim como eu. Não sabia bem o que dizer, era estranho estar brigado com ele. ㅡ Vamos almoçar no shopping ao lado do prédio... você quer vir também?

ㅡ Quem vai?

ㅡ Jin, Namjoon, Jimin, o gostoso, e eu. ㅡ ri mentalmente pela forma como ele se referiu ao Hobi. ㅡ Desculpa, Jeon filho, pela forma como falei com você no sábado.

Taehyung estava se desculpando por como falou comigo, não pelo que falou sobre o Jae, mas para mim era o suficiente, sempre fui coração mole mesmo. Não iria endurecê-lo agora com um amigo.

ㅡ Desculpo sim, Teteco. Eu odeio ficar brigado ㅡ suspirei e, chegado na frente da porta da minha sala, passei para dentro, quando esta abriu.

ㅡ Eu também, fiquei super mal quando percebi como agi. Foi mal mesmo.

ㅡ Sem problemas. Estamos bem.

ㅡ Temos que ficar, eu fui ameaçado pelo Jiminie ㅡ riu, e ouvi a voz do marrentinho ao fundo, mas não consegui entender o que dizia. ㅡ Ele disse que se brigarmos de novo, vai bater em nós dois, e eu não quero apanhar, não. Esse menino é muito agressivo.

ㅡ Sim, eu sei... ㅡ comentei, lembrando da agressividade da ferinha.

ㅡ Sabe, mas de nós dois só quem gosta de apanhar dele é você ㅡ ouvi o som de várias gargalhadas e inevitavelmente senti meu rosto queimar de vergonha.

ㅡ Kim Taehyung, esse celular está no viva-voz?

No centro da sala, Jier estava com uma marmita de plástico nas mãos, e uma cara de cachorro que caiu da mudança. Caminhou em minha direção, ouvindo-me falar no celular.

ㅡ Claro que não, eu nunca faria isso, até parece que não me conhece...mas me conta aí, o que você fez sábado depois da festa? ㅡ Era muito sonso mesmo. Ouvi sua voz um pouco mais distante, falando com o amigo. ㅡ Ai, Jimin! Era só uma pergunta.

ㅡ Espera um minuto, Tae. ㅡ Tirei o celular da orelha por um momento, e encarei Wang que não tirava os olhos de mim.

ㅡ Está indo almoçar? ㅡ perguntei a ele.

ㅡ Estava, mas acho que a minha comida azedou ㅡ franziu os lábios, e estendi a mão para que ele me entregasse o recipiente.

ㅡ Deixa eu ver ㅡ peguei a marmita nas mãos, enquanto equilibrei o celular entre a orelha e o ombro. Abri a tampa e cheirei a comida. Não estava com cheiro azedo. ㅡ Tem refeitório e cantina no prédio, segundo e terceiro andar, você pode ir almoçar lá.

ㅡ Eu sei, mas pensei em trazer minha comida para esquentar e almoçar aqui mesmo na sala, não tenho amigos ainda, então não queria almoçar sozinho lá.

Respirei fundo. Ele estava mexendo com o meu lado empático novamente, falando daquele jeito.

Por que eu era tão trouxa?

ㅡ Quer almoçar comigo e o pessoal que conheceu na festa do sábado? ㅡ Ele arregalou os olhos com o convite.

ㅡ Adoraria, mas eu ainda não recebi meu primeiro salário, senhor Jeon Jungkook, e-

ㅡ Tae, estou levando o Jiaer comigo, ㅡ avisei ao de lentes, quando voltei a falar no celular. Sem tirar os olhos do estagiário, perguntei: ㅡ O que você gosta de comer Wang?

ㅡ Eu como de tudo...

ㅡ Peça tteokbokki pra mim e pra ele, que jajá chegamos aí na praça de alimentação.

ㅡ Certo ㅡ Ao ouvir a resposta do de cabelo rosa, encerrei a ligação, e devolvi o recipiente ao garoto.

ㅡ Se a comida realmente estiver azeda, jogue-a no lixo, se não, coloque no frigobar e leve de volta para jantar em casa. Não desperdice comida. ㅡ Deixei claro que não tinha caído naquela conversa de "comida que azedou".

ㅡ Sim, senhor, senhor Jeon Jungkook. Obrigado pelo convite.

Wang teve bom senso e guardou a comida no frigobar. A cara nem tremia de ter inventado aquela desculpa para poder se enturmar mais.

