Eu e Noah caminhamos calmamente pela praça da cidade, acabamos de almoçar em um restaurante aqui perto e resolvemos caminhar um pouco.
A praça não tem tanto movimento, mas há crianças no parquinho e pessoas passeando com seus animais de estimação.
─── Eu passei bastante tempo da minha infância aqui. ─── comentei sorrindo enquanto caminhávamos. ─── Eu e Sabina sempre brincávamos naquele escorrega, nos dávamos tão bem.
─── Essa praça também me trás boas lembranças. ─── ele disse atraindo meu olhar.
─── Quais? ─── não resisti em perguntar, sou curiosa.
─── Acho que por eu ser mais velho que você, nunca nos víamos por aqui, mas quando eu era pequeno brincava aqui também.
─── Você tem mais ou menos 6 anos à mais do que eu não é?
─── Tenho 23, achei que soubesse.
─── Eu tinha minhas dúvidas. Com quem brincava aqui quando era pequeno?
─── Com meus irmãos.
─── Até com o Nico? ─── questionei e vi seu olhar ficar um pouco mais sério.
─── Eu e Nicolas nos dávamos bem quando crianças, mas crescemos e ele queria ter tudo o que eu tinha. ─── eu apenas observava seu rosto enquanto ele falava. ─── Por eu ser o mais novo digamos que sempre fui bem privilegiado.
─── Ele sentia ciúmes?
─── Digamos que sim, ele queria tudo o que eu tinha, e as vezes roubava de mim só pra me ver mal.
─── Que maldade.
─── Ele se acha, quer sempre o melhor, e fazia de tudo pra conseguir o quê quer, ainda faz. Pelo menos temos isso em comum.
─── Você se acha o melhor?
─── Não me acho, eu sou o melhor baby. ─── ele sorriu e eu ri fraco.
─── Eu não me acho melhor do que ninguém, mas seu irmão realmente parece ser uma pessoa soberba. Você quer me dizer por quê bateu nele daquele jeito? No dia do jantar.
─── Ele falou que iria te roubar de mim. ─── Noah abaixou seu olhar olhando a calçada.
─── Como? ─── questionei.
─── Ele me provocou, ele te chamou de prostituta, ele é um filho da puta, eu perdi minha cabeça ao ouvir ele falar que queria "comer" você.
─── Ele realmente disse isso? ─── questionei incrédula ao ouvir, nunca pensei que Nicolas seria tão sujo, mal me conhece e fala de mim.
─── Disse. Foi nojento escutar aquilo, imaginar você na cama com ele... me fez perder a noção.
─── Você mataria ele por isso?
─── Mataria, Nicolás já fez tantas coisas que conseguiram me atingir.
─── Ele falou algo no seu ouvido naquele dia, o quê foi? ─── comentei lembrando do dia da briga dos dois, eu e Noah ainda não éramos casados.
─── Acho melhor mudar de assunto.
─── Noah. ─── insisti.
─── Ele disse que eu e estava parecendo alguém, falou que eu estava agindo como aquele cara que você me viu matando.
─── Aquele cara que você torturou? ─── falei levantando. ─── Você disse que ele fez coisas horríveis, por quê Nicolas te compararia com ele?
─── Porquê eu realmente estava parecendo ele. Aquele cara já estuprou pessoas e as agrediu.
─── Mas você nunca fez isso, digo sobre violentar alguém sexualmente, não é?
─── Não, óbvio que não. Eu jamais faria isso. Mas eu quase fiz. ─── seu olhar me evitava durante a conversa.
─── Com quem? ─── ele me encarou com um semblante de decepção, não comigo, mas decepção com ele mesmo ─── Noah...
─── Eu tentei transar com você S/n, te deixei assustada naquele dia, você se trancou naquele quarto e dormiu lá, eu estava bêbado e quando acordei e vi aqueles vidros no chão, e depois você sangrando, foi o ápice.
─── Eu te falei que estava sangrando por conta do vidro que havia pisado.
─── Mas antes de saber, eu achei que tinha feito aquilo com você, e eu me odiei por um momento, me odiei por ter tentando aquilo com você, e posso dizer que ainda odeio.
