Acordei cedo, tomei banho, meu café da manhã e me vesti com um vestido estampado bonito. Amo usar vestido, me sinto linda quando estou de vestido.
Claro que para trabalhar não posso usar nada muito decotado nem curto, então coloco um vestido comportado e nós pés uso uma sandália bonita.
Não preciso usar um uniforme e amo o fato, pois tenho a liberdade de me vestir da maneira que quero, mas claro que com bom senso.
Seco meus cabelos os deixando soltos, passo batom e faço uma maquiagem simples, coloco brincos e uma gargantilha bonita, assim como uma pulseira, por fim borrifo meu perfume e estou pronta.
Desço com a minha bolsa e dou uma olhada ao redor se não esqueci nada. Tudo parece no lugar e vou para o meu carro, saio guiado para o trabalho e chego no mesmo 30 minutos depois.
- Bom dia. - Falo para o segurança que fica na cancela da entrada do estacionamento.
Ele me dá bom dia, e dou o meu crachá, o homem passa o mesmo na máquina e assim a minha entrada é liberada.
Ele devolve meu crachá e assim vou para a minha vaga, tenho uma vaga exclusiva ao lado do chefe, afinal sou a secretária dele.
Estaciono o carro observando que Stefano ainda não chegou, pois não vi seu carro nem os de seus seguranças. Normalmente Stefano vem dirigindo com sua tropa a reboque, mas tem dias que ele fica com preguiça e vem com o motorista.
Vou para o elevador, entro no mesmo e passo o crachá no leitor de QR-Code, para chegar ao andar da presidência só com o crachá ou autorização, os funcionários dos outros andarem não conseguem chegar ali tão facilmente.
Chego no meu andar e vejo Mila no seu posto, ela é a recepcionista do andar.
O andar da presidência é lindo, todo em mármore em tons de cinza, branco e preto, há detalhes em madeira e é perfeito.
- Bom dia. - Digo abrindo um sorriso.
Mila é tão quieta, ela é bem tímida, mas faz seu trabalho muito bem.
- Bom dia. - Ela diz e nem paro para bater papo, pois tenho trabalho a fazer.
Caminho pelo saguão, e vou para o meu posto, que é semelhante ao da recepção só que menor, no meu local de trabalho tenho tudo de que preciso. Ao meu redor tem três portas, uma delas dá para a sala de Stefano, outra é uma sala semelhante a de Stefano, é a sala que Romeo ou o Sr. Tomasso usam quando necessário, e a terceira porta é uma sala de reuniões, tudo é muito elegante seguindo a decoração do restante do andar.
Ligo meu notebook, pego meu celular e coloco a minha bolsa de lado, pego a agenda e a abro para ver como vai ser o dia.
Temos uma agenda convencional de papel e uma no notebook, no caso a do sistema, ambas são semelhantes e necessárias.
Me distraio com a agenda até que vejo Stefano vindo na minha direção.
Terno de três peças, barba e cabelos castanhos e olhos azuis. Lindo, sexy com seu ar de superior.
- Bom dia. - Ele diz se aproximando.
- Bom dia, como foi no dentista? - Pergunto educadamente.
- Uma porra! Aquele filho da puta demorou muito tempo pra fazer o caralho da restauração. - Ele diz com sua boca suja e com o seu estresse costumeiro.
- Entendo, café preto? - Pergunto o fitando.
Normalmente ele toma café preto, mas as vezes pede com leite.
- Com leite. - Ele diz e assinto, já conheço os gostos de Stefano.
- Vamos começar logo o caralho desse dia, Catrini. Tô achando que vou ter dor de cabeça com aqueles fodidos de Ohio. - Ele fala e sai andando para sua sala.
Stefano me chama pelo meu sobrenome, no caso Catrini, já eu o chamo pelo nome, pois Stefano se acha muito novo para ser chamado de Senhor, ele tem 30 anos, é formado em Direito e Engenharia.