Desceu comigo até o estacionamento, e seguimos para o shopping. No espelho do carro conferi se a maquiagem ainda cobria os chupões em meu pescoço, ou o Taehyung não deixaria passar uma piada sequer.

No caminho, perguntei se Jiaer tinha terminado o que eu o pedi que fizesse, e recebi uma mensagem do Jimin, dizendo que tinha pedido ao Taehyung que evitasse comentários sobre estarmos juntos, por causa da presença do estagiário.

Ao chegarmos na praça de alimentação, avistei nosso grupo e caminhei ao lado de Wang. Não pude deixar de admirar o loiro sorrindo ao lado dos nossos amigos, se divertindo tanto que quase caía do assento.

Ele usava uma blusa social roxa, que acentuava a cor da sua pele e cabelo. O observei até parar na frente da mesa, que foi quando todos nos notaram.

ㅡ Já lavaram as mãos? ㅡ Hoseok perguntou, quando pegou uns três guardanapos, embebedou estes de álcool, e passou no espaço da mesa em que iríamos ficar.

Estavam em uma mesa onde um dos lados de assentos era um grande banco estofado, onde sentavam Jimin com a cabeça encostada no ombro do Taehyung, e Hoseok. Nas cadeiras, sentavam o Nam e o Jin.

ㅡ Sim, na entrada. Oi gente, acho que vocês lembram do Wang Jiaer. ㅡ Tinha uma cadeira desocupada perto do espaço vazio ao lado de Jimin no banco. ㅡ Senta ㅡ sinalizei com a mão para Jiaer sentar na cadeira, mas o metido sentou no banco.

Ao lado da minha ferinha!

ㅡ Oi pessoal, é bom ver vocês de novo ㅡ sorriu para todos, olhou para o loiro, ajeitando o óculos e passando a mão naquele cabelo duro. ㅡ É muito bom vê-lo de novo, senhor Park Jimin. ㅡ Percebi que Jimin tinha uma sacola de loja no colo.

ㅡ Sem formalidade, apenas Jimin, já te disse isso no sábado ㅡ ofereceu seu sorriso simpático, e meu interior revirou vendo aquela interação.

Os outros à mesa olharam para mim instantaneamente, mas eu apenas sentei na cadeira desocupada e fiz minha melhor cara plena. Para a minha sorte, a atenção foi focada na garçonete que serviu os pratos que foram pedidos.

ㅡ Como está sendo o seu primeiro dia de estágio, Wang? ㅡ Jin perguntou educadamente. Quando todos comíamos.

Não pude deixar de reparar que havia pouca comida em seu prato, mas tinha batata frita, o que mostrava que ele provavelmente estava incluindo comida calórica sem precisar comer escondido depois. O que me deixou feliz.

ㅡ Fiz uns relatórios que o senhor Jeon Jungkook me pediu, e aprendi bastante sobre algumas coisas na empresa. Preciso apenas aprender a andar no prédio, não conheço nada por lá ainda ㅡ comia seu tteokbokki e enquanto falava.

ㅡ Você aprende rapidinho, todo mundo que chega tem essa sensação, nós podemos te mostrar nossos setores, se você quiser. ㅡ O Hobi ofereceu.

ㅡ Eu ficaria muito feliz se pudessem fazer isso ㅡ sorriu para o Jung e virou-se na direção de Jimin para comentar um pouco mais baixo. ㅡ Você pode me mostrar o seu setor, Jimin? Fiquei sabendo que lá é o coração da empresa.

Você não quer conhecer o coração da empresa, quer conhecer o coração do coordenador, isso sim.

ㅡ Se o seu chefe permitir, sim ㅡ Jimin olhou para mim, finalmente parecendo perceber o meu desconforto, ao tempo em que também percebeu que o rapaz estava muito interessado nele.

Quem diria, eu que sempre fugi de assumir relacionamentos com pessoas do mesmo sexo que eu, por causa da minha família, especificamente meu pai, estava louco da vida porque queria assumir um relacionamento com o Jimin.

Mais do que isso, queria que existisse um relacionamento sério entre nós, me peguei desejando ser realmente o seu namorado. Ainda que o que existia entre nós ultrapassasse os rótulos que poderíamos dar, minha vontade era pregar o seu nome na minha testa.

