Eu, ele e a nossa cerejinha (...

By JeonVottom95

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Um romance de verão. Um alfa, um ômega e uma pequena garotinha. Jeon Jeongguk e Kim Taehyung se conheceram ai... More

Prólogo
Dia a Dia
Conversas sinceras
Frustrações
Bronca conjunta
Amigos
Surpresa
Seo Kyung Jin
Excursão e bochechas rosadas
Sóbrios
30 dias
Primeira desilusão
Planos
Passando dos limites
Início das férias
Inesperado cio
Último dia
Destino? Sicília, Itália!
Ceder
Caldo
Praia
Família unida
De volta a Coreia
Voltando as aulas
Primeiro encontro
Seo versus Jeon
Parte I
Parte II
01 de setembro
Mentirinha de nada
Descontração
Um passo a mais
Quebra de tempo
Dezembro e suas festividades
Ano Novo, Vida Nova!
90 K
Extra 2: Dando a notícia
Extra 3: 8 semanas
Extra 4: Comemorando em dobro
Extra 5: Chá de revelação
Extra 6: Carinhosamente quente
Extra 7; Irmã coruja
Extra 8: Um alarme (não tão) falso
Extra 9: Um pouco de tempo depois
Extra 10: Epílogo (Parte 1)
Extra 11: Epílogo (parte final)

Vinhos e recordações

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By JeonVottom95

Notas inicias:

Mais uma fresquinha att para vocês 😜

Hoje, eu postei mais cedo - no meu fuso horário -, pois mais tarde, eu irei sair e achei melhor postar.

O capítulo foi carinho e espero que gostem, pois temos mais Taekook 🛐

Tenham uma boa leitura!!

Ps.: isso não tem nada haver, mas eu estou muito viciada na música Stand Up ❤

***

Taehyung olhava com encanto o nascer do Sol.

Os primeiros raios da estrela iluminavam aquele local, trazendo uma imagem linda aos olhos do ômega. As grandes rochas da cachoeira se iluminavam ao lado das nuances do lago. Azul escuro, azul piscina e verde-água, ao lado das pequenas pedras ao redor e a grama fresca e verdinha. O amanhecer estava friozinho, os cantos dos pássaros e o som do vento batendo contra os galhos das grandes árvores era a coletânea daquele começo de dia.

Kim foi o primeiro a acordar. O ômega havia esquecido de desligar o despertador, mas agradeceu pelo o alfa e a filha não terem acordado. Não conseguindo dormir novamente, ele aproveitou para ver o Sol nascer e com ele as belezas da natureza.

No dia anterior, após chegarem, eles não aproveitaram como imaginaram. Todos estavam cansados de ter passado horas na estrada, mas valeu a pena somente de ver aquela paisagem.

Ao redor, alguns já acordaram e outros ainda iam acordar, e apesar de está um pouco afastado dos outros visitantes, ainda podia se ver alguns transitando.

O mesmo desviou sua atenção do céu ao escutar um murmúrio atrás de si e virou-se, encontrando o alfa com o rosto amassado e se espreguiçando. Quando o ômega acordou, ele viu que Jeongguk, acabou por dormir na beirada da cama para dar espaço aos dois ômegas, então a careta de dor foi nítida a Taehyung, que sorriu levemente.

— Bom dia, Jeongguk. — desejou ao outro, esse que acenou e se aproximou.

— Bom dia, Tae. — o alfa suspirou ao encarar o céu. — É tão lindo!

— Sim, demais. — concordou o ômega, encarando o alfa ao seu lado.

Os fios negros e naturais estavam soltos e volumosos. Seu rosto tinha pequenas marcas de linha e seus olhos estavam inchados, entretanto apesar da expressão sonolenta, o alfa contemplava o céu de olhos fechados enquanto sentia a pele morninha do amanhecer e o cheiro de grama molhada.

— Ainda é muito cedo, não conseguiu dormir bem? — perguntou o alfa de olhos fechados, como se tivesse aproveitando daquele momento.

— Esqueci de desligar o despertador e não consegui dormir, então aproveitei para ver o nascer da manhã. — respondeu gentil. — E você? Não costuma acordar cedo no fim de semana.

— Jihyo me chutou. — resmungou o alfa com um careta. — Às vezes, eu esqueço que nossa filha é espaçosa. Puxou você! — acusou.

— Ei, eu não sou espaçoso. — devolveu o ômega, empurrando o alfa de leve.

— Não, imagina, só falta tomar a cama só para você. — ironizou e desviou de um tapa. — Estou com fome, eu vou fazer o café da manhã. — avisou se afastando.

— Eu te ajudo! — Taehyung falou rapidamente e seguiu o alfa.

Os dois entraram no trailer sem fazer muitos barulhos e na parte da cozinha, o cômodo - que não era separado -, tinha um fogão acoplado, um frigobar médio e um armário pequeno para pratos, talheres e algumas comidas guardadas.

— Você comprou uma cafeteira? — Taehyung questionou surpreso. — Você sempre prefere o café tradicional, coado na hora.

— E ainda prefiro, mas acho que é prático para esses dias, não? — replicou enquanto pegava um mixer e uma bacia de plástico.

— Ah, isso é verdade.

Jeongguk assentiu e abaixou-se para pegar o ovo e leite dentro da mini geladeira, e algumas frutas que comprou um dia antes.

Enquanto Taehyung fazia o café na cafeteira elétrica, Jeongguk fazia a massa de panqueca. Trigo, água, leite, sal e açúcar foi batido com o mixer até se formar uma massa homogênea.

Com o fogão elétrico cooktop de quatro bocas, o alfa o acendeu e pôs a panquequeira para esquentar, passando somente um pouco de manteiga.

— Você está bem preparado em Jeon. — Taehyung comentou observando o alfa.

— Foi a Shuhua que me recomendou, na verdade, acho que foi uma boa ideia, no final. — Taehyung sorriu concordando.

Jeongguk virou a massa com um movimento de jogar para cima e deixou a outra parte esquentar, antes de colocá-la no prato que separou.

O trailer, apesar de grande, é bem divido. Daria para um pessoa até morar, porém a cozinha e banheiro não eram os cômodos mais espaçosos, já que onde ficava a cama móvel - essa que podia desmontar para virar um sofá - tomava o maior espaço.

— Quer ajuda em algo mais?

— Sim, por favor. — sorriu pequeno. — Que tal preparar a mesa lá fora enquanto faço o café da manhã? — o alfa o encarou por alguns segundos. — Eu posso cuidar de tudo, além de que precisa de um tempo longe da cozinha, certo?! Okay, agora xô!

— Está me expulsando? — perguntou incrédulo.

— Se você abrir uma portinha na lateral, ela vai se transformar em um mesa pequena, mas serve, então faça isso, hum? Eu agradeço. — falava rapidamente que virava outra massa.

O Kim soltou um suspiro e saiu do carro, fazendo o que alfa disse. Assim que o ômega puxou, aquela parte do trailer, virou um mesa e ele ficou surpreso.

— Uau! — exclamou e ouviu o alfa dizer algo sobre banquinhos.

Uma hora depois, Jeongguk terminou de fazer o desjejum.

Panquecas recheadas, torradas, salada de frutas, suco, queijo e leite faziam parte do café. Jeongguk organizou tudo na mesa portátil e antes de acordar a filha - que roncava levemente e baixinho -, o mesmo pegou o mixer na cozinha e começou a bater o leite quente, até que se tornasse um leite cremosinho.

O ômega de fios loiros mel olhava admirado para a mesinha, não poupando elogios ao alfa, que sorria envergonhado.

Logo após, o alfa acordou a filha e esperou a mesma usar o banheiro para tomarem café.

