UNTIL THE NEXT DEATH // 𝓣𝓱...

By ravena_noble

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E se The Walking Dead fosse assistido de outro ponto de vista? Aqui conheceremos a trajetória de Ravena Grime... More

𝑨𝒑𝒓𝒆𝒔𝒆𝒏𝒕𝒂𝒄𝒂𝒐 𝒅𝒐𝒔 𝒑𝒆𝒓𝒔𝒐𝒏𝒂𝒈𝒆𝒏𝒔
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 1
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 2
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 3
𝒜𝓅𝓇𝑒𝓈𝑒𝓃𝓉𝒶𝒸𝒶𝑜 𝒹𝑜𝓈 𝓅𝑒𝓇𝓈𝑜𝓃𝒶𝑔𝑒𝓃𝓈 𝒹𝒶 𝓈𝑒𝑔𝓊𝓃𝒹𝒶 𝓉𝑒𝓂𝓅𝑜𝓇𝒶𝒹𝒶
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 4
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 5
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 6
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 7
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 8
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 9
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 10
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 12
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 13
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 14
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𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 18
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 19
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 20
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 21
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 22
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 23
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 24
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𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 26
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 27
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 28
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 29
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 30
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 31
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 32
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 33
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 34
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 35
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 36
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 37
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 38
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 39
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 40
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 41
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 42
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 43 𝖕𝖆𝖗𝖙𝖊 1
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 43 𝖕𝖆𝖗𝖙𝖊 2
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 44
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 45
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 46
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 47
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 48
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 49
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 50
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 51
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 52
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 53
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 54
𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 55

𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 11

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By ravena_noble

Pov.: Ravena Grimes

Hoje vamos tirar o ônibus caído da frente do portão e trazer nossos carros para dentro, todos acordamos cedo e nos preparamos para trabalhar, o dia iria ser longo.

-Tudo bem, vamos trazer outro carro para cá. –Disse meu pai depois de eu entrar com a caminhonete. –Vamos por todos na entrada oeste do pátio.

-Ótimo, nossos carros parados lá fora chamam muita atenção. –Falou Daryl.

-E depois precisamos carregar esses corpos, para podermos queima-los. –Falei andando.

-O dia vai ser longo. –Comentou T-Dog.

-Cadê o Glenn e a Maggie? Vamos precisar de ajudar. –Perguntou Carol.

-Então, eles meio que estão ocupados agora. –Falei coçando a nuca e rindo.

-Estão lá na torre de guarda. –Apontou Daryl.

-Fofoqueiro. –Falei rindo.

-Torre de guarda? Eles subiram ontem à noite. –Falou meu pai.

-Glenn! Maggie! –Gritou Daryl.

-Ei! E ai gente! –Gritou Glenn saindo da torre e colocando as calças.

-Eu falei que estavam ocupados. –Falei rindo e sendo acompanhada por todos. –Vem logo! A gente precisa de ajuda!

-Ae gente! –Chamou T-Dog.

Olhamos todos para a direção que ele olhava e vimos Oscar e Axel aparecerem no pátio.

-Venham comigo. –Chamou meu pai.

Fomos em direção a eles, meu pai estava com sangue nos olhos por eles terem desobedecido às regras.

-Já tá bom ai! –Falou quando eles chegaram perto demais. –A gente tinha um trato.

-Por favor, senhor. Sabemos disso, fizemos um trato. Mas precisam entender, não podemos viver naquele lugar nem mais um minuto. –Começou Axel. –São muitos corpos, pessoas que conhecíamos. Sangue, cérebro para todo lado. São fantasmas.

-Porque não tiram os corpos de lá? –Perguntou Daryl.

-Deveriam queima-los. –Falou T-Dog.

-Tentamos de verdade.

-A cerca caiu do outro lado da prisão. Sempre que levamos corpos aquelas coisas aparecem. Deixamos o corpo e voltamos correndo para dentro. –Disse Oscar.

-Olha, a gente não tinha nada a ver com o Tomas e o Andrew. Nada. Se queria provar alguma coisa, já provou brow. A gente faz oque for necessário para fazer parte do seu grupo, mas por favor, não nos obriguem a morar lá.

-Nosso trato não é negociável. Ou ficam no seu bloco de celas, ou saem. –Disse Rick.