ㅡ Você pode visitar o setor de monitoramento também, vai ser um prazer mostrar como é lá. ㅡ Hoseok se apressou em falar, talvez tentando não deixar o clima ficar ruim.

Ele pode visitar o RH de novo, e assinar o contrato de fim de estágio, se continuar exibindo as penas igual a um peru, para o coordenador.

ㅡ Obrigado ㅡ respondeu simplista, diferente da animação que usou com o Jimin.

ㅡ Ele vai te fazer trabalhar de graça, certo? ㅡ Tae brincou. ㅡ Assistente pessoal, você não tem cara de quem ainda está na faculdade. Quantos anos você tem?

ㅡ Tenho vinte e quatro, as pessoas me dizem isso mesmo, mas eu trabalhei muito no sol, talvez minha pele tenha envelhecido ㅡ explicou o mesmo que me disse quando nos conhecemos.

Dessa vez notei que algo chamou a atenção do Namjoon, no garoto, e eu estava louco para perguntar. Afinal, o Namastê era o meu controle de qualidade.

ㅡ Como estão indo as suas aulas, Nam? ㅡ Já quase terminando de comer, iniciei o assunto, por estarmos naquele tema de faculdade.

ㅡ Muito bem, vou fazer estágio na própria HS, e daqui a alguns meses consigo me formar. Obrigado Jungkook ㅡ sorriu mostrando as covinhas para mim, depois olhou para o Seokjin. Era visível o orgulho do diretor, e ambos se olhavam com muito carinho.

ㅡ Imagina, o esforço é todo seu. ㅡ Usei a brecha na conversa para tentar chegar onde eu queria. ㅡ Você pode trocar um papo de estagiário com o Jiaer depois. Já que ele também é.

ㅡ Seria legal, Jiaer tem uma energia forte. ㅡ Ok, aquilo não me disse muita coisa.

ㅡ Ele é assim mesmo, tá, Wang, lê todo mundo. ㅡ Jin descontraiu, talvez imaginando que o rapaz iria estranhar.

ㅡ É mesmo? ㅡ O citado, pareceu se interessar.

ㅡ Acho que o sensitivo aí, pode nos passar a ficha do assistente pessoal, certo?

ㅡ Tae, que inconveniente. ㅡ Jung o repreendeu e eu esperava que ele insistisse, porque eu queria saber também. ㅡ E ele é estagiário, não assistente.

ㅡ Sem essa, gostoso, todo mundo aqui está pensando a mesma coisa. Querem saber da índole do assistente, certo? ㅡ Todos à mesa riram, inclusive o Wang. O que era bom, eu não o queria desconfortável.

ㅡ Eu não me importo, você tem algo a falar sobre mim, Kim Namjoon? ㅡ O rapaz mesmo deu a autorização.

ㅡ Na verdade, às vezes sinto alguma coisa, às vezes não.

ㅡ Hii, o sinal está fraco. ㅡ Taehyung interrompeu, e eu tive vontade de puxar aquele cabelo rosa, pra que ele calasse a boca. Por sorte o Namastê resolveu continuar.

ㅡ Geralmente percebo melhor as emoções das pessoas se estou próximo delas ou toco nelas.

Oh, então foi por isso que quando ajudou o Seokjin com as pastas que o diretor derrubou no corredor, falou sobre ele ter uma energia negativa. Porque tocaram as mãos.

ㅡ Então pega aqui na mão dele ㅡ puxei as mãos de ambos, meio afoito para saber de algo, e as juntei quando se encontraram no meio da mesa. ㅡ E aí, o que me diz?

ㅡ Não sei, eu não tenho um botão de liga e desliga, Jungkook.

ㅡ Era só o que me faltava, o Namastê com defeito ㅡ bufei.

Todos começaram a rir, mas vi estranheza atravessar o rosto de Namjoon, quando segurou mais firme a mão do Wang. Ele estava sentindo algo, eu sabia, por isso, esperei ele abrir a boca.

ㅡ Você já sofreu bastante... ㅡ Então era verdade que o Wang teve uma vida difícil. Todos ficaram em silêncio, inclusive o alvo da análise. Até Nam falar mais. ㅡ Você também guarda segredos.

Ok, isso foi bizarro. Que segredos?

ㅡ Todo mundo guarda segredos. ㅡ Jin sorriu condescendente, talvez tentando impedir o estagiário de se sentir acuado.

