- Você é tão incrível, Jade, tão maravilhosa. - Perrie sussurrou eu seu ouvido, sentindo as mãos de Jade agarrando seu quadril enquanto ela se movimentava devagar dentro dela. - Você é perfeita...
- Ah, Lou... - Jade a cabeça para trás gemendo alto.
Amélia se afastou de Perrie apoiando as mãos no vidro da mesa de jantar, abrindo os olhos e fixando o olhar nos olhos azuis, agora num tom mais escuro. Elas tentavam mas não conseguiam, não conseguiam conter os gemidos de prazer, o fogo ou a paixão que guardaram dentro do peito durante todo o dia até que pudessem ter um momento só delas. Estar junto de Jade era como ir ao céu.
- Geme baixo, amor. Você vai acabar acordando as crianças. - Perrie pediu ofegante.
- Eu n...
- Mamãe! - elas ouviram a voz infantil e doce, um pouco chorosa vinda do segundo andar da casa delas.
- Porra. - Perrie resmungou.
Ela e Jade foram o mais rápido que puderam para vestir as poucas peças de roupa que usavam antes de descer para "beber água", e quando Jade viu a pequena criança de cachinhos castanhos, descer sonolenta enquanto arrastava sua mantinha rosa, correu até a filha pegando a menina em seus braços antes que ela se machucasse.
- O que foi neném, o que está fazendo acordada uma hora dessa, huh? - Jade beijou a bochecha gordinha e cheia de sardas de sua filha, sentindo o cheirinho gostoso que exalava de sua pele.
- Eu senti falta de vocês. - respondeu manhosa, deitou a cabeça em seu ombro.
Perrie vestiu o hobby azul caribe e amarrou a fita em sua cintura e ajeitou o cabelo rapidamente com as mãos antes de ir até a esposa e a filha. Ver elas juntas aquecia seu coração, fazia Perrie se lembrar da infância feliz no subúrbio em Londres, quando seus pais faziam de tudo para encher seus três filhos de amor, mesmo que trabalhando sem parar dia e noite.
- Nós já íamos subir, querida. - Perrie acariciou a cabeça de sua filha, beijando. - Seu irmão acordou também? - a menina negou balançando a cabeça negativamente.
- O que estavam fazendo aqui? - perguntou, levando os olhinhos grandes e azuis até Perrie.
- Hmm.. - Jade murmurou sem saber o que responder.
- Viemos comer. - Perrie foi mais rápida e pegou ela em seu colo. - Quer comer um sanduíche também?
- Pasta de amendoim?
- Pasta de amendoim, gatinha. - afirmou beijando o nariz da filha, que sorriu ficando ainda mais precida consigo.
- Obrigada. - Jade sussurrou para ela.
Perrie mandou um beijo para...
- Perrie. Acorda, amor.
Perrie levantou assustada, suando, olhando para os lados e sentindo aquele sentimento bom indo embora. Era algo estranho, como se seu coração tivesse se aquecido por alguns momentos, iludida com o sonho da família perfeita, da filha que seria uma mistura linda dela e de Jade, de uma família amorosa como a que ela cresceu. Sua mente gritou. Ela não teria aquilo com Anikka.
- Estava tendo um sonho bom? - Anikka perguntou com um sorrisinho.
Anikka jogou o longo cabelo loiro para trás dos ombros e se sentou no colo de Perrie, acariciando o rosto suado. Seu sorriso era cheio de segundas intenções, mas Perrie não estava a fim, não naquele momento, não com a lembrança de Jade ainda tão fresca em sua memória. Ela não entendeu, achou que tinha acabado, há meses não tinha mais sonhos com Jade.
- Você não parava de sorrir, em alguns momentos até gemeu um pouco. - Anikka beijou seu pescoço devagar e suavemente. - Era comigo?
- Aham. - Perrie balançou a cabeça.
- Meu amor. - Anikka tombou a cabeça para o lado sorrindo e afinando a um pouco a voz ao falar, mordeu o lábio inferior levemente e aproximou devagar seu rosto, beijando Perrie. - Vou tomar café e ir pra praia. - anunciou quando se separaram. - Quer ir? - se levantou, ajeitando o cabelo.
- Não, acho que vou... Vou beber água. - coçou a garganta e se levantou, procurando seus chinelos.
Ela queria ver Jade. Parecia que não respondia mais as suas próprias vontades. Sua mente precisava daquilo, ela queria sentir seu cheiro, sentir os bebês em sua barriga. Perrie sentia uma louca vontade disso naquele momento, talvez por causa do sonho, ela não sabia bem, ela só precisava e queria ver Jade antes de finalmente começar seu dia.
