Tempos de Apocalipse

By FabiZambelli

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(Capítulos ainda não corrigidos, desculpe pelos erros!) O seu mundo virou de cabeça para baixo quando seu cam... More

Capítulo 01: Aonde fui parar?
Capítulo 02: Boas vindas!
Capítulo 04: Explicações
Capítulo 05: Hofnie, a lutadora de Deus
Capítulo 06: Um pouquinho de tensão
Capítulo 07: Alguma coisa muito errada!
Capítulo 08: Quem é Azriel?
Capítulo 09: Quem dará uma explicação?
Capítulo 10: A História de Gabriel
Capítulo 11: O primeiro passo para o Julgamento ou para a Salvação
Capítulo 12 : O Juramento e a Noiva dos Cinco Guerreiros

Capítulo 03: Mistérios demais

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By FabiZambelli

Acordei um tanto atordoada. Estava deitada na minha cama macia, coberta por três cobertores grossos. Tia Beca estava sentada em um banquinho branco, logo ao lado do colchão. Ela me encarava com olhos cansados e atentos.

- Larinha! – quase gritou quando me viu observando-a. – Você finalmente acordou, meu bem! – encheu-me de beijos.

- O que aconteceu? – ainda me sentia desnorteada.

- Você se distraiu e acabou caindo na piscina. – ela segurou a minha mão com força.

Tudo o que me acontecera antes voltou em uma enxurrada de detalhes. Lembrar-me da sombra, fez com que estremecesse.

- Os meninos cuidaram de você e me ligaram. Quando eu cheguei, eu mesma te dei um banho quente. Depois o seu tio me ajudou a colocá-la na cama.

- Eu apaguei... – a afirmação mais pareceu uma pergunta, pois minha tia acabou respondendo logo em seguida.

- Sim, você apagou. – suspirou. – Acho que você estava mais cansada do que imaginávamos.

- Por quanto tempo? – me mexi desconfortável na cama.

- Acho que umas duas horas. – alguém bateu na porta. – Entre!

Meu tio surgiu devagar. Ele sorriu alegre e aliviado quando me viu acordada. Em três passadas largas ele alcançou minha cama e segurou a minha mão livre.

- Que bom! Você já acordou! – me acariciou o rosto. – Como está se sentindo.

- Um pouco zonza. – tentei sorrir para tranquiliza-los. – Mas, estou bem!

- Os meninos estão preocupados com você. – apontou para a porta. – Estão todos no corredor esperando por noticias suas.

- Então, lhes diga que estou bem.

- Eles podem entrar? – me lançou um olhar cuidadoso.

- Acho melhor não. Ainda estou meio fraca e vê-los pode me deixar ainda mais tonta, sabe... – voltei a me remexer debaixo das cobertas, totalmente desconfortável.

- Sei! – Rebeca riu alto, deixando a gargalhada chacoalhar-lhe o corpo. Essa reação exagerada me fez ficar extremamente corada. – Darei o recado a eles.

- Vamos deixá-la descansar um pouco mais, Larinha. – Marcelo deu dois tapinhas leves sobre minha cabeça e se afastou junto com minha tia.

- Obrigada por cuidarem de mim.

- É um prazer, querida. – Rebeca sorriu carinhosa.

- E também agradeça a eles por terem me ajudado. – acho que tinha voltado a gaguejar.

- Claro! – Marcelo parou e acenou antes de apagar a luz e deixar apenas uma fresta aberta da porta.

Eu queria meditar sobre o que me acontecera antes, no entanto, o cansaço me venceu e avassaladoramente me fez voltar a dormir como um bebê.

--\\--\\--//--//--

Quando acordei novamente, já era noite e a casa estava silenciosa. Empurrei os cobertores para longe e respirei fundo, aliviada e livre do peso deles. Fui até o interruptor e acendi a luz do quarto. Sempre achara a noite linda, contudo, nunca gostara da escuridão. Vai entender...

Olhei para mim mesma e reparei que estava vestindo uma larga camisola, a julgar pelos detalhes delicados e rendas, deveria pertencer a minha tia. Suspirei e passei os olhos pelo quarto. O banquinho sobre o qual Beca estava, agora possuía um roupão de lã grosso e roxo. Peguei a peça e a vesti antes que o corpo começasse a se queixar do frio. A lã me aqueceu quase instantaneamente.