— Uau, pai, o cheiro está tão bom. — elogiou a menina ao ver os pais sentados do lado de fora. — Aliás, bom dia aos homens da minha vida! — abraçou aos dois, um de cada vez, e sentou-se no outro banco. — Só de ver, me deu fome.

— Bom, eu fiz isso mesmo, então aproveitem. — Jeongguk acenou com a mão e pegou uma xícara.

O mesmo colocou um pouco do café na xícara e em seguida o leite. O alfa provou um pouco do líquido e elogiou mentalmente o café do ômega.

Jihyo também fez o mesmo que o pai, porém somente depois de untar a torrada com requeijão, mordendo um pedaço e tomando o café com leite, após.

Taehyung, ao contrário do alfa e a filha, preferiu o suco de laranja.

— O que tem na panqueca? — perguntou o de fios mel, pegando uma.

— Morango e banana com uma calda de mel. — respondeu e Taehyung pegou um garfo e faca para cortar um pedaço e provar. — Está bom?

— Perfeito. Parabéns! — disse e Jeongguk suspirou aliviado. — Pronto pra casar! — falou brincalhão e o alfa se engasgou momentaneamente. — Ei, é brincadeira, Jeon! Nunca ouviu isso?

— Provem a salada de fruta, é feita com iogurte, eu vi em um site e tentei fazer hoje. — desviou do assunto, comendo a própria panqueca. — Ainda temos que aproveitar muito esse lugar!

— Eu quero nadar na cachoeira, posso? — indagou a menina de boca cheia.

— Jihyo! — os dois mais velhos falaram ao mesmo tempo, repreendendo a filha pela falta de educação.

— Perdão.

— Eu não vejo problema, eu também quero ir. — o alfa falou com a atenção na filha. — Geralmente quando se está em grupo, uma acampamento é mais aproveitado, mas como são só nós três, eu não sei muito o que fazer.

— Oras, pai, nós temos essa cachoeira, assar carne, assistir, assar marshmellow, tomar chocolate quente, conversar, eu não me importo muito, eu estou gostando dessa vibe, acredite! — Jihyo falou rapidamente ao que comia queijo com goiabada. — Porra! Esqueci de tirar fotos para mostrar ao pessoal quando voltarmos. — bateu na própria testa e logo resmungou de dor ao sentir a orelha sendo puxada. — Ai ai, pai! O que foi?

— Olha a boca, Jeon Jihyo! — o ômega disse sério e olho para Jeongguk, esse que estava concentrado na própria comida. — Não vai falar nada? — questionou para o mesmo. — Eu não gosto que fale palavrões, Jihyo, quantas vezes, eu tenho que dizer?

— Qual é, Taehyung?! Todo mundo fala palavrão e eu não acho que porra é um, sinceramente! — o alfa falou distraidamente.

— Também não acho!

— É palavrão sim. — discordou e desviou o olhar para Jihyo. — Você fique calada, mocinha! — replicou ainda encarando Jeongguk. — Eu não sei o que eu faço contigo, Jeongguk. Não sei mesmo. — o alfa levantou a cabeça para encarar o rosto sério do ômega. — Mas vamos deixar essa conversa para depois.

Jihyo encarou o pai alfa, esse que a olhou e imitou o ômega mais velho e a mesma tampou a boca para não rir.

— E não me imite, Jeon Jeongguk!

— E eu teria essa coragem de onde?

Taehyung semicerrou os olhos na sua direção e o alfa coçou a garganta, desviando o olhar dos olhos chocolate.

— Sei.

— Uau, essa salada ficou boa, não é? — perguntou provando das frutas temperadas com iogurte e mel. — Já aprovou, minha cerejinha? Seu pai é muito bom no que faz.

— Isso eu sei, pois eu nasci! — a menina diz, de repente, se gabando e os mais velhos a encararam. — O quê? Não é a verdade?

Jeongguk a olhava com a sobrancelha arqueada e se perguntando de onde a adolescente tinha tirado isso, já Taehyung pensava o quão aleatória a filha é.