Anikka se despediu e foi para o banheiro, então sem perder tempo ela calçou os chinelos e saiu rapidamente, um pouco descabelada e sem rumo pelo corredor. A claridade que invadia os corredores por causa da enorme janela de vidro em frente as escadas incomodaram seus olhos, fazendo com que ela ficasse com a visão escura por um breve momento. Perrie cobrou os olhos a mão e se encostou na parede esperando sua visão voltar ao normal.
- Ei, está tudo bem? - a voz de Jade soou como música para seus ouvidos, baixa, vinda do fim do corredor. Seu coração disparou, Perrie se virou para olha- la.
Jade estava tão bonita, mesmo que não houvesse nada demais e nenhum detalhe diferente em sua aparência. Com sua camisola de algodão e alças finas, com uma estampa de abacate em sua barriga. Irônico não? O cheiro de baunilha invadiu as narinas de Perrie, e tudo o que ela quis foi cheirar aquela pele morena e macia, como em seu sonho.
- Hm, sim, si- sim foi só a luz. - respondeu gaguejando um pouco, tentando não dar corda para sua imaginação fértil.
- Ah. - Jade murmurou sem demonstrar muito interesse, quando na verdade ela queria abraçar Perrie, beijar... E se sentia a maior idiota do mundo por isso.
Como uma pessoa ainda podia querer alguém que mentiu até mesmo o próprio nome, traiu a noiva apenas para ter o prazer de uma noite? Como Perrie foi capaz de despertar a paixão em alguém e agir como se nada tivesse sido feito? Jade não deveria querer ela, isso era burrice e traição com Anikka, mas que culpa ela tinha?
- Quer que eu traga o café aqui em cima pra você? Está se sentindo bem?
Perrie estava preocupada com os bebês, queria fazer várias perguntas sobre eles, saber de cada detalhe já planejado por Jade para a chegada deles, e rezava para que Jade não fosse contra isso, mas ela tinha o plano perfeito e ele não ia falhar. Louise conseguiria fazer com que Anikka e Jade nunca mais se vissem, e assim séria presente na vida de seus bebês sem problema, seria como ter duas famílias.
E naquele instante, quando esse pensamento surgiu em sua mente ela se sentiu a pior pessoa do mundo, uma culpa imensa e isso era novidade para ela. Suas ações mão costumavam ter muitas consequências sobre si. Em sua memória veio como em um filme o dia em que Debie descobriu que Alex tinha suas duas famílias, e que Caitlin morava a duas horas de distância de sua casa.
Mas diferente da mãe de Caitlin, Jade não sabia e nunca receberia a culpa por isso, não era justo. Pelo menos não na cabeça de Perrie, mas pensar nisso só traria mais culpa a ela, e ela odiava se sentir assim, não conseguia lidar isso.
- Quer me ajudar? - Jade perguntou enquanto caminhava devagar, como uma pata. Perrie assentiu. - Me esqueça. - passou direto por ela sem nem olhar em seu rosto, deixando Perrie sem jeito, com os ombros baixos e uma leve decepção em seu olhar.
...
Perrie cortou os morangos ao meio e em seguida jogou- os no liquidificador, pegou o açucareiro e uma colher, colocando duas colheres cheias no liquidificador. Enquanto os morangos batiam, ela foi atrás de dois copos grandes para colocar os smothies de morango que estava fazendo, para tentar puxar um assunto com Jade, tentar fazer com que a relação delas ficassem pelo menos um pouco amigável.
Quando desligou o líquidificador pôde ouvir as risadas de Anikka tomando conta do ambiente, a fazendo suspirar impaciente com os olhos fechados. Tudo o que ela não precisava no momento em que ela estava tentando ter uma conversa descente com Jade, era Anikka pendurada em seu pescoço o tempo todo enquanto Andrea a vigiava de longe com seus olhos de águia sobre ela.
- Sweet. - Anikka chamou amorosamente abraçando Perrie por trás.
- Querida. - Perrie queria se esquivar, mas fez força para ficar ali. Anikka beijou seu rosto.
- Estamos indo fazer umas compras para o luau de hoje a noite, que ir?
Mentalmente Perrie pulou de alegria, abriu um sorriso suave e discreto.
- Não querida, obrigada. - disse baixo. - Pode ir. - Perrie se virou apoiando as mãos na cintura de Anikka, roçando os narizes e depositando um beijo suave em sua boca.