Stefano está negociando a compra de uns materiais de construção com uma empresa de Ohio, são peças gigantes e pré-fabricadas para a construção de um difícil, e a empresa pode atrasar a entrega, coisa que já haviam anunciado a alguns dias.
Pego o telefone e ligo para a sala da copeira, peço o café de Stefano e um chá pra mim, então pego a agenda e vou para a sala de Stefano.
Ele não gosta de enrolar e me sento na poltrona na frente da mesa para passar a agenda.
A sala de Stefano segue o padrão das típicas sala de chefe, grandes janelas do chão ao teto, uma mesa e uma cadeira de chefe, duas poltronas, uma pequena mesa de jantar com 4 cadeiras, dois sofás com uma mesinha lateral, na parede lateral um móvel bonito e alguns quadros modernos e elegantes pelo local, ele também possui seu banheiro privado, e basicamente é isso.
Passamos a agenda, a copeira trás o café dele e o meu chá e assim nosso dia segue.
- Bom dia, Catrini. - Liam diz parando na frente do meu balcão.
Ele tem cabelos castanho escuto, barba e deve ter 1,90 de altura, é gatinho, mas às vezes parece meio emburrado.
- Bom dia, tudo bem? - Pergunto fitando Liam, ele é um dos melhores amigos de Stefano e coleguinha de farra, ambos se conheceram na faculdade de Direito, Liam não veio de família rica, mas obteve sucesso na sua área e hoje é o advogado de maior confiança de Stefano.
- Tudo bem e por aqui? Como a primeira dama está? - Ele pergunta olhando para a porta de Stefano.
Liam diz que Stefano é a primeira dama, ele é bem humorado e engraçado.
- Tudo tranquilo, o Stefano está quieto. - Hoje ele está muito focado no trabalho, pois não me chamou.
- Olá, boneca. - Nash diz chegando sorrateiramente apertando a bunda de Liam.
- Viado! - Liam fala se esquivando e Nash gargalha, eu faço o mesmo.
Nash é engenheiro e veio de família rica, mas por alguma razão que desconheço odeia sua família, tanto é que nunca trabalhou na empresa do pai. Ele tem os cabelos castanho claro, olhos cor de mel, barba rala e é uma delícia.
Nash, Liam e Stefano são melhores amigos, os três vivem se zuando e não vou mentir, acho graça.
- Bom dia, princesa. - Nash diz sedutor.
Nunca me ofendi com o jeito dele, pois ele nunca foi ofensivo ou abusivo.
- Bom dia. Em que posso te ajudar? - Pergunto ainda com um sorriso no rosto.
- Preciso de um horário com o chefinho, eu e o Liam vamos fazer uma suruba com ele. - Nash diz e começamos a rir, nisso a porta da sala de Stefano se abre.
- Finalmente! Entrem logo, porra. - Stefano diz nervosinho.
- Calma, querido. Estou indo... - Nash diz imitando uma voz feminina e sai saltitante para a sala de Stefano.
- É uma bixona, mesmo. - Liam fala rindo observando Nash.
Eles dois entram na sala de Stefano e deixam a porta aberta.
- Ontem você comeu a mulher mais gostosa da balada e já está de mal humor? Sério, cara. Vou te dar umas aulas de sexo, acho que você não tá sabendo comer. - Nash diz e só escuto a conversa.
- Vai se foder, Nash. Eu comi a safada com gosto, poderia escrever um livro sobre sexo. - Stefano diz como se fosse o picudo.
- Eu me dei bem, aquela morena acabou comigo. - Liam fala satisfeito.
- Minha noite foi uma bosta, peguei a ruivinha e me fodi! Chegamos no motel e ela começou a chorar falando do ex namorado. Acabei levando ela pra casa e não fizemos nada. - Nash conta seu causo.
- Já falei que você deveria ter virado psicólogo, as mulheres adoram fazer terapia com você. - Liam diz divertido.
- Só se for terapia na minha rola. - Nash fala dando risada.
