Capítulo 29

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Quando despertei, Peter já tinha acordado e estava circulando pelo quarto.

-Bom dia, Amor.

-Bom dia, Covey. Dormiu bem?

-Sim. Mas você sabe que sua perna é quase o dobro da minha e a probabilidade de você me esmagar é grande? 

Recebo um sorriso e um beijo em troca. 

Ele vai comigo até o banheiro, pois fiquei com medo de esbarrar com alguém do outro quarto, mas ordeno que me espere do lado de fora, para não correr riscos. Lavo o rosto, ajeito o cabelo e lavo uma calcinha, pois não trouxe o suficiente para ficar até amanhã.  Momento constrangedor:  pedir que seu namorado coloque sua calcinha para secar, no apartamento que ele divide com mais 3 caras. 

Estou usando uma legging azul marinho e visto uma camisa de Peter, parece que estou com um vestido gigante. Dou um nó na ponta e me  esforço para achar que é estilo. Ele já está com sua roupa de treino, segurando uma banana, aveia, um shake de proteínas e um pote de plástico. 

Nos sentamos na mesa do seu quarto, Alef chegou, mas saiu do quarto para se arrumar, pois também tem treino pela manhã.  Ao contrário do dormitório que divido com Kelly, aqui só há uma mesa. Os dois usam para fazer refeição, estudar e...espero que seja só isso.

Como um pedaço do bolo que está no pote enquanto Peter devora a banana com aveia. 

-Uhm! Que gostoso. Comprou em alguma padaria aqui perto?

O bolo é de massa de pão de ló, ta molhadinho e a cobertura é uma calda de açúcar com limão.

-Não. Foi a irmã do Alef que fez.

Quase que o bolo entala na minha garganta. Meu Deus. Essa garota parece um carma. Paro de comer na mesma hora, não sei se consigo disfarçar a cara de descontentamento com essa informação. 

-Mas tá escrito seu nome no pote.
Pego o pote e mostro o Peter K. escrito com caneta permanente na tampa, com uma letra que não é a dele.

-Sim. Ela trouxe para mim. Você não vai mais comer?

- Não.  Eu não gostei.

-Mas você acabou de dizer que tava gostoso.
Peter fica me olhando um pouco confuso. Eu sinto raiva por ele ser tão lerdo e não notar nada além do mundinho dele.

-É. Mas não está não.  A massa não foi bem batida, está com gosto de ovo, tem grânulos de farinha e fermento e a calda está açucarada demais, com o amargo do limão muito acentuado.

Ele arregala os olhos para mim  como se eu tivesse dito algum absurdo.

- Você  percebeu tudo isso em uma ou duas mordidas?

-Eu adoro confeitaria Peter. E pelo visto outras pessoas também curtem em Stanford.

Ele dá de ombros e continua consumindo o seu café da manhã, meu estômago tá roncando. Mas se eu comer esse bolo, com certeza vou ter uma indigestão jamais vista. 
Calço o tênis enquanto ele termina o seu "pré-treino" como ele chama. Mas eu não estou satisfeita. 

-Essa irmã do Alef não tem nome? Você só fala: irmã  do Alef, irmã do Alef. É assim que você a chama quando está com ela?

Tento falar com tranquilidade, mas a verdade é que sinto minha carne tremer de raiva.
Eu sei que eu já sei o nome dela. Mas porque ele não o pronuncia? Tem medo de que? De ficar doce demais na sua boca?

-O nome dela é Lilly, Covey. Eu não tô entendendo. 

-Não tem nada para entender. Vamos, antes que você se atrase para o seu treino. 

Me marca, sou todo seu Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora