Meu eu em você

Da NBklost

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"Eu sou o teu segredo mais oculto Teu desejo mais profundo, teu querer Tua fome de prazer sem disfarçar Sou a... Altro

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Parte 7
Capítulo 08
Capítulo 9
capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18

Capítulo 6

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Da NBklost


– Não fala nada por favor – ela suplicou desvencilhando-se do pai. A cara estava igual a um pimentão, que vergonha sentia!

– Vamos falar sim, princesinha! Filha minha assim?

– Eu tô cansada, papai – fugiu Chichi, trancando-se no quarto.

Deixou-se escorregar pela porta até alcançar o chão, deixando a bolsa de lado e encostando a cabeça na porta e fechando os olhos. Respirou fundo, muito fundo. Seu corpo estava em pura ebulição, sua intimidade ainda pulsava formigando excitada. Os rastros de fogo de onde as mãos dele a haviam tocado ainda ardiam em sua pele. Seus lábios ainda estavam irritados e vibravam com o beijo intenso.

Deus, quanta humilhação ser pega daquela forma pelo pai. Onde seu fogo a levara? Se perguntou se não teria dado pra ele ainda dentro daquele carro.

– Você é um perigo Goku, um perigo real e que preciso ficar bem longe, do contrário, vou enlouquecer e fazer algo que possa me arrepender depois.

Ela tirou as roupas e, apenas de calcinha, deitou-se. Não tinha mais cabeça para arrumação, ou para qualquer outra coisa. Revirou-se incontáveis vezes e então bufou concentrando-se naquela noite, naquele cara de cabelos desgrenhados sem noção que roubara seu fôlego e razão apenas com um beijo.

– Você é patética, Cutelo – disse para si mesma – eu preciso de um orgasmo, isso é carência de afago, de... Contato só pode, Yamcha tem razão. Eu preciso sair com caras, eu preciso...

Ela fechou os olhos e mesmo sentindo parte do rubor ardente na sua face, deixou os dedos descerem delicados e gentis com muita experiência até seu desesperado clitóris. Com o estímulo certo e o pensamento errado, o gozo logo chegou, deixando-a arfante na sua cama, mas arfante frustrada com uma satisfação atingida pensando num estranho que certamente mexeu demais com seus hormônios.

...

Ela queria evitar qualquer conversa. Acordou, fez o café e montou como sempre uma mesa farta, sabia que seu pai comia bastante e sempre prezara pela abundância da mesa.

Chichi achara que com a noite bem dormida seu pai, com sorte, esqueceria aquilo ou, pelo menos, com bom senso não fosse a constranger ainda mais.

O senhor Cutelo juntara-se à mesa vendo Chichi calada. Ele pegou o seu jornal e abriu após servir uma xícara de café preto forte, era assim que começava o dia. E ali lia as notícias da manhã de domingo, muito embora ele realmente estivesse ainda ponderando o que acontecera na noite anterior. Já Chichi deu graças aos céus pelo o seu pai calado lendo o jornal, até perceber que ele não estava lendo, mas a olhando.

– Papai não...- murmurou envergonhada.

– Sério, Chichi Cutelo? Você de safadeza dentro de um carro na porta de casa? Sabe-se lá Deus o que ia fazer, com tantos perigos na rua e...

– Papai não é pra tanto, pelo amor de deus, eu já sou grandinha!

– Isso não é coisa de mulher direita! – bradou o homem – onde já se viu filha minha de safadeza assim? Porque não trouxe seu namorado para dentro de casa, ou melhor... ?

– Ele não é meu namorado! – bradou a garota furiosa levantando-se e batendo as mãos na mesa.

– Você dizer isso não tá ajudando em nada, mocinha! Se atracando com um qualquer? Bem se vê o tipinho dele! Não te eduquei para isso garota! E depois...

– E depois que? – ela respondeu, irritada, sentindo os olhos queimarem levemente e Cutelo se calou, encarando a filha e vendo o mesmo reflexo da mãe dela. Era como se olhasse e de repente ele deu um discreto sorriso.

