21:32
Acabamos ficando no supermercado mais do que o esperado, e agora estamos a caminho da casa do Katsuki. Estávamos indo em carros diferentes, ele estava indo na frente com o seu e eu o seguindo logo atrás com o meu, então fizemos uma ligação para podermos nos comunicar.
--Então... Que pratos você pretende fazer? -ele pergunta
--Estou com alguns em mente, mas do que seus pais gostam?
--Minha mãe gosta de tudo que tenha haver com fruta e meu pai.... Acho que de qualquer coisa
--Entendi. Nesse caso acho que posso fazer uma salada de frutas, o que acha?
--Acho uma boa ideia, mas tem que ter algo pro almoço também
--Humm e se eu fizesse alguns gyozas e também tempuras?
--Você sabe fazer esses negócios?
--Claro que sei, mamãe passou açúcar em mim
Ele ri. --Mas falando nela, como que ela tá?
--Ah ela tá bem
--Lembro dela ter mudado tanto quando entramos na adolescência
--Poise... O fato dela ter que criar um filho sozinha acabou pesando na mente dela. Mas agora ela está bem!
--... E você realmente nunca descobriu quem é seu pai?
--Eu não, e nem tenho vontade de descobrir
--Entendo
...
--Chegamos -vejo ele entrando em seu condomínio --Vou falar com o porteiro para ele liberar sua entrada, depois disso você sabe o que fazer né?
--Sei sim, não faz muito tempo desde a última vez em que vim aqui
--Tá
Depois disso ele conversa com o porteiro e eu entro sem problema algum. Enquanto ele estaciona o carro na garagem, e eu coloco o meu na frente do seu bloco e depois vou até ele, que abre a mala de seu carro para pegarmos as compras.
--Peguei algumas sacolas, mas ainda restam cinco -digo
--Deixa que eu levo, toma a chave
--Ok
Pego a chave e vou em direção ao prédio do Katsuki e espero ele lá para podermos pegar o elevador. Depois de um tempo finalmente chegamos no décimo segundo andar, no qual o Katsuki morava.
--Onde coloco as compras? -pergunto
--Na mesa
--Ok
Coloquei as três sacolas que eu estava carregando na mesa, e logo em seguida pego duas com o Katsuki.
--Já vai começar a cozinhar? -ele pergunta
--Já sim -digo tirando as coisas de dentro das sacolas
--... Quer ajuda?
--Ahhh não precisa, mas seria bom você estar por perto qualquer coisa
--Ficarei aqui na mesa te observando
--Vai ficar me observando? -digo um pouco nervoso. Não consigo fazer as coisas com outras pessoas me observando
Ele ri. --Você ainda não consegue fazer nada com alguém te olhando né?
--Não... -digo meio trêmulo
--Lembro bem disso, quando íamos apresentar trabalho você congelava
--Poise, mas sabe quem congelava mesmo?
--Quem?
--O Amajiki
--Quem?
--O Amajiki, Tamaki Amajiki
--Ah tá, aquele do cabelo roxo
--Isso, o que você mandou pra enfermaria depois do treino de krav maga
--Disseram pra mentalizar ele como um cara que estava me atacando, eu só fiz o que teria feito em uma situação real
--Ah claro, você só tirou o ombro dele do lugar
--Colocaram no lugar depois
--Coitado
--Éramos do primeiro ano e ele do terceiro, eu esperava mais ué
--Aham, onde ficam as panelas?
--Naquele armário ali de cima
--... Eu não alcanço
--Eu sei
--Katsuki!
Ele ri. --Tô indo relaxa -ele diz indo em direção ao armário --De quais você precisa?
--Ahhh daquelas duas frigideiras, aquela panela de pressão e talvez daquele escorredor
--Tá, segura -ele diz me entregando as duas frigideiras
...
--Só isso?
--Aham
--Bem... Vou tomar banho, qualquer coisa é só me chamar
--Chamarei
--Tá, tchau
--Tchau
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Bakugo on~~~~~
Admito que ele salvou minha vida, se minha mãe chegasse e visse que não tinha nada de "alto nível" pra comer, ela com certeza me mataria. Admito também que foi meio vergonhoso pedir um favor a ele depois de tudo, quando digo "tudo" estou me referindo ao que fiz no terceiro ano.
Enquanto estava tomando banho, pude ouvir um barulho de fogo alto, como se uma pequena quantidade de água tivesse sido jogada em um fogo elevado, e logo em seguida um grito de Izuku. Rápido saio do box e pego a toalha para enrolar na minha cintura, porém na hora de me abaixar para pegá-la, acabo batendo minha testa na pia.
Me sinto completamente tonto, mas pude ver um pouco de sangue na superfície da pia, porém não dei atenção a isso, apenas começo a correr em direção a cozinha.
--Izuku?! Tá tudo bem?!
--Tá sim, a panela que começou a suar e fazer esse barulho, aí me assustei -ele diz começando a virar para mim --Não se preocu-
Ele parou de falar assim que olhou para mim, provavelmente percebeu o sangue em minha testa, até porque eu mesmo estava sentindo ele escorrer em meu rosto.
--Katsuki o que foi isso?! -ele diz pegando um guardanapo e vindo na minha direção
--Ah eu me bati na pia
--A ponto de abrir sua testa?!
--Claro Izuku! Pensei que tinha acontecido algo com você, então sai desesperado do banheiro!
--Oh meu Deus Katsuki
--Tá sangrando muito?
--Sim?! Como que não tá doendo?!
--E quem disse que não tá doendo?!
--Sua expressão facial?!
--Claro que essa porra tá doendo Izuku!
Ele respira fundo
--Tudo bem, não vou brigar com você, apenas senta em uma cadeira e não tira esse pano do rosto!
--Tá, tá não vou tirar
--Você tirou minha mochila daqui?
--Coloquei no meu quarto
--Tá, espera aqui
...
--Ai... Como dói essa porra! Espero que não fique uma cicatriz -digo
--Voltei
--O que é isso?!
Ele estava com um fio preto e uma agulha boleada em uma mão, e na outra, algodão e um soro fisiológico
--Só fica calado
--Fácil falar
Izuku tira o pano do meu rosto e derrama o soro fisiológico na minha testa, em seguida começa a passar o algodão ao redor
--Katsuki eu preciso que olhe pra mim, que olhe dentro dos meus olhos
--... Tá -digo um pouco corado
--Eu vou precisar dar alguns pontos nisso aqui, senão isso não vai parar de sangrar
--Tá
--O problema é que eu não tenho anestesia na minha mochila, então você sentirá todo o processo
--Porra Izuku
--Não tem outra opção Katsuki
--... Tá