— Qual dos pais ela falou? — Jeongguk questionou olhando o ex namorado.

— Obviamente a mim, ela é minha cópia. — respondeu convencido.

— Exibido.

— Apenas realista!

— Para mim, é ser exibido! Mas okay né...

— Okay. — Taehyung disse, deixando os dois Jeon se encarando para rirem em seguida.

[...]

Jeongguk observava a filha se divertindo com Taehyung no lago.

Já se passava do meio-dia e o alfa se responsabilizou para fazer o almoço. Após o café da manhã, Taehyung e Jihyo lavaram a louça e arrumaram a cama dobrável, antes de escovar os dentes e trocar a roupa por uma mais leve.

A ômega usava um maiô e canga, já Taehyung optou por um bermuda e camiseta, eles aproveitaram a cachoeira o quanto antes.

Jeongguk assava a carne enquanto os ômegas nadavam no lago. O arroz, maionese, farofa e batata doce já estavam prontas, somente a carne ainda não estava no ponto. O mesmo soltou o garfo longo e abanou-se com a blusa, que havia tirado horas antes. Diferente de mais cedo, naquela hora, o Sol estava forte, o deixando com bastante calor ao ponto de ficar somente de calção e ter um copo de água com gelo ao lado. Ele queria poder entrar naquela água geladinha da cachoeira, todavia preferia olhar a filha e o pai da mesma se divertirem e cuidar do almoço.

— O almoço está pronto! — avisou um pouco mais alto chamando atenção dos ômegas.

Taehyung balançou a cabeça, assim que nadou até a borda e saiu da água cristalina e fria. Logo atrás, Jihyo o acompanhava.

— A água está tão boa, Gukkie! — comentou, trazendo a atenção do alfa para si.

Faz tanto tempo que não ouvia o apelido carinhoso que o ômega lhe deu no passado que não soube reagir.

— O que foi? — indagou enxugando os fios na toalha que a filha o estendeu.

— Nada! — exclamou rapidamente. — Depois de almoçarmos, eu vou.

— O cheiro está bom, pai. — elogiou a filha, que roubou um pedaço de carne. — E o sal na medida. Se não fosse meu pai… Mamma mia. — a mesma disse brincalhona e Jeongguk deu um tapa fraco na coxa da menina.

— Vá fazer seu prato.

— Sim, senhor, senhor! 

Jeongguk negou sorrindo e soltou um profundo suspiro.

— Jeon? — o alfa encarou Taehyung, em silêncio.

— O que foi?

— A carne, por favor.

— Ah, claro, desculpe! — coçou a garganta e colocou alguns pedaços no prato do mesmo. — Bom apetite.

— Obrigado e para você também. — desejou e sentou em uma das espreguiçadeiras ali. — Deixe isso de lado e vai pôr sua comida. Relaxe um pouco.

— Eu estou bem.

— Pai, eu quero algumas gordurinhas. — Jihyo se aproximou falando e com a boca melada de farofa.

— Parece até uma criança. — Jeon falou ao que limpava a boca da filha. — Tome! — colocou os pedaços de carne no prato da mesma e a viu sentar em outra cadeira.

Jeongguk não queria comer. Ele beliscava, de vez em quando a comida, logo se enchendo. O mesmo mirou os dois ômegas.

Eles estavam corados, do pouco Sol que pegaram. Os cabelos de cor mel, alguns dos fios estavam grudados na testa, a roupa molhada grudada ao corpo, dando um leve vislumbre da silhueta do mais velho.

Jihyo estava concentrada em sua própria refeição, não reparando no olhar do pai alfa para o ômega.

— Sua comida melhorou muito, sabia? — perguntou o ômega provando da maionese.

— Ou eu aprendia a cozinhar direito, ou morria de fome, então a resposta é óbvia. — retrucou comento um gordurinha. — Foram muitos ovos queimados para chegar aqui. — brincou, arrancando um riso do ômega.

