𝗧𝗵𝗲 𝗰𝗼𝗹𝗱 𝘀𝗶𝗱𝗲 𝗼𝗳...

DevilEyes_fanfic द्वारा

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𝗥𝗲𝗶𝗻𝗼 𝗜𝗻𝘃𝗲𝗿𝗻𝗮𝗹:. Também conhecido como o lar de seres 𝘧𝘳𝘪𝘰𝘴, 𝘴𝘰𝘧𝘪𝘴𝘵𝘪𝘤𝘢𝘥𝘰𝘴, 𝘳𝘦... अधिक

APRESENTAÇÕES
PROLOGO.
Goodbyes.
Rumors.
Last Summer.
California Baby
Control.
Cold like my soul.
Greek Gift.
Anything.
Closed Deal
Dirty Work
Read my Lips.
Abstinence.
Dark Secrets
CROSSOVER
When ice meets fire.
Good morning.
Dear Diary.
A Good Punch.
What a time
Burned ones
Sun x Ice
Sun x Ice [2]
BONUS
Sun x Ice [3]
Back to Black
Winter Prom
Ultimatum
My Heart is Yours
Ocean Eyes
If I fall you fall too
Tell Me Pretty Lies
Liar
Monsters
Theory of Chaos
Turn off
Broken Heart
New Plan
Loyalty
Gossip
Key
The Other World
The Other World | Part. 2
Consequences
After the Storm
Where is my brother?
Changelings
The Ballerina
Marks and Scars
Surprise Bitch
The Price You Pay
Welcome to your Nightmare
Oblivion
Illusion or Reality?
Don't follow the light
Importante
Quem é vivo sempre aparece
The Deal
Light me up
Ignite me
End or beginning?

Hard Choices

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DevilEyes_fanfic द्वारा

*: ・゚Sugiro que leiam as últimas linhas do capítulo anterior para refrescarem a memória:) *: ・゚

𝕱𝖔𝖓𝖙𝖊 𝕽𝖚𝖇𝖗𝖆

Calor humano. Almejado pela maioria das fadas e repudiado pelos seres invernais. Bom...até então.

Para tentar reverter o clima pesado após a mórbida história de Winter Frost, Brandon e Ivy permaneceram abraçados até que a princesa dormiu em seus braços, enquanto ele acariciava suas costas nuas por baixo do lençol.

Ivy passaria horas e horas daquela forma, se não fosse por um pesadelo inoportuno que a acordou como uma batida de carro. Brandon estava parcialmente acordado, então não se assustou, apenas a segurou com mais firmeza. Ela estava mais fria do que antes.

- Eu dormi? - A fada inclina seu tronco para se levantar, mas continua apoiada no ombro dele.

- Não se preocupe, não passou de 30 minutos. - Brandon faz o mesmo, sentando em sua cama.

- Você não dormiu? Podia ter me acordado. - Ivy diz enquanto caça suas peças íntimas. Era um delírio de sua cabeça, mas esse era o momento em que mais sentia vontade de corar. Irônico levando em conta tudo que eles fizeram meia hora antes.

- Eu não consigo dormir de tarde...e você parecia exausta. - Brandon espera que ela vista o essencial para segurar em seu braço. - Você está bem? Digo...sem querer parecer genérico.

- Ótimo, nós dois odiamos perguntas genéricas! - Ivy tenta ignorar a pergunta, mas depois de ver a expressão no rosto dele, percebeu que não havia sido tão sutil como planejara. - Eu estou bem. Tive 11 anos para lidar com isso. Uma hora vira hábito.

Brandon não evita franzir a testa em sinal de confusão ao ouvir a parte dos "11 anos". Ele não sabia a idade exata da fada, mas tinha certeza que era algum número entre 16 e 17, além de saber que a briga entre Winter e Luna aconteceu antes dela e do "suposto irmão" nascerem. Nesse caso as contas não batiam.

- Ok eu sei o que você está pensando. - Ivy se martiriza mentalmente por ter sido tão descuidada com as palavras. No fundo ela se sentia culpada por se sentir tão segura perto dele.

- No que estou pensando, fada da mente? - Brandon assiste a princesa se frustar ao não encontrar sua blusa largada no chão junto às outras peças de roupa.

