Capítulo 6

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"O famoso corredor da morte"

Você já deve ter enfrentado ele muitas vezes na sua vida, e por estranho que pareça, você deve se lembrar perfeitamente de tudo que pensou ou sentiu nesse dia.


Eu particularmente não tive problemas com a outra escola, porque só frequentava quem morava no bairro, ou seja, conhecidos, pessoas da alta sociedade.



Eu perdi Simon de vista quando fui jogar o saquinho de papel na lixeira e não faço ideia do que aconteceu com ele.


E agora estou aqui, parada diante do corredor sem fim, onde a minha sala se encontra no final dele á esquerda. Só que para chegar até ela, é preciso passar pela prova de fogo.


Que são todos esses olhares estranhos, e duvidosos, voltados para mim.

Como é que se anda mesmo?

Senti um misto de emoções se agitarem dentro de mim.

No momento de frustração, fechei os olhos e pensei no que o meu pai diria se estivesse aqui, e senti uma leve brisa soprar em meu ouvido.

"Respira fundo, e vai"


Senti um sorriso se abrir imensamente em meus lábios, e por um instante parecia que todas aquelas pessoas haviam desaparecido. O corredor estava vazio, e senti uma leveza nos pés, como se eu estivesse flutuando.


Então eu suspirei confiante e comecei a caminhar com passos firmes, convencida de que nada de ruim iria me acontecer.


A única coisa que eu esqueci, foi de abrir os olhos, então acabei tropeçando e caindo em cima de um professor que passava na hora.

E o que era apenas olhares, se transformaram em risadas e comentários maldosos.

Meu coração praticamente parou de bater nessa hora. Logo as lágrimas vieram aos meus olhos.

—– Você está bem? se machucou?

O olhar compreensivo do professor não foi capaz de me acalmar, eu estava em pânico, mas contive o desespero e tentei ficar mais tranquila.

—– Não, quer dizer sim, eu estou bem  — Gaguejei, extremamente constrangida pelo incidente.

Ele sorriu e estendeu a mão pra mim, eu a agarrei, e ele me ajudou a levantar.

—– E vocês, para suas salas, não tem nada de engraçado aqui  — Repreendeu o grupo de pessoas que riam de mim. Eles ficaram sem graça e se retiraram

Me encolhi de vergonha.

—– Não liga para eles, são adolescentes, acham graça em tudo que vêem.

Eu também sou adolescente e nem por isso sou assim.

—– Você deve ser a garota nova, Ana, não é mesmo?

—– Sim.

—– Eu sou o John, professor de Matemática — Cumprimentou — Me informaram que você viria, eu te acompanho até a sua nova sala.

—– Obrigado —  Agradeci um tanto envergonhada, depois segui ele com passos lentos sentindo meu corpo doer por conta do tombo que levei.



Final do corredor a esquerda, eu sabia onde era minha sala, mas não dispensaria a companhia daquele charmoso professor que por onde passava arrancava suspiros.


—– Está entregue, senhorita Scott.

Por um momento eu fiquei com medo dele me deixar, porque eu teria que me virar sozinha a partir dali.

DesilusãoKde žijí příběhy. Začni objevovat