Ainda assim, fiquei em alerta, mas a última declaração de Nam, tomou a atenção de todos, fazendo até mesmo eu dar uma pausa na minha curiosidade sobre o lance dos segredos.

ㅡ ... E você está apaixonado.

A despeito do que eu pensei, o estagiário não olhou para o Jimin, com quem flertava há instantes. O sorriso que Wang deu, não parecia um sorriso tímido, por estar ao lado de alguém por quem estava se interessando, mas não conhecia bem ainda. Apenas um canto de sua boca curvou, e ele olhou para algum ponto no chão. Parecia mais... saudade.

ㅡ Aliás, todos nesta mesa estão apaixonados. Nunca foi tão fácil sentir isso. ㅡ Dessa vez, Jin, Tae e Hobi, pareceram meio sem jeito. Eu troquei um olhar muito intenso com o loiro, que durou apenas alguns segundos. ㅡ Mas alguns já estão amando demais.

Alguns?

ㅡ Diz pra gente quem é! ㅡ O de cabelo marrom dourado estava todo curioso, se estivesse entre os que estavam amando, iria se sentir mais desconcertado, como sempre demonstrou quando algo lhe afetava em Taehyung. Talvez, então, não estivesse amando. Ainda.

ㅡ Pare com isso, coração. Você mesmo falou sobre ser inconveniente, certo?

Taehyung, nunca ligou para quem passava vergonha, se estava preocupado assim com a continuação da conversa, era porque provavelmente estava envolvido entre os citados. Estava amando.

Na face de Seokjin se desenhava um sorriso tímido, poderia estar amando também.

A de Jimin estava muito serena, não dava para especular muito. Na verdade, sempre foi meio difícil arrancar grandes reações do loiro. Talvez estivesse bem com o assunto, mas não queria dizer nada.

O Namastê apenas ria do embaraço de alguns, já eu, analisava demais os outros para ter qualquer tipo de reação.

ㅡ Quem tem que falar isso não sou eu.

ㅡ Ok, vamos comer de sobremesa, uma torta de curiosidade. ㅡ Hoseok comentou, e conseguiu arrancar algumas risadas de nós.

ㅡ Você diz isso porque é o fofoqueiro do grupo, coração.

ㅡ Todos vocês são ㅡ resmunguei.

ㅡ Ah, você é o fofoqueiro premium, Jeon filho.

ㅡ Que calúnia!

O restante do almoço seguiu tranquilo, apesar de infelizmente eu não poder interagir com o marrentinho da forma que eu queria, não apenas por causa de Jiaer, mas por estarmos em público.

O tempo da maioria de nós acabou, então fui abraçar cada um. Fiquei feliz pelo clima com o Teteco estar normal novamente.

Quando estávamos de pé, após pagarmos a refeição, nos despedindo, Jimin ficou estrategicamente ao meu lado. Escondido da vista de todos, entrelaçou seu dedo mindinho ao meu, o que me fez sorrir todo bobo.

Uma pena que durou tão pouco, porque logo os outros viraram em nossa direção, e a conexão dos mindinhos teve que ser quebrada.

ㅡ Jungkook-ah, preciso de ajuda sobre um assunto, queria a sua opinião ㅡ perguntou, balançando a sacola que tinha em mãos, no momento em que Jiaer estava do meu lado, pronto para voltar à HS comigo. ㅡ Será que você tem um tempinho pra mim antes de voltar?

ㅡ Oh chiclete da porra... ㅡ Tae, que estava um pouco atrás de nós, comentou baixo.

ㅡ O que você disse? ㅡ Wang franziu o cenho confuso.

ㅡ Você se importa de voltar com o pessoal, Jiaer? ㅡ olhei para ele, meio receoso.

ㅡ Você quer conhecer os setores, certo? Posso te apresentar, assistente. ㅡ Deu uma piscadela, mascando o seu chiclete imaginário.

ㅡ Kim Taehyung, por acaso você está... me cantando?

ㅡ Ah, não! Não começa, Jiaer. Vá com ele e o restante do pessoal, por favor ㅡ pedi, segurando a risada.

ㅡ Você é bem assanhadinho, hein, assistente? ㅡ Tae deu um empurrãozinho em seu ombro, para que ele andasse na direção dos nossos amigos. ㅡ Vai depender se o Hobi topar um trisal...