– Vou polir minha espingarda novamente, acho que vou ter que voltar a fazer a mesma coisa de quando tinha dezesseis.

Chichi então sorriu mansamente sentando-se de cabeça baixa. E segurou delicadamente a xícara de achocolatado.

– Desculpa papai, prometo que isso nunca mais vai se repetir..

– Eu só me preocupo, princesinha – ele suspirou – acho que tá crescendo mais rápido do que eu tô conseguindo acompanhar. Sabe como eu fiquei depois de....

Chichi deixou finalmente as lágrimas descerem no rosto num misto de alegria e saudade.

– Também sinto falta dela! – disse a garota erguendo o olhar para o pai – Não vai me perder também papai, eu prometo.

(...)

Tenshin ria, na verdade, gargalhava gostosamente do primo, junto de Kuririn. ambos tomando café numa padaria ali no bairro mesmo, perto da casa de Goku.

– Sério, a garota era louca! Tão rindo porque não foi com vocês! – Goku disse.

– Tá, mais e a outra? – perguntou Kuririn – sabe, a que você tava perseguindo?

– Ainda nessa? Não cansou? – Tenshin se colocou na conversa.

– Ei – protestou Goku – rolou, sabe, ficamos e só. Não vou falar mais dela.- estava zangado e conturbado com toda a situação vexatória indiretamente causada por ela.

– Aposto que tomou outro chute – riu Kuririn – ela parece ser esperta.

– Hahaha, eu não tomo toco, nunca! Nenhuma mulher resiste ao meu charme, tá legal? – bufou – só não teve mais graça – mentiu – é isso, depois perdeu a graça, ela é muito... – ele calou-se por alguns segundos com o copo de café a centímetros dos lábios e a mente levou a memória exatamente para o primeiro beijo deles e no quanto o encaixe deles fora gostoso, no quanto o beijo dela o instigava, o toque dela. Percebera como o sorriso dela era gostoso de olhar, as feições dela, até a conversa dela o distraia, não era aquela coisa penosa que geralmente era com algumas mulheres, então um sorriso pequeno brotou nos lábios dele que despertou e fechou novamente a expressão e completou - não é meu tipo e não rolou, tinham razão.

Tenshin e Kuririn se entreolharam desconfiados.

– Bom, precisamos pensar no repertório desta noite – disse Kuririn

– Bacana! – começou Tenshin – dessa vez vou poder ver vocês. Vão tocar onde?

– Lá no Le plenetese – disse Kuririn com a boca cheia com um misto quente.

– Poxa, lá é bem... – Tanshin procurou palavras.

– De gente esnobe? – completou Goku.

(...)

Com fones de retorno ela ligou seu violão a caixa de som e, sentada no quarto, ela tocava suas mostras próprias tentando achar algo que achasse realmente bom. Na sua frente, o notebook aberto no bate-papo instantâneo (MSN) conversava com alguns amigos e com um carinha da faculdade que cursava medicina e que andava nas rodinhas dos amigos dela.

Deitada na sua cama e usando as baquetas de forma invisível, Lunch a ouvia reclamar e reclamar.

– Olha, se não foi legal, o que eu tenho minhas dúvidas, então dá uma saída com o Blue, ele tá te chamando mesmo, tá caidinho por você já tem um tempão, dá uma chance ué, mal não faz – disse a garota loira.

Meio abraçada ao violão, Chichi virou a cadeira fitando a melhor amiga. Ela carregava uma face com certa indignação.

– Não foi ruim assim. – admitiu com certo desgosto por trair a si mesma.

– Eu sabia! – bradou empolgadíssima a loira.

– Mas não vai rolar, Lunch, quer dizer? É só ver como somos duas pessoas completamente diferentes, como ele é...

– Gostoso? – riu a loira

– Abusado e sem noção – riu Chichi – sério, ele é do tipo de cara que não pode e nem merece ser levado a sério.

– É isso que quer? Alguém pra te levar a sério?