Anikka então saiu sorridente, sem suspeitar por um minuto se quer das verdadeiras intenções de sua noiva e por sorte Andrea não estava por ali para fazer isso por ela. Perrie colocou o smothie em dois copos grandes e colocou dois canudos seguindo para a piscina na parte de trás da casa.
Pela primeira vez em muito tempo Perrie estava nervosa, ansiosa e aflita com algo. Nunca, ninguém, pelo menos não desde que ela saiu de Londres e começou a caminhar rumo ao seu sonho e a fortuna que a aguardava em um documento de casamento daqui há alguns meses. Resumindo, confiança deveria ser o seu sobrenome, pois Perrie nunca se sentiu insegura com algo ou alguém, pelo menos não até aquele momento e isso estava a deixando com um pouco de raiva até.
De longe ela pode ver Jade sentada em uma espreguiçadeira, passando protetor solar em sua barriga, com um sorriso amoroso estampado em sua boca, com movimentos suaves e circulares abrindo os bebês se mexerem, causando algumas dores em sua coluna e esmagando sua bexiga, mas ainda sim, nada a deixava mais feliz. Perrie também sorriu ao ver a cena, nãos se preocupou muito em disfarçar.
Apenas duas amigas de Anikka estavam na casa, mas estavam dentro da piscina conversando e rindo baixo entre si, como se o mundo ao redor não importasse. E para falar a verdade Perrie nem conhecia aquelas amigas de Anikka, sua sogra também estava na casa, mas ainda tomando seu café da manhã com a filha mais nova, então ela teria mais liberdade para conversar com Jade.
- Olá. - Perrie sentiu em sua espreguiçadeira e levou o copo em sua direção.
Deixando o sorriso morrer imediatamente Jade a encarou com raiva.
- Ainda está com raiva de mim?
- Sério que você ainda pergunta? - Jade ergueu as sombrancelhas e se afastou de Perrie.
Perrie colocou o copo no chão ao lado de Jade.
- Quero conversar com você.
- Mas eu não tenho nada para falar com você, inclusive, eu vou embora amanhã cedo. - anunciou e isso aliviou e preocupou Perrie ao mesmo tempo.
- Vai me afastar dos bebês? - ela sentiu um nó em sua garganta. - Eu sei que eu errei em tudo desde o dia em que nos vimos, mas eu sempre quis ser mãe, não faz isso comigo. - pediu com uma sinceridade que não tinha há anos.
Jade desviou o olhar e se inclinou para pegar o smothie. O cheiro estava bom demais, seu orgulho estava a impedindo de resistir aquela delícia feita com morangos.
- Anikka vai nos odiar. - Jade disse baixo.
- Eu sei.
Ela realmente sabia, mas não pretendia contar, ainda não sabia como iria fazer isso, mas sabia que não iria falar nada sobre Jade com Anikka.
- Já sabe o que são? - Perrie perguntou mudando completamente o assunto, não queria falar sobre aquilo, não queria deixar Jade ainda mais nervosa.
- Não, mas vamos fazer um chá revelação... - Jade fez uma pausa para tomar seu smothie e pensar se deveria ou não fazer aquele convite, se deveria ou não baixar a guarda com Perrie.
Aquela mulher realmente merecia sua confiança?
- se quiser ir... Digo.. - deixou o copo no chão mais uma vez. - se tiver contado a verdade para Anikka até lá você aparecer por lá.
Perrie sorriu, um sorriso pequeno, seus olhos brilharam, ela baixou a cabeça enquanto seus olhos brilhavam de emoção. Nada nunca tinha a deixado tão feliz assim. Mas como? Como Perrie iria aparecer? Jade estava organizando seu casamento, como é que ela iria conseguir manter a farsa? Como é que ela conseguiria ir no chá revelação, assitir o parto, levar ao primeiro dia de aula entre muitas outras coisas que Perrie perderia?
Como sustentar essa mentira?
- Claro. - voltou a olhar Jade.
- Você... - Perrie ficou receosa, parou de falar e torceu os lábios. Jade olhou em seus olhos, atenta a cada palavra sua e mesmo sem ter a intenção um fio de esperança crescia em seu peito.
- Diz. - Jade pediu.
- Me deixa ajudar com os nomes? - suas bochechas ficaram coradas.
- Eu estou tendo muitas dúvidas sobre eles. - Jade mentiu, ela sabia exatamente qual nome dar aos seus bebês, mas seria injusto negar aquilo a Perrie, por pior que Perrie estivesse aparentando ser. - Pode sugerir qual quiser.
