❛ tmbbots ♡ ᵐʸᵍ + ʲʰˢ ᵃᵇᵒ ೃ

By niggaforrlife

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Não há nada mais tentador para Jung Hoseok do que a pele branquinha e aparentemente macia do seu vizinho ômeg... More

prólogo
primeiro
segundo
terceiro
quarto
quinto
sexto
sétimo
oitavo
nono
décimo
décimo primeiro
décimo segundo
décimo terceiro
décimo quarto
décimo quinto
décimo sexto
décimo sétimo
décimo oitavo
décimo nono
vigésimo
vigésimo primeiro
vigésimo segundo
vigésimo terceiro
vigésimo quarto
vigésimo quinto
vigésimo sexto
especial 100k
vigésimo sétimo
vigésimo oitavo
vigésimo nono
trigésimo
trigésimo segundo
trigésimo terceiro

trigésimo primeiro

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By niggaforrlife

oi gente! quanto tempo! 🥺

demorei muuuuuito pra atualizar e sei que vocês provavelmente querem me matar, por isso não vou enrolar aqui em cima. Prometo que vou explicar tudo nas notas finais!

enfim, boa leitura! 😚💗

31. Moving On 
先に進む


Yoongi estava em avaliação há quase duas horas e meia.

Depois que chegaram no hospital, não demorou nada para que levassem Yoongi e Jimin para dentro, mas apenas o Min não poderia entrar acompanhado; diferente do loiro, o caso de Yoongi era mais sério e ele teve de ser dopado por conta das fortes dores que sentia no pescoço machucado.

Hoseok não conseguia pensar direito. Tudo o que passava na sua cabeça era o ódio mortal que sentia por Sungcheol e a culpa quase sufocante por não ter saído com o ômega, mesmo quando sabia que deixá-lo sozinho não era a melhor opção. Seu corpo também estava fraco e ele sentia-se febril, mas se esforçava para esconder aquilo porque não queria correr o risco de ficar sem notícias de Yoongi — sabia que aquilo era apenas seu corpo reagindo ao estado do namorado e ao ferimento causado na marca pelas presas de outro alfa, ainda por cima contra a vontade do rosado. Queria correr para aquele quarto de hospital e cuidar de Yoongi ele mesmo, ir atrás de Sungcheol e matá-lo, e, acima de qualquer coisa, queria que nada daquilo estivesse acontecendo e que tudo não passasse de um pesadelo.

Era ainda mais difícil para Hoseok aguentar a situação quando Yewon estava ali, tão desesperada e angustiada quanto si. A notícia foi dada a ela quando ainda estavam a caminho do hospital, enquanto Yoongi se segurava para não gritar de dor e chorava baixinho, não aguentando a queimação que machucava seu pescoço e fazia Hoseok sentir-se febril e fraco, além da ardência que também sentia. Foi ainda pior quando Yoongi acabou por desmaiar assim que chegaram ao hospital, deixando seu alfa desesperado de uma forma que jamais esteve; depois de presenciar aquilo, Hoseok percebeu que nunca tinha sentido medo de verdade. Jurou que seu coração havia parado por alguns segundos, assim como todos os seus sentidos — se apenas o contato das presas de Sungcheol com a marca causara todo aquele estrago, o que teria acontecido se Yoongi tivesse sido marcado?

Hoseok fechou os olhos e respirou fundo, afagando as costas da sogra que permanecia agarrada a si, fungando baixinho. Jimin já havia sido atendido e estava sentado ao lado de Namjoon, com uma tala no tornozelo que havia torcido; o clima estava tenso o suficiente para que ninguém falasse, e aquele silêncio todo apenas abria brechas para que Hoseok se desesperasse internamente pela falta de notícias do namorado. Sua mãe ainda não havia dado notícias da situação com Sungcheol, mas aquela era a última coisa que o preocupava no momento — só queria que Yoongi estivesse bem.

Mesmo que parecesse mais calma enquanto recebia o carinho que o Jung fazia em suas costas, Yewon ainda tinha a mente funcionando em velocidade máxima, pensando coisas demais para conseguir realmente se acalmar. Não entendia como tudo acontecera tão rápido; três horas atrás estava acolhendo o filho no colo, e agora mal conseguia respirar pela angústia que era não ter certeza se Yoongi estava bem. Queria gritar e matar quem fizera aquilo com seu filhote, mas queria ainda mais ir até ele e cuidá-lo da mesma forma que fazia quando era bebê.

Saber que Hyemi estava em cargo de Sungcheol era o que tranquilizava Yewon. Confiava plenamente na alfa e sabia que ela provavelmente estava alterada da forma que ficaria se a vítima fosse um de seus filhos — já havia perdido as contas das vezes que a Jung dissera ter Yoongi e Yeji como filhotes, e jamais conseguiria agredecer-lhe o suficiente por todo apoio que recebia. Também gostava muito de Hoseok e Dawon, então entendia o sentimento de Hyemi; no fim, acabaram tornando-se uma grande família.

Enquanto isso, Hoseok permanecia quieto. Estava tão centrado em afastar os pensamentos ruins da cabeça que esqueceu totalmente sobre seu estado também não ser um dos melhores; só percebeu que a pressão baixara quando seu corpo pendeu para frente e quase desmaiou, ouvindo os gritos assustados de Yewon, Jimin e Namjoon ao fundo, quase distantes.

— Hoseok-ah! Hoseok-ah, pelo amor de Deus! — Yewon exclamou; a voz embargada e as lágrimas que a pouco foram enxutas voltaram a se formar, molhando o rosto desesperado da ômega. 