– Não! Definitivamente não é o que eu tô buscando. Eu não dou sorte com romances – riu Chichi e dedilhou o violão baixinho e continuou falando. – Quando eu digo que ele não pode ser levado a sério, eu não digo só com um relacionamento, que ele definitivamente não é o cara pra isso, mas eu falo sobre o tipo de pessoa que ele é. Não é confiável.

– Entendi, então um cara precisa de pedigree e credencial pra te pegar, é isso? – riu a loira, provocando a amiga e viu Chichi indignada a olhando e a morena arremessou uma almofada na amiga.

– Muito cretina essa sua fala! Mas definitivamente sim! Se for pra sair distribuindo assim, pelo menos tem que fazer isso com um cara... Sei lá.

– Filhinho de papai babaca.

– Menos amiga. Sabe que não ligo pra essas besteiras. Olha pra mim, eu trabalho e me fodo também. É só – Chichi pensou – um cara que tem futuro, que pensa no futuro, que evolui entende?

– Eu tô muito indignada, nem o telefone, Chichi, tá, tudo bem que tem todo esse peso, é balela que disse...

– Sem contatinho, já disse. – Riu ela – quer saber, tem razão! Vou sair com o Blue, ele tá no meu pé a o maior tempo, vai ser legal, tô carente, preciso... Sabe? – ela corou.

– Foder gostoso – disse de forma muito vulgar a loira se ajoelhando na cama fazendo caras e bocas, gemendo, movimentando-se – E oh... Deus como é bom!

– Para! – gargalhou Chichi – se meu pai houve isso vou morrer ainda mais de vergonha!

A loira parou e olhou para a amiga e arqueou a sobrancelha

– Como assim?

Chichi sentiu-se um pimentão ao começar a contar aquilo. Ela constrangeu-se ainda mais com a gargalhada de Lunch.

– Gente, tio Cutelo deve querer matar o tal Goku!

– Você não tem noção da vergonha que eu to! Não ria, não tem graça.

– Ah, tem sim

Elas foram interrompidas pela ligação que Chichi recebeu de Blue que até então conversava com ela por Msn e a garota finalmente aceitou seu convite.

(...)

Ela saiu do carro esportivo dele. O garoto de cabelos loiros e olhos azuis tinha um jeito incrivelmente chato e cheio de si. Não que ela não o soubesse, mas como amigo era uma coisa, como encontro você passava a analisar os prós e contras de alguém, o processo lembra uma aquisição, você avalia, analisa...

Chegaram por volta das oito no Le Planetese. Era um lugar bem legal e Chichi já havia tocado ali antes. Tinha uma boa acústica, um bom atendimento, mas era um lugar cheio de gente esnobe, frequentemente frequentado por filhinhos de papai, muito cheio de mimimi e longe dos barzinhos divertidos que ela ia com os amigos que rolava muita risada, dança e diversão. Ali, todos pareciam tão travados e... Mascarados cheios de seus próprios conceitos. Parecia que julgavam sempre tudo, a sua roupa, sua capacidade de compra, seu celular etc... Era chato pra caramba aquilo, na visão dela. Fora que era um lugar caro que vendia quase o dobro do preço da maioria dos barzinhos comuns.

Sentada ali ela, percebia como era tedioso, como ele conseguia falar tanto de si? Era muita arrogância e ego. Ele parecia mais decidido em mostrar o que tinha do que o que era, porque Chichi teve certeza que o que ele era definitivamente era irritante. Como uma pessoa tão preocupada só consigo mesmo seria capaz de se preocupar com uma parceira? Deveria ser horrível de cama e ela tinha certeza.

A cerveja mais cara, os petiscos, drinks elaborados e uma conversa sobre si, sobre o futuro e carros. Cansada daquele cara que parecia tão disposto a expelir uma masculinidade auto afirmativa subestimando-a, Chichi pronunciou-se:

– Não concordo, sua motorização é fraca, pagou muito mais caro pelo quê? Três cavalos de potência a mais que um comum? Seu carro consome mais, desempenha por igual na cidade, tem uma manutenção bem cara, um seguro pior ainda. Você pode assumir que pagou mais por estética e conforto.