- Que eu estou sendo má em ocultar o desfecho da minha fatídica história. - Ivy usa um tom dramático para se expressar. Estava quase soltando um palavrão por não achar sua blusa quando Brandon a interrompe e estende um moletom da atlética de Fonte Rubra. - Valeu!

- Realmente, é tortura instigar minha curiosidade e parar na metade... - O especialista concorda com ela, mas antes que a fada dissesse algo ele completa compassivo: - Mas não precisa me contar. Eu sei como é...tentar ignorar o passado.

- E está funcionando pra você? Só ignorar? - Ivy pergunta enquanto tenta distrair sua atenção com a barra do moletom que ainda estava em seu colo.

- Estava funcionando... -  Ela volta a encara-lo. - ...mas sempre vai ter algum fantasma do passado pra te lembrar que não tem como correr de tudo.

Luna era o fantasma de Ivy.

- Qual é o seu fantasma? - A princesa torce para que ele diga algo. Não queria ser a única desabafando sobre seus problemas.

Um instante de reflexão.

- Andreas Gryffin.

- O pai de Sky? - Ivy questiona confusa enquanto o especialista abaixa o olhar e toca a costela com uma das mãos.

Ainda conseguia sentir a dor delas quebrando.

- O Sky sabe? - A princesa invernal entende em parte o que aquilo significava. Só não imaginava que era recente e que esse fantasma estava mais para um morto-vivo.

- As pessoas costumam virar santas quando morrem. - Brandon solta um riso completamente sem humor. - ...e o Sky já sofreu bastante com a perda dele. Não tem porque piorar as coisas.

- Foi ele quem fez isso? - Ivy leva sua mão até uma cicatriz nitidamente antiga, marcada entre a segunda e a terceira costela.
Brandon não evita tremer por sentir o contraste da mão fria com sua pele quente, além de recordar o momento exato em que ganhou aquele corte.

- E isso... - Ele apoia sua mão sobre a dela, guiando seus dedos até uma segunda cicatriz que marcava seu ombro. É a primeira vez que ele comenta sobre elas com alguém. - Sky acha que foi um acidente de moto.

Um ódio repentino domina os pensamentos da fada. Normalmente ela estava ocupada demais com seus próprios problemas para ser uma pessoa empática com vidas alheias, mas agora era diferente. Brandon não era mais alguém aleatório que ela apenas conhecia. Pensar em Andreas fazendo as coisas que o especialista contou e nas coisas que ele ainda não havia falado, fazia Ivy sentir uma genuína vontade de matá-lo. Desejava que ele estivesse vivo, apenas para ser o alvo da Rainha Winter, aquele que a princesa foi designada a matar.

- Ivy... - Brandon acorda a fada de seus pensamentos sórdidos quando percebe que ela estava congelando a barra de seu moletom.

- Desculpa! - Ivy tira a camada grossa de gelo com a própria mão. - Ele não pode fazer isso e sair impune como a lenda que todos admiram. Nunca tentou contar para alguém? Talvez Silva...

- O que sua mãe faria se alguém ameaçasse sua imagem? - Brandon a corta tentando colocar os pés dela de volta no chão.

Mataria. Ela mataria sem hesitação.

- Ele está morto, não está?

- "Lendas nunca morrem." - Brandon responde com o peso de um prédio em sua consciência. Mesmo se Andreas não estivesse bem e respirando, ainda seria estupidez tentar culpar um rei com o histórico de herói.

- Posso fazer ele deixar de ser uma lenda em medos de cinco minutos. - Ivy tenta retrucar.

- Eu não tenho dúvidas quanto a isso, mas você não vai. Porque agora além de você, ninguém mais sabe disso. - Brandon pega sua blusa do chão e a veste enquanto a fada o encara com um olhar entediado. Difamar Andreas havia se tornado seu novo plano pessoal.

- Isso tem a ver com o Sky? Porque ele com certeza te apoiaria se soubesse que o pai dele foi um...

- Não. - Brandon a corta antes que ela pensasse em um xingamento criativo. - Também...mas não é só ele. Tem mais coisas sobre Andreas que eu preciso resolver, mas...