─── Está tudo bem
─── Desculpe. ─── sua voz foi fraca, como se um simples pedido de desculpas fosse difícil demais de se dizer. ─── Eu tentei transar com você enquanto estava bêbado, eu não me lembrava de nada, e não estava com noção alguma, eu não controlava a mim mesmo.
─── Tudo bem. ─── sorri tentando o tranquilizar.
─── Saiba que jamais foi minha intenção. Eu estava louco pra ter você e te sentir o quanto antes, mas nunca violaria suas regras, jamais violaria o seu corpo por conta de uma vontade minha, nunca.
─── Eu jamais te machucaria S/n, e foi por isso que fiz questão de perguntar se cheguei a te agredir, porquê se eu tivesse encostado um dedo em você, eu acho que me odiaria mais do que já odeio.
─── Ei, está tudo...─── Ele me interrompeu.
─── Não está, quando soube que você não queria abrir a porta pra mim, achei que talvez você me odiasse, e que tivesse medo de mim.
Eu realmente estava desesperada naquele dia, eu não estava acostumada com nada disso.
─── A última coisa que eu quero é que tenha medo de mim.
───.Eu me lembro bem de você dizendo que não me bateria, que não chegaria jamais a me machucar.
─── E eu não vou.─── ele me roubou um beijo rápido. ─── Agora acho melhor mudarmos de assunto, estamos aqui para aproveitar, amanhã eu vou viajar e fica longe da minha esposa, vai ser uma tortura. ─── eu ri fraco com seu comentário e coloquei meu olhar para frente.
Congelei ao ver um grupo de amigos sentando em uma banco da praça, jogando conversa fora e rindo de alguma piada.
─── O que foi linda?.─── Noah perguntou confuso ao me ver parar.
Aquela pessoas eram meus amigos, na verdade nunca foram. Me lembro da última vez em que fui motivo de chacota na escola, tudo por culpa dessas pessoas que se diziam meus amigos.
─── O que foi linda? ─── questionei vendo minha garota parar de caminhar.
S/n havia parado de andar e estava encarando um grupo de amigos que estava em um lado da praça.
─── Conhece eles? ─── perguntei e vi ela suspirar ainda os olhando.
─── Conheço.
─── Quem são? Seus amigos?
─── Não, eles nunca foram meus amigos, mas eu realmente achei que eram.
─── O que aconteceu meu bem? ─── virei seu rosto para mim olhando em seus olhos.
─── Vamos embora Noah. ─── ela deu de ombros e eu a segui.
─── Ei, por quê? ─── questionei querendo saber o quê havia acontecido entre ele.
─── Não quero que eles me vejam.
─── Nós não vamos embora a te você me dizer o que houve.
─── Não foi nada demais.
─── Fala S/n. ─── a segurei e ela suspirou.
─── No meu ensino médio eu fui vítima de uma brincadeira de muito mal gosto, eles estão envolvidos nisso.
─── Prossiga.
─── Eu estava fazendo amizade com um daqueles, o Caleb, mas ele espalhou pra escola toda uma foto dizendo que eu estava querendo "dar" pra ele e que ele conseguiu me "comer". A escola toda viu a foto e começou a me chamar de várias palavras ridículas que me machucaram.
─── Você mandou nudes pra ele?
─── Não, óbvio que não Noah. ─── negou e eu suspirei aliviado. ─── Eu só tinha dito "oi" pra ele, então começamos a nos aproximar, mas sempre demonstrei somente amizade e nada mais.
─── E que foto foi essa?
─── Era um nude, mas não era meu. A escola toda começou a me achar uma oferecida, tive que me mudar de escola porquê não aguentei a pressão.
─── Qual é? ─── perguntei encarando o grupinho e ela me olhou confusa.
─── O quê?
─── Qual deles fez isso com você.
─── Pra quê você quer saber? Não vai machucar ninguém.
─── Quem foi S/n.─── falei novamente rígido esperando uma resposta sua.
─── Eu não vou te dizer, agora vamos pra casa.
─── Eu não vou machucar ninguém. Você vai lá e vai falar com eles.
─── Falar o quê? Tá doido? Não.
─── Vou fazer eles pedirem desculpas.
─── Não quero fazer isso Noah, deixa quieto. ─── ela disse e eu suspirei.
─── Ok, então vamos pra casa.
Caminhamos de volta até o carro, ao entrar pensei bem no que fazer para que S/n não desconfiasse do que estou prestes a fazer.