Blue a olhou com certo constrangimento e sorriu meio arrogante e amarelado bebendo.

– Parece que dei sorte com a garota que eu escolhi – ele piscou e Chichi sentiu o estômago embrulhado por um instante, porque ele falar exatamente como seu ex, como um cara fala quando tem um troféu e não uma mulher.

Lembrou-se de Lunch dizendo que ela estava caçando pedigree. Bom, aquilo parecia mesmo o padrão deles. Ela respirou fundo incomodada e Blue pareceu ter percebido isso, porque mudou a forma de tentar atraí-la. Já haviam se passado mais de quarenta minutos daquele encontro e em nenhum momento ele sequer havia perguntado nada sobre ela e então quebrou aquela parede.

– Desculpa, tem que admitir que mulher entender mais do seu carro que você, intimida qualquer cara – ele falou e ela sorriu, como ele era imbecil! Mas tudo bem, as desculpas eram aceitáveis, ao menos ele fora sincero.

– Tudo bem, aceito suas desculpas.

Ele colocou os cabelos dela por trás da orelha e de forma charmosa falou:

– Você é muito linda e... e inteligente, e tem bom papo.

Ela riu de forma sutil.

Então imediatamente a mente por alguma razão estúpida a fez pensar em Goku naquele palco junto com ela, na voz dele, e mais ainda, no som da voz dele e na forma que ele a olhava quando disse: "Ele é incrível, não é mesmo?"

Seguido do sussurro de que queria agarrá-la depois.

Ele conseguia ser inconveniente, debochado, abusado, mas também conseguia ser carismático, divertido, bom de papo... Um mentiroso da qual você se perde nas mentiras e acredita fielmente nelas.

"Eu chamaria de destino" ela sorriu mais amplamente perdida divagando ao lembrar dele falando que não a perseguia, quando ele a roubara um beijo rápido e a atraiu para fora.

– Cafajeste – ela murmurou rindo

– Oi? – Blue falou a olhando

– Humm?! Oh... Humm nada eu... Tava pensando alto

– Tá gostando? – perguntou Blue com um sorriso achando que a garota estava realmente apreciando aquilo. Na verdade, ele cumpria à risca os passos para que aquela noite terminasse da melhor forma possível.

Ela, no entanto, não respondeu, apenas virou a caipiroska rapidamente se recriminando mentalmente por pensar logo em Goku no meio de um encontro com outro cara. Qual era o problema dela?

Ergueu sutilmente a cabeça ao sentir a mão de Blue em seu rosto e imediatamente o garoto de olhos azuis e sorriso charmoso selou seus lábios ao dela ganhando um beijo.

Um que Chichi pouco sentiu mexer com seu corpo, não era ruim, apenas não era tão bom, não era como...

Ouviu a voz que a fez assustar-se e separar imediatamente da boca de Blue. No microfone da noite a voz rouca dele vibrou e foi de imediato que ela sentiu o coração bater forte e rápido no peito, bem como o maldito frio na barriga voltar com tudo, ela ergueu o olhar para o palco vendo-o com o violão nas mãos, sentado na banqueta, e, podia jurar que ele a olhava e a encarava com olhos de pura selvageria.

Ele havia chegado ali há um tempo, e, como de costume, a mesa era ocupada por ele e os amigos e duas garotas convidadas de Kuririn, claro que uma delas ele estava a fim e parecia que estava ficando, já a outra era a amiga da tal garota que parecia muito a fim de sair.

– Ela é solteira e... – Kuririn murmurou com Goku que via a garota de cabelos castanhos escuros que estava animada conversando com a amiga Rozie. – Bom, você tava bem bad mais cedo, por isso não liguei de a Rozie trazer amiga dela.

– é o cúmulo da minha vida, precisar que você me arranje mulher! – disse Goku bebendo.