Namjoon foi quem raciocinou a tempo e foi rápido o suficiente para segurar Hoseok antes que caísse, um pouco antes dele recobrar os sentidos, mesmo que ainda bastante tonto. Não queria mesmo ter demonstrado sua fraqueza para não preocupar ainda mais Yewon, mas não conseguiu evitar; foi tão repentino que quando percebeu, já estava nos braços de Namjoon, tão mole que não sabia que conseguiria se pôr de pé.

— Tia Yewon, por favor, chame um médico para dar uma olhada no Hobi — Namjoon arfou, colocando Hoseok de volta em seu lugar na cadeira. 

— N-Não! — O alfa se pronunciou, mesmo que com a voz fraca. — Não q-quero! V-Vão me levar p-pra dentro e v-vou ficar sem n-notícias...

— Você também vai ficar sem notícias se não estiver consciente, droga! — Jimin quem exclamou, choroso. — Pare de ser tão teimoso! Se você não ficar bem, o Yoongie também não ficará!

— E-Eu vou chamar alguém. — Yewon disse ao levantar, enxugando as lágrimas. — Fique quietinho, por favor, Hoseok-ah.

Depois que Yewon saiu, o silêncio tenso voltou a se fazer presente. Jimin fungava baixinho e Hoseok não foi mais capaz de segurar; finalmente desabou em um soluço, chorando num tom tão doloroso que fez o coração de Namjoon apertar. Odiava aquela situação com todas as suas forças e também se culpava pelo ocorrido, mas tentava manter-se firme para que seu namorado e melhor amigo ficassem sem apoio. E ainda havia Yewon...

— Eu d-deveria ter saído com ele. S-Se eu tivesse saído...

— Hoseok, não tínhamos como saber. Eu também estou me corroendo em culpa, mas no fim o único culpado de tudo é aquele desgraçado. — Namjoon suspirou. — O Yoongi vai ficar bem, cara. Vocês dois vão ficar... Confie na ligação de vocês.

— É bom que você coloque isso pra fora, Hobi, mas não se desespere. Daqui a pouco teremos notícias dele e você vai poder vê-lo. — Jimin quem disse,  tentando controlar as próprias lágrimas. 

— M-Me desculpe também, J-Jiminie... Você se m-machucou e deve ter ficado t-tão assustado... — Pontuou, lembrando da cena de mais cedo. — Obrigado por t-tê-lo defendido.

Ninguém falou mais nada. Namjoon abraçou o melhor amigo com carinho, limpou as lágrimas dele e o viu fungar, tentando interromper o choro. Nunca pensou que o veria tão desesperado, e aquilo o quebrava muito — assim como Jimin. Ele próprio quis matar Sungcheol depois de tudo, tanto por Yoongi quanto por Jimin, que ainda estava tão assustado que mal conseguia explicar como tudo havia acontecido. O admirava por ter se posto na frente de Yoongi e tentado defendê-lo, mas tudo dentro de si desmoronava quando via aquela tala no tornozelo e os olhos e mãos trêmulas do Park, que denunciavam o quão afetado pelo episódio o pequeno ômega estava. Jimin era bom demais para o mundo e até mesmo para si, então não ter conseguido o poupar de tudo aquilo o fazia querer morrer.

Suspirando depois de consolar o amigo, Namjoon foi até Jimin e beijou sua testa, sentindo-o tranquilizar um pouco. Hoseok conseguiu conter o choro e se dispôs melhor na cadeira, finalmente cedendo as fraquezas de seu corpo.

— A culpa não foi de vocês. Aquele verme... Ninguém é culpado além dele. E eu estou bem, Hobi, defenderia o Yoon quantas vezes fossem necessárias — Jimin murmurou enquanto sorria minimamente, estendendo a mão para alcançar a de Hoseok. — Agora me prometa que vai deixar os médicos darem uma olhada em você. 

— Jimin, eu não-

— Prometa, Hoseok! Que droga! — Exclamou, irritado. — Já foi assustador o suficiente ver o Choi partindo para cima do Yoongi e não poder fazer nada para ajudar, foi assustador o suficiente vê-lo sangrando e chorando de dor, está sendo assustador demais não ter notícias dele e vai ser insuportável te ver quase desmaiar de novo!

Arregalando os olhos em surpresa pelas palavras de Jimin, Hoseok engoliu em seco. 

— Hobi, por favor... — Namjoon suspirou.

— Tudo bem... — Se rendeu, não conseguindo mais teimar diante os olhos marejados do Park. — Eu concordo em ser avaliado, mas só depois de receber alguma notícia do Yoongi. Não vou conseguir antes disso, gente, e juro que não é por teimosia. — Explicou. Jimin e Namjoon queriam argumentar, mas Hoseok continuou: — Sei que estou fraco e sei que é por conta da marca, mas minha cabeça está a mil por hora e sinto que se eu sair daqui, vou colapsar. Não quero preocupar vocês e a tia Yewon ainda mais, estou falando sério sobre isso. Quero ficar perto dele, meu corpo todo está pedindo por isso; aqui, pelo menos, me sinto mais próximo. Mas se me levaram para alguma sala... Não sei. Sinto que posso sufocar a qualquer momento.