-Eu falei que seria perda de tempo. Eles não são diferentes do que os canalhas que mataram nossos amigos. Sabe quantos cadáveres de amigos tivemos que arrastar essa semana? –Perguntou Oscar. –Só jogando corpos fora, eles eram gente boa. Homens bons, que defendiam a gente de caras ruins de verdade, como o Tomas e o Andrew. Olha nos fizemos coisas ruins para vir para cá, chefia. E não vou fingir ser um santo, mas pode acreditar. Já pagamos nosso preço. O bastante para a gente preferir pegar a estrada, do que voltar para aquele buraco.

-Pai, eles vão morrer lá fora sozinhos. –Falei chegando perto dele.

Meu pai olhou para Daryl e o mesmo negou com a cabeça, logo em seguida eles pegaram os dois e os trancaram fora da prisão, sem nenhum tipo de arma ou comida.

-Não acredito nisso. -Falei brava.

-Eu também não concordo, isso é o mesmo que mata-los. –Falou T-Dog.

-Estão falando serio? Querem mesmo eles morando em uma cela perto de vocês? E as crianças Ravena? –Perguntou meu pai. –Eles vão esperar uma chance para pegar nossas armas, vocês querem voltar a dormir com um olho aberto?

-Já vi que aquela baboseira de "ela responde por todos nós", era só teatrinho. Porque nem me ouvir você quer.

-Ae Rick, quer saber? Vamos dar uma chance. Se vamos manda-los para a estrada, vai ser melhor executar os dois. –Falou T.

-Eu não sei. O Axel parece meio instável. -Disse Glenn.

-Depois de tudo que passamos, lutamos muito para conquistar isso. E se decidirem tomar de nós? –Perguntou Carol.

-Eles só são dois caras. Nós somos muitos para eles, não conseguiriam nem armados.

-Somos só nós há tanto tempo. São desconhecidos e eu não... É estranho de repente ter outras com a gente. –Disse Maggie.

-Você aceitou a gente. –Falou T.

-É mas apareceram com um garoto baleado nos braços. Não nos deram escolhas.

-Eles nem sabem matar zumbis. –Disse Glenn.

-São presidiários fim de papo. –Falou Carol.

-Ah pronto, só porque foram presos. Entendi. –Falei brava e meu pai me repreendeu com os olhos.

-Talvez eles tenham menos sangue nas mãos, do que a gente. –Falou T-Dog.

-Eu conheço gente assim. Eu cresci com eles. –Começou Daryl. –São degenerados, mas não são loucos. Posso morar com eles no bloco, assim como moro com vocês.

-Então você tá com a gente? –Perguntei.

-Nem a pau. Deixa os caras tentarem a chance na estrada como a gente fez.

-Quando eu era novato, eu prendi um rapaz. 19 anos de idade.

-Ah essa historia de novo não, por favor. –Falei tampando o rosto.

-Procurado por esfaquear a namorada. –Continuou sem dar importância. –O rapaz chorou igual um bebe, durante o interrogatório e no julgamento, balançou o júri. Ele foi inocentado por falta de provas. Duas semanas depois, atirou em outra garota. Nós já passamos por muito, o trato com eles continua. –Falou saindo.

-Não pode usar essa historia, sempre que quiser se livrar de algo. Não estou mais no colegial. –Falei revirando os olhos.

Eles deixaram os caras do lado de fora do portão e nós voltamos ao nosso trabalho, empilhamos todos os corpos no meio do campo e fomos buscar os carros.

-Levem os carros para o pátio de cima, deixem todos virados para fora. –Falou Rick jogando as chaves dos carros para Glenn. –Vão ficar fora do caminho, mas prontos para sair se a gente precisar fugir. Vamos dar uma semana de suprimentos aos prisioneiros e mandamos eles para a estrada.

-Talvez não durem um semana. –Falou T-Dog.

-Esquece T, ele não vai mudar de ideia. –Falei cansada.

-É a escolha deles.

-Eles não tiveram uma. –Falei me virando.

-Ei, que sangue vocês preferem ter nas mãos? O da Maggie, do Glenn, Do meu neto ou o deles? –Perguntou me segurando.

-De ninguém! –Falou T saindo.