— Eu me lembro, você era péssimo na cozinha, mas agora… Só orgulho. — Taehyung piscou na direção do mesmo e o alfa revirou os olhos. — Tá ficando um velho bem dono de casa.

— Você também vai começar a me chamar de velho? Já não basta sua filha. — retrucou fingindo uma expressão séria. — Quer saber? Eu vou nadar, é o melhor que faço. Licença!

O alfa deu as costas para o ômega, seguindo para a cachoeira, não demorando para dar um mergulho na água clara e gelada. Assim que o corpo morno tocou a água fria do lago, Jeon sentiu-se arrepiar, entretanto deixou de lado.

Ele nadou até a parte mais funda e submergiu, soltando um suspiro aliviado pelo o calor ter diminuído.


여덟

Os três sentados em volta da fogueira conversavam animados.  Horas atrás - quando o dia se trocava pela noite - ambos resolveram fazer a fogueira e conversarem entre si. O vento batia com força nas árvores, deixando o clima frio, contudo não menos agradável.

O céu estava estrelado, a lua em seu estado minguante, que iluminava pouco, mas não deixando de ser bonita aos olhos de quem via. Sozinho ou acompanhado das pessoas importantes, ela continuava linda.

Jihyo assava um marshmallow com uma varinha de madeira, enquanto tomava uma caneca de chocolate quente, que Taehyung fez para os três.

— Sabe… Eu estou feliz de ter vindo com vocês. — Taehyung comentou ao lado do alfa, esse que o encarou em silêncio. — Eu precisava relaxar, espairecer... Pensar.

— Fico feliz em ter ajudado, de certa forma. — replicou com um leve sorriso. — Ela se divertiu também, não foi?!

— Sim. — respondeu e ambos olharam para a filha, que comia a massinha branca levemente assada na ponta.

Os dois não falaram mais nada, o silêncio era confortável e o suficiente, porém não durou muito, pois a adolescente resolveu tirar fotos com os pais, para registrar aquele momento leve e descontraído. Após algumas selfies tiradas, ambos entraram em uma conversa qualquer com gargalhadas altas.

Jeongguk, Jihyo e Taehyung viram as horas se passarem.

[...]

Por volta das dez da noite, Jihyo e Taehyung acabaram por dormirem na espreguiçadeira, fazendo o alfa, os carregarem nos braços até o trailer. Após ver que estava tudo certo com a dormida dos ômegas, o mesmo foi até o frigobar e tirou uma garrafa de vinho tinto, uma taça e um pratinho com queijo e azeitona.

O mesmo sentou-se em uma rocha mais alta próximo a beirada do lago e abriu a garrafa, despejando um pouco do líquido vermelho na taça e bebeu em seguida, fechando os olhos ao sentir o gosto meio doce e meio amargo na boca, suspirando satisfeito.

O alfa pensava em tudo e ao mesmo tempo em nada. Ele estava aliviado, satisfeito e feliz por presenciar o sorriso da sua filha e da pessoa por quem ainda era apaixonado, desde anos atrás.

Lembranças dos dias da primeira vez que viu o ômega, o rodeava a mente, as conversas na calçada da rua em que moravam, no parque, na escola e até mesmo pelo o celular, via torpedo ou ligação de horas. Lembrou do primeiro beijo, da primeira vez que se tocaram, da primeira vez ajudando no cio, no dia que recebeu a notícia da gravidez. Recordações que o deixavam com um sentimento bom no peito, principalmente a memória do dia que ouviu - pela a primeira vez - o som do coração da sua menina, da sua cerejinha.

O nascimento de sua pequena vidinha também surgiu na mente, uma nostalgia boa e alegre. Um leve sorriso serpenteava nos lábios cor de pêssego e tomou outro gole, já acostumado com o gosto no paladar.

Não somente os momentos bons se passavam em sua cabeça, mas também os dias ruins também. A conversa que - por parte sua - se findou um relacionamento de quase quatro anos. O arrependimento, a raiva, a pena e a mágoa o machucavam todas as vezes que lembrava, porém ele não focava muito nessas lembranças, já que seu ex namorado e sua menina estavam ao seu lado, apesar de tudo.