- Precisa fazer isso sozinho. - Ivy completa como se já soubesse do que se tratava. Na verdade ela não sabia, mas também estava escondendo algo que precisaria resolver com as próprias mãos, então no fundo ela entendia.

- Eu sei que não parece o certo, mas...

- Relaxa. Eu entendo. - Essa foi a vez de Ivy corta-lo. - Então...eu sou mesmo a única pessoa pra quem você contou isso?

Ao mesmo tempo que Brandon processa a pergunta, ele reflete sobre o que ela significava. Entre todas as pessoas que ele considerava, a única com quem ele conseguiu se abrir foi Ivy, a fada por quem ele nutria sentimentos. "Desde quando eu sou tão emotivo?", era o que ele pensava. Contou detalhes cruciais sobre seu passado e se seu segredo não colocasse a vida dela em risco, teria contado todo o resto sobre Andreas.

A princesa invernal ainda aguardava ansiosamente por uma resposta, então para poupar palavras, Brandon apenas confirma com a cabeça, sentindo sua mente se perder nos olhos azuis de Ivy. Existia algo diferente em seu olhar. O especialista não conseguia decifrar o que era, mas sem perceberem, seus rostos voltaram a ficar poucos centímetros de distância.

Eles estavam prestes a se beijar, porém ambos ainda estavam hesitantes, pensando no que aquilo significaria. Haviam acabado de trocar confidenciais sobre seus passados, minutos antes de adormecerem abraçados. Agora estavam prestes a se beijar novamente e nem sabiam ao certo a razão para isso, já que não houve nenhuma provocação ou insinuação de duplo sentido.

Eles apenas queriam.

Brandon é quem dá o primeiro passo. Ligando seus lábios para depois conectar sua mão ao rosto da fada, que se arrepiava ao seu toque. Ivy se sentia tão estranha, mas não de um jeito ruim...o frio se concentra em seu estômago enquanto o resto de seu corpo acompanha o calor que o toque do especialista transferia para ela.

Ivy transpassa seus braços por cima dos ombros dele e sem suportar mais a distância entre eles, o moreno enrosca suas mãos na cintura de Ivy e a puxa para sua direção, até que a fada estivesse sentada em seu colo. Até agora, nunca havia entendido a verdadeira importância do calor humano.

"Porque eu te amo e nada mais importa."

As batidas intensas que o coração de Ivy fazia passam de emocionadas para assustadas. A palpitação em seu peito começa a se acelerar e de repente Ivy pega a si mesma comparando o romance fracassado de Winter e Luna com o combo de sentimentos que ela presenciava no presente. Prometeu a si mesma que quando sentisse qualquer resquício de amor, correria imediatamente para o lado oposto.

- O que foi? - Brandon se afasta ao senti-la mais fria que o habitual. O rosto da fada estava pálido e seus olhos alternavam entre azul e branco.

- E-eu...não devia fazer isso com você. Prometi para mim mesma que não faria. - A fada invernal se levanta com medo de perder o controle.

- Você não é sua mãe...não precisa fazer as mesmas escolhas que ela. - Ele se levanta também, mas sem tentar se aproximar.

- Esse é o ponto...talvez eu precise. - Ivy sente seus olhos marejarem, então se vira de costas para ele. Bem a frente havia o porta retrato com Sky e Brandon mais novos se abraçando e sorrindo.

"— Então sua mãe escolheu você e...seu irmão?
  — Não exatamente..."

- Quando você perguntou quem minha mãe havia escolhido... - Ivy decide explicar o que seu delírio repentino significava, mas para isso teria que terminar a história. - Ela não teve a chance de escolher. Houve complicações no parto e...ela passou meses se recuperando. Quase perdemos ela.

Brandon volta a se sentar, pois sente que viria algo ruim pela frente.

- Depois da "quase morte", Luna teve um choque de realidade e percebeu que fugir seria uma loucura. Minha mãe precisava de muito mais tempo para se recuperar, sem contar que Jack e eu também estávamos enfraquecidos. Nosso nascimento quase congelou metade de Magix. Os livros de história chamam de "A Grande Geada", mas ninguém contou o verdadeiro motivo. Foram quase dois anos para reparar os estragos.

- Ok, é muita coisa para assimilar...então sua mãe e Luna terminaram? - Brandon sente sua cabeça doer com tanta informação.