Namjoon e Jimin se olharam, mas não disseram nada. Estavam preocupados demais com as consequências que a loucura de Sungcheol trouxera para Yoongi e Hoseok e entendiam que o alfa estava se mantendo firme e aguentando suas próprias dores apenas pela necessidade de saber se o namorado estava bem, então não contestaram a fala de Hoseok. Sabiam que eram coisas demais para pensar e que a situação não era nada fácil para Hoseok, tanto física quanto mentalmente, então se contentaram com o alívio de tê-lo feito ao menos aceitar que também precisava de cuidados naquele momento.

— Ok. — Jimin disse, olhando furtivamente para o amigo. — É uma promessa.

Dando um sorriso fraco, Hoseok maneu a cabeça para concordar com Jimin. Eles não tiveram tempo para conversar mais após a breve discussão, pois Yewon havia voltado acompanhada do mesmo médico que havia entrado com Yoongi, parecendo surpresa, aflita e ansiosa ao mesmo tempo. Os olhos de Hoseok tremeluziram por um segundo, agarrando-se na esperança de finalmente poder ir até o namorado e receber notícias dele — num ímpeto, levantou rapidamente, quase caindo por conta da tontura que o atingiu. Namjoon mais uma vez foi rápido em segurar o amigo, reclamando baixinho da irresponsabilidade insistente do mais velho.

— Hoseok, filho, não levante assim! — A ômega exclamou, correndo até o genro. — Eu trouxe o doutor Lim para te ver, já falei que você também está fraco. 

— Doutor, e o Yoongi? — Questionou rapidamente, ignorando a tontura.

— Calma, sr. Jung, vamos ver como você está primeiro, tudo bem? O sr. Min está sendo muito bem cuidado, não se preocupe. — Disse, terno, enquanto assumia o lugar de Namjoon e sentava Hoseok de volta na cadeira, sentindo os feromônios fortes do alfa denunciarem seu estado de angústia. — Certo, você está sentindo algo além de tontura?

— Sim. Sinto que vou morrer se não vê-lo logo, me sinto sufocando e meu corpo não para de tremer. Meu coração está acelerado, minha cabeça dói e não estou conseguindo controlar meus feromônios; além de que meus instintos não param de me dizer para correr até ele e não deixar mais ninguém se aproximar. — Disparou, fazendo o doutor piscar em surpresa e Yewon soltar a respiração que nem havia percebido estar presa. — E-Eu estou desesperado. 

Quando uma lágrima escapou e Hoseok a enxugou com pressa e mãos trêmulas, os outros trocaram olhares. Yewon já havia sido marcada e sabia muito bem como era estar prestes a entrar em pânico pelas coisas que interferências na ligação causavam; e imaginava que era ainda pior para Hoseok, já que ele e Yoongi eram almas gêmeas e não apenas marcados.

— Sr. Jung, suponho que você saiba que o descontrole dos feromônios e seus instintos é por conta da situação do sr. Min, certo? — Hoseok assentiu, prestando atenção. — Bom. Tendo em vista seu estado emocional, acho que as coisas não irão melhorar até que você tenha certeza que seu ômega está bem. Sendo assim, vou dar as notícias sobre o estado dele antes de levarmos você para análise.

Hoseok engoliu em seco e assentiu, apertando a mão de Yewon que estava ao seu lado.

— Por favor, doutor.

— Primeiramente, podem ficar tranquilos, ele não corre risco algum. — Aquelas palavras foram suficientes para acalmar todos ali, que suspiraram em alívio ao mesmo tempo. Ainda assim, Hoseok continuava a sentir-se angustiado. — O ferimento não foi totalmente superficial, mas felizmente não chegou a tocar severamente a marca; ou seja, foi suficiente para machucá-lo e enfraquecer vocês dois, mas não para desfazer a ligação completamente, principalmente porque o sr. Min o rejeita. Ele perdeu uma quantia considerável de sangue, mas não precisou de transfusão. Um curativo já foi feito no local e o demos medicações para dor. A avaliação do sr. Min foi demorada porque precisávamos ter cuidado devido à localização do ferimento, e ele também estava muito inquieto. Agora, sr. Jung, sra. Min, ele ficará em observação até amanhã, só para termos certeza de que o ferimento não trará mais problemas; e sr. Jung, você precisará marcá-lo novamente, e de preferência ainda hoje. Isso o ajudará com a dor e a inquietude, já que ele não deixa outros alfas chegarem perto. Apenas ômegas e betas estão cuidando dele.

O alívio percorreu o corpo de todos ali quase que instantaneamente, tanto que Namjoon e Yewon, que estavam de pé, desabaram nas cadeiras ao mesmo tempo. A angústia que Hoseok sentia pareceu diminuir consideravelmente, mas ele ainda precisava ver o namorado para ter certeza do que ouviu; parte daqueles sentimentos ruins dentro de si vinham de Yoongi e seus instintos continuavam exigindo a presença do ômega. Não era bom saber que ele estava com medo de ter outros alfas por perto, Hoseok nunca se perdoaria se um trauma severo surgisse ali, mas não era como se alguém pudesse culpar Yoongi se aquilo viesse a acontecer; por agora, tudo o que podia fazer essa se desculpar, cuidar dele da melhor forma possível e respeitar seu espaço. 

— E-Eu posso vê-lo? — Perguntou, trêmulo. — Eu e a tia Yewon... Nós podemos...?

O médico passeou os olhos entre todos ali antes de levantar e sorrir pequeno, maneando positivamente a cabeça. Sabia que contestar Hoseok naquele momento apenas atrasaria mais as coisas, então o melhor a se fazer era tranquilizá-lo antes de tudo.

— Vocês podem, mas apenas um por vez. Familiares primeiro, temos que seguir o regulamento.

