Me marca, sou todo seu Parte I

Por AmaraHeleno00

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Fanfic doce e romântica como Lara Jean e quente e divertida como Peter Kavinsky. Vamos acompanhar juntos o... Más

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
Capítulo 51
Capítulo 52
Capítulo 53

Capítulo 26

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Por AmaraHeleno00

Na minha última tentativa em falar com Peter, deixei uma mensagem de voz na caixa postal.

Eu sei que você tem toda razão de não querer falar comigo. Mas mesmo assim eu peço que você me atenda, mesmo eu não merecendo. Eu preciso te pedir desculpas.
Perdão até. Mas por favor, por favor, fala comigo. Eu detesto te ver triste, e principalmente saber que é por minha causa.

Eu sinto muito. Muito mesmo
Só não esqueça que eu te amo

**

Vejo o dia amanhecer.  Os primeiros raios de sol, vão deixando o céu em um tom de laranja lindo. Há poucas nuvens e os passarinhos estão cantando na copa das árvores. É uma pena que a esta hora, tanta gente esteja dormindo, perdendo um espetáculo diário da natureza. Eu mesma, quase nunca vejo tudo isso. Quando levanto o sol já nasceu e o céu se torna apenas azul, e o som dos passarinhos se esconde atrás dos burburinhos, das portas batendo e dos sons de telefone tocando.

Enquanto me arrumo para ir à aula, vejo o telefone. Nenhuma resposta, nenhuma abertura para eu me aproximar. Deixo apenas uma mensagem de bom dia. Chego no refeitório e não consigo tocar na comida. 

Será um dia difícil. 

No intervalo sigo tentando ligar para Peter. Sempre cai na caixa postal, acho até que ele me bloqueou. Não mando mais mensagens, porque não há mais o que ser dito se ele não falar comigo.  A uma certa altura, eu até desisto. Queria apenas saber notícias suas, se comeu, dormiu, se está bem.

Penso em ligar para a sua mãe, mas não acho uma boa ideia. Posso vê-la dizendo: eu sabia que isso não ia dar certo ou então você sempre magoa o meu filho. Tento pensar em outra coisa, outro meio de saber de Peter.

Deixo um direct no instagram de Alef, torcendo para que ele leia e possa me falar sobre como ele está. 

Alef,  tudo bem?
Eu queria saber sobre o Peter, mas não consigo falar com ele.

Entro na aula de filosofia já atrasada, isso quase nunca acontece. Fico meio perdida, sem saber o que tá rolando e pergunto ao rapaz que está sentado do meu lado, que responde. 

-Hoje ele está falando sobre Sócrates. Mandou um texto por email para  a gente se preparar para a próxima aula.

-Obrigada.

Quando eu olho para o quadro, sinto como se tivessem dado um soco no meu estômago:

"Melhor sofrer uma injustiça, do que cometê-la"
Sócrates

A pessoa que sofre injustiça não praticou mal algum e não tem a sua consciência perturbada, diferente de quem pratica a injustiça que terá sua consciência e sua paz corrompidas por sua atitude.

Pode parecer um pensamento um tanto mesquinho da minha parte. Não é que eu esteja sofrendo mais que Peter, mas como afirma Sócrates, a consciência daquele que errou está pesada. Eu preferia mil vezes estar sofrendo por algo que ele me fez, do que ter este sentimento de ser a responsável pelo sofrimento dele. É dilacerante saber que tem alguém a quem você ama tanto, sofrendo por uma atitude sua. Eu quero consertar isso, mas não sei como.

No fim da aula, olho para ver se tem resposta do Alef. Ele me respondeu e está on-line.

Oi Lara Jean. Está tudo bem sim. Obrigada.
O Kavinsky ontem chegou do jogo meio pra baixo. Achei até que ele tinha perdido, mas depois eu soube que não e  que ele tinha até jogado bem.

Você esteve com ele hoje? 

Quando eu acordei ele já tinha saído, mais cedo que o normal.

Entendi. É que ele não está me atendendo.

Uhmmm. Sei como é, vocês brigaram né?

Uhum!
Digo sem jeito.

Então por isso ele tava tão calado, nos encontramos na hora do almoço.  

Obrigada outra vez Alef. Se estiver com ele, pede para me ligar, por favor.

Sim, eu falo.
Tchau.

Sair mais cedo do que o necessário não é o normal dele, pelo contrário. Estar calado então...Eu quase perguntei ao Alef se ele almoçou, mas aí já seria demais. 

Não adianta ficar ligando e ligando sem parar, ele não me atende. Sento-me no gramado triste e perdida. Quero falar com alguém. Penso em Margot. Ela não é a pessoa mais indicada para isso, capaz de achar que não é nada demais e que é  exagero do Peter. Kelly não o conhece direito, não sabe a importância que ele dá a mim e ao Lacrosse. Quem poderia me ouvir e entender sem julgar nenhum dos dois?

-Oi Lucas. Tem um tempinho para uma velha amiga?