– Pelo menos essa eu tenho certeza que não é uma maluca. – Riu Kuririn que sabia tudo que havia acontecido na noite anterior com Goku.

– Você é um filho da puta – Goku riu – não vai me deixar esquecer essa merda nunca né?

– Nunquinha! – riu o baixinho

– Tá... Bom, ela é bonitinha.

– Bonitinha? Coloca mais apreço nisso! – olha só pra ela!

– Ok, Sanka é a mina da vez! Tá... Ela é bem gostosinha – ele deu o braço a torcer olhando para a garota com certa malícia.

Ele precisava muito recuperar seu orgulho próprio. Caralho, ele nunca negara fogo em toda a sua vida! Aquilo era mais que uma humilhação agora era questão de honra. Que maluquice estúpida era aquela que estava acontecendo com a sua cabeça? Primeiro a obsessão pela garota, depois a tara, e depois procurar substituição?

Não, não, não! Ele não admitia isso. Arreio? Nele? Mulher nenhuma colocaria isso nele! Ele era de todas, era mulherengo sim! E gostava, não, ele amava mulheres, todas elas, de todos os tipos, de todas as vontades, bom, exceto a louca da noite anterior, essa definitivamente precisava se tratar!

"É, Sanka, não vai dormir essa noite!"

Ele estava concentrado naquele papo de xaveco com a garota que era literalmente bem extrovertida. E não tivera muito tempo, precisou ir ao palco para se apresentar, Yajirobe estava um pouco mais falante que o costume, talvez pela noite que ele tivera, que, ao contrário daquela de Goku, fora boa.

Eles ligaram os equipamentos e com o sonoplasta ajustaram tudo, e ele precisou de tão pouco, sentado no palco, para ver Chichi bem ali, numa das mesas afastadas de cantinho. Foi impossível ele não sentir o coração acelerar, e de repente percebeu que tinha uma euforia misturado com alegria por vê-la, mas então tudo desandou vendo que ela estava acompanhada, e não apenas isso, o tipo de cara que ela estava acompanhada, do tipo que ele conhecia bem: playboyzinho zé mané.

Parecia irritante como de repente ele via como era em parte estupido, porque ele não tinha até então somado. Era óbvio, ela era tão filhinha de papai quanto o moleque que estava com ela. Roupas da hora, banda de rock, morava num bairro bom, faculdade de música... Aliás, bastava olhar o tipo de lugar que ela frequentava quando não estava tocando. Aquele lugar era de gente esnobe, e pelo visto, ela era uma daquelas pessoas. Ele deveria se sentir arrogante, presunçoso, afinal, ficara com uma patricinha possivelmente entojada, mas de repente o que ele sentia era outra coisa, era um misto de frustração, de raiva e uma percepção de que: "ela não pertence ao seu mundo guri".

E aquilo piorou quando a viu rindo como boba com o cara, um sorriso que ele viu para si, e se sentiu enciumado como nunca se sentiu antes por garota alguma e aquilo rugiu dentro de si quando viu o cara a beijando.

Tá certo que eles não tinham nada, ele não era nada e nem importância tivera de fato na vida dela. O que era um beijo apenas?

Pelo visto o bastante para fazê-lo experimentar de algo que ele não sentia a muitos e muitos anos, aliás, ele era só um guri estupido quando descobriu que garotas poderiam ser cruéis e traidoras que a pior merda que um homem fazia era dar o coração pra uma e desde sempre ele abraçou a vida solteira.

Então ele falou com a plateia da noite, mas não era seu típico carisma que o movia naquela noite, não... Ele não conseguia tirar os olhos dela e sentir aquela coisa estúpida que batia forte contra o seu peito e a melhor forma de libertá-la era em forma de música, e o repertório daquela noite foi totalmente modificado de imediato em sua cabeça, enquanto ele dava a primeira deixa no violão que tocava.