{...}

Hoseok nem sequer pensou em ir até Yoongi antes de Yewon, pois sabia que ela precisava ver o filho antes de qualquer outra pessoa e jamais tiraria aquilo da sogra — mas ele não era de ferro, e agora que já faziam mais de 20 minutos que Yewon fora até o baixinho, o pobre alfa sentia que iria explodir de tanta ansiedade.

Namjoon e Jimin tentaram ajudar o Dr. Lim e convencê-lo a ir ser examinado enquanto Yewon estava com o filho, mas Hoseok teimou e disse que só sairia daquela sala de espera para ir até o namorado; caso contrário, nada feito. Depois de muita insistência e muitos nãos, os três desistiram de fazê-lo mudar de ideia e passaram a esperar pacientemente por Yewon, diferente de Hoseok, que parecia mais ansioso a cada segundo que passava. Os sentimentos de Yoongi estavam bem bagunçados e o alfa conseguia senti-los muito claramente dentro de si, por isso seus nervos estavam a ponto de explodir.

Alguns minutos mais tarde, a ômega Min se dispôs para fora do quarto onde o filho estava. Namjoon sabia o que viria a seguir, então foi mais rápido que o amigo e o segurou antes que ele levantasse com pressa, quase cedendo a tontura que novamente o abateu; o Kim respirou fundo. Hoseok certamente estava nervoso, e sua expressão e movimentos não escondiam aquilo — por isso que Yewon decidiu não torturá-lo com mais espera e sorriu, mesmo com o rosto bonito meio inchado pelas lágrimas que derramou junto ao filho mais cedo, acenando com a cabeça para que Hoseok fosse até o namorado. 

O Jung arregalou as orbes e trocou olhares com Namjoon e Yewon, perguntando em silêncio se realmente podia ir até o namorado; agora quem sorriu foi o Kim, afirmando com a cabeça e se dispondo a ajudá-lo na caminhada até o quarto. Seu estômago revirou e ele passou a sentir o cheirinho bom de melancia de Yoongi — apenas aquele pequeno sinal quase o fez chorar — além da loucura que seus instintos se tornaram, e Hoseok nem achava que eles poderiam ficar ainda mais descontrolados.

Prendendo a respiração inconscientemente, o alfa abriu a porta com lentidão. Sabia que vê-lo seria doloroso, mas nada no mundo poderia o preparar para a cena em sua frente; Yoongi estava mais pálido que o normal, ligado a uma bolsa de soro pelo braço e curativos no pescoço, portando uma expressão cansada e olhos baixos, parecendo uma pessoa completamente diferente do ômega sorridente que o beijou antes de sair naquela tarde. Até os cabelos rosinhas pareciam ter perdido cor, e a única coisa que transmitia algum tipo de alívio para o alfa era ver que seu namorado não tinha perdido o brilho nos olhos igualmente rosados.

Seu peito dóia e o coração pareceu afundar em angústia, batendo freneticamente contra a caixa toráxica, como se estivesse prestes a explodir. Nunca antes havia sentido tantas coisas ruins ao mesmo tempo, então foi impossível para si controlar suas lágrimas, ainda mais quando os olhos de Yoongi encontraram os seus e ele sorriu, pequeno, como se não tivesse passado por um inferno poucas horas atrás.

Num ímpeto, Hoseok caminhou rapidamente até a cama, ignorando totalmente seu próprio corpo fraco, que desabou no colo do ômega. Yoongi conseguia sentir profundamente toda a agonia do namorado, e vendo-o tão frágil daquela forma, não pôde deixar de chorar junto; estava extremamente fragilizado e carente da presença de Hoseok, tê-lo ali já aliviava muito sua agonia, mas vê-lo tão mal o angustiava igualmente. Seus instintos estavam o fazendo ter repulsa de qualquer alfa naquele momento, além do medo gerado pelo choque, mas Hoseok parecia ser tudo o que ele precisava para se recuperar — queria desesperadamente tocá-lo e tranquilizá-lo, mas tudo o que conseguiu fazer foi se agarrar ao namorado e respirar fundo, aspirando a essência do alfa como se dependesse daquilo para viver. Hoseok também o apertou, cheirando o pescoço e as bochechas de Yoongi como se confortasse a si próprio e a ele, descendo tão fundo em seus instintos mais primitivos que não precisaram trocar uma palavra para demonstrarem o que queriam dizer; já sentiam tudo profundamente, quase pulsando dentro dos peitos como algo tátil.

Minutos depois, quando conseguiram se acalmar um pouco, encostaram as testas e olharam-se no fundo dos olhos, numa conversa silenciosa. As íris estavam lindamente multicoloridas, deixando a ligação de almas bem exposta para todos que quisessem ver — e a cena se desenrolou com encanto para o médico e as poucas enfermeiras que estavam na porta, esperando educadamente para atender o alfa. A maioria ali jamais tinha visto algo como aquilo, uma ligação tão forte e pura, por isso sentiam-se hipnotizados pelos feromônios misturados e os olhos coloridos, transluzindo tão magicamente que não parecia algo real; mas o momento era tão íntimo que todos acabaram saíndo dali para deixá-los a sós, pois interrompê-los agora parecia ser um crime.

Hoseok sentiu seus corações baterem em sincronia antes de se afastar minimamente para observá-lo melhor, tendo certeza que nada no mundo poderia o machucar mais do que ver sua alma gêmea daquela forma.

