Desilusão

Por BrendaSousa373

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Depois de uma desilusão amorosa, Ana se sente encurralada pelas lembranças e para lidar com isso, ela encontr... Más

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capitulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Captulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53
Capítulo 54
Capítulo 55
Capítulo 56
Capítulo 57
Capítulo 58
Capítulo 59
Fim

Capítulo 49

48 16 7
Por BrendaSousa373

Eu fiquei parada olhando pra ele, observando cada traço do seu rosto para me certificar de que aquilo não era um sonho.

Às vezes você acredita tanto que uma pessoa não vai mais voltar, que quando ela volta, você simplesmente não acredita que de fato ela está ali.

Eu sonhava todas as noites com esse momento, ficava dias ensaiando o que ia dizer, e como iria dizer, e tudo o que me falta agora são palavras.

Ao mesmo tempo que eu tenho tanto pra falar.

É difícil controlar a enxurrada de emoções que ao mesmo tempo que enchem os meus olhos, agita o meu corpo com o calor de sua presença, meu coração vibra por sensações perdidas. É como se tudo que há em mim o reconhecesse.


Uma parte de mim quer bater nele até o último suspiro, enquanto a outra quer abraça-lo.

E entre elas, fico eu, dividida sem saber a qual delas recorrer.

Ele é culpado, e eu fui inocente, devo ter sempre isso em mente, e nada que ele disser vai justificar o que fez.

Então ele sorri.


E as memórias se embaralham na minha mente.

Ele não mudou quase nada, está mais bonito, mais forte e com traços maduros. O garoto imaturo pelo qual me apaixonei agora é um homem.

E que homem.

Bom, um homem no físico, não sei se suas atitudes dizem o mesmo, afinal não é como se ele tivesse trinta, ele ainda está na faixa dos vinte, ou seja propenso a errar e se deixar levar pelo seus instintos mais primitivos.


—– O que houve Keith...o gato comeu a sua língua? — Ele riu e meu corpo inteiro estremeceu.


Ele está me fazendo recordar de sensações que achei que não existiam mais.

Me afastei inconscientemente para abrir espaço.

E então ele passou por mim, permitindo que seu perfume adentrasse a fundo as minhas narinas.

Seu perfume era o mesmo que usava antes.

Um cheiro inconfundível e maravilhoso.

O que está acontecendo com o meu corpo, não era assim que eu esperava que ele fosse reagir, afinal de contas ele fez algo imperdoável.

E era para o meu corpo repudia-lo, não deseja-lo tanto.


Fechei a porta e respirei fundo, tentando conter a onda de emoção que me inundava por dentro, a confusão que ameaçava corromper minha mente, e sabotar meus sentimentos.

Em seguida, caminhei em sua direção, e me sentei no sofá de frente pra ele.

E nossos olhos se encontraram.

O verde intenso do seu olhar me roubou novamente as palavras, e um nó se formou em minha garganta.

E me impediu de falar tudo que ficou engasgado por anos.

—– Você está linda, por acaso vai para algum lugar? — Ele perguntou me desafiando a responder, porque ele conhece bem esse comportamento.

Sabe que qualquer coisa que eu disser, vai sair por meios termos.

Ele sorri ao me ver perdida e nervosa.

Franzo as sobrancelhas, irritada, dando a entender que era ele quem deveria estar nervoso e não eu.

Percebendo então o meu julgamento interno, ele suspirou pesadamente.

—– Keith, eu... sinto muito.

Quando ele disse isso, senti uma dor bem lá no fundo, mas que não deixei transparecer para não se misturar com tudo que eu estava sentindo e acabar criando uma situação desagradável até pra mim.

Então permaneci calada, olhando atentamente para ele, prestando atenção em cada palavra que saia dos seus lábios.

—– Eu sei que você deve me odiar pelo o que eu fiz.

Por estranho que pareça eu não pareço te odiar tanto, quanto eu gostaria.

—– A minha mãe me contou sobre tudo, eu me senti muito culpado, sabe...

Confesso que não fiquei muito surpresa com isso, já que sempre desconfiei que eles se comunicavam.

—– E te peço perdão —  Ele falou e uma lágrima rolou dos seus lindos olhos, demonstrando que ele estava profundamente arrependido.

Ou encenando muito bem.

Automaticamente os meus olhos também se encheram de lágrimas ao me recordar de todas as experiências dolorosas pelas quais eu passei.