- Bom meninas, agora que vocês já tricotaram colocando a fofoca em dia, vamos focar na porra do trabalho. - Stefano diz e daí em diante todos mudam de postura.
A conversa toma um rumo profissional e quem vê nem imagina o quanto os três podem ser safados.
A porta continua aberta, mas foco no meu trabalho.
Liam e Nash se foram quase uma hora depois. Na hora do almoço pedi comida pra mim e Stefano foi almoçar com os rapazes.
Almocei na copa e quase sempre faço assim, pois tenho preguiça de ficar nas filas dos restaurantes lotados. Sei que eu deveria me socializar e quem sabe até encontraria algum paquera, mas a preguiça é maior.
Depois do almoço voltei para a minha mesa e Romeo o irmão de Stefano ligou, amanhã ele vai para Michigan para uma das feiras de engenharia mais importantes do país, então precisa de algumas informações que eu tenho, pois apesar do sistema da empresa ser unificado, algumas informações são específica e poupamos tempo comigo explicando.
Coloquei no viva-voz e fui passando todas as informações que Romeo precisava. Stefano chegou e conversou um pouco com Romeo, mas logo se foi para a sua sala.
Stefano odeia essas feiras, mas a oportunidade de fechar negócios é enorme, de qualquer maneira Romeo não liga de ir para feiras e faz o trabalho muito bem.
Ele é mais tranquilo que Stefano, tem 28 anos e é formado em Engenharia e Tecnologia. Romeo também é lindo. Sei que os pais de Stefano e Romeo faleceram em um acidente de helicóptero, então ambos foram criados pelos avós.
A tarde foi passando e o Sr. Tomasso avó de Stefano ligou para falar com Stefano, ele está em Nova York e liga todos os dias.
- Tudo bem, e a Sra. Chiara? Melhorou do joelho? - Pergunto para o Sr. Tomasso, a esposa dele Dona Chiara torceu o joelho a alguns dias e estava irritada por ter que ficar de repouso, apesar da idade ela e é uma mulher muito ativa.
Dona Chiara sempre que vem para Pensilvânia visita a empresa, ela sempre me tratou super bem, às vezes me liga para saber como Stefano está, ela me pergunta se ele está se alimentando direito e se está namorando. Sei que parece engraçado, mas batemos altos papos, ela é italiana e um amor de pessoa.
- Ainda não, e está me dando trabalho, ela não para quieta, eu estou quase enlouquecendo! Ontem ela cismou que tínhamos que fazer pão, e claro que não deixei, ou melhor, para ela não fazer esforço eu fiz tudo, fiquei com os braços doendo de tanto que sovei a massa... - Ele diz e dou risada.
Converso mais um pouco com o Sr. Tomasso e passo a ligação para Stefano.
Os avós dele se preocupam e o amam, eles se falam todos os dias. Eu observo e acho bonito... e pensar que eu tenho pai, mãe, irmãos, pois meu pai teve mais dois filhos e minha mãe mais um. Tenho avós, tios, primos... e ninguém tá nem ai pra mim, a última vez que falei com o meu pai tem mais de um ano.
O expediente vai seguindo e não paro, assim como Stefano que também não para. Normalmente peço café da tarde pra gente. Sempre peço sanduíche e suco. Ele come na sua sala e eu na copa, ou na minha área de trabalho.
Já era mais de 7 dá noite quando demos o expediente por encerrado. O expediente acaba às 18 horas, mas as vezes ficamos até mais tarde por conta do excesso de trabalho.
Desliguei meu notebook, arrumei as coisas na mesa e peguei minha bolsa. Stefano saiu da sua sala e fomos juntos para o elevador.
- Amanhã tente marcar um oftalmologista, estou sentindo minha visão cansada. - Ele diz e o elevador se abre para entrarmos.
- Deve ser por conta de você ter ficado o dia todo na frente do notebook, mas pode deixar que eu agendo um horário. - Sou eu que marco oftalmologista, dentista e afins.
O ano passado ele foi no oftalmologista e estava tudo normal.