— Eu estou bem... — Yoongi murmurou, com a voz fraca, tentando sorrir. — Não me olhe assim...

— Nunca fiquei tão apavorado na vida. — Confessou. — Em um momento você estava comigo e no outro... Ninguém me dizia como você estava... Eu não tinha notícias...

Yoongi não disse nada. O puxou para um abraço novamente, não aguentando ver o rosto molhado e os olhos trêmulos de Hoseok.

— M-Me perdoe por não estar lá. Por não ter protegido você. — Murmurou contra o pescoço do ômega. — Eu deveria ter saído com você, ter sido mais rápido... Aquele doente desgraçado, ainda não acredito que ele teve a coragem de tocar em você, de te machucar...

— Se eu não tivesse saído e chamado o Jimin para dentro, nada disso-

Hoseok foi rápido em interromper o namorado, saindo do abraço para poder segurar seu rosto entre as mãos e olhá-lo nos olhos.

— Nada do que aconteceu foi sua culpa, minha vida. Absolutamente nada justifica o comportamente doentio daquele cara; ele é o único responsável pelo o que fez.  — Disse, convicto, tendo os olhos de Yoongi grudados nos seus. — O Jimin está bem, então não... Não se sobrecarregue com uma culpa que não é sua. Vamos fazê-lo pagar por tudo, ok?

Yoongi maneou a cabeça em concordância, piscando os olhos repetidamente para evitar o choro que queria voltar. Estava muito sensível e ainda terrivelmente assustado, a dor em seu pescoço não o deixava esquecer de um momento sequer que passou nos braços de Sungcheol, da imagem de Jimin no chão, machucado, tentando o ajudar, de toda a dor e do sangue que saíra de seu pescoço, do terror que fora sentir suas forças esvaindo-se e puxando as de Hoseok consigo... Realmente não sabia se um dia conseguiria superar aquela experiência, mas definitivamente daria tudo de si para não torná-la um trauma, por mais que parecesse quase impossível vê-la de outra forma. 

Apenas precisava de Hoseok e de todo o amor que ele tinha para dar. Poderia lidar com todo o resto depois.

— Amo você. — Murmurou, sentindo Hoseok acariciar sua bochecha com o polegar. — Obrigado...

— Nada está acima de você. — Sussurrou de volta, inclinando-se para beijar superficialmente os lábios de Yoongi, que suspirou. — Amo você, gatinho.

Após isso, Hoseok sentiu-se revigorado e muito menos angustiado. Ainda doía ver Yoongi tão frágil e pálido, mas saber que tudo estava bem na medida do possível era o que acalmava seu coração e a seus instintos, que sossegaram diante a exposição ao ômega e sua deliciosa essência; as coisas pareciam finalmente no caminho certo para se ajeitarem. Os dois decidiram deixar para conversar sobre o que aconteceria com Sungcheol apenas quando Hyemi aparecesse, já que Yoongi não se sentia cem por cento confortável com aquele assunto — relembrar o que acontecera o fazia tremer e querer esconder-se de todos, então tudo o que pediu foi por alguma distração, ao menos enquanto pudessem evitar aquele assunto.

E assim Hoseok o fez, procurando por assuntos diferentes para entreter o ômega, que não se deixou levar por aquilo e implorou para que ele aceitasse logo o tratamento, já que estava quase tão pálido e fraco quanto si próprio; apenas ali o Jung cedeu, pois não conseguia negar nada à Yoongi, principalmente naquele momento. Doutor Lim foi chamado ao quarto pela campainha e se mostrou muito satisfeito quando Hoseok disse que não adiaria mais sua análise, mas que antes desejava renovar a marca de Yoongi, pois queria ajudá-lo com a dor o mais rápido possível — eles precisavam ser cuidadosos quanto à isso, já que o alfa precisava saber exatamente onde não podia tocar para não machucá-lo. Então logo após as instruções do clínico, a marca dos dois foi renovada com delicadeza, dando ênfase aos olhos multicoloridos que permaneciam ali, tão etéreos que deixavam o doutor um pouco hipnotizado. Por fim, Yoongi sentia menos dores e Hoseok agora também tomava soro sentado confortavelmente na poltrona ao lado da cama do ômega, pois tinha se recusado a sair de perto do namorado.

Mas algumas horas depois, quando já era noite, Yoongi voltou a sentir-se inquieto. 

Seu soro tinha sido trocado há pouco tempo e por isso estava acordado, mas Hoseok, por sua vez, tinha adormecido na poltrona enquanto segurava delicadamente sua mão.  Estava cansado e queria muito dormir, mas sua cabeça estava a mil por hora; não conseguia parar de pensar no que aconteceria depois que saísse do hospital. Tinha conversado com Taehyung, Jeongguk e Seokjin por vídeo chamada há pouco tempo (sentiu-se terrivelmente mal por tê-los deixado tão preocupados) e soube que os três viriam até Daegu para dar seus depoimentos, já que Hyemi precisaria da maior quantidade de apoiadores possível, afinal, a Coreia não era um país muito gentil com ômegas, mesmo em um caso como o de Yoongi. Também soube que Juhong e Yongguk mandariam vídeos para ajudar, já que não conseguiriam estar presentes, e que todos os outros amigos de Hoseok também se dispuseram a ajudar — essa atitude em especial surpreendeu bastante Yoongi, já que os garotos e Sungcheol foram amigos por tanto tempo. Ficou mesmo emocionado com a corrente de ajuda e apoio que tinham formado ao redor de si, e se certificaria de agradecê-los assim que pudesse.