Vi o grupinho de amigos dobrarem a rua, eu não posso perde-los de vista.
─── Eu estou com fome, vou comprar alguns salgados pra gente naquela lanchonete, já volto ok? ─── deixei um beijo em seus lábios e ela assentiu pegando seu celular.
Caminhei até a esquina aonde os amigos tinha virado e vi eles entrarem um beco, estavam fumando e bebendo, que lindo.
─── Sabem que isso acaba com o pulmão de vocês? ─── questionei me aproximando e eles levaram um pequeno susto ao me ver.
Eles trocaram olhares uns com os outros e um deles riu se aproximando de mim com uma postura, parece ser o líder desse grupinho de merda.
─── Quem você pensa que é pra dizer o que a gente pode ou não fazer? ─── O garoto de camisa azul que se aproximou disse.
─── Eu não disse que vocês não poderiam fazer isso, só disse que estão se matando ao fazer, mas pelo o quê posso perceber, interpretação não é bem o seu forte.
Eu sorri com ironia para os 5, duas meninas e três meninos, não vou matar todos eles porquê estou bonzinho hoje.
─── Quem é você? ─── questionou um dos outros garotos.
─── Conhecem S/n Miller? ─── eles se entre olharam e riram.
─── A Hidalgo Miller? ─── questionou um dos outros garotos. ─── A vadiazinha? ─── meu sangue ferveu ao escutar minha garota se chamada daquele jeito. ─── O que tem ela?
─── Ela me mandou aqui, disse que quer ouvir um pedido de desculpas de vocês. ─── peguei meu celular e coloquei na câmera começando a gravar. ─── Vamos podem começar.
─── Desculpas? ─── O de camisa azul riu. ─── Nós não fizemos nada.
─── Vocês sabem o quê fizeram com ela, e vão pedir desculpas, de joelhos. ─── falei exigente.
─── Quem é você Cara? Namoradinho da S/n?
─── Não, o namoradinho dela é aquele Jaden Hossler. ─── disse uma garota e eu a encarei seriamente e vi ela parar de rir ao me ver olhar.
─── Eu sou o marido dela.───- eles se entre olharam surpresos.
─── Ela se casou? ─── a segunda garota perguntou e eu apenas assenti.
─── Isso só pode ser uma piada, quem casaria com ela? Aquela garota... ─── interrompi o cara de blusa azul.
─── A minha garota me pediu pra vim aqui, ela disse pra mim pegar leve com vocês, mas já estou mudando de ideia. Quem de vocês é o Caleb?
─── Sou eu mesmo, por quê? ─── se apresentou o garoto de blusa azul, só poderia ser o macho alfa.
─── Ótimo, queridinha. ─── chamei uma das garotas que estava ali sem falar a um bom tempo.─── Grava. ─── entreguei o celular a ela que pegou confusa.
─── Eu não vou gravar nada. ─── ela disse e eu ri fraco pegando uma arma na minha cintura e apontando para ela.
─── Eu não posso demorar muito aqui, então anda logo. Primeiro você de blusa preta, depois a garota de rosa, vocês todos e por último você Caleb. ─── eles ficaram calados sem entender. ─── De joelhos porra!
Se assustaram com meu tom de voz e todos, exceto Caleb, obedeceram.
─── Peçam perdão pelo o que fizeram com a minha esposa. ─── Apontei a arma para eles e logo ouvi o que queria. ───bÓtimo, Caleb falta só você.
─── Eu não vou fazer isso. ─── se negou e eu ri.
─── Você compartilhou uma foto dizendo ser a minha esposa que estava nela, e faz ela ter que se muda de escola, você é um baita filho da puta sabia disso?
─── Foi só uma brincadeira cara. ─── tentou justificar.
─── Brincadeiras machucam, trazem traumas, brincadeiras não são apenas brincadeiras quando tocam em um ponto fraco de alguém.
O encarei com ódio, olhando bem para esse cara que é uma das pessoas que fez a minha S/n sofrer, senti uma enorme vontade de o espancar até a morte, mas me segurei.
─── O restante pode ir. ─── falei pegando meu celular da garota e vi eles se entre olharam confusos. ─── Vão! ─── eles correram sem pensar duas vezes, me deixando a sós com o tal do Caleb.