- Não...elas continuaram se encontrando. Concordaram que valia a pena passar o resto da vida como amantes se isso fosse garantir que elas estariam juntas. - Ivy narrava os fatos sem nenhuma emoção na voz.

- Eu não entendo, então o que deu errado? - O especialista franze a testa em confusão.

- O rei. Meu pai... - A fada invernal sente sua voz oscilar, então da uma pausa para repensar em todos os detalhes e a maneira mais sucinta de explicar como sua vida foi de "era uma vez" para "sem finais felizes, fim". - Ele sempre passava dias transitando de reino em reino para cuidar da diplomacia. Elas aproveitavam esse tempo para "matar a saudade". Normalmente elas se isolavam no quarto, mas as vezes a gente fazia algo em família...o Jack amava ela. As vezes passávamos mais tempo com Luna do que com nosso próprio pai...

Ivy pausa novamente. Brandon vai até a fada e apoia uma mão em seu ombro, enquanto a outra vai até o porta retrato de sua infância e o vira para baixo. Ela não precisava dizer nada, mas ele já sabia que de alguma forma aquilo fazia ela se lembrar dela e do irmão.

- Uma noite...Jack e eu ouvimos gritos vindo do quarto dos nossos pais. Nós tentamos correr a tempo, mas quando chagamos no quarto...o corpo do meu pai estava estirado no chão...aos pés de Luna. Os olhos estavam completamente queimados e minha mãe estava imóvel do outro lado da cama. Luna matou ele.

Brandon queria exclamar alguma coisa, mas estava horrorizado demais para isso. Usou sua mão que ainda repousava sobre o ombro da fada para vira-la em sua direção. Os olhos marejavam e sua íris havia se tornado um branco reluzente, com alguns resquícios de azul.

- Minha mãe mandou Luna fugir. Ela congelou o cadáver até se tornar uma estátua congelada. - Ivy conta enquanto se recorda da estátua do rei que recepciona a entrada do palácio.

- Sua mãe protegeu Luna? Mesmo depois de... - Brandon tenta processar tudo.

- O amor é irracional. Minha mãe percebeu isso na pior hora... - Ivy respira fundo e prossegue. - Matar meu pai parecia mais eficaz do que o plano original de fugir...mas Luna e Winter esqueceram das tradições. O Reino Invernal não é como os outros...temos nossas próprias regras, nossa cultura e nossa fonte de magia. Quando nossos ancestrais morrem, seus poderes são passados para os herdeiros mais velhos. Em tese, os poderes do Rei seriam transferidos para mim e Jack.

- Em tese... - Brandon repete já prevendo que isso não aconteceu na prática.

- Jack era...diferente. Ele nunca foi como eu ou meus pais. Pensamos que ele finalmente conseguiria acessar seus poderes, mas...seu corpo não suportou tanta carga de magia. - A princesa encara a própria mão quando sente algo úmido querendo se libertar de seus olhos. - Então eu recebi tudo. Todo o poder. Meu pai. Jack...por isso não consigo me controlar. Essa magia não pertence a mim. Nunca deveria ter sido minha.

"Então foi por isso que ela veio para Alfea", foi o que Brandon pensou. Novamente ele estava equivocado.

- Luna conseguiu destruir minha família em menos de um dia. E ainda assim, minha mãe continuava amando ela. - Ivy sorri sem humor, expressando sua indignação. - Ela estava muito pressionada. Forjar a morte do meu pai, aceitar que meu irmão nunca mais acordaria, lidar com uma bomba relógio de 5 anos...ela precisava tomar decisões, mas seus sentimentos estavam atrapalhando. "Emoções são pedras no caminho daqueles que buscam o sucesso". Então ela resolveu silenciar as emoções. Se o amor é irracional, então que seja trocado pela razão. Ela tirou a pedra do sapato.

- Como? - Brandon pergunta sem conseguir imaginar uma forma de desligar todas as emoções. Provavelmente se ele conhecesse já teria feito.

- Magia.

FLASHBACK
11 anos atrás

𝕽𝖊𝖎𝖓𝖔 𝕴𝖓𝖛𝖊𝖗𝖓𝖆𝖑

A hora do chá.