-Claro, estou de bobeira. Nossa, que cara péssima.  Tá tudo bem?

-Não. Não está

Como é bom saber que tem alguém que conhece você só  de olhar. Lucas conviveu comigo e com Peter. Vai saber me ajudar, ou ao menos me consolar.

-O que houve? Deixa eu procurar um lugar mais reservado para te dar atenção
Lucas se afasta e a câmera foca no fundo de uma sala, que parece ser um centro de estudos, com várias mesas redondas e algumas cadeiras. 

-Pronto. Me conta amiga...o que está acontecendo para te deixar com esses olhos de coelho?

-Ai! Que arrependimento ter contado isso para você.
Pela primeira vez no dia consigo esboçar um sorriso.

-Ah, deixa de ser boba.  Eu acho vocês tão fofos. Foi alguma coisa com o Kavinsky?

Eu solto o ar, suspirando, e conta para Lucas o que aconteceu.  Como estava a expectativa de Peter, que nós combinamos de nos falarmos antes da partida, que eu não desejei boa sorte, nem mesmo mencionei o jogo. Falei sobre a postagem dele no insta:

-Eu vi LJ. E achei super estranho. Mas jamais pensei que fosse isso. Achei, sei lá.  Que fosse alguma coisa da faculdade.

-Pois é Lucas. Eu o magoei profundamente. Para o Peter não há nada pior do que não se sentir importante. Ele precisa desse reforço, sabe? Como se precisasse de prova de que estou com ele.

-É.  Ele é mesmo esse tipo de pessoa. E ele leva o Lacrosse tão a sério, né? Imagino que tenha sido uma barra não ter tido o apoio da namorada logo na sua estréia na faculdade. 

-Eu me sinto péssima por isso. E ele está tão chateado que não me atende por nada. Eu não sei o que fazer. 

-Olha LJ. Nós somos amigos há um tempo e sempre fomos sinceros um com o outro. Acho que foi até por isso que me procurou nesse momento de crise. 

-Sim Lucas. Eu confio em você.  E você conhece meu namoro. 

- Não é que eu esteja querendo te julgar, acho que no final  vai me entender. Você errou Lara Jean. Pode ser que para outras pessoas o que aconteceu não  seja nada demais. Mas para o Peter é. Ele tinha uma expectativa acerca da estréia dele e você fazia parte dela. Por algum motivo as expectativas dele foram frustradas, e ele tá magoado. É normal.

- Você tem razão. Eu tenho noção que eu vacilei feio com ele. Mas ele não tá me dando nenhuma chance de pedir desculpas. 

-Ele não te atendeu?

-Nenhuma vezinha.
Lucas fica em silêncio por alguns segundos, parecendo pensar no que me dizer.

-Lara Jean. Só tem um jeito 
Vai atrás dele em Stanford.

-Eu vou ter que esperar até sábado nessa angústia? Eu não vou aguentar.

-Quem falou em sábado? A vida é agora LJ. Não espere uma oportunidade de fazer as pazes com o seu namorado. Faça a oportunidade.

-Lucas?

-Oi?

-A única coisa que eu lamento em não ter ido para a NYU é não ter você por perto.

- Você me liga, eu paro a minha vida para te ouvir, te aconselho e você me retribui querendo me fazer chorar? 

-Te amo amigo. Obrigada por existir.

-Também te amo LJ. Me conta tudo depois, menos a parte do sexo selvagem de reconciliação.

-Lucas!
Eu grito espantada com sua sinceridade. Mas acho graça. Meu coração tá cheio de esperança agora. O caminho é longo, mas eu tenho que tentar.

**

Hoje eu não tenho mais como ir a Stanford. Não adianta sair daqui feito louca e não encontrar com Peter. Eu não sei como é sua rotina às quinta-feiras. 

Entro em contato com Sr.Carlton e imploro para remarcarmos a reunião que temos às 14h amanhã.  Ele não gostou muito,  mas eu não teria nem cabeça para ajudar a organizar uma Feira. Para minha sorte, ou total  falta dela, ele marca para o mesmo dia às 8h, antes de iniciar sua primeira aula. Pelo menos tenho certeza que ele não vai atrasar e posso sair às 9h para ir até Peter.

Decido que não irei mais ligar. Se ele não quer me atender, vai ter que me ver. Ainda assim, faço uma última tentativa e mando uma mensagem:

Eu já sei que errei e quero que me perdoe. Mas se você não me der uma chance, não posso me desculpar. Vai fugir de mim até quando? Até quando vamos ficar assim?

Tento pensar em um discurso para quando eu estiver com ele amanhã.  Mas não tenho argumento plausivel para justificar o fato de eu não ter lembrado. Só posso pedir desculpas e prometer nunca mais esquecer de algo importante para ele.

É isso.

Vou falar com o coração, e ele vai me desculpar.

Espero!

Meu telefone toca e dou um salto. Eu esperei por este som o dia inteiro, mais que isso: queria exatamente que aparecesse na tela o exato nome que vejo neste momento. 