Ainda que houvessem tantas pessoas dispostas a ajudá-lo, Yoongi ainda sentia medo. Confiava plenamente nas habilidades de Hyemi e sabia que ela não o deixaria desamparado de forma alguma, mas havia coisas que ela não conseguiria mudar nem se quisesse. E se o juíz não o prendesse, mesmo com todas as provas? E se a pena não fosse longa o suficiente? E se, de alguma forma, Sungcheol conseguisse sair ileso? Eram muitas as questões que o faziam sentir completamente indefeso e vulnerável, mesmo com tantas pessoas o apoioando e protegendo; sentia medo por Hoseok, por sua mãe e Yeji, Seokjin, Jimin, Namjoon, Jeongguk e Taehyung, sentia medo por Hyemi e Dawon, e tinha ainda mais medo por si mesmo. 

Queria ficar tranquilo e ter confiança em que Sungcheol seria devidamente punido e ficaria longe de si e das pessoas que amava, mas focar e confiar era muito mais difícil do que parecia, principalmente depois de ter a certeza de que aquele alfa era completamente louco e doente — o machucado feio em seu pescoço não o deixava ter dúvidas sobre aquilo. A marca renovada por Hoseok fez um bom trabalho em o livrar da dor, mas Yoongi não esquecia nem por um minuto que aquela ferida estava ali.

Seus devaneios foram interrompidos quando sentiu um aperto quentinho na mão que seu namorado segurava. Virando o rosto, encontrou Hoseok acordado e o encarando com uma expressão preocupada, mesmo que os olhinhos inchados o deixassem fofo; não percebeu que sua inquietude havia ultrapassado os limites de sua mente e tomado o quarto pela sua essência, denunciando que ele não estava tranquilo e descansando como deveria. Provavelmente fora o que o fez acordar, pensou, suspirando enquanto sorria pequeno para tentar não preocupar tanto o namorado.

— Tudo bem, gatinho? — Murmurou, a voz repleta de sono.

— Desculpe por ter acordado você. — Inclinou-se e plantou um beijinho na bochecha do Jung. — Eu só... estava pensando demais. 

Hoseok ficou alguns segundos em silêncio, voltando a sentir-se angustiado apenas por pensar em todas as coisas que estavam passando pela cabeça do ômega. Queria poder curá-lo de tudo, mas sabia que algumas coisas simplesmente não estavam ao seu alcance, principalmente naquela situação.

— O que você acha de conversar com algum profissional? Talvez se falássemos com o Dr. Lim, você conseguiria atendimento psicológico por aqui mesmo... — Propôs, acariciando suavemente o rosto de Yoongi, que inclinava-se para o toque. — Mas só se você quiser, minha vida.

Yoongi suspirou lentamente. 

— É uma boa ideia, m-mas eu... E se não der certo...? — Falou, baixinho, com a voz quebrada. — Eu estou com medo, Hobi. E-Estou apavorado.

Assim que percebeu as mãos trêmulas do namorado, Hoseok levantou rapidamente da poltrona para sentar-se ao lado de Yoongi na cama, envolvendo-o num abraço apertado. Era doloroso demais não poder fazê-lo esquecer de tudo, acabar com aquela angústia e medo, protegê-lo de todas as coisas que pudesse. 

— Vamos fazer de tudo para que ele pague por todas as coisas que fez, amor. É uma promessa. — Afastou-se minimamente, apenas para poder olhá-lo nos olhos. — Nunca mais vou te deixar sozinho, e temos nossos amigos conosco, certo? Ele não vai mais chegar perto de você, gatinho. Nem da Yeye, muito menos da tia Yewon. Minha mãe o mataria antes que ele fizesse mais alguma coisa.

Concordando com a cabeça, Yoongi deixou que o alfa o abraçasse forte mais uma vez, logo depois de ganhar um beijinho doce na testa; ali, com Hoseok, sentia-se seguro o bastante para ter confiança de que, no fim, tudo daria certo. Então, depois de algum tempo apenas conversando baixinho e trocando carícias, Yoongi conseguiu dormir, ainda embalado nos braços do namorado, tão relaxado que nem percebeu quando caiu no sono e passou a ressonar baixinho, finalmente deixando Hoseok um pouco mais tranquilo sobre tudo. Os próximos dias seriam difíceis.

꒰ ˚₊‧♡‧₊˚ ꒱

Passaram-se três dias desde que tudo acontecera.

Yoongi havia tido alta um dia após sua entrada, horas antes de Seokjin, Taehyung e Jeongguk chegarem em Daegu. Recebeu os amigos em casa, logo depois de quase ter chorado por ver o quão preocupada sua irmãzinha estava; Yeji achava que o irmão tinha feito um dodói e por isso teve de ficar no hospital por um dia inteiro, então chorou muito quando o mais velho chegou em casa. Ficou grudada nele o dia inteiro e nem mesmo conhecer Seokjin fora capaz de fazê-la largar do irmão — a menininha ficou encantada com o Kim, mas ainda estava com muita saudade de Yoongi para deixá-lo de lado. No fim daquele dia, dormiram ele, Hoseok e Yeji juntos e grudadinhos, ambos enroscados no ômega como dois coalinhas.

Hyemi, por sua vez, fizera um excelente trabalho. Sungcheol havia passado duas noites preso, e mesmo com as infinitas reclamações e xingamentos dos pais dele, nada mudou; nunca havia conversado com os Choi, ainda que fossem vizinhos, mas agora percebia bem de onde a má índole de Sungcheol vinha. Certamente, a maçã não cai longe da macieira.

