CAPÍTULO 71

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19:35

~Bakugo~

Depois de chegarmos ao restaurante, pedimos nossas refeições, comemos e iniciamos nossas conversas descontraídas de sempre.

"Sabe Kacchan, você se lembra do porquê eu gostar tanto desse restaurante?", ele pergunta

"Claro que lembro, mas vou dizer que não, apenas para te ouvir falar mais uma vez"

Ele ri, "Certo, certo. Bem, quando eu era menor, com mais ou menos uns seis anos, eu passava em frente a esse restaurante com a minha mãe e eu era extremamente encantado por ele. Lembro de sempre pedir à ela para virmos jantar aqui, mas não éramos donos do dinheiro naquela época, muito pelo contrário, então ela sempre explicava que não tinha condições de pagar um jantar aqui, mas toda vez em meu aniversário, vínhamos pra cá jantar, somente eu e ela. Aqueles momentos eram mágicos pra mim, não só por estar no restaurante que eu tanto era encantado, mas por perceber que eu não precisava de muito para ser feliz, que apesar de não ter tido todos os luxos da vida, minha mãe sempre se esforçou para que eu me sentisse realmente amado.
Em outras palavras, esse restaurante é um símbolo de amor, gratidão e família pra mim"

"Você sempre teve mais valores do que eu, Deku. Não tenho nenhuma história parecida na minha família. Sempre tive tudo que queria, na hora que queria. Eu fui uma criança bastante mimada na verdade"

"Sei bem disso"

"Sabe, você foi o melhor presente que a vida poderia me dar. Trouxe para minha vida novos valores e significados, além do mais importante, você me trouxe amor, amor de uma maneira que nunca achei que fosse sentir.
Deku, você sabe né?"

"O que Kacchan?"

"Você sabe que eu te amo"

"Eu sei bem disso e eu também te amo Katsuki Bakugo"

Silêncio

"Bem, eu...", digo colocando a mão no bolso da calça e tentando achar a caixinha do anel. "Eu..."

"Você?"

"Eu... Merda", a caixinha não estava em nenhum dos meus bolsos. "Eu deixei minha carteira no carro"

"Ah não esquenta, a gente pega quando formos embora"

"Não, não! Eu preciso dela"

"Ué, mas por quê?"

"É que... Lá tem um negócio que eu quero te mostrar"

"Que negócio?"

"Uma foto nossa, que eu mandei relevar"

"Na sua carteira?"

"Sim"

Silêncio

"Está bem", ele diz

"Eu não demoro, me espere!"

"Não tenho pra onde ir"

Caralho como eu esqueço o anel?! Eu sou muito burro puta que pariu!
Vou correndo até o carro, procurar a caixinha do anel.

"Merda! Tinha certeza que havia colocado no bolso"

Reviro aquele carro todinho, quando um estalo vem na minha cabeça, havia colocado a caixinha no porta luvas. Abro o mesmo e vários papéis caem, revelando a caixinha lá no fundo. Isso mesmo, agora me recordo, havia colocado a caixinha no porta luvas, embaixo de vários papéis, pra caso o Deku abrisse, não desse de cara com a caixinha.
Pego a caixa e a abro, para me certificar de que o anel estava lá dentro. E para minha sorte, alívio e felicidade, lá estava ele, quase tão brilhantes quantos os olhos do Deku.
Estava me preparando para sair do carro e voltar até o restaurante, quando escuto vários estrondos vindos lá de dentro.

"Mas que merda é essa?", penso comigo mesmo

Em seguida, vejo as pessoas saindo correndo e desesperadas do restaurante. Rápido saio do carro.

"Ei! O que tá acontecendo?!", grito

"Parece que é uma guerra entre gangues! Estão dando tiros para todos os lados!"

"Que?"

Após ouvir isso, corro imediatamente para aquele restaurante. O sentimento de que talvez algo possa acontecer com o Deku, me sufoca. Foda-se o que estiver acontecendo lá dentro, só quero tirar o ele do meio daquela confusão e ir pra casa.
Era difícil conseguir entrar naquele restaurante, enquanto haviam pessoas tentando sair, eu estava tentando entrar, era como nadar contra a maré.
De repente, um som de sirene começa a se fazer presente no ambiente, era a polícia. Instantaneamente os barulhos de tiro cessão e a calmaria se faz presente no lugar.
Assim que consigo entrar no restaurante, percebo a quantidade de corpos e sangue espalhados pelo chão, era realmente uma cena de horror. Aquilo me embrulharia o estômago, se achar o Deku não fosse a única coisa que se passasse na minha cabeça.
Subo as escadas correndo e desesperado, mas ao chegar no segundo andar do restaurante, olho para a mesa em que estávamos e não vejo Deku. Um desespero extremo me consome e começo a gritar seu nome.

"Deku! Deku cadê você?!"

Assim fiquei por cerca de um minuto, até que escuto uma voz bem baixa dizer "Kacchan". Sigo a voz até o banheiro, e assim que abro a porta, vejo ele lá, jogado no chão.

"Deku! Você está bem", digo me abaixando ao seu lado.

"Tô sim, só um pouco nervoso"

"Ah que bom. Me desculpa por te deixar sozinho aqui, não consigo nem imaginar o que poderia ter acontecido com você"

"Relaxa, eu estou bem. Já acabou tudo?"

"Já sim. Vem, vamos embora"

Seguro em sua cintura para ajudá-lo a levantar, mas algo não estava certo, ele estava pálido e desorientado, talvez pela situação em si. Mas nem conseguir andar direito, ele estava conseguindo, sentia como se ele estivesse jogando todo seu peso pra cima de mim, como se não estivesse se aguentando em pé.

"Você está bem mesmo?", pergunto

"Estou Kacchan, não se preocupe"

"Certo"

Seguimos andando até chegarmos à escada, para irmos embora daquele lugar, mas sinto um líquido quente escorrendo pela minha mão que estava em sua cintura. Quando olho, era sangue.

"Deku você tá sangrando!"

"Tô?"

Ponho a outra mão em sua cintura e quando tiro, percebemos minha mão repleta de sangue.

"Merda", ele diz, caindo ao chão logo em seguida

"Deku!"

Você... Tem sorte de eu ser paciente! (BakuDeku Au) حيث تعيش القصص. اكتشف الآن