Colocaram os carros e a moto para dentro e Carol apareceu com os suprimentos para Axel e Oscar.

-Tem comida para vocês para uma semana. –Disse Glenn fechando o portão. –A gente vai soltar vocês, quando voltarmos.

-Valeu, brow. –Disse Axel.

-Sinto muito. -Falei os olhando.

Eu e Glenn fomos nos encontrar com meu pai e Daryl, iriamos sair da cerca para pegar lenha para queimar os corpos.

-Quer que eu mate ela? –Perguntou Glenn apontando para um zumbi do outro lado do lago.

-É melhor não, se o arsenal tiver sido limpo, a gente vai ter que poupar munição. –Falei.

-Eu vou começar a fazer rondas, quanto mais cedo melhor. –Disse Daryl.

Meu pai e Glenn saíram para procurar lenha e eu e Daryl ficamos de vigia para que nada chegasse perto da cerca.

-Ainda está brava comigo?

-Porque eu estaria?

-Não fala comigo há uma semana, desde aquela nossa conversa. E bom, quando eu não apoiei você com os prisioneiros, me olhou como se fosse me matar.

-Não fiquei com raiva por não ter me apoiado. Fiquei com raiva por você e meu pai serem dois cabeças duras. Como podem ser tão parecidos e tão diferentes ao mesmo tempo?

-Isso era para ser um elogio? –Perguntou rindo. –Agora, da para você parar de ser chata e voltar a falar comigo?

-Eu não sou chata, e eu estou falando com você.

-Mas eu quero que volte a ser como antes.

-Você não fica nada atraente falando como um cachorrinho pidão. –Falei rindo e o mesmo fechou a cara.

-Ah ruiva, facilita as coisas para nós dois. –Falou parando na minha frente e acariciando meu rosto.

-Então, podemos entrar? –Perguntou meu pai aparecendo do nosso lado.

Daryl na mesma hora se afastou com a cara assustada, abaixou a cabeça e passou pelo buraco na cerca. Escutei meu pai e Glenn rirem e acabei rindo também com a cena, ele segurava a cerca enquanto riamos.

-Não vão entrar não? Ah quer saber, fiquem ai com os zumbis. –Falou soltando a cerca e se virando.

Passei pela cerca e a segurei para que os outros dois pudessem entrar com a lenha.

-Olha só. –Disse Daryl apontando para o pátio.

Vimos Hershel de muletas, andando pelo pátio com Beth, minha mãe e as crianças.

-Esse cara ai é duro na queda. –Disse Glenn sorrindo. –Mandou bem, Hershel!

-Ae, comemora mais baixo. Não estamos sozinhos. –Avisei vendo vários zumbis perto.

Estávamos todos parados olhando Hershel, todos felizes quando escutamos Dylan gritar, o pátio estava cheio de zumbis. Começamos a correr o máximo que podíamos, meu pai gritava por Lori e estava desesperado. Glenn jogou as chaves para mim e como uma corrente jogamos até chegar em meu pai e ele abrir as portas.

-Vai logo. Eu não estou vendo os meninos. –Falei surtando.

Finalmente conseguimos passar por todos os portões e chegar ao pátio, Sophia, Beth e Hershel estavam seguros ao lado, mas eu não conseguia ver o resto do pessoal. Começamos a atirar em todos os zumbis que apareciam pela nossa frente.

-Oque aconteceu? –Escutei meu pai perguntar ao Hershel.

Não me importei em escutar a resposta, só em achar os meninos e minha mãe, comecei a correr para dentro do bloco de celas.

-Ravena, não! –Escutei Daryl.

Não me importei com nada só corri. Ao entrar no bloco vários zumbis andavam pelas celas, saquei minhas facas e matava os que chegavam muito perto.

-Mãe! –Gritei sem resposta.

Eles não estavam pelas celas, então fui em direção aos corredores. Poucos zumbis apareciam na minha frente, mas os que estavam no bloco haviam me seguido então eu fugia o máximo que podia, até que uma sirene começou a tocar. O desespero e o medo tomaram conta do meu corpo e eu comecei a agir no automático, matava os zumbis que chegavam perto de mais e corria por entre os corredores escuros.

-Mãe! Dylan! –Gritei quando consegui despistar os zumbis.

-Aqui! –Escutei Lori gritar.

Corri até onde vinha o som e ao virar no corredor vi, Dylan, Carl, Maggie e Lori. Fui até eles e os abracei.

-Vocês estão bem? –Perguntei. –O que aconteceu?

Todos falaram que estavam bem, menos Lori, olhei para ela e na mesma hora ela gritou de dor.

-Alguma coisa está errada. –Falou ela.

-Foi mordida? –Perguntou Maggie.

-Não, não! Eu acho que o bebe vai nascer.

-Merda! –Falei desesperada. –Temos que achar alguma sala para nos esconder, não podemos ficar aqui.

Quando calei a boca, vários zumbis apareceram no corredor vindo em nossa direção. Voltamos pelo corredor que eu cheguei e mais zumbis apareceram por lá, estávamos encurralados, entramos em um corredor a nossa esquerda e achamos uma porta, coloquei todos para dentro e Maggie ajudou minha mãe a entrar. Depois de todos dentro eu fechei a porta e olhei o lugar, era uma sala de caldeira, aquela sirene ainda soava por todo lugar e luzes vermelhas piscavam.

-Pera ae, cadê a Ártemis? –Perguntou Dylan. –Ela estava dentro da minha cela. A gente tem que voltar para buscá-la.

-Não! Não! Vamos ficar aqui, ok? –Falei querendo chorar. –Ela vai ficar bem, o Glenn vai achar ela.

-Que alarmes são esses? –Perguntou Lori agonizando de dor.

-Não se preocupe com isso. –Disse Maggie.

-E se atrair os zumbis? –Perguntou Carl.

-Mãe, é melhor se deitar.

-Não, o bebe já vai nascer.

-Temos que voltar para o nosso bloco, para Hershel ajudar. –Disse Dylan.

-É perigoso sair daqui agora, você vai ter que dar a luz aqui. –Falou Maggie.

Eu e Maggie tiramos a calça dela e a deitamos no chão.

-Vocês dois, fiquem de olho na porta. –Mandei.

-Vai ter que me ajudar no parto, acha que da conta? –Perguntou Maggie.

-S-sim, eu acho.

-Vou examinar, ver se já está dilatada.

-Como sabe? –Perguntou Dylan.

-Meu pai me ensinou, mas acredite, é a primeira vez. –Falou examinando. –Ai eu não sei dizer.

-Eu tenho que empurrar. –Disse Lori se levantando.

Ela começou a fazer força e gritar de dor, enquanto eu e Maggie checávamos tudo.

-Mãe! Para, tem alguma coisa errada. –Falei sentindo sangue na minha mão.

Deitamos ela de volta no chão e a mesma estava fraca, quase não conseguia manter os olhos abertos.

-Precisamos levá-la para o meu pai. –Disse Maggie.

-Eu não vou conseguir.

-Vai sim, para com isso. É claro, que vai conseguir. –Falei chorando.

-Com todo esse sangue, eu nem sei se a dilatação esta completa, não adianta forçar.

-Eu sei oque significa. Eu não vou perder meu bebe. Você vai ter que me abrir. –Falou olhando para Maggie.

-Não, não posso!

-Então faça você filha!

-Mãe, por favor. Nós não podemos fazer isso. Você vai morrer.

-Nós vamos buscar ajuda. –Disse Carl.

-Não! –Falei firme.

-A Carol que praticou isso, eu só sei os passos. Nós não temos anestesia, nem equipamentos. –Disse Maggie.

-Ravena, use sua faca.

-Mas você não vai sobreviver.

-Você tem que salvar o bebe, salve seu irmão. Por favor, filha por favor.

-Mãe, eu não posso te perder. –Falei chorando.

-Por favor, Ravena. Eu quero que seja você. –Pediu e eu peguei minha faca. –Vê minha cicatriz de cesariana? Tem que ser ai. Carl, Dylan, não quero que fiquei com medo meus amores. É oque eu quero, é o certo. Vocês dois, tomem conta do seu pai, para mim. E cuidem desse bebe, façam ele crescer e ser feliz.

-Não precisa fazer isso. –Disse Carl chorando.

-Vocês vão ficar bem. Vocês vão ganhar desse mundo, eu sei que vão.

-Vovó, eu te amo. –Disse Dylan chorando.