Perrie então sorriu, deixou o copo no chão e se aproximou de Jade e ainda receosa colocou as mãos na sua barriga, recebendo o olhar apaixonado de Jade sobre ela, e por mais que Thirlwall tentasse negar ou fazer parecer o contrário ela não conseguia, havia se apaixonado por Perrie no momento em que à viu, e como ela gostaria de mudar isso. Segurando o sorriso ela viu Perrie aproximar o rosto em sua barriga e sua respiração quente contra a pele coberta de protetor solar a fez arrepiar, soltando um suspiro.
- Se forem meninas vocês vão se chamar Storm e Ophelia. - os olhos azuis subiram até os castanhos de Jade.
Amélia sorriu grande. Ela queria colocar as mãos sobre as de Perrie, acariciar seus cabelo e sentir seu cheiro, mas não podia. Perrie não era sua mulher, ela era a mulher de sua amiga e nada mudaria até que Perrie contasse a verdade para Anikka e decidisse o que iria fazer. E Jade não iria negar, ela queria ser escolhida por Perrie e se perguntava como uma noite mudou tanto a sua vida, como ela pôde ter se apaixonado por alguém como Perrie.
Ela estava confusa, envergonhada e com medo, medo de Jade estar mentindo, medo do que iria acontecer quando Anikka descobrisse. Aquilo seria a destruição de uma amizade de famílias. Muitas emoções tomaram conta de seus pensamentos e coração e ter Perrie tão perto não a ajudava em nada. Jade tinha a impressão que podia a qualquer momento cair nos encantos de Perrie mais uma vez.
- E se forem meninos? - Jade perguntou.
- Jesse e Booker... Ah! Vocês gostaram desse nome meus amores? - Perrie gargalhou de felicidade ao sentir seus bebês se mexerem. - Mamãe está feliz conhecer vocês bebês. - sussurou contra a barriga de Jade.
Perrie não sabia explicar, não sabia como aquele sentimento tomou conta do seu coração tão rápido, ela não sabia que podia amar daquele jeito. Foi do dia para noite, e sentir aqueles bebês, realizar aquele sonho já era tudo para ela.
- Gostei. - Jade sorriu, com seu coração acelerado. - E se for um casal será Storm e Jesse. - tocou sua barriga. - Eu achei que você fosse fugir de mim de novo. - disse após minutos de silêncio observando Perrie acariciar sua barriga.
- Não foi de propósito, é sério.
- E como eu posso acreditar em você?
Antes que Perrie pudesse responder ela ouviu a voz alta de Anikka e logo Andrea estava parada na porta, com uma sombrancelha arqueada e braços cruzados encarando as duas seriamente. Ao perceber o olhar queimando sobre si Jade tocou a mão de Perrie suavemente fazendo- a olhar para trás. Perrie se afastou, pegou seu copo e se levantou deixando Jade sozinha se sentindo culpada, se sentindo como a outra coisa que não era verdade, ela foi tão enganada quanto Anikka, mas quem entenderia fácil assim?
- É bebês, as coisas não vão ser nada fáceis para nós três. - sussurrou, colocou seu óculos de sol e voltou ao que estava fazendo fazendo antes de Perrie aparecer com seus olhos azuis para lhe tirar a paz.
Quando Perrie entrou na casa viu Anikka subir as escadas correndo, falando e rindo alto com sua mãe logo atrás dela e Andrea estava indo pegar algo na geladeira. Perrie então, silenciosa e fingindo que nada estava acontecendo deixou seu copo na pia.
- Você e Jade são bem amigas né? - seu tom era suspeito, cheio de segundas intenções.
- O que você tem com isso, Andrea? - Perrie bufou.
- A amizade de vocês é estranha, se conheceram ontem, ou eu estou enganada? - ergueu a sombrancelha.
- Andrea... - Perrie passou a língua entre os lábios sorrindo com cinismo. - Se você tomasse conta da sua vida igual toma conta da minha você é quem iria se casar. - respondeu e as aproximou mais. - Toma conta da sua vida. - disse sem se alterar.
- Algo entre vocês está errado, Edwards. - Andrea bateu a porta da geladeira com raiva. - E eu vou descobrir e a Anikka vai ser a primeira a saber.
- Fique a vontade, Sherlock. - com deboche, Perrie riu e fez uma reverência a Andréa a deixando com o rosto vermelho de raiva saindo em seguida.