─── Cara não faz nada comigo, foi só uma brincadeira, eu peço perdão pra ela ok? ─── falou em desespero se ajoelhando.
─── Perdão? ─── eu ri. ─── Ela não quer o seu perdão. Deixa eu te contar uma coisa. ─── me agachei em sua frente. ─── Ninguém machuca a minha S/n e continua vivo, entendeu?
Ele me olhou assustado, me levantei e apontei rapidamente a arma para o indivíduo, atirando logo em seguida, não dando tempo para que ele pudesse reagir de alguma forma.
─── Bons sonhos. ─── falei e sorri vendo seu sangue se espalhar pelo chão com rapidez.
Me afastei discretamente do local e voltei até o carro, S/n estava sentada no banco de um jeito tediante mexendo no celular.
─── Demorou, cadê o lanche?─── questionou confusa ao me ver entrar no carro de mãos vazias.
─── Não tinha lanche.
─── E essa demora toda foi o quê?
─── Foi isso. ───entreguei meu celular em suas mãos e ela clicou para ver o vídeo aonde os seus "colegas" pediam perdão a ela. ─── Gostou?
─── Noah, eu não acredito que você fez isso. ─── seu tom foi de surpresa.
─── É tão difícil de acreditar que eu fiz isso?
─── Não, não é difícil. Mas você não tinha o direito de fazer eles se ajoelharem, olhe como estão com medo de você.
─── Pessoas fracas costumam temer a mim. Então não gostou?
─── O que você fez com o Caleb?─── questionou irritada jogando meu celular no banco de trás.
─── Eu matei ele S/n.─── ela me olhou com os olhos levemente arregalados e suspirou movendo os lábios para falar.
─── Por quê? Qual era a necessidade?
─── Você vai ficar brava comigo? Eu mato alguém por você e ganho isso em troca? Um obrigada seria de bom tamanho.
───Obrigada? ─── questionou indignada.
─── De nada minha linda. ─── eu sorri e ela negou com a cabeça.
─── Noah ele tinha uma família.
─── Problema dele, eu também tenho uma família e estou apenas cuidando dela.
─── Eu não vou te agradecer por ter matado ele.
─── Ok não precisa agradecer, foi gratificante demais pra mim ter matado ele.
─── Estamos indo bem e você mata outra pessoa. ─── seu tom foi irônico.
─── É isso que eu faço porra, eu mato as pessoas por você, eu mato todos que tocam em você e que te machucam! E por quê? Porquê eu simplismente sinto que devo fazer isso!
─── Você... ─── ela suspira interrompendo a si mesma.
─── Eu perco a cabeça quando se trata de você, e tudo o que eu quero é te ver feliz, te ver bem.
─── Você realmente acha que eu vou ficar feliz por saber que você matou alguém Noah? Você me conhece por acaso?
─── Não, esse é o problema eu achei que te conhecesse, achei que conhecia tudo em você, mas não consigo entender esse seu lado que acha errado o que eu faço por você.
─── Eu jamais ficaria feliz com a morte de alguém Noah, por mais que essa pessoa tenha feito coisas horríveis. Pode me chamar de ingênua, idiota, do que for, mas se não gosta do jeito que eu vejo o mundo o problema é seu.
─── Sabe, somos totalmente o contrário. ─── apoiei meus braços no volante e olhei pra frente. ─── Você não sabe quão feliz eu fiquei quando matei o meu segurança depois que ele te assediou, você não sabe o quão bom foi matar e torturar o cara que atirou em você, e você não sabe o quão gratificante foi matar esse Caleb.
─── Eu não entendo você.
─── Você não sabe o quão prazeroso é ouvir o gemido de dor daqueles que te fizeram sofrer. ─── encarei minhas próprias mãos me lembrando do que já fiz com elas. ─── Fazer eles se arrependeram do que fizeram
─── Isso é vingança. ─── ela disse atraindo meu olhar.
─── Não é vingança, é justiça.
─── Nós estávamos tão bem à poucos minutos atrás. ─── ela disse passando a mão na testa.
─── E sempre ficamos assim porquê não concordamos em algo.─── acrescentei.
─── Acho melhor irmos pra casa..─── ela deitou sua cabeça no banco, olhando a janela.
Suspirei me acalmando e dei a partida no carro. Não consigo acreditar que ela não gostou de saber que aquele idiota que fez ela sofrer está morto.