Não era um evento comum no Reino Invernal, mas havia se tornado uma tradição entre Winter, Ivy, Jack e Luna. Ocorria de forma mais sazonal, pois as visitas da Rainha de Solária não eram tão frequentes como outrora fora.

- Ela está atrasada! - Jack Frost protesta preocupado.

- E eu estou com fome. - Uma Ivy de 5 anos debruça sobre a mesa e encara os cupcakes como se fossem ouro. - Não posso dar nem uma lambidinha na cobertura?

- Você sabe como funciona, nós não tocamos na mesa enquanto... - Winter inicia sua explicação, mas uma quarta voz a interrompe.

- Enquanto a pessoa mais legal da festa não chegar! - Luna estava encostada na porta com um sorriso estampado no rosto e duas sacolas relativamente grandes nas mãos. - Com presentes*!

- Tia Luna! - Jack corre até a Rainha. Ivy estava logo atrás, mas chegou depois, pois antes pegou um dos bolinhos de cima da mesa.


- Sentiram minha falta? - Luna se abaixa para ficar na mesma altura que eles.

- Muita/Sim! - Os gêmeos respondem em uníssono.

- Pensamos que não viria mais! - Ivy exclama dando uma boa mordida na massa úmida do bolo.

- Eu resolvi passar em Eraklion primeiro. - Luna apoia as sacolas no chão e de dentro delas tira uma bailarina forjada em metal e um punhal do mesmo material. A metalúrgica de Eraklion era a mais famosa entre os reinos de Magix. - Espero que gostem.

- Obrigada! - Ivy agradece pelos dois enquanto Jack pega a bailarina e entrega o punhal para a irmã. O garoto tinha um arsenal imenso de armas que seu pai lhe deu, então não aguentava mais ver lâminas em sua frente.

- Encontrou Andreas no caminho? - Winter recepciona a "amiga" com um abraço demorado e retira uma mecha de cabelo castanho que havia caído em seu rosto.

- Ele estava em reunião com Rosalind. Não quis me atrasar mais do que já estava. E eu sei que algumas pessoas ficam bem bravas quando estão com fome. - Luna pisca para Ivy.

- Acho que ela está falando de você, Jack! - Ivy finge não ter notado os olhares e senta em seu lugar na mesa.

- Ah claro! - O moreno revira os olhos e se volta para Luna novamente. - Meu cabelo escureceu 2 tons nesse mês. Papai disse que me trocaram na maternidade com a Stella.

Winter engasga com o chá e Luna ri, porém não foi uma risada sincera, mas sim de nervoso. Não era segredo para ninguém que as duas rainhas eram muito próximas, mas o casamento entre a Rainha Invernal e o Rei não ia tão bem como ambos planejaram, ocasionando uma desconfiança da parte dele.

- Seu pai é um piadista! - Luna força um sorriso e logo tenta mudar o assunto. - Stella está ansiosa para conhecer vocês.

- Ela poderia vir para a próxima festa do chá! - Ivy sugere enchendo seu copo com suco. Apesar do tema da "festa", ela odiava chá.

Nunca mais teve outra festa do chá.

•─────✧─────•

- Enfim a sós. - Winter fecha a porta de seu quarto após ter colocado os gêmeos para dormir.

A vida trouxe novas responsabilidades para ambas as rainhas, então cada momento que elas tinham sozinhas precisava ser um momento único, pois eles eram escassos, assim como a privacidade.

- Nunca pensei que iria sentir a frase "morrendo de saudades" ao pé da letra. - Luna sorri anestesiada quando a fada invernal retira seu manto de rainha para ficar mais à vontade.

- Dramática! - Winter corresponde o sorriso sentando ao lado dela e apoiando a cabeça em seu ombro. - mas eu também senti. Dessa vez foram mais meses que o de costume.

- Esse é o preço que pagamos...pela nossa escolha. - Luna se refere a decisão de continuarem como amantes.

- Se arrepende? De ter me escolhido? - Parecia uma pergunta estúpida, mas Winter precisava ouvir algo positivo depois de meses aturando seu casamento infeliz.

- Nunca! - A fada da luz deposita um beijo na têmpora de Winter enquanto sua mão repousa na perna da rainha. - E se pudesse voltar no tempo faria tudo igual.

