Meu Adorável Vizinho

By Carla_Diany

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Luana não tem escolha: quando é intimada a ser os olhos e ouvidos de Elisa na nova obra da confeitaria, ela p... More

Apresentação
Prólogo
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Catorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Capítulo Trinta
Capítulo Trinta e Dois
Capítulo Trinta e Três
Capítulo Trinta e Quatro
Capítulo Trinta e Cinco
Epílogo

Capítulo Trinta e Um

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By Carla_Diany

Pressionar a campainha de Fernando se tornou uma tarefa mais difícil do que Luana imaginou. Especialmente depois da discussão com seu eu interior.

Entrar no pátio não foi nenhum problema, usou o controle reserva para abrir e fechar o portão. Logo, estacionou o carro e desceu, pegando as coisas no banco de trás. Ajustou o vestido e os cabelos, caminhou até as escadas e subiu degrau por degrau com decisão, e então... Ficou apenas encarando a froga da porta, com a mão erguida, mas sem ir adiante.

Vai bater a covardia justamente agora, mulher?, sua consciência perguntou.

Luana trocou o peso do corpo de um pé para o outro.

— É claro que não, só estou analisando o que farei se ele abrir... Cumprimentar com um sorriso, como se nada houvesse acontecido? Me manter sincera e pedir desculpas de uma vez, antes que Fernando fale qualquer coisa?

Isso supondo que ele abrirá, muahahaha...

— Enquanto pessoas normais têm consciências que dão bons conselhos, ou ao menos são sérias e preocupadas, a minha é uma maldi... Bendita sarcástica e maléfica. Isso quando não fica fofocando nas horas vagas, mesmo não sendo chamada... — resmungou Luana, e então se ordenou a focar no que precisava ser feito: consertar as coisas com Fernando.

Tomando coragem, voltou a erguer a mão, que nem sabia ter se escondido atrás de suas costas. Pressionou a campainha com mais força do que o necessário e manteve o dedo nela por longos segundos. Estava arrependida, tudo bem, mas se Fernando ousasse não responder, a coisa ficaria feia.

Sua preocupação foi em vão.

Ele a atendeu em poucos segundos, certamente porque já se encontrava por ali, trabalhando na cozinha. Não falou nada, apenas lhe deu as costas e se afastou. Ao menos não fechou a porta em seu nariz.

Luana entrou e o acompanhou, encontrando o que o manteve ocupado pelas últimas horas. Havia uma panela no fogão, algo recém-batido na batedeira em um dos balcões e a geladeira com a porta escancarada. A lava-louças transbordava, assim como a pia e o balcão que a cercava. Metade da ilha da cozinha estava ocupada com utensílios sujos e a outra metade com farinha e uma massa bem fininha espalhada, o que a fez pensar que Fernando trabalhava em um apfelstrudel. Perto, duas bandejas de cookies de chocolate branco e, pelo cheiro, uma forma de brownie assava.

Quase sentiu que todo o seu trabalho culinário seria indesejado, não fosse o fato de que apenas coisas doces pareciam sair daquela fúria de cozinhar em que ele estava imerso.

Suspirou, deixou a bolsa no banquinho perto da porta e prendeu o cabelo. A bolsa térmica ela carregou até uma das banquetas e a depositou ali.

Fernando lavou as mãos e colocou as luvas novamente. Em momento algum a olhou, tampouco levantou a cabeça do seu trabalho de espalhar açúcar mascavo cuidadosamente sobre as fatias finas de maçã verde que seriam o recheio do apfelstrudel.

Luana também não se dignou a falar nada. O fato da cozinha estar uma bagunça era a mensagem clara e direta de que ele se encontrava perturbado pela briga dos dois mais cedo. Então deu uma empilhada na louça de um lado do balcão, catou o escorredor, a esponja e o detergente. Por fim, iniciou a longa e tediosa tarefa de limpar todos os apetrechos que não podiam ser colocados dentro da lava-louças.

Foi um serviço bem-vindo e ambos trabalharam em silêncio. Fernando parou de criar novos doces e se focou em terminar os que já tinha iniciado. Luana lavou e secou tudo o que ele depositava na pia para ela, espiando seu rosto sério de vez em quando. Não recebia qualquer olhar de volta, mas se contentou com o fato de que ao menos atuava como sua auxiliar sem ser enxotada.

Quando a última forma foi coberta com um pano de prato e a última colher foi lavada, Fernando se dirigiu ao banho e Luana ficou na sala, esperando. Em conjunto, haviam deixado tudo limpo e organizado, e a mistura de aromas fazia o estômago de ambos protestar.

Assim que finalmente saiu do banheiro, ele a encarou sentada no sofá. Parecia que nenhum dos dois sabia realmente o que falar. Fernando queria que sua raiva e tristeza passassem antes de encontrar Luana. Entretanto, ela não lhe deu escolha.

Ao receber aquele olhar melancólico, Luana soube que teria de ser a primeira a falar. Respirou fundo, secou as mãos úmidas de suor no vestido disfarçadamente e o encarou.

— Fernando, precisamos conversar. E antes de qualquer coisa, quero pedir desculpas.