O alfa soltava algumas notas de alguma música qualquer, absorto do que acontecia ao seu arredor. Estava tão focado na música e nas poucas recordações da sua filha, que mal percebeu um certo ômega se aproximar de onde sentava. Ele só se deu conta, quando sentiu o aroma natural de morango e coco vindo de trás de si.

— Não consegue dormir? — a voz sonolenta do ômega mais velho perguntou ao ver a imagem do alfa sentado e com a taça quase vazia ao lado  da garrafa de vinho.

— Estou aproveitando a noite, só isso. E você? Por que está acordado?

— Jihyo me chutou e eu acabei me assustando. — respondeu e o alfa riu levemente. — Eu te vi aqui e vim te fazer companhia, espero que não tenha problema.

— Quer um pouco? — ofereceu a bebida e Taehyung assentiu, pegando a taça que o alfa estendeu e esperou o mesmo o servir, o tomando em seguida.

— Um moeda por seus pensamentos. — disse após tomar um gole generoso do vinho, fazendo uma careta ao sentir o amargor.

— De tudo um pouco. — respondeu sem olhar. — Jihyo… O passado…

— Jihyo? O que exatamente?

— No dia que me deu a notícia que estava esperando um filho meu, da ultrassonografia, dos primeiros passos, as noites sem dormir, as primeiras palavras e por aí vai. — disse nostálgico e Taehyung o encarou intensamente. — Até parece ontem, sabe? Agora nossa menininha, já não é mais uma neném chorona.

— Estamos ficando velhos, não é!? — comentou brincalhão e Jeongguk revirou os olhos para o comentário. — Nossa garotinha tem 14 anos e a qualquer momento, ela vai querer ser independente, quer dizer, mais. O que me lembra um certo alfa. — insinuou empurrando com o ombro.

Taehyung estava sentado ao lado de Jeongguk, na mesma rocha e dividindo o vinho. Próximos e relaxados na presença um do outro.

— Eu não era o único. — replicou e ambos riram. — Nós criamos bem, não é? — o alfa indagou, um tanto hesitante e o ômega percebeu. — Eu me pergunto se sou um bom pai, ao menos.

— Eu também me pergunto. — Jeongguk o encarou firme e negou com a cabeça. — Não acredita em mim?

— Você é confiante, Taehyung. Jihyo sempre o elogia e diz o quão você é incrível, eu vejo como ela tem orgulho de ser sua filha. — respondeu baixinho. — Tem momentos que eu me sinto só, dentro daquele apartamento. Vazio, solitário e incômodo.

— Por que não a chama? Sabe que não proíbo. — Taehyung retrucou o olhando sério. — Jeongguk.

— Não vamos falar disso. Acho que estou bêbado. — disse meio embolado.

— Não está não.

— Como tem certeza?

— Porque eu te conheço! — exclamou firme. — Você costuma beber por dois motivos, ou quando está animado demais ou quando cabisbaixo. Apesar disso, você tem alta tolerância.

Podia não saber! Eu estava prestes a fazer uma besteira. — sussurrou para si mesmo, porém Taehyung ouviu e de forma estranha, sentiu-se nervoso.

— Não é muito velho para fazer uma besteira? — replicou e pegou a garrafa esverdeada com a logo do vinho, colocando mais um pouco do líquido na taça.

Repentinamente, assustando o ômega, Jeongguk aproximou abruptamente do rosto de Taehyung e o encarou sério e intenso.

O de fios loiros mel engoliu em seco ao ver os olhos tão escuros - quase deixando a garrafa cair com a aproximidada súbita -, entretanto ficou firme, mesmo que as orbes se assemelhava a noite estrelada. O clima ficou tenso entre os adultos, a respiração se tornou fraca e falha, devido a aproximação abrupta.