Enfim, todos se foram, deixando apenas Jimin e eu. Ele abraçou o próprio corpo, encarando-me com um olhar de quem queria que fosse eu a abraçá-lo. Eu também queria. Nem conseguimos nos falar desde o fim da noite de domingo, e a saudade já me espancava. Era tão difícil não podermos nos tocar em público.

ㅡ Quero te entregar isso ㅡ estendeu para mim a sacola que tinha em mãos. ㅡ Abre, espero que você goste.

ㅡ Estou esquecendo alguma comemoração específica? ㅡ estranhei o presente inesperado, mas abri a sacola, revelando três camisas embaladinhas.

ㅡ Não, fica tranquilo. É só um presente para a sua apresentação de amanhã.

Não eram três simples camisas. Era uma azul, a minha cor preferida, uma vermelha, a sua cor preferida, e uma roxa. Jimin estava sugerindo que eu saísse da mesmice de sempre usar preto, branco e azul. De qualquer forma, não quis me impor isso, visto que entre as camisas tinha uma azul, mas era uma mensagem para que eu não tivesse medo do novo, um incentivo para ousar.

ㅡ Use a que você quiser, mas em algum momento da nossa vida, vou querer te ver usando a roxa ou a vermelha também.

ㅡ Obrigado, mas Giorgio Armani, marrentinho? Isso é caro ㅡ franzi as sobrancelhas, não queria que ele gastasse comigo.

ㅡ Eu sou o coordenador da maior empresa de tecnologia em equipamentos de segurança de Seul, acho que o que eu ganho dá pra fazer essa caridade à você que ganha tão pouco. ㅡ Eu ri e andei um pouco com ele para sentarmos em um banco, ainda próximo da praça de alimentação.

ㅡ Obrigado por me incentivar assim. Eu também queria te incentivar, a... voltar a praticar taekwondo ou jiu-jitsu. ㅡ Não quis sugerir forçando a barra, mas era algo que eu já tinha pensado em sugerir.

Jimin respirou fundo, olhou para as próprias mãos sobre o colo, parecendo pensativo.

ㅡ Eu não sei, Jungkook-ah.

ㅡ Não vou ficar insistindo, é só uma sugestão, mas gostaria que você pensasse a respeito ㅡ toquei sua mão discretamente, e ele entrelaçou nossos dedos.

ㅡ Sabe, eu sou todo danificado em algumas áreas da vida, e por um tempo achei que seria sempre assim. E pra mim estava tudo bem, era o fardo que eu teria que carregar por causa do que já passei. Mas você está me fazendo enxergar diferente, e querer viver diferente.

ㅡ Você também me faz enxergar diferente e querer viver diferente ㅡ sorri pela constatação.

ㅡ Eu... eu vou pensar sim sobre a sua sugestão ㅡ separou a mão da minha e endireitou a postura. ㅡ Mas te pedi pra ficar um pouco porque precisamos conversar sobre o que vamos fazer com relação ao Jae. Precisamos contar a ele.

ㅡ Eu sei, pensei sobre a mesma coisa, não quero mais esconder o que existe entre nós. Assim como também vou contar ao meu pai, independente do que ele vai achar.

ㅡ Então... eu quero que você se prepare para a apresentação de amanhã, sem pensar nesses problemas. Quando acabar, nós vamos contar, ok? Assim como você vai conversar com o seu amigo ㅡ Passou a mão por minha bochecha, e logo a retirou, mas a sensação do toque fantasma em minha pele continuou me aquecendo.

ㅡ Sim. Não vejo a hora.

ㅡ Eu também não. Estou cansado da forma como Jae vem agindo ㅡ suspirou parecendo cansado, e passou uma mão pelos cabelos.

ㅡ Ele fez alguma coisa que eu não estou sabendo? ㅡ Estranhei sua forma de falar. Não que ele não tivesse motivos para estar chateado com a insistência do ex-noivo, mas parecia que havia algo a mais.

ㅡ Ele foi na minha sala hoje de manhã... e tentou me beijar.

Ao ouvir isso, meu estômago embrulhou, uma sensação ruim e amarga me tomou por completo. Eu detestava imaginar Jae tocando em Jimin de novo, pior ainda contra a sua vontade.

ㅡ E como você se sentiu?