Ele suspirou e se sentou na outra ponta do sofá.

— Não sei se temos muito o que conversar hoje, Lu. Estou cansado, chateado e bastante irritado, como deu para perceber na cozinha.

Ela não desistiria.

— Então eu falo e, se você continuar chateado e irritado, vou embora. Mas antes me escute, por favor.

Fernando concordou com um aceno abatido.

Ela respirou fundo outra vez.

— Sinto muito mesmo pelas últimas semanas. Sei que deixei nosso namoro e meus amigos de lado. Que froga! Quase abandonei o consultório. E você tem completa razão, eu estava errada.

Aquela declaração o fez encará-la com mais interesse, mas não disse nada, apenas a esperou continuar. Luana se ajeitou no sofá e entrelaçou os dedos sobre o colo.

— Me afundei na busca pelo desconhecido. Quanto mais pesquisava, mais caminhos esotéricos e oráculos apareciam e sentia que precisava investigar tudo, descobrir tudo. O resto da minha vida não importava tanto quanto essa busca pelo que pode acontecer no futuro. Quase perdi de vista a ideia principal, que era descobrir o significado da data final. Queria, cada vez mais, informações detalhadas a respeito de outras informações. Eu consultava sobre uma consulta e sei que isso virou uma obsessão, exatamente como você disse.

— Se percebeu que estava passando dos limites, por que não parou?

Luana se ergueu e soltou os cabelos, tentando aliviar a dor de cabeça que iniciava.

— Porque não consegui! Cada vez que me deparava com uma nova forma de descobrir o futuro, precisava tentar, precisava saber. Acho que me senti como uma alcoólatra diante de novas bebidas. Agora mesmo estou me controlando para não pesquisar nada disso no smartphone, lutando arduamente para não entrar no meu site favorito de astrologia e ver como nossa discussão vai terminar.

Fernando percebeu a angústia no rosto de Luana.

— Sinto muito, Lu. Deveria ter percebido o quão grave era a sua fixação.

Luana riu sem muito humor.

— Ainda é grave. Vou precisar voltar para a terapia, que por um acaso nem deveria ter parado, dada a minha profissão. E vou precisar de você, se ainda quiser dar uma chance para o nosso relacionamento, se não achar que sou totalmente irrecuperável.

Ele se levantou e deu dois passos para ela, abrindo os braços e a envolvendo em um abraço apertado. Aspirou seu perfume e se sentiu em casa.

— Você não é irrecuperável, amor.

Ela tremeu um pouco, de alívio.

— Me desculpa, Nando, por todas as vezes em que o deixei de lado. Quero muito descobrir a verdade por trás do bilhete, quero continuar minha busca espiritual também, mas não assim, dessa forma ansiosa. E, se puder, sem perder você.

Fernando se afastou para fitá-la nos olhos.

— Sabe muito bem que a apoio em suas crenças. Mas nada deve ser mais importante do que a sua saúde e a convivência com quem ama. E não digo isso só por nós dois, que estamos juntos há pouco tempo, e sim por sua família e amigos. Sem falar nos seus pacientes, que dependem do seu trabalho. A fé não deve separar e sim reunir, então desde que você fique bem, sempre a apoiarei.

Luana inclinou a cabeça assim que ele acariciou sua face.

— Obrigada, Nando. De verdade.

Ele a apertou um pouco mais contra si, apreciando o calor de seu corpo junto a si. Havia sido terrível o pensamento de que todos os seus sonhos românticos tinham se desfeito após sofrer por tanto tempo com um amor não correspondido. Mas o que importava no momento era que os dois finalmente estavam bem e tudo voltaria ao normal, com pesquisas básicas atrás de respostas para essas datas juntos e sem mais segredos nem encontros desmarcados. Sendo assim, sentiu que aquele assunto já podia ser encerrado e decidiu perguntar algo que realmente o estava deixando louco de curiosidade:

— Então... Agora que nos entendemos e resolvemos, vai me dizer o que trouxe naquela bolsa térmica?

***

N/A: Olá, fofuxos e fofuxas. Sim, o casal está de volta, a briga foi séria, mas eles são capazes de se reconciliar rapidinho. Afinal de contas, quem resiste a um parceiro que chega de mansinho e lava toda a louça, seca e guarda assim, de boas? Hehehehehe. Será que a história das datas será esquecida? Só o futuro dirá, hehehehe.


P.S.: leiturinhas, votinho, comentariozinhos, favoritadinhas, tudo aceitadinho no capítulo pequenininho ;)

P.P.S.: comentários malignos serão exorcizados. Sem tempo para ler, largaremos tudo num saco e mandaremos benzer...

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Duda, a Princesa (SQN) Motoqueira

Em um dia, você a encontra na casa noturna mais badalada, em outro, no kart com os amigos ou comendo sorvete no almoço. Seu segundo nome é aventura e o terceiro, mudança. Isso, ela gosta de mudança, seja nas cores do cabelo, nos lugares dos móveis ou no endereço de residência... Mas será que um amor poderia ser constância?


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Beijocas estreladas!

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