Nossos pensamentos são diferentes, isso já está mais do que perceptível, não temos a mesma visão do mundo, e não passamos pelas mesmas coisas.
Eu acho estranho ela não gostar disso sendo que é o que qualquer pessoa normal falaria.
Tenho que entender que ela foi criada em um mundo totalmente diferente do meu, tenho que entender que ela não é chata e ingênua, ela apenas é ela, foi o jeito que criaram ela.
Eu sou o errado, não posso tentar colocar S/n no meu mundo, não posso fazer com que ela comece a gostar do que faço.
Parei o carro no sinal vermelho, tirei meu cinto de segurança e a puxei rapidamente para um beijo, vendo sua feição surpresa.S/n logo cedeu e eu continuei o beijo, gemi entre seus lábios, sentindo nossas línguas se encontrarem e minha raiva ir embora. Me afastei finalizando o beijo colando sua testa na minha e mantendo meus olhos fechados.
─── Eu não posso fazer com que goste do que eu faço, mas posso fazer você entender que tudo o que eu faço por impulso ou não, é por você, sendo bom ou não.
Ela me encara e sorri fraco, deixo um selinho em seus lábios e faço carinho em seu nariz com o meu, sentido sua respiração.
─── Estamos bem?─── questionei.
───.Sim, estamos bem.
Eu sorri sem mostrar os dentes e me arrumei no banco, coloquei minha mão em sua coxa e sorri vendo ela pôr a sua sobre a minha, suspirei dando a partida no carro em seguida.
(...)
Eu falei com Jaden e combinamos de conversar agora, estou esperando ele chegar aqui no escritório de Noah, aonde será a conversa.
─── S/n se ele tentar te beijar novamente você...─── interrompi a Noah.
─── Eu não vou deixar ele me beijar de novo, relaxa.
─── Toma cuidado. ─── disse se aoeixnando e colocando suas mãos em meu rosto.
─── Jaden jamais me faria algum mal Noah. ─── afastei suas mãos de meu rosto e o olhei.
─── Eu não gosto dele e não confio nele, e estou dizendo para que tenha cuidado com a conversa de vocês, para não se machucar mais.
─── Pode deixar.
─── Chefe, o garoto chegou. ─── disse Lamar abrindo a porta da sala e Noah assentiu.
─── Mande ele entrar.─── ordenou o moreno.
Lamar assentiu e saiu da sala, Noah se aproximou de mim e tomou meus lábios iniciando um beijo calmo, deixou um selinho em meus lábios por último e se afastou.
Olhei para porta e vi que Jaden já nos olhava, droga.
Noah se aproximou de Jaden e o olhou de cima a baixo, os dois estavam sérios, e se eu não conhecesse os dois diria que eles iriam se matar agorinha mesmo, e ainda tenho minhas dúvidas em relação a isso.
─── Noah. ─── chamei sua atenção para que ele saísse da sala.
Noah deu uma última encarada em Jaden e saiu da sala, nos deixando a sós, fazendo meu nervosismo começar a aparecer, por estar sozinha agora com ele.
Eu não o vejo à anos, não sei mais conversar com ele, e não sei como começar esse diálogo.
─── Oi né ─── ele disse e eu coloquei meu olhar em seus belos olhos, havia em esquecido o quão intenso seu olhar é.
─── Oi.
─── Por onde começamos? ─── questionou receoso.
─── Não sei, nós dois temos muitas perguntas, você pode começar.
─── Ok. ─── suspirou Jaden. ─── Quem é ele? Eu sei que é seu "marido", mas eu nunca o vi, nem o conheci.
─── Você não precisa conhecer alguém para que ele faça parte da minha vida Jaden. ─── soou mais ríspido do que eu imaginava.
─── Ok, então como? Como você se casou tão nova? E porquê já saiu da casa dos seus pais?
─── Eu me casei Jaden, tenho um marido, por quê continuaria na casa dos meus pais?
─── Ele tem quantos anos? ─── suspirei vendo ele fazer uma pergunta atrás da outra, todos sobre meu casamento.
─── 23. ─── respondi cruzando os braços.
─── Sério? Você virou o tipo de pessoa que fica com caras mais velhos? ─── seu tom foi sarcástico.