Peter.

Eu mal posso conter minha ansiedade, respiro rápido demais, o coração bate rápido demais. Kelly percebe e diz baixinho:

-É ele?

Eu faço que sim com a cabeça  e ela sai para me deixar à vontade. Eu amo essa garota. 

Atendo com o coração na boca.

-Oi.

Ele demora a me responder, me deixando mais angustiada. Ouço uma música ao fundo e muitas vozes. Passava das 22h, estranho, mas espero sua resposta.

-Oi.

Ele só diz Oi e continua em silêncio. Agora posso ouvi-lo respirando próximo ao telefone.  Acho que a última mensagem fez algum efeito. 

-Que bom que você ligou, estou tentando…
Ele me interrompe e dispara.

-Eu tô ligando para terminar Covey.

Acho que por alguns instantes, meu coração que estava tão acelerado,  parou de bater. Sinto o sangue correr gelado em minhas veias. Não posso acreditar.

-O quê?
Pergunto atordoada, como se houvesse um bumbo soando em meu ouvido.

-Isso mesmo que você ouviu. Eu quero terminar.

Ele disse mesmo o que eu ouvi. Mas...mas ele me chamou de Covey.  Como quer terminar e me chama de Covey? Eu sou envolvida por um delírio,  tentando me agarrar a alguma esperança de não ser real o que acabo de ouvir. 

- Não, Peter. Vamos conversar.

-Eu não tenho nada para falar com você e também não quero ouvir o que tem para me dizer. 

Estranho a forma com que ele fala comigo.  Não notei nada diferente antes, porque as frases eram mais curtas, agora percebo um certo rancor em sua voz, tão atípico de Peter Kavinsky. Ele também fala mais devagar do que de costume, me acendendo um alerta.

-Onde você está Peter?

-Agora você quer saber onde eu estou? Porque antes não quis, não foi?

-Você bebeu Peter. Onde você tá?

--Eu estou em uma festa. Mas você não se importa.  Você nunca se importou.

-Sobre ontem, eu sinto muito, muito mesmo. Mas a gente não vai resolver as coisas assim. Vai pra casa, Amor. Amanhã eu vou aí para a gente conversar. 

- Não me chama de Amor. Eu não sou seu amor.

-É sim, você sabe que é e sempre vai ser.

Maldita distância. Se estivéssemos mais perto, eu iria até ele agorinha mesmo. Ia cuidar do seu porre, levar um comprimido para ressaca, conversar, me desculpar, e ficaríamos bem.  Mas agora tenho que tentar controlar a situação de longe. E  não sei nem.com quem Peter está. 

- Você também é meu amor. Era, era meu amor. 

Ele diz dócil e logo se arrepende, mas eu sei que é o efeito do álcool.  Ele dá um arroto alto, e começa a rir. Está bêbado, e não é pouco. 

-Me diz uma coisa Covey. Lara Jean. Me diz uma coisa Lara Jean.-
Ele tá se esforçando para ser rude comigo, não sei porque  mas acho isso bom.

- Porque você fez isso? Foi pra se vingar de mim não foi? Pode falar, eu sou forte.

-Do que você está falando?

-Você quis se vingar de mim, por causa daquela sexta que eu não fui encontrar você em Berkeley.

-Claro que não Peter, eu jamais faria isso, você me conhece.

-Eu achei que conhecesse, mas não conheço não.

Não adianta a gente ficar aqui discutindo, Peter não está no seu juízo normal. Nós já passamos por situação parecida,   e foi muito doloroso para os dois. Eu não vou deixar que ele tome uma decisão alcoolizado e se arrependa depois. Não vou.

-Amor, vai pra casa. Acho que você já bebeu o suficiente. Amanhã vamos conversar e vai ficar tudo bem.

-Não, eu quero ficar mais um pouco, agora que eu estou solteiro.
 
- Solteiro coisa nenhuma. Não faça nada que vá se arrepender depois, por favor.

Nessa hora meu coração dói, Peter está tão magoado e tão bêbado, que sinto medo. Ele tão vulnerável longe de mim, com pessoas que eu nem sei quem são. Só quero que essa noite acabe logo.

-Tá preocupada com o quê Covey? Que eu vá beijar outra boca? Fica tranquila, eu tô triste demais para fazer isso. Mas tá tudo acabado entre a gente.

-Amanhã se você ainda quiser isso, eu vou entender. Mas antes você vai me ouvir, agora não é o momento.  Se cuida.

Eu sinto uma imensa vontade de dizer que o amo, mesmo sabendo que possivelmente ele não vai se lembrar  e talvez fique até irritado agora. Mas eu digo mesmo assim

-Peter,  eu te amo.

Em um impulso, ele começa a responder, mas segura as palavras antes que saiam de sua boca 

-Eu tam...

E pára. 

-Tchau Lara Jean.

Mas eu sei exatamente o que ele iria dizer. 















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