- "Porque eu te amo... - A rainha invernal sussurra.

- ...e nada mais importa." - Luna completa segundos antes de buscar conforto nos lábios de Winter.

Elas desejaram que a noite tivesse mais horas ou que o tempo simplesmente parasse para que elas pudessem aproveitar ao máximo.

Mas nem todos nasceram destinados a ter um final feliz.

Winter se afasta bruscamente ao ouvir o piso de madeira ranger. Independente de quem fosse elas estariam encrencadas, mas aquela pessoa em específico seria a responsável por interromper uma história de amor que poderia ter sido incrível.

- No fundo eu já sabia, mas agora, vendo com meus próprios olhos eu realmente acredito. - O rei estava parado na porta do quarto. Seu semblante carregava uma mistura de desgosto e fúria.

- E-eu posso explicar... - Winter sente sua pressão cair repentinamente.

- Não quero ouvir nada que saia de sua boca repugnante. - Seu marino cospe as palavras como se estivesse na frente de um criminoso do Reino. - Traidoras não merecem o direito de falar e muito menos de serem encaradas nos olhos.

- A culpa é minha! Fui eu quem b... - Luna é interrompida por uma rajada forte de uma massa branca e espessa de gelo.

- Como ousa? Ela é a Rainha de Solária! - Winter se coloca entre os dois e tenta conter o pai de Ivy.

- E eu sou o Rei do Reino Invernal e não vou tolerar que essa... - Ele procura palavras para definir o caso das duas. - ...aberração arruine meu legado! Você destruiu tudo Winter.

- Destruiu nosso casamento!

Ele quebra a janela.

- Destruiu nossa família!

A cama é tomada por uma camada espessa de gelo até se petrificar por completo, estilhaçando em vários pedaços de cristal.

- E o pior de tudo...está destruindo nossa imagem! - Dessa vez a rajada de gelo vai em direção a fada invernal que bloqueia com a própria mão.
Enfurecido ele tenta ataca-la novamente, transformando sua mão em um escudo congelado que logo pressiona contra o pescoço da mulher.

- Podemos resolver isso! Ninguém mais sabe... - Winter protesta com lágrimas no rosto.

- EU SEI! E agora não consigo nem olhar para sua cara! - Ele pressiona sua mão com mais força contra o pescoço dela. - Talvez nunca mais consiga...

Ele ergue o braço até a altura da cabeça.

O Rei não estava furioso com a traição em si. Ele e Winter nunca se amaram. A relação deles nunca passou de um jogo político, mas agora era muito mais pessoal. Seu orgulho havia sido ferido. Sua mulher deitando-se ao lado de outra mulher. Seria o pior escândalo que ele conseguia imaginar para si próprio.

- Sinto muito... - Duas mãos que surgem por trás de sua cabeça o pegam desprevenido. Elas repousam sobre seus olhos e com uma luz capaz de iluminar todo o reino, queimam os globos oculares do Rei Invernal até atingirem a parte frontal de seu cérebro.

- Luna... - Winter sussurra sem ter certeza se sua voz realmente saiu. Ela estava apavorada, próxima de ter  um surto.

- E-eu...eu não tive escolha! Ele ia... - Luna leva as mãos até a cabeça. - O que nós vamos fazer?

- Mãe? - Ivy e Jack aparecem de mãos dadas na porta. A princesa solta um grito estridente ao ver o pai estirado no chão. O irmão apenas encosta na parede e sente o estômago revirar.

- Tira eles daqui! - Winter ordena para Luna, mas Ivy recua.

- Não encoste em mim! - A princesa invernal grita se afastando mais. Ela tenta correr até o pai, mas a mãe a impede de chegar mais perto. - ME SOLTA!

Dessa vez Luna os segura com mais firmeza e precisa usar sua força para afastá-los dali. Ivy tentou lutar, mas a única coisa que conseguiu ver antes de ser arrastada para fora, foi sua própria mãe congelando o corpo do pai.

•─────✧─────•

- Eu não estou me sentindo bem... - Jack é o primeiro a quebrar o silêncio. Os quatro estavam sentados na sala, cada um em uma extremidade e ninguém tinha se pronunciado até então. Ninguém sabia o que dizer.