— Jeongguk, o que está fazendo? — perguntou baixinho depois de um tempo.

— Não sei. — suspirou contra o rosto alheio, ainda sem se afastar.

Taehyung piscava os olhos lentamente, afetado.

— Não sabe?

— Talvez sim.

Os dois se entreolharam com intensidade. Os corações batendo em sincronia, o calor nas bochechas - tanto pela bebida quanto pelo o clima instalado, repentinamente -, a respiração fraca e se misturando, que mal perceberam que seus rostos estavam a poucos centímetros um do outro.

Seus olhos pareciam falar mais que tudo. Calorosos.

Taehyung desviou o olhar para a boca avermelhada, graças a bebida. Parecia tão convidativo, naquele momento.

Jeongguk passou a língua sobre os lábios, não deixando de reparar que os olhos da cor de chocolate derretido parecia focados em sua boca. Parece tão certo...

O alfa engoliu em seco e estava prestes a se afastar, quando reparou que faria algo irreversível, porém o ômega o impediu.

— Você disse que estava prestes a fazer uma besteira, Jeon. — Taehyung aproximou-se do alfa, deixando seus rostos tão próximos que seus narizes se tocavam e o hálito morno batia um contra o outro.

— Taehy…

— Talvez eu também queira que faça isso. — o ômega interrompeu o mesmo, que manteve-se calado com a frase dita do mesmo.

Ele podia estar sendo movido pela bebida ou por desejos internos, mas qualquer coisa culparia o álcool.

Jeongguk foi o primeiro a quebrar a distância entre eles. Pensaria depois sobre.

Os lábios se tocaram em um selinho longo e carinhoso, antes do alfa pousar uma das mãos na cintura fina e o puxar para grudar seus corpos. O ômega soltou um suspiro baixo ao sentir o alfa morder levemente o seu lábio inferior com delicadeza, começando a intensificar.

Tudo ao redor pareceu parar. A atenção dos adultos estavam totalmente focada no toque da boca um do outro. O aroma de morango e coco misturado ao de menta com chocolate, deixavam inebriados e com um sentimento de saudades. Lá no fundo.

Taehyung entreabriu os lábios ao sentir Jeongguk passar a língua entre os seus, aprofundando o ósculo. O ômega segurou na nuca do alfa, ao que sentia o músculo molhado tocar a sua com volúpia. Os narizes se tocaram, quando Jeongguk inclinou a cabeça contrária de Taehyung para o sentir melhor. Apesar da lentidão, somente provando - novamente - dos lábios que tempos atrás não se sentiam, o beijo era intenso.

As bocas se aproveitavam uma da outra, mantendo um ritmo lento, porém profundo, desejo e algo mais. Aos poucos, o ósculo foi diminuindo quando o ar foi se tornando mais preciso até que terminassem com selinhos curtos.

Jeongguk, vagarosamente, entreabriu os olhos para encarar o rosto à sua frente e percebeu que o ômega já o encarava.

— Eu não vou pedir desculpas. — dsse se afastando, após recobrar e acalmar o turbilhão de sentimentos dentro de si.

— Alguém falou alguma coisa? — o ômega retrucou sem o encarar. — Idiota! — murmurou mordendo o lábio inferior, tentando não sorrir.

Talvez já esteja um pouco bêbado.

— Só para ressaltar. — devolveu com um sorriso bobo nos lábios, meio avermelhados, pelo beijo recente.

Após alguns minutos conversando de coisas banais, o ômega e alfa retornaram para o carro e não demoraram a dormir, afinal a noite terminou do jeito que não esperavam, contudo não estavam arrependidos.

Mas sentiam que podiam perder o controle dos batimentos de seus corações.







Notas finais:

Gostaram? Se divertiram? Surtaram? O que será que acontecerá nos próximos capítulos??

Enfim, obrigada por lerem, e apesar do curto capítulo, ele foi feito com carinho como os outros 😊

Até a próxima ~

Abraços e Kissus 😘💜

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