-Vocês são fortes e corajosos e eu amo vocês.

-Nós também te amamos. –Eu e Carl falamos chorando.

-Tem que fazer oque é certo, meu amor. –Disse olhando para mim. –Me prometam que vão sempre fazer oque é certo. É tão fácil fazer coisa errada nesse mundo. Então se parecer errado, não façam! Se parecer fácil não façam, não deixem o mundo ferrar vocês. Vocês vão ser para sempre meus bebes, são as melhores coisas da minha vida, eu amo vocês.

Nós três a abraçamos chorando, estávamos nos despedindo dela e isso doía.

-Tá bom. Ravena, quando isso acabar você tem que fazer, você precisa fazer. Não pode ser o Rick. Diga ao seu pai que eu vou sempre amar ele. –Pediu e eu concordei chorando.

Eu peguei minha faca de caça e respirei fundo, ninguém nunca esta preparada para um momento como esse, principalmente com a própria mãe.

-Boa noite, meus amores. –Sussurrou olhando para o teto.

-Me desculpa, mãe! –Falei.

Passei a faca por cima da cicatriz antiga dela e a mesma gritou de dor, os meninos se desesperaram e tentaram me fazer parar, mas eu continuei.

-Maggie, eu preciso de ajuda aqui. Segura aqui para mim. Eu já estou vendo as orelhas, vou tirar o bebe.

Coloquei minhas mãos dentro da barriga dela, e comecei a puxar o bebe de lá, ao tirar vi que era uma menininha, mas ela não chorava ou se mexia. Comecei a dar palmadinhas e chacoalhar ela para que a mesma chorasse, mas nada adiantava.

-Me da aqui. –Disse Maggie a pegando.

Ela virou a bebe de costas e a massageou fazendo a mesma soltar um chorinho baixo. Carl tirou sua jaqueta e me deu para que pudéssemos enrolar ela. Peguei a bebezinha no meu colo novamente e me levantei.

-Temos que ir. –Disse Maggie se levantando também.

-Não podemos deixa-la aqui. –Falei olhando para o corpo de minha mãe.

-Ela vai se transformar. –Disse Carl.

Peguei minha Glock com uma das mãos e apontei para ela.

-Não. Eu faço isso. Eu preciso fazer isso, por favor. –Falou Carl quando eu tentei impedir o mesmo.

-Maggie, pega ela, por favor.

Entreguei a bebe para Maggie e a mesma foi para longe, parei no meio dos meninos e os olhei.

-Pode fazer, Carl.

Ele se ajoelhou e abraçou a mesma, eu e Dylan estávamos abraçados chorando. Carl se levantou, apontou a arma e atirou, depois nos abraçou.

-Temos que ir. –Falei indo até Maggie.

Peguei a bebe no colo e saímos da sala, tinham dois zumbis no corredor, peguei minha faca e entreguei a Maggie que matou os dois. Depois voltamos pelo caminho que viemos até chegarmos ao bloco que estava vazio agora. Saímos pela porta do bloco e a claridade fez a bebe chorar, os meninos abriram a grade para que pudéssemos passar e lá estava meu pai me olhando assustado, Maggie correu até Glenn, Hershel e Beth.

-Me desculpa, pai. Eu tentei.. –Falei chorando.

-Onde. Onde ela está? –Falou passando por mim.

-Não pai! Não! –Gritei enquanto os meninos choravam.

Meu pai chorava desesperado e os meninos só ficavam parados chorando e olhando para o chão. Glenn veio até mim e me abraçou sem machucar a bebe.

-Ela morreu Glenn! Minha mãe morreu. –Falei chorando.

Dylan pegou a bebe dos meus braços e eu desabei no chão, eu queria que esse pesadelo acabasse, mas como poderia acabar seu eu perdi a minha mãe. Ela era meu porto seguro, sempre me apoiou em tudo e agora estava morta. Meu pai não muito diferente de mim, estava ajoelhado ao chão chorando.

-Deixe eu ver o bebe. –Pediu Hershel.

-É uma menina. –Falei ainda no chão.

-Oque é que a gente vai dar para ela? Tem alguma coisa aqui que o bebe possa comer? –Perguntou Daryl.