- O papai está morto. - Ivy não conseguia mais chorar. Agora seus olhos encontravam-se fixados em um ponto vazio. - Por que?

- Eu não espero que vocês compreendam agora...é muita informação para assimilar. - Winter tenta se aproximar da filha, mas ela se levanta primeiro.

- POR QUE? - O grito sai como uma forma de aliviar as vozes que se debatiam contra a cabeça da fada. Junto com ele, metade da sala é coberta por uma camada de gelo puro.

- Ivy, eu sinto muito! O que vocês viram hoje... - Luna usa um tom mais passivo para não estressa-la ainda mais, porém é interrompida.

- Mãe?

Jack sente um frio repentino. O consumia de dentro para fora e dominava todas as suas terminações nervosas. Ele não sabia o que estava acontecendo, mas sentia que algo ruim estava próximo. Sentia em seu coração, que aos poucos ia sendo petrificado pelo gelo.

- NÃO!! - Winter corre até a criança, mas antes que conseguisse toca-lo, seu corpo despenca sem consciência no chão.

- JACK! - Ivy corre até o irmão, mas também sente algo intenso e pontudo bater em seu coração.

Esse era o início de muitas crises e perdas de controle.

•─────✧─────•

6 meses depois

- Não está funcionando. - Winter diz sem esperanças enquanto uma fada curandeira sugerida por Luna tentava trazer Jack Frost de volta para sua consciência. Era a 12º desde a noite da grande tragédia.

- Ela ainda não terminou...você ainda não terminou, né? - Luna questiona a fada apreensiva. A culpa estava a martirizando aos poucos.

- Na verdade eu acho que não posso fazer mais nada por ele. Sinto muito... - A fada se afasta da cama e consequentemente do garoto.

- Obrigada pelos seus serviços. Meu contador irá acertar as contas com você. - Winter diz uma frase automática. A mesma que disse nos últimos 6 meses.

- Não se preocupem, eu não vou cobrar pelos meus... - A fada tenta ser minimamente empática com a família, mas é cortada:

- Só...vá! - Winter respira fundo e aponta na direção da porta, querendo encerrar aquela conversa o mais cedo possível.

Assim que a moça sai assustada e com medo de se encrencar com a realeza invernal, Luna anda até Winter e a toma em seus braços, mesmo com a relutância da mesma.

- Ei! Nós vamos dar um jeito, ok? - Ela a abraça com mais força. - Vamos buscar cada fada curandeira, fada da mente, fada invernal...que seja, iremos achar alguém para acorda-lo! Está me ouvindo? Não podemos desistir.

- Esse plano não parece estar dando tão certo até agora. - Winter afirma sem emoção aparente.

- Mas vai dar! Olhe para mim! - Luna precisa segurar o rosto de Winter para que ela a encare. - Não vou deixar você desistir.

- Talvez eu já tenha feito isso.

- Winter...

- Nós o perdemos, Luna! - A rainha invernal grita histérica. - Mas eu ainda tenho uma filha e ela precisa de mim. Tenho um reino sem um rei e eles também precisam de mim. Nós perdemos.

Essa frase teve mais significados do que Luna gostaria.

- Você precisa descansar... - A rainha de Solária respira fundo para não dizer algo no calor do momento. - Cuide de si mesma e da Ivy...eu procuro por mais curandeiras. Eu te amo, ok?

Winter não respondeu.

• Atrasada? Talvez, mas não me arrependo, pois o atraso rendeu 2.700 palavras novas kkkkkk

• Importante: a forma como a Ivy relata o passado e os Flashbacks não são as mesmas versões, pois ela não consegue saber de todos os detalhes que aconteceram, por isso eu acrescento os Flashbacks :)

• Ivy revelando seu segredo de família, Brandon falando sobre Andreas e as cicatrizes...ai ai, eu amo um não casal que age como um.

• Thomas Brodie-Sangster como Jack Frost. Quem amou? Kkkkkk já tem umas vinte fotos dele com o cabelo platinado na minha galeria kkkkkk

• Gostaram da breve, porém trágica história de amor entre Luna e Winter? O próximo capítulo vai começar revelando como a Winter "silenciou" as emoções 👀

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