E ele não conseguia mesmo escapar das consequências de seus atos — até mesmo Dawon viera de Seoul para testemunhar contra ele, e em conjunto com os outros depoimentos de todos os garotos mais os amigos de Hoseok, nada conseguiria livrá-lo da prisão. Hyemi também fizera questão de que ele tivesse o mínimo de direitos e regalias possível, tanto que conseguiu que Yoongi não precisasse estar presente nos trâmites que envolviam todo aquele processo; o ômega fora até a delegacia apenas uma vez, naquele mesmo dia, apenas para falar sobre o acontecido e prestar queixa adequadamente. No fim, tudo estava nas mãos de sua sogra e corria muito melhor do que ele esperava.

Agora, Yoongi estava lidando com uma quantidade exorbitante de afeto vinda de Taehyung, Jeongguk e Seokjin. No momento as coisas já estavam um pouco mais tranquilas, diferente de quando os três chegaram em Daegu, dois dias atrás; a primeira coisa que fizeram depois de terem certeza de que o Min estava bem foi chorar impiedosamente, e é claro que Yoongi não conseguiu se segurar — chorou junto, abraçado aos três amigos, todos sendo observados por Hoseok, Namjoon e Jimin. Estava mesmo precisando colocar para fora.

Depois de esclarecer tudo para os três e de matarem a saudade, Yoongi aceitou os muitos abraços e carinhos que todos queriam dar-lo, ainda que contato físico não fosse seu forte; por mais que suas conversas com a psicóloga do hospital tivessem o deixado mais tranquilo, ainda queria ter certeza de que não havia desenvolvido traumas, principalmente os relacionados ao seu corpo. Felizmente, ele parecia estar bem, apesar de tudo. 

Também recebeu visitas da cunhada e de Miyeon, que apareceram preocupadas no mesmo dia que Seokjin, Taehyung e Jeongguk chegaram. Ganhou muitos mimos da Jung mais velha e de sua noiva, e ficou realmente emocionado quando Dawon o disse que agora eram uma só família e que ele também poderia contar com a proteção dela; agradeceu a cunhada enquanto chorava mais uma vez naquele dia, tirando mais um pouquinho do peso que tinha nas costas. 

Toda a carga de amor e apoio que recebeu das pessoas ao seu redor foi crucial para que aqueles dias passassem mais rápido e fossem menos dolorosos, mas ainda assim seu corpo permanecia cansado, parecendo mais pesado, como se ele estivesse sem dormir por muito tempo. Estava preocupado demais com o emocional e acabou esquecendo que o ferimento em seu pescoço era o que o fazia sentir doente, mesmo que Hoseok tivesse renovado a marca e que não houvesse mais dores; a presa de outro alfa tinha entrado em contato com sua marca e com seu sangue, e aquilo não era algo que se curava tão rapidamente, ainda que houvesse todos os cuidados possíveis — o corpo de Yoongi tinha sua parte a cumprir, então era impossível que ele não ficasse cansado. E é claro que ainda havia a multidão de pensamentos que invadia sua mente em alguns momentos... Definitivamente não estava sendo fácil, mas o Min sentia-se satisfeito por estar lidando bem com tudo dentro do possível.

Então, quando a noite do terceiro dia chegou, eles receberam a notícia de que Sungcheol estava sendo transferido para uma unidade prisional. Todos ficaram imensamente mais aliviados com a notícia, e Yewon quase se ajoelhou para agradecer Hyemi por tudo o que a alfa havia feito por seu filhote; mas assim como Dawon, a matriarca Jung disse que agora eles eram uma só família e que ela não havia feito nada além de vingar um dos filhotes dela. Yoongi realmente não sabia que sua sogra o considerava tanto, então foi mesmo muito emocionante para ele ouvi-la dizer aquilo, por isso chorou pela primeira vez naquele dia e a abraçou com todas as suas forças. Tinha certeza que nunca conseguiria agradecê-la por tanto, mas faria questão de amá-la da mesma forma que amava Yewon.

Dali em diante, todos foram para suas respectivas casas — Seokjin estava hospedado na casa de Taehyung, e Hyemi e Hoseok permaneceram na casa dos Min. Os três sentiam-se muitos mais seguros e protegidos quando Hoseok, Hyemi ou Dawon estavam por perto, então fora um deleite para eles que a casa permanecesse com o aroma dos alfas; até mesmo Yeji estava mais calma e finalmente conseguira dormir no próprio quarto, confiando em Hoseok para manter seu irmão quentinho e bem durante a noite. 

Ainda era cedo quando as almas gêmeas subiram para o quarto, logo após Hoseok perceber e sentir seu namorado um tantinho mais cansado — sabia que ele precisava dormir, então sugeriu que o ômega tomasse banho enquanto ele colocava Yeji na cama, já que a garotinha ainda estava os seguindo por todos os lados. E assim o mais velho fez: tomou uma ducha demorada e relaxante o suficiente para tirar o peso de seus ombros e o fazer sentir mais sonolento, além de ter conseguido colocar todo seu alívio para fora num choro quase inaudível, que se misturava com as gotas de água e parecia levar grande parte dos medos e receios do baixinho para longe. 

Quando saiu do banheiro e voltou para o quarto, encontrou seu alfa já deitado na cama, esperando confortavelmente por ele. Hoseok mostrou um sorriso bonito e doce antes de abrir os braços e o chamar para deitar, como se soubesse muito bem que tudo o que Yoongi precisava no momento era afogar-se nos lençóis e em seus braços acolhedores.