-A boa noticia é que ela parece saudável. Mas ela precisa se alimentar e logo, senão ela não vai sobreviver. –Disse Hershel.

-Não, ela não. A gente não vai perder mais ninguém, eu vou atrás. –Disse Daryl.

-Eu vou junto. –Falei me levantando

-Você não, precisa descansar.

-Por acaso sabe oque um bebe come? Eu sei. E ela é minha irmãzinha. Eu vou.

-Eu também. –Disse Glenn.

-Então eu também vou. –Falou Maggie.

Fui até o meu pai e o abracei.

-Precisamos que fique bem pai, eu não vou demorar. –Falei me levantando e saindo.

-Vocês fiquem de olho nas cercas, não deixem juntar muito. –Mandou Daryl.

-Onde esta Ártemis? –Perguntei preocupada.

-Esta dentro do bloco, a deixei dentro de uma cela. –Disse Glenn me fazendo respirar aliviada. –Ela estava lutando com zumbis quando a achei, mas não se feriu. Carl, pode soltar ela para mim?

-Cuidem dela até eu voltar! –Falei saindo.

Fomos correndo até os carros e decidindo para onde iriamos.

-Tem um supermercado na 85. –Disse Glenn.

-Já limparam a sessão de bebes. –Falou Maggie. –A Lori me pediu para da uma olhada e eu não dei muita sorte.

-Será que não tem um lugar que não tenha sido saqueado? –Perguntou Daryl.

-A gente viu placas de um shopping center perto daqui. –Disse Glenn.

-É, mas tem muitos destroços na estrada. Não da para ir de carro. –Falei.

-Eu levo um de vocês. –Disse Daryl indo para a moto.

-Eu vou. –Falei.

-Não Ravena, depois de tudo que você passou. Tudo bem, eu vou. –Se ofereceu Glenn.

-Eu quero ir. Era a minha mãe, eu preciso fazer isso. –Falei.

-Tá bom, se cuida. Eu te amo. –Falou me abraçando.

Logo em seguida abracei Maggie e subi na moto, saímos de lá e passamos pelo portão.

-Onde esta o resto do pessoal? Não vi todos antes de sairmos. –Perguntei.

-T-Dog e Carol não conseguiram. O prisioneiro que saiu correndo, que você disse ter trancado em um pátio com zumbis, foi ele quem fez isso.

-Oque? Eu tinha certeza que ele tinha sido pego. Sinto muito pela Carol, sei que gostava dela.

-Ravena, não começa.

-Estou falando serio. Vocês eram amigos, eu também gostava dela, ok? Dela e do T-Dog, eles eram nossa família.

O resto do caminho fizemos em silencio, nenhum dos dois estava muito confortável em ficar conversando. Chegamos até uma casa que tinha vários brinquedos espalhados, presumimos que pudesse ter comida para criança, ele parou a moto em frente e eu desci.

-Tão por ai, fique perto. –Falou.

Entramos pelo jardim, eu fui até a casa procurar uma entrada e ele ficou de olho, como não tinha nenhuma porta ou entrada, eu quebrei uma das janelas e pulei. Ao entrar percebi que estava em um quarto com vários berços e brinquedos, provavelmente era uma creche, ou algo do tipo. Comecei a procurar pelos armários, na primeira porta achei mamadeiras e fraldas, Daryl entrou enquanto eu colocava as coisas na bolsa, fomos até um corredor e de lá cada um foi em uma direção. Eu estava saindo de um dos quartos quando escutamos um barulho vindo de um quarto entre nós, paramos um em cada lado da porta, ele com a besta preparada e eu com minhas facas. Ele entrou primeiro, era uma cozinha e o barulho vinha de um armário, Daryl preparou a besta e eu abri a porta, na nossa vista apareceu um gamba. Daryl acertou rapidamente o animal o matando.

-Olha o jantar!

-Não vou por na minha bolsa. –Falei abrindo dois armários na parede.

Ao abrir me deparei com latas de leite e chupetas.

-Achei! –Falei mostrando as latas.

-Oque é isso?

-Leite, Dixon!

-Não era para estar numa caixa? –Perguntou me olhando.

-Vou ignorar isso. –Falei rindo.

-Como é que você tá? –Falou chegando perto de mim.

-Estou ótima. –Falei desviando o olhar.