Parei na frente do espelho mais próximo e me ajeitei o melhor possível. Eu precisava de um banho urgente. O meu cabelo começava a ficar oleoso e revoltado novamente. Pelo visto, com toda aquela confusão, tia Beca ficara nervosa demais para se lembrar de lavar meus cabelos enquanto me dava um banho quente.

- E a piscina não conta como banho... – resmunguei para mim mesma antes de sair do quarto.

Caminhei silenciosamente pelo corredor, indo até a cozinha. A casa toda estava mergulhada em trevas e todos os quartos possuíam as portas fechadas. Com certeza, deveria passar da meia-noite. Olhei para o relógio sobre a bancada e constatei que estava certa, já eram três horas da manhã!

Estava faminta novamente e muito bem acordada. Pelo o que parecia, o sono havia dado lugar à fome.

Acendi as luzes e comecei a caçar por alimentos industrializados e prontos. Abri portas e gavetas até encontrar um pacote de bolachas e um saco de salgadinhos sabor bacon. Ótimo! As porcarias que eu mais amo comer!

Abri a geladeira em busca de algo para beber. Vi algumas latinhas de refrigerante e copinhos de chá mate. Peguei um de cada e depositei a refeição sobre o balcão.

- Comer sozinha não tem graça... – murmurei desgostosa. Mas, não podia acordar ninguém somente para satisfazer um desejo meu.

Observei a casa e vi a sala. Peguei tudo e acomodei nos braços da melhor forma possível. Iria ver um filme ou simplesmente assistir tevê enquanto comia.

Joguei a comida sobre o sofá e coloquei as bebidas no chão. Peguei o controle e me deitei entre as almofadas vermelhas, beges e pretas. Coloquei uma “cor de sangue” atrás da cabeça e liguei a tevê, tomando o cuidado de manter o som baixo.

Abri o pacote de salgadinhos e comecei a comilança. Os programas passavam diante de meus olhos sem que eu realmente os visse. Olhei ao redor e reparei no quanto a sala era grande e linda, com paredes em tons avermelhados e, ás vezes, alaranjados.

Aprovei a decoração de meus tios e voltei a olhar para a tela plana na minha frente. Deveria ser delicioso ver filmes naquela televisão enorme, pena que eu não me sentia no clima para isso.

Minha cabeça viajava para o ocorrido de algumas horas antes. O que realmente havia acontecido comigo? Minha memória parecia embaralhada, alguns pontos estavam embaçados e eu não conseguia me concentrar por muito tempo neles, chegava a sentir vertigem se o fizesse.

Tomei alguns goles de refrigerante e suspirei desgostosa. Era horrível aquela sensação de não conseguir se lembrar das coisas, mesmo sentindo que elas estivessem ali na sua cabeça, escondidas em um cantinho, prontas para saltar a qualquer momento, lhe torturando de curiosidade e frustração até decidirem aparecer.

Parei em um canal qualquer, parecia estar passando um filme de ação, contudo, eu continuava não prestando atenção. Fui comendo, bebendo, pensando e suspirando até sentir os meus olhos pesarem. Olhei para os saquinhos vazios e senti sede. O refrigerante e o chá também tinham acabado.

Espreguicei-me e levantei devagar. O filme parecia já ter mudado, agora passava uma comédia. Desliguei a tevê e voltei até a cozinha, carregando comigo os restos do meu lanchinho noturno.

Joguei tudo fora e procurei por um copo para me servir um pouco d’água. Abri algumas portas até encontrar o que eu queria. Assim que fechei porta de um dos armarinhos, quase gritei de susto. Parado logo ao meu lado, me observando com atenção, estava Rafael.

- O que você está fazendo aqui? – sussurrei irritada. Meu coração parecia ainda estar preso na garganta por causa do sobressalto.

- Ouvi alguns barulhos e vim ver o que era. – explicou, também sussurrando. – O que está fazendo acordada, Lara?

- Você não esperava que eu fosse continuar a dormir por tanto tempo, não é? – comecei a me servir, para não precisar ficar encarando aqueles olhos azuis escuros maravilhosos.

- Esperava sim. – aproximou-se ainda mais e eu pude sentir sua respiração tocar a pele de meu rosto. Tentei me controlar. – Você viajou por horas em um ônibus desconfortável, não parou por um segundo depois que desceu dele e, ainda por cima, caiu dentro de uma piscina gelada em pleno inverno! – continuei a ignorá-lo, enquanto bebia água. – Você está realmente bem, Lara?