─── E você, virou o tipo de pessoa que some e volta quando bem quiser?
─── Vinhemos conversar, então vamos fazer isso direito. Você me fala a verdade por trás desse casamento, porquê eu não consigo acreditar que isso seja realmente verdade. ─── suspirei e comecei a falar.
─── É um contrato. ─── falei simples.
─── Contrato? Que porra... do que você esfá falando S/n?
─── Eu assinei um contrato com ele, meus pais precisavam de dinheiro e... ─── fui interrompida por ele.
─── E você se vendeu para um desconhecido? S/n, você não deveria...─── foi minha vez de o impedir de continuar.
─── Quem é você pra dizer o que devo ou não fazer? Minha família precisava do dinheiro, e a pressão estava ficando demais pra mim, tive que aceitar. ─── ele desviou seu olhar para algum canto da sala.
─── Você só está com ele por dinheiro, está com ele pra salvar sua família da falência. ─── ele disse e sorriu sozinho. ─── Então isso significa que você não o ama.
─── Não, eu não o amo.
─── Então para, encerra esse contrato de vez e fica comigo.
─── Ficar com você? ─── eu ri. ─── Está mesmo dizendo isso?
─── Qual o problema?
─── Eu não vou ficar com você Jaden, o quê te faz pensar que eu vou deixar ele pra ficar com você? Só porquê você voltou?
─── Estávamos indo tão bem, bae.
─── Não me chame assim, e sim estávamos, mas você estragou tudo indo embora.
─── Eu tive que ir, não tive escolha. Eu era menor de idade ainda S/n, meus pais praticamente me obrigaram a ir.
─── Ok, eu entendo, você foi embora, mas por quê não falou comigo? Por quê não atendeu minhas ligações e nem respondeu as minhas mensagens?
─── Eu... ─── O cortei.
─── E nem adianta dizer que perdeu o meu número, porque você sabe muito bem ele de trás pra frente, e também sabe minhas redes sociais.
─── Meus pais disseram para não falar mais com você! ─── revelou em um tom impaciente. ─── Eles tomaram meu celular de mim durante meses, disseram que eu deveria esquecer você porquê nós jamais voltariamos novamente para cá.
─── Seus pais não fariam isso. ─── neguei com a cabeça não conseguindo acreditar nele.
─── Mas eles fizeram S/n, você tem que acreditar em mim, eu tentei mas eles me proibiram.
─── Jaden essa história está muito mal contada.
─── Ok, talvez não acredite, mas eu voltei.
─── Você me machucou muito. ─── falei em um tom baixo me segurando para não começar a chorar, eu sou tão fraca mas dessa vez não posso transparecer isso.
─── E eu sinto muito por isso, você é a última pessoa que eu quero machucar.
─── Por quê? Por quê agora?
─── Eu já estou maior de idade, e meus pais não poderiam me impedir mais.
─── Seus pais sabem que você está aqui?─── ele comprimiu os lábios e suspirou.
─── Não. ─── ele disse e abaixou seu olhar.
─── Não sei qual o motivo deles quererem te afastar de mim, mas eu quero falar com eles pra entender...
─── Não dá. ─── seu tom foi firme.
─── Como assim não dá? ─── questionei intrigada.
─── S/n, meus pais morreram em um acidente de carro à 2 meses.
Uma dor enorme invadiu meu peito, os pais de Jaden sempre foram legais comigo, me tratavam como uma filha e saber que eles estão mortos foi um tiro em meu coração.
A história de Jaden não me convenceu, não sei qual seria o motivo de seus pais quererem me afastar dele, mas entendo a dor que ele deve estar sentindo agora.
─── Jaden eu... eu sinto muito. ─── falei deixando minha raiva de lado.
─── Sei que você não quer nem olhar na minha cara, sei que tem raiva de mim, mas pode me fazer um favor?
─── O quê?
─── Me abraça.
O encarei receosa, por mais que Jaden tenha me machucado, um abraço não faria mal a ninguém, ele precisa de um, e eu não vou negar um abraço a ele, não uma situação como essa.
Me aproximei e o abracei, senti ele se aliviar e ouvi seu choro alto, quanto mais ele chorava mais forte me apertava em seus braços.
─── Me desculpe, eu não queria deixar você.