-Agora a verdade. –Falou me fazendo olhar para ele.

-A verdade? Sinto que vou desmoronar a qualquer momento. Mas eu tenho que ficar bem, porque agora eu tenho três crianças para cuidar. Tenho que ficar bem pelo meu pai. Então, sim eu estou bem. Mas e você? –Falei chegando mais perto e tocando em seu rosto.

-Já me acostumei a perder pessoas. E não importa como eu estou.

-Claro que importa! E você não devia se acostumar com isso. –Falei pegando minha mochila.

-Acho melhor voltarmos, já tá escurecendo. –Falou saindo de lá.

Fomos para fora da creche sem problemas e saímos dali rapidamente. Já à noite, chegamos a prisão, Glenn esperava a gente na torre e Axel e Oscar, abriram o portão para nós.

-Decidiram deixar eles ficarem? –Perguntei ao passarmos por eles.

-Oscar salvou a vida do seu pai. –Explicou Daryl.

-Eu sabia que não estava errada. –Falei.

-Tira essa expressão satisfeita da cara, ruiva. –Falou me olhando pelo retrovisor.

Paramos em frente ao bloco de celas, desci da moto e fui o mais rápido que pude para dentro do bloco. Ao entrar vi Carl segurar a bebe, e Dylan sentado ao lado deles, Ártemis estava deitada ao lado de Beth e correu até mim quando me viu.

-Oi garota! Como você tá? –Falei me ajoelhando e fazendo carinho nela. –Beth, pode fazer aqui para mim?

Ela pegou a mochila e eu fui até os meninos, peguei a bebe no colo que chorava e me sentei.

-Como é que ela tá? –Perguntou Daryl aos meninos.

-Ela tá chorando sem parar a uns 30 minutos. –Disse Dylan.

-Vem cá! Me da ela. –Disse Daryl pegando a bebe do meu colo.

Beth trouxe a mamadeira com o leite e entregou a ele, no mesmo instante ela parou de chorar e começou a comer.

-Não levanta muito a mamadeira, ela pode se engasgar. –Falei indo até ele e mostrando como fazer.

-Valeu! –Disse olhando nos meus olhos. –Ela já tem nome?

-Ainda não, mas eu estava pensando. Tem Carol, e também Andrea, Amy, Jacqui. –Disse Carl. –Patrícia ou Lori. Eu não sei.

-Vamos escolher o nome, não se preocupe. –Falei indo até ele.

-Gostou disso? Sua bravinha. –Disse Daryl conversando com a bebe. –É um bom nome, não é? Bravinha. Gostou desse, querida?

Todos sorriamos com a cena e eu acho que meu sorriso era o maior daquele lugar, abracei os meninos e fiquei observando.

-Onde tá o meu pai? –Perguntei.

-Eu tentei tirar ele de lá de dentro, mas ele não quis vir. –Disse Glenn.

-Vamos dar um tempo para ele. –Falei.

Depois que Daryl terminou de dar a comida da bravinha, eu peguei ela e coloquei para arrotar, troquei a fralda e a coloquei para dormir. Essa noite eu vou dormir com ela, enquanto não arrumamos um lugar que a mesma possa dormir. Pedi para a Beth, olhar ela por uns minutos para que eu pudesse cuidar dos meninos, fiz eles irem dormir e depois que os dois dormiram eu voltei para minha cela.

-Obrigada Bethy. –Falei entrando.

-Eu já fiz uma mamadeira para ela tomar durante a madrugada. –Disse se levantando.

-Obrigada.

Sentei devagar na cama ao lado do pequeno pacote dormindo, Ártemis estava deitada no chão nos olhando.

-Como ela tá? –Perguntou Daryl entrando na cela.

-Está ótima, provavelmente vai acordar daqui umas horas para comer.

Daryl se encostou na beliche e ficou olhando ela, assim como eu.

-Ela é perfeita, não é? –Perguntei e o mesmo concordou. –Lembro de quando o Dylan nasceu, eu passei três dias sem dormir. Ficava observando ele, queria ter certeza que estava respirando. –Falei rindo. 

-Alguém já te falou que você é maluca? -Perguntou rindo.






N/A: Mais um capitulo feito, espero que gostem. Não esqueçam de votar e comentar, boa leitura.

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