— Soletre amoroso. — Senhor Philips mandou a Trile, que competia com Anne.
— A - M - O - R - U — Tillie tentou.
— Errado. — Ele suspirou em reprovação.
A classe quase inteira competia em soletração, uma nova atividade que professor Phillips havia passado. Amelie estava atrás de Gilbert, esperando que os outros errassem, digamos que ela era bastante competitiva, e isso poderia influenciar nas atividades que Phillips passava.
— Soletre, Beleza. — O professor mandou a Moody, que entrou no lugar de Tillie
— B-E-L-E-S... — Ele soletrou, dando pequenas pausas para pensar, quando ouviu o grunhido do professor, anunciando seu erro.
— Sente-se! arruinou a beleza! — Phillips reclamou, ouvindo a sala festejar. — Desprezar.
— D-E-S-P-R-E-Z-A-R. — Agora na vez de Gilbert, ele foi um dos primeiros a acertar. Amelie viu Timothée chegar atrás da mesma, provavelmente Phillips o havia mandado.
— Muito bem, está correto. — o mesmo anunciou. — Arrogante.
— A-R-R-O-G-A-N-T-E. — Anne soletrou o mais rápido que conseguia, pelo visto, Amelie não era a única competitiva ali.
— Atroz.
e novamente Gilbert acertou, se passaram longos minutos daquilo, os dois eram bons e num queria perder, a sala era preenchida de gritos de alegria quando um dos dois acertavam.
— Compromisso. — Phillips disse mais uma vez, o que já estava deixando Amelie com tédio.
— C-O-M-P-R-M.. — Antes que Gilbert pudesse acabar, um "incorreto" soou pela sala.
Ele apenas deu um sorrisinho para Anne, voltando ao seu lugar. Amelie tomou conta do lugar de Gilbert ao lado de Anne, e lá se foram longos minutos de competição, Anne respondeu rápido de mais, enquanto Amelie ia mais devagar, mas respondia tudo de vez, até...
— Desprezível. — a voz do professor foi ouvida.
— D-E-S-P-R-E-S... quero dizer... — Anne falou tão rápido, que infelizmente ou felizmente acabou errando, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, Phillips se virou, fazendo a garota voltar para seu lugar.
Agora o lugar de Anne era tomado por Timothée, que olhava diretamente a parade atrás do professor.
— Intolerante.
— I-N-T-O-L-E-R-A-N-T-E. — Amelie foi rápida, teria que vencê-lo nem que passasse o dia inteiro soletrando.
— vicissitude.
— V-I-C-I-S-S-I-T-U-D-E. — Ele também foi rápido, e aquilo irritou a garota.
Muitas soletrações iam e voltavam, os dois querendo vencer um ao outro, nenhum queria sair como perdedor. Se não fosse Timothée que finalmente tirou seus olhos da parede e virou seu olhar para as orbes azuladas da menina ao seu lado, Amelie se virou quando se sentiu observada, notando os olhos do garoto em si.
— ressurreição. — A voz do professor ecoou.
— R-E-S-S-U-R-R-E-I-Ç-Ã-O. — Sem quebrar o contato visual, Amelie soletrou a palavra proferida a si.
— incontroversa.
— I-N-C-O-N-T-R-O-V-E-R-S-A. — Ele repetiu, ainda focado em Amelie.
— persistência.
— P-E-R-S... -I-T — Ela não conseguiu acabar, a voz do professor soou um "incorreto." e então a classe inteira celebrava e gritava. Ela xingava seu companheiro de soletração em sua mente, desejando que nunca mais o achasse bonito na vida. Ela se distraiu depois do garoto em sua frente, morder o lábio inferior, aquilo com certeza a fez se desconcentrar.
— Parece que você não é muito boa. — Ele finalmente disse alguma coisa. — Foi muito bom jogar com você, senhorita Laurence.
Timothée estava apenas a provocando, e riu quando ela revirou os olhos e se sentou irritada em seu lugar com os braços cruzados.
— que droga de rosto bonito. — Ela sussurrou pra si mesma, olhando Timothée abraçar seus amigos.
— Amelie? Está se sentindo bem? — Diana tocou em seu ombro, atraindo a atenção da amiga. Ela apenas assentiu.