- Rafael... – tomei coragem e me virei para ele novamente. – Eu estou ótima! Isso tudo é fichinha para mim. Não se preocupe. – fui até a pia e lavei o copo que tinha acabado de usar.

- Lara... – senti mãos quentes tocarem meu braço esquerdo e descerem até a minha mão.

- Ei! Você vai se molhar assim! – avisei desligando a torneira.

- Não me importo. – cometi um erro ao virar o rosto para encará-lo, estávamos a apenas alguns centímetros de distancia um do outro. – Queria que tivesse sido eu a tirá-la da piscina e não o Sam. – ele passou a outra mão pelo meu rosto, me causando arrepios. – Mas, ainda assim, estou feliz por ele ter lhe salvado.

- Você fala como se eu fosse morrer afogada. – me afastei. – Eu sei nadar, sabia? – aproveitei a oportunidade para enxugar as mãos no primeiro pano de prato que vi.

- Lara, eu vi os seus olhos antes de desmaiar. – e lá estava ele perto de mim novamente. – Eles estavam vidrados, como se você tivesse visto um fantasma.

- Vai ver que era por causa do susto que levei. – fiquei na defensiva. – Sabe, eu não pulei na piscina de propósito. Eu caí! Não sou tão idiota quanto você pensa.

- Não, você não é nem um pouco idiota mesmo. – ele segurou o meu pulso. – E é justamente por isso que eu estou achando tudo isso estranho.

- O que quer dizer com isso? – e de repente eu estava encurralada entre ele e a bancada da cozinha. – Qualquer um poderia ter caído.

- Sim, poderia. Mas, antes de ouvirmos o barulho... – ótimo, mais um detalhe para o meu episódio vergonhoso com a piscina. A minha queda deveria ter sido tão graciosa e silenciosa quanto a própria Freewilly saltando pelo mar. – Eu senti...

Opa!

Senti meus olhos arregalarem ainda mais. Isso chamou completamente a minha atenção. Ele sentiu o que?

- Você sentiu...? – agora era eu quem o pressionava. – Você sentiu o que, Rafael?

Uma pontada de esperança e curiosidade surgiu em mim. Será que aquela sombra não era mesmo fruto da minha imaginação?

- Diga, Rafael!

- Não é nada! – pude ver em seu rosto que ele percebera que havia ido longe demais e dito o que não devia. – É melhor você ir dormir, Lara. – afastou-se de mim.

- Ah, não. Não vou, não senhor! – dessa vez fui eu quem o segurou pelo pulso, pude sentir minha mão ficar quente com o toque. – Me diga o que sentiu, Rafael!

- Por que quer tanto saber? – me encarou firme. – Por acaso aconteceu algo fora do normal, Lara? O que está querendo que eu confirme para você? – estávamos tão próximos que eu podia sentir o hálito dele aquecer os meus lábios. O cheiro de canela invadiu minhas narinas e tive que engolir em seco para não perder o controle.

E antes que qualquer um de nós dois pudesse revelar algo, ouvimos um barulho vindo da porta da cozinha. Viramos-nos ao mesmo tempo e vimos Gabriel parado ali, de braços cruzados e nos encarando de forma irritada.

- O que vocês estão fazendo? – sussurrou alto o suficiente para ouvirmos.

- Nada! – respondi empurrando Rafael para longe e me agarrei ao balcão da cozinha. – Eu só estava sem sono e...

- Algum problema, Gabriel? – Rafael também cruzou os braços e encarou o outro com arrogância.

- Lara? – vi Gabriel me encarar, ignorando o amigo? Irmão? Primo? Meu Deus! Eu nem ao menos sabia o grau de intimidade deles!

- Hm... – consegui me mover e ir até a porta da cozinha. – Eu já comi, bebi e me distrai o suficiente, acho que vou voltar para o meu quarto. – passei pelos dois, sem encará-los de volta, mesmo sentindo que os olhos deles queimavam minha nuca. – Boa noite! – me controlei para não correr ou mexer no cabelo para esconder o pescoço.

Afastei-me o mais rápido que pude daquele clima e ainda pude ouvi-los discutir aos sussurros. Eu não queria ter criado uma discórdia entre eles, mas a culpa não era minha. Estava apenas aproveitando a madrugada, foram eles que invadiram a minha privacidade, ou melhor, fora o Rafael!

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