- Tô pensando em trocar de carro. - Ele diz enquanto o elevador desce.
- O seu está com problema? - Ele tem uma Ferrari novinha.
- Talvez, o vermelho está me incomodando. - Ele diz dando os ombros.
- Mas a graça não é essa? Ter a Ferrari de cor vermelha pra esfregar na cara dos outros que você pode ter uma? - Digo o fitando.
- Não ferra, Catrini. - Ele diz revirando os olhos.
- Qual carro você está pensando em comprar? - Pergunto curiosa.
- Talvez um Lamborghini. - Ele diz pensativo.
- Quer que eu agende um horário em alguma concessionária? - Posso agendar o dia para ele ver o tal carro.
- Ainda não, vou pensar melhor durante a semana e te aviso. - Ele diz e assinto.
Chegamos no estacionamento, dou boa noite e vou para o meu carro. Hoje foi um dia bom, Stefano não surtou nem deu uns gritos ao telefone, e tudo correu como deveria.
Saio da empresa, passo em um fast food e compro dois lanches, batata e milk shake, vou pra casa e assim que chego já vou para cozinha comer.
Janto, pego uma barra de chocolate e fico jogada no sofá. Ligo a TV e fico assistindo um filme de suspense, adoro todos os tipos de filme, a única coisa que não curto é musical, de resto assisto de boa.
Depois de mais de uma hora jogada no sofá subi para tomar banho. Tomei meu banho, passei hidratante no meu corpo todo e sequei os cabelos com secador, coloquei uma camisola e fui para o escritório.
Abri meu notebook, dei uma checada nos meus e-mails pessoais, paguei uns boletos e fiquei ali por um tempo, depois desci, peguei uma lata de coca e um pacote de salgadinho e fiquei largada no sofá.
- Gostoso... - Sussurro vendo um filme do Brad Pitt, quando ele era novo estava tão lindo, agora envelheceu e está meio acabado.
Fico ali vendo o filme e acabo cochilando, caio no sono e acordo com o meu celular tocando.
Tateio pelo celular que está em algum lugar do sofá e quando o acho vejo que é Stefano.
- Alô. - Falo fechando os olhos, ainda está escuro, a TV continua ligada e me pergunto que horas são.
- Oi, o Romeo acabou de me ligar, ele pegou a porra de uma virose, parece que depois que chegou do trabalho começou a vomitar e enfim, ele não vai conseguir ir para a bosta da feira. Você sabe que odeio esse tipo de evento, mas vou ser obrigado a ir representando a empresa, eu não tenho todas as informações que preciso e basicamente estamos fodidos. Faça as malas, passo aí pra te pegar em uma hora. Vamos usar o tempo de voo para você me atualizar com todas as informações que preciso. - Stefano fala de uma vez parecendo irritado e encerra a ligação.
Olho no visor do celular e são 4 da manhã.
- Boceta! - Falo irritada e me levanto rapidamente.
Desligo a TV, subo para o quarto e pego minha mala gigante de viagens, começo a fazer a mala e é uma porra, pois odeio fazer mala correndo.
Pelo que eu sei a feira vai até sexta-feira, portanto vão ser 4 dias lá, isso se Stefano não cismar de voltar só no domingo, coisa que pode acontecer.
Vou arrumando minhas coisas apressada, pois ainda preciso me vestir.
Fui para Michigan o ano passado, fomos eu e Stefano e ficamos 3 dias lá resolvendo questões do trabalho.
Já prevejo o Stefano nervosinho, estressado e mais grosso que o normal, mas isso tudo faz parte do meu trabalho.
Ganho muito bem, e estou segura quanto a tal feira, sei de todas as informações que Stefano possa precisar, então acredito que vamos ter uma semana produtiva.
Quem sabe se der uma folguinha consigo conhecer e sair com algum cara gatinho, afinal a feira vai estar lotada, vão vir empresários de todo país e do mundo, portanto posso dar sorte e tirar o atraso.