ㅡ Ele estava desesperado, mas só se aproximou, não me forçou a nada. Mesmo assim, quase revelei que estamos juntos. Não quero mais manter isso em segredo.

ㅡ Então vamos contar, ele vai ter que aceitar. ㅡ A proximidade me permitia sentir o cheiro do seu perfume. O que me deixava mais louco ainda para beijá-lo.

Pus minha palma em sua perna e a apertei, sentindo o músculo rígido. Jimin fechou os olhos; ele também já estava com saudade, eu sabia. Tal fato se confirmou quando o loiro, com a respiração lenta, confessou:

ㅡ Eu estou com uma vontade louca de te beijar agora ㅡ abriu os olhos, direcionando-os à minha boca.

ㅡ Eu também... pena que a gente esteja em público ㅡ retirei a palma de sua perna e respirei fundo, tentando conter aquela vontade.

ㅡ E se a gente for ali? ㅡ apontou para uma pequena salinha perto da área infantil, onde ficavam os brinquedos quebrados.

ㅡ Mas podem pegar a gente, se alguém resolver entrar.

ㅡ Não. Todo mundo que acha algum brinquedo com defeito abre com a chave para colocar lá na sala, depois tranca do lado de fora ㅡ sorriu travesso. ㅡ Podemos fazer o mesmo, mas nos trancando do lado de dentro.

ㅡ Boa ideia, ferinha. Se alguém bater, a gente abre e diz que foi só deixar um brinquedo quebrado. ㅡ Comecei a gargalhar. Ele levantou e me puxou pelo pulso.

ㅡ Então vamos.

Passamos apressadamente pelo parquinho que havia dentro do shopping. Até chegar na salinha que citamos. Como previsto, a chave estava do lado de fora. O loiro cravou os dentes no lábio inferior, e me puxou para entrar consigo, trancando a porta em seguida.

O espaço era realmente pequeno e quente, parecia um armário de vassouras, porém com brinquedos. O marrentinho sentou em um unicórnio de brinquedo que estava jogado por lá. O unicórnio era alto, seus pés nem tocavam no chão, parecia ter sido parte do carrossel. Estava sob uma estrutura de concreto. Eu deixei a sacola com a roupa no chão por enquanto.

ㅡ Vem cá ㅡ abriu as pernas para me abrigar entre elas, e eu fui de imediato. ㅡ Que saudade eu estava de você... quero o seu beijo.

Passei minhas mãos por suas coxas e repousei-as em seu quadril. Tomei um tempo apenas para admirá-lo, porque Jimin merecia ser admirado todos os dias. Eu me sentia tão sortudo por tê-lo comigo.

Mas a ferinha parecia impaciente, por isso, entrelaçou os dedos em minha nuca, e me beijou. Sua boca tinha um leve sabor de sobremesa de abacaxi.

Como geralmente acontecia, comandou o ósculo com louvor, invadiu minha boca com sua língua habilidosa, que tinha poder de revirar tudo em mim, e me deixar tonto com sua intensidade.

Mesmo entre o ósculo, senti os seus suspiros, assim como ouvi seus murmúrios satisfeitos, que mais pareciam ronronados. Era tão bom perceber pelas reações do seu corpo o quanto eu também lhe fazia falta, o quanto nossos momentos compartilhados eram viciantes não apenas para mim.

Sua boca desceu por meu queixo e percorreu pelo meu pescoço ㅡ evitando a parte que estava maquiada, cobrindo os hematomas ㅡ até pairar na clavícula coberta pela blusa preta. Abriu os dois primeiros botões, com a respiração quente batendo em mim, e corri minhas mãos para a sua cintura, por debaixo da sua roupa. Arranhei levemente a parte baixa de suas costas e ele arqueou a coluna, sorrindo.

Mais um botão foi aberto, e sua boca viajou pelo pedaço de pele exposto. A maciez do contato me dava arrepios, cada vez que um passava por mim, eu apertava apertava sua carne, descontando a sensação. Sorrateiramente, a ferinha abriu mais um botão, e eu até demorei a perceber, absorto nos seus beijos.

ㅡ Jimin... ㅡ O chamei em tom de aviso. Eu já estava começando a sentir o calor daquele espaço pequeno, mais o calor dos nossos corpos juntos.

ㅡ Só quero sentir sua pele, eu amo beijar seu peitoral.