Senti um aperto em meu coração, talvez eu esteja cometendo um erro em fazer isso agora mas Jaden é humano e além disso é alguém que me ajudou em muitas coisas, ele esteve comigo em momentos que eu mais precisei de um amigo e eu jamais vou esquecer disso.
Todos merecem uma segunda chance, merecem serem perdoados, talvez eu cometa um erro, mas sei que me arrependerei mais ainda se não o perdoar.
─── Está tudo bem Jaden. ─── falei calma.
─── De verdade?─── ouvi sua voz chorosa.
─── Sim.
─── Obrigado, obrigado, você não sabe o quão feliz eu fico em ouvir isso.─── ele me envolveu mais em seus braços, fazendo-me sentir vontade de chorar só em sentir seu abraço. ─── Eu te amo S/n, me desculpe por ter ido embora.
Suas palavras me tocaram de um jeito, eu não poderia me entregar assim tão fácil ao seu perdão, eu não poderia simplismente fingir que nada aconteceu e voltar a tratá-lo como antes.
─── Está... está tudo bem, eu só preciso de um tempo sozinha ok? ─── me separei dele. ─── Acho melhor você ir, o Noah...
─── Você vai mesmo continuar com ele? ─── enxugou suas lágrimas rapidamente.
─── Eu... Eu não tenho escolha Jaden.
─── Não há nada que você possa fazer pra sair daqui e quebrar esse contrato?
─── Jaden, por quê quer que eu rompa com o contrato?
─── Porquê quero o seu bem, você não quer estar aqui.
─── Talvez eu queira. ─── admiti.
─── Como?
─── Ele me faz bem Jaden, Noah cuida de mim. ─── falei desviando meu olhar dele e brincando com meus dedos.
─── Mas eu também posso cuidar de você bae.
─── Você me machucou Jaden, acho que jamais voltaremos a ser o quê era antes. ─── ele suspirou desviando seu olhar triste e o voltando para mim em seguida.
─── Ainda somos amigos?
─── Sim, sua amizade foi importante demais para mim, e não vou esquecer jamais dos momentos que tive com você.
Somos amigos, não como antes, mas ele acabou de perder os pais, não posso simplismente abandonar ele em um momento como esse.
─── Ele é um cara bom? ─── questionou se referindo a Noah.
─── Ele... Só é complicado.
─── Complicado como S/n? ─── seu tom foi de preocupação.
─── Depois conversamos mais ok.─── sorri fraco.
─── Eu quero saber se está segura aqui, eu não confio naquele cara.
─── Eu confio nele Jaden. ─── falei firme.
─── A quanto tempo se conhecem S/n? Como pode confiar em alguém tão fácil assim? Esse cara definitivamente de comprou, isso é uma farsa.
─── Noah é meu marido Jaden, ele cuida de mim, ele me protege, e é legal comigo, na maioria da vezes.
─── Na maioria das vezes?─── aumentou seu tom sem perceber. ─── Ele grita com você? Ele te trata como quando não está legal? S/n? Fala!
─── Você está gritando comigo agora, acho melhor ir embora antes que...─── fui cortada.
───nAntes que o quê S/n? Antes que seu falso marido venha me tirar daqui?
─── Jaden cala a boca e vai embora daqui, é o melhor a se fazer. ─── fakei séria o encarando.
─── Deixar você sozinha com ele? Eu não o conheço.
─── Mas eu já disse que ele não vai fazer nada de errado comigo, então dá pra você parar? ─── me exaltei.
─── Ok S/n.─── Ele assentiu desanimado.
─── Eu te dei uma outra chance, não te dei um controle para que você tente mudar a minha vida, vai embora, por favor.
─── Essa conversa não acabou, espero que aceite continuar depois, preciso de você.
─── Tchau Jaden. ─── foi a última coisa que disse.
Jaden suspirou e foi até a porta, e ao vê-lo sair comprimi meus lábios já não controlando meu choro. Dor, muita dor, meu corpo todo dói, e eu nem posso explicar direito o quê estou sentindo.
Ele voltou e parece que isso me machucou mais, sinto algo tão ruim dentro de mim, sinto que vou explodir de tanta coisa ao meu redor que me pressiona.
A volta de Jaden, Sabina, meus pais, Noah, meu psicológico já está cansado de tanta coisa.
Maratona 2/?
O que estão achando???