A aula passou normalmente, e ela fazia questão de ignorar totalmente Timothée, isso era muito infantil, mas para ela, não era.
horas e horas se passaram. Já era madrugada do dia seguinte, Amelie estava acordada no andar de baixo, lavando seus lençóis com desespero. Quando ouviu os passos de sua mãe, ela estava segurando uma luminária a gás quando notou a filha.
— Meu deus Amelie, o que aconteceu? — Meg chegou por trás da filha.
— Eu estou morrendo, mãe! MORRENDO! — Ela gritou a última parte, continuando a esfregar os lençóis brancos na água morna. — Você pode plantar tulipas no meu túmulo? Por favor?
— Amelie, você não está morrendo! — Meg a proferiu. — Você está desabrochando e virando mulher, e isso é perfeitamente normal.
— mas eu não estou pronta para ser mulher! — Ela disse indignada, colocando seu cabelo atrás da orelha.
— Bom, é o que Deus quer e assim será. — Sua mãe acariciou seus cabelos.
— Deve ter acontecido algum erro! É impossível Deus achar que é hora de eu virar mulher!
— Bom, vamos dar um jeito nisso. Usará toalhas de algodão presas à roupa de baixo. — Meg a informou, apoiando a luminária na mesa. — E, depois, elas terão de ser lavadas em água fria e depois quente.
— Isso é um verdadeiro pesadelo.
Amelie se apoiou na pia molhada abaixando a cabeça enquanto encarava seus pés, estava se segurando para não surtar ali mesmo.
— é melhor não ir à escola hoje. — Meg agora esfregava os lençóis manchados.
— O quê? Eu não posso faltar aula! — Amelie virou para a mãe incrédula.
— Não tem por que...
— Preciso manter minhas notas boas! — Amelie argumentou.
— Você é quem sabe, Amelie. — Meg se rendeu.
Amelie foi para a escola mesmo, com muito receio mas foi, não esperou Timothée para o acompanhar, já que morreria de vergonha se algo acontecesse. Com o primeiro período finalizado e o almoço começado, suas amigas e Amelie estavam reunidas em seu "clube" onde garotos não eram permitidos.
— Falem baixo! — Diana riu.
— A minha veio há três meses, e me sinto muito madura. — Josie disse.
— Você parece madura. — Diana concluiu.
— Verdade. — Ruby concordou.
— Acho que os meninos me respeitam mais também. — Ela continuou.
— Mas eles não sabem. Eles sabem? Seria terrível! — Amelie arregalou os olhos.
— Não sabem exatamente. — Josie explicou. — Mas não sou mais uma garotinha, e acho que isso é perceptível. Os seios cresceram.
Amelie olhou para o seu busto, olhando para Josie em seguida.
— Outra razão para isso ser inexplicável. — Ela revirou os olhos.
— A minha veio ano passado. — Diana disse.
— Igual. — Tillie concordou.
— Meu pai começou a abrir a porta para mim. — Diana completou. — Muito gentil.
— Quero muito poder usar coque! — Josie riu.
Mas logo notaram os choros de Ruby, Amelie olhou estranha para ela.
— Não sou mulher! Por que a minha não veio?
— Acredite, se pudesse, te daria a minha, isso é tão inconveniente. — Amelie revirou os olhos.
— Ninguém pode saber, o ciclo menstrual é algo vergonhoso. — Tillie a proferiu.
— por quê?
— Não devemos falar dele, por isso.
— Isso não é um motivo. — Anne se pronunciou.
— Por que você nunca entende nada? — Josie a encarou.
— Marilla disse que isso é um plano divino. Puxa, nós podemos gerar uma pessoa! Onde está a vergonha nisso? — Anne se explicou. —
— Eu sou a única que acha que ela enlouqueceu? — Josie olhou para as amigas.
Todas se encararam estranho.
— É um segredo, Anne, é assim e pronto. — Diana foi calma, pegando na mão da amiga.
— Meninos precisam sofrer com algo assim? — Anne a perguntou.
— Eles tem os problemas deles. — Josie a informou.
— Quando a minha desce, eu falto, porque não quero ter um acidente. — Tillie disse.
— Teve uma menina, anos atrás, cujo o sangue vazou atrás do vestido. — Ruby explicou.
— Eu teria morrido de vergonha. — Tillie riu.
— o professor a chamou à lousa e todo mundo viu. — Ruby continuou.
Amelie agora estava com medo de que isso acontecesse, já que lembrou o resto da história, e com certeza ficaria com medo o resto da vida.