ㅡ Então eu também tenho o direito de fazer o mesmo ㅡ puxei-lhe sem descê-lo do unicórnio, apenas para colar no meu corpo e, sem demora, fui abrindo os botões da camisa roxa, até que seu peito ficasse visível.

ㅡ Ok, só não pode ficar excitado ㅡ avistei todas as marcas que eu tinha feito em si, dias atrás, e aquilo só me deu mais vontade dele.

ㅡ Eu nem sei o que é isso ㅡ abocanhei sua auréola que tinha o piercing de argolinha, e chupei o mamilo que eriçava sob o estímulo.

ㅡ Também não pode me excitar ㅡ Sua voz se desenhou num gemido enquanto resmungava. O som saiu perfeito na sala abafada.

ㅡ A culpa já não é minha se você é uma ferinha fogosa ㅡ fui para o outro mamilo, onde beijei e chupei com regalo. Sua pele era tão gostosa.

O loiro afastou minha cabeça de si, para também acariciar o meu torso, que era o seu plano inicial. Beijou cada marca que deixou em meu peito no sábado, e me olhou através dos cílios.

ㅡ Vou ser mais cuidadoso com você da próxima vez, 'tá?

ㅡ Em que momento eu reclamei? ㅡ fechei os olhos para apreciar melhor os beijos daquela boca voluptuosa.

ㅡ Em nenhum... é verdade. Você gosta que eu te pegue com força, marque você todinho, e enterre bem fundo, não é? ㅡ constatou por si só, com rouquidão na voz, carregada de desejo.

Catapimbas, que sala quente!

ㅡ Você não está me ajudando a não me excitar. ㅡ Eu nem estava brincando, minha virilha já começava a fisgar, e o suor escorrer por minha testa.

ㅡ Tem razão. ㅡ Ele me afastou, inspirando o ar com dificuldade. ㅡ Estamos em um espaço público, a qualquer momento alguém pode bater na porta.

ㅡ E daí? ㅡ Tentei me aproximar de novo, mas Jimin não deixou, então fiquei quieto.

ㅡ Não, Jungkook-ah ㅡ deu uma risada, seguido de seu costumeiro tapinha em meu peito livre de tecido. ㅡ Vem cá deixa eu te vestir.

ㅡ Você é lindo demais, até o meu estagiário ficou babando. ㅡ Enquanto ele abotoava a minha blusa, eu fazia o mesmo consigo. ㅡ E eu me roendo por não poder dizer que a gente está junto.

ㅡ Se você soubesse o quanto eu estava louco pra avançar em você naquele almoço, não se sentiria assim.

ㅡ Queria avançar em mim, ferinha? Para fazer o que? ㅡ Corri uma mão em seu cabelo, e dei um puxão forte para trás. Ele abriu a boca e riu soprosamente.

ㅡ Se eu for demonstrar, alguém vai sair grávido aqui ㅡ retirou minha mão e deu um beijinho calmo nela.

Jimin era controlado demais, talvez tivesse essa disciplina toda justamente por saber que quando se descontrolava, era capaz de destroçar alguém. Felizmente comigo só aconteceu de uma forma boa.

Eu amava cada traço de sua personalidade, seu jeitinho controlado, carinhoso, cuidadoso, gentil, dominante, ciumento, teimoso, temperamental, assertivo, inteligente.

Tudo o que fazia parte de Park Jimin era precioso. Conhecê-lo de perto era incomparável, porque esse homem era tudo o que eu já tinha visto superficialmente, somado a tudo que eu não fazia ideia que incluía em sua identidade.

A forma como revelava cada pedacinho de si que eu não via, enquanto este estava com o ex-noivo, me deixava satisfeito, por ver que acontecia de forma despretensiosa. Quanto mais se sentia à vontade comigo, mais a sua natureza aparecia.

A intensidade que eu via em seus olhos era coisa de louco...

ㅡ Eu amo esses quasares... ㅡ Comentei espontaneamente, hipnotizado, e ele sorriu.

ㅡ Acho bonitinha essa comparação astronômica ㅡ segurou meu rosto com uma mão, e fez carinho com o polegar.

ㅡ Sabia que existem oitenta e oito constelações reconhecidas pelos astrônomos? ㅡ alisei suas coxas grossas.

Jimin me encarava com atenção e curiosidade.

ㅡ E existem duas estrelas que eu gosto muito e me lembram nós dois. São Rigel, uma supergigante azul, e Beteugelse, uma supergigante vermelha ㅡ afirmo.