Mas eu as enxuguei rapidamente e mantive uma expressão séria. Eu não queria demonstrar que bem lá no fundo isso ainda machuca.


—– Por que você foi embora? — Perguntei firme em minhas palavras.


Uma pergunta que fiz tantas vezes pra mim mesma, e que agora vou ter a oportunidade de ouvir com as palavras dele.

Ele ficou em silêncio por um tempo, mas quando viu que eu esperava ansiosamente pela sua resposta, disse:


—– Eu era muito imaturo naquela época, não tinha ideia de como era me relacionar de verdade com alguém...

Explodi.

—– Então essa sua explicação, você era imaturo e por isso foi embora...

—– Sim, o que quer que eu diga?

Levantei um pouco inquieta do sofá, e o encarei furiosa.


—– Você disse que me amava, e logo depois disso foi embora...e quer que eu acredite que foi imaturidade apenas.

—– Eu disse porque de fato, eu te amava, só que..

Ele respirou fundo e olhou no fundo dos meus olhos.

—– As vezes só amar não é o suficiente, ninguém constrói um relacionamento só com amor... Ana...eu era um ignorante o que esperar de alguém assim..

Fiquei calada enquanto as lágrimas saltava dos meus olhos.

—– Amor — Suspirei — Eu queria que me amasse, era só isso, nada mais...eu queria que estivesse do meu lado, eu confiei em você, pra mim não importava quem você era, o que fazia...ou que fez...eu amava você de qualquer forma — Chorei as palavras.

Foi a vez dele ficar calado enquanto me olhava com pena.


—– Sinto muito...

—–  Ah, sente —  Dei de ombros e agarrei os cabelos, impaciente.

—– Desculpa, eu errei, tá legal...o que mais posso fazer, não tem como consertar, já foi, e não tem um santo dia que eu não pense nisso...mas agora eu voltei e quero tentar de novo..

Ri ironicamente.

—– Acha que é assim, você me abandona, faz eu me sentir a pior das criaturas e depois volta e fala que quer tentar de novo... você é o que ... louco?

—– Ana, eu só não voltei antes porque eu tive medo, vergonha, receio de que você me rejeitasse, eu fiquei reprimindo isso por um tempo, até finalmente ter coragem de vir aqui e olhar no fundo dos seus olhos e dizer que eu estou completamente arrependido por absolutamente tudo, e que eu quero recomeçar. A minha intenção nunca foi te machucar, eu juro...e se você me aceitar de volta eu prometo que nunca mais vou deixar você.

Essas últimas palavras me doeram na alma, porque depois que você experimenta o abandono a última coisa que você deseja no mundo e passar por isso novamente.

Mas eu estava dividida, uma parte de mim queria acreditar que ele estava mesmo arrependido de tudo que fez e que faria tudo diferente dessa vez, mas a outra parte ainda estava ressentida pelo grande trauma do passado e não queria passar por tudo novamente.

Depois de uma dor extrema, o coração cria barreiras para se proteger de futuras decepções.

Mas a minha cabeça estava repleta de boas sensações, que eu queria voltar a sentir, como simplesmente o gosto de um beijo caloroso, a sensação de um toque arrepiando a minha pele.

E se eu voltar com ele, tudo voltará a ser um lindo sonho?

Um conto de fadas, e esse será ainda mais encantador, já que me desprendi das amarras que antes me impedia de sentir amor, felicidade.

Borboletas no estômago.

E antes que eu tomasse uma decisão baseado no calor da emoção e do momento, recebo duas mensagens no celular que rouba totalmente a minha atenção, me tirando desse transe de nostalgia e me trazendo de volta para a realidade.

Peter.

Meu Deus, me esqueci que no meio de toda essa loucura, ainda tem ele.

Como vou explicar isso pra ele, como vou explicar que o meu ex voltou e que está aqui?


—– Quem é no telefone? — Fred perguntou, interrompendo meus pensamentos.


—– Não é ninguém, e se você me der licença, eu tenho um lugar pra ir — Falei indo até a porta, em seguida abrindo-a.

Ele riu sarcástico,  depois se levantou do sofá, e assim que se aproximou de mim, ele disse:

—– Sabe que precisamos resolver essa incógnita que há entre nós, pra depois você pensar em ter outro relacionamento.

—– Não se preocupe quanto a isso, aliás eu tive muito tempo pra pensar, e a resposta é não —  Falei em seguida, fechei a porta e escorei nela, me sentindo sufocada pelas minhas próprias dúvidas.

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