– ♫ Tá pra nascer alguém que me prenda e me faça mudar

Vai se acostumando, é meu jeito de amar

É que sou viciado num rabo de saia

Não adianta fazer cara feia, emburrar

Fala sério, não sou de ninguém

E não pense que eu vou te escutar

Pois seria burrice abrir mão de um harém♪

A voz grave e intensa era muito afinada e de imediato a amiga de Rozie surtou.

– Meu deus ele tá cantando a música do Vegeta e do Raditz! Meu... Eu vou surtar! Fala sério!

– Amiga, pelo amor de Deus não surta!

– Como não surtar pelo amor de deus? Esse homem é gostoso e ainda canta a música do Veggie! Caralho Rozie! Você sabe como eu amo eles! Sabe como eu não perco um show, sabe como...

– Você já se jogou frente deles pra tirar foto? Invadiu palco?

– Ahhhh ai amiga! Será que ele canta também na hora do vamo ver?

Rozie gargalhou.

– Meu deus você é louca!

– Eu deixava me comer, foda-se! Sentava até não conseguir mais andar!

– ♫ Se você acha que eu não vou pra balada

E que o meu dilema é ficar dentro de casa

Pirou, você não sabe nada, sem moral

Tá combinado, o bicho vai pegar

Tá combinado, já vou sair com meus amigos

Vai rolar o movimento, isso é problema meu

Se der saudade, o problema é seu♪

– Olha só isso! Cara mais canalha gostoso do caralho!

– Olha, não assusta ele, pelo amor de Deus sua Vegetiete!

– Eu assustar ele? Logo eu? Eu vou é comer ele, vivo com casca e tudo isso sim!

– Você parece meio desconfortável, ou é impressão minha? – perguntou Blue vendo Chichi, que parecia agoniada.

– Acho que deveríamos ir e...

– Acabamos de chegar gatinha. Curte o show vai, vamos comer, beber, tenho uma noite perfeita pra gente – ele disse mexendo no cabelo dela e sussurrando em seu ouvido com certa malícia.

Como aproveitar?

Bom, ela deveria levar na esportiva, não é? As vezes estava ficando louca e tendo impressões de coisas que não eram reais, afinal, Goku era notoriamente mulherengo e conquistador barato, então porque direcionar algo para uma garota de uma noitada de balada?

– Tá, tudo bem – Chichi forçou um sorriso e Blue a beijou novamente

– Não vai se arrepender, gata.

Então a segunda música de Goku começou

– ♫ Parou, passou, se foi sua paixão

Você tirou, zoou, feriu meu coração

Você já sabe, um dia você que riu de mim

Pode chorar amargamente pedindo pra ser feliz

Tá se achando bacana, gostosa, um mulherão

Rasga dinheiro, tem gelo dentro do coração

Tá se achando bacana, gostosa, um mulherão

Pintou saudade, tô sabendo, vai correr pro meu portão♪

O sorriso, num misto de agressivo e provocador, era assim que ele embalava a música a olhando sem nem se dar ao trabalho de desviar o olhar, mas Chichi desviou, oh sim! Ela desviou incontáveis vezes, nem sabia o que pensar. Aquilo era loucura, só podia. Sentia-se acuada, irritada com aquilo. O que ele queria com aquilo afinal? Ele era um idiota, um imbecil de cantadas baratas. Vulgar e abusado!

Com raiva e movida por puro impulso, ela puxou Blue pelos cabelos e colou sua boca com a dele com extrema ferocidade e desejo. E não precisou de muito mais quando ela sussurrou no ouvido dele:

– Vamos deixar a noite mais gostosa?

O garoto de cabelos loiros pediu a conta imediatamente e disse ao deslizar a mão pela coxa de Chichi por baixo da mesa.

– Vou te levar num lugar incrível gatinha. Merece o mundo, Chi – ele disse contra o pescoço dela.

Assim que ele pagou a conta, ela pegou sua bolsa e Blue enlaçou a cintura da garota a fim de sair dali, mas Chichi desviou um instantinho só o olhar para o palco antes de sair. "você só pode estar louca, Chichi!"

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