Enfiando-se debaixo das cobertas e agarrando o corpo do namorado em um abraço quentinho, Yoongi afundou o rosto no pescoço de Hoseok e inspirou profundamente o cheiro de seu alfa, acalmando-se quase que imediatamente. Hoseok sorriu, mesmo que ele não pudesse ver. 

— Como você está se sentindo, amor? — Perguntou baixinho, inclinando-se para cheirar os fios úmidos do cabelo rosinha. 

Yoongi suspirou e permaneceu escondido na curva do ombro de Hoseok, não tendo intenções de sair dali.

— Aliviado, seguro, feliz, protegido. — Murmurou. — Todo mundo me ajudou e recebi tanto apoio nesses últimos dias que sinto como se o que aconteceu fosse apenas uma lembrança distante, mas ainda dói e perturba o suficiente para eu saber que foi bastante real e recente.

— Você falou sobre isso com a Dra. Seo? 

— Falei. Contei tudo, e ela disse que a caminhada será longa, mas que no fim, tudo realmente não passará de uma lembrança distante. — Num suspiro, aninhou-se mais ao corpo maior que o seu. — Ela também falou que pode me acompanhar virtualmente quando voltarmos para Seoul, caso eu queira continuar com as sessões depois das férias.

— E o que você decidiu? — Questionou, ainda perdido no cheirinho bom dos cabelos rosados. — Nós podemos encontrar bons profissionais por lá, caso você não queira continuar com ela.

— Eu quero. Ela é muito boa, de verdade... Mesmo que seja a distância, sei que ela conseguirá me ajudar. — Disse, entre um bocejo. — E você, amor? Como está?

— Acho que finalmente posso dizer que estou bem. — Quem suspirou agora fora Hoseok, afastando-se para ver Yoongi erguer a cabeça e olhá-lo nos olhos. — Ver você mais leve e tranquilo me deixou mais aliviado também, e saber que aquele cara está onde merece diminui minha angústia, mas, sabe... Acho que também preciso de acompanhamento. A Dawon me disse que qualquer pessoa precisa, e que eu deveria procurar um profissional porque tudo isso que aconteceu foi sério demais para minha cabeça lidar sozinha...

— E ela está certa, hyung. Você deveria mesmo... Quer que eu fale com a Dra. Seo? 

— Sim. Você confia nela, então também vou confiar. — Sussurrou, vendo seu ômega assentir enquanto piscava com lentidão, prestes a pegar no sono. —  Vamos superar isso juntos, tudo bem? Eu amo você.

Yoongi assentiu mais uma vez, logo correspondendo ao selar casto que recebeu do namorado, sentindo-se amolecer cada vez mais nos braços dele. Queria agradecê-lo novamente e continuar a ouvi-lo falar sobre qualquer que fosse o assunto, mas não conseguiria permanecer acordado por mais tempo, principalmente porque sentiu Hoseok intensificar sua essência para deixá-lo mais confortável e o permitir aninhar. Sendo assim, sorriu fraquinho e bocejou, preparado para entregar-se ao sono.

— Amo você, Seok. Muito. 

Foi a última coisa que disse antes de dormir, afundando o rosto no pescoço do namorado mais uma vez. Hoseok também não aguentou por muito mais tempo: bastou vê-lo ressonar baixinho e confortavelmente para conseguir tranquilizar sua mente e permitir que o sono viesse, feliz por finalmente sentir alívio e segurança emanar de Yoongi. Estavam bem e estavam juntos, e ele tinha certeza que tudo ficaria bem desde que permanecessem daquela forma.

 Por fim, adormeceu, segurando-o um pouco mais forte, apenas para ter a certeza de que ele estava mesmo confortável e aninhado o suficiente.

Era bom tê-lo ali, em seus braços, finalmente seguro, aliviado e bem.

•••

gente, que saudade de vocês!! :(

primeiramente: MIL PERDÕES PELA DEMORA!! acho que foi o maior período sem atualizações por aqui e eu realmente sinto muito por isso! juro que não foi por querer! ): acabei me enrolando porque não tenho jeito para escrever coisas tristes e também estava com medo de ser indelicada, que o assunto é sério e eu não podia abordar essas coisas de qualquer forma e sem responsabilidade, sabe? então foi muito difícil de desenvolver o capítulo!

(aqui vão meus sinceros e >enormes< agradecimento a Sopinha, que me ajudou demais e me apoiou muito durante esse tempo! te amo demais viu <3)

e como se não bastasse todo esse meu bloqueio, ainda tive problemas com o wattpad porque a plataforma simplesmente sumiu com metade (!!!) do capítulo. foram, literalmente, mais de 3000 palavras perdidas, então tive que escrever tuudo de novo e isso acrescentou ainda mais tempo na demora 😭

enfim, pessoal, peço perdão mais uma vez por isso e espero que vocês tenham gostado! ): não quis prolongar o assunto porque é delicado demais e eu realmente não quero abordar traumas na fanfic, por isso talvez tenha parecido que as coisas aconteceram rápido demais, então me desculpem por isso também 😔 prometo me esforçar para trazer mais qualidade daqui pra frente!!

acho que é isso! a nota final ficou enorme e eu peço desculpas por isso também! espero que vocês estejam bem, viu? bebam água e até a próxima!!!

e ah! não esqueçam de usar a tag da fic (#SOPEGATINHOS) se forem comentar sobre ela no twitter, viu?

com amor,
mini.♡

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