ㅡ Nossas cores preferidas. ㅡ Ele constatou. ㅡ Você é a azul, e eu a vermelha.

ㅡ Existe outra similaridade entre você e a Beteugelse...

ㅡ Qual? ㅡ Curioso, repousou os antebraços em meus ombros, enquanto suas pernas balançavam como se ele fosse uma criança.

ㅡ Há pouco mais de um ano, essa estrela esfriou, e perdeu parte do seu brilho... os astrônomos acharam que ela iria morrer... mas foi só "poeira" que ofuscou a sua luz por um tempo. Passou. Hoje ela continua mais brilhante do que nunca.

ㅡ Que coisa linda, meu céu ㅡ beijou meu pescoço, causando arrepios em minha pele com aquela boca aveludada e gordinha. ㅡ Você é lindo.

O loiro parecia fascinado e emocionado com a minha fala. Entendia que a comparação se referia ao que ele viveu e como eu achava seu brilho inapagável.

Voltando a afirmar, tudo o que fazia parte desse homem era precioso. E o que fazia parte de nós era mais ainda.

O que existia entre o Jimin e eu, sempre foi mais do que prazer. Nossas almas se conectavam e, aos poucos, gradativamente, de forma crescente, estávamos construindo uma relação sólida, mesmo que ela ainda não fosse rotulada. Tínhamos uma conexão que não poderia ser revertida.

Eu sentia isso.

E movido por esse sentimento bonito, me vi encorajado a lhe fazer uma pergunta.

Uma sala apertada e calorenta poderia não ser o lugar ideal. Ele estar sentado em um unicórnio, poderia não ser o local mais desejado, mas essa vontade dentro de mim, era tão grande, que eu precisava pedir.

ㅡ Jimin, eu sei que as circunstâncias não são as melhores, mas, eu não quero esperar até que tudo fique perfeito pra te perguntar...

ㅡ Perguntar o quê? ㅡ sorriu, sem entender o que eu queria.

ㅡ Você... quer namorar comigo? ㅡ Pude jurar que o meu coração parou de bater após a pergunta.

Jimin arregalou os olhos e abriu a boca, piscou diversas vezes, rápido demais, e olhou para minhas mãos sobre as suas pernas, em silêncio. Claro que ele não iria dizer sim, como sempre, estava analisando todas as variantes, poréns e contras de aceitar aquele pedido.

ㅡ Você tem certeza? ㅡ indagou sério.

Eu nem poderia ficar chateado por sua relutância, talvez fosse equivocado mesmo, eu que era emocionado demais, era correto de sua parte ser o racional da relação. Entretanto, a pergunta já tinha sido feita, eu não ia voltar atrás.

ㅡ Eu quero muito... mas tudo bem, vou entender se-

ㅡ Eu quero, meu céu. ㅡ Foi a minha vez de arregalar os olhos.

Park Jimin aceitou namorar comigo?

Catapimbas!

Ele abriu um sorriso largo que foi catalisador do meu. Eu oficialmente seria o seu namorado, e em breve todos saberiam.

ㅡ Me abraça ㅡ pediu.

Sem perder tempo, o abracei tão forte, que senti seus ossos estralarem. Admirei seu rosto, ouvi sua risada, cheirei o seu cabelo, e beijei sua boca, querendo gravar aquele momento com os cinco sentidos que eu possuía.

E o melhor de tudo, era que o meu sexto sentido, aquele que por vezes me colocava medo do futuro, me dizia que apesar de todo e qualquer problema que pudesse me atingir, valia a pena estar com aquele homem.

Valia a pena amar Park Jimin.

Oi nenéns lindes! Gostaro do capítulo? 💜

O que vcs acham do Wang Jiaer agora? A opinião mudou, ou continua a mesma? Gosto de saber a opinião de vcs. 😁

Perguntinhas pra vcs! ✔️

Qual o seu personagem preferido?

Quais os ships que vocês mais gostam de ler em uma fic (principal ou secundários)?

Quem puder, vote nos capítulos, ainda que você não goste de comentar.
E quem puder, comente no twitter o que está achando da fic, ou do cap de hj. Usando a #88catapimbas
É um incentivo sem tamanho, gente!

O cap. promete fortes emoções.
Até a próxima terça, nenéns.
👉💜👈

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