Alina Stark

By _llondongirl

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#EM CORREÇÃO Quatorze anos, essa era a idade dela. Quatorze anos, esse foi o tempo que ele passou sem saber... More

Pilot
Estagiária
Agulhas
Flasbacks, Confusões e Festas de Aniversário
Um Segredo Revelado
Conselhos e Aviões
O Início de um Fim de Semana Agitado
Como Dar um Fora em Alguém
Noite de Festas, Danças e Diversão
Segredos e Histórias Passadas
O Mundo de Cabeça pra Baixo
Tempestade
Uma Nova Casa
Adaptação
Momentos
Brinde
Repercussão
Coisas que Acreditamos
Preparativos
Sentimentos Reciprocos
O Baile
A Realeza Moderna
Festa a Fantasia
Conflitos e Magoas
Momentos Divertidos
Adrenalina
Programa de Talentos
Cartas Para Alguém Que Está Longe
Segredos Trocados, Poetas Amados
Um Dia de Reencontros
A Luz da Lua
Ciúme Paterno
Conhecidos Desaparecidos
No One, But You

Upgrade Social

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By _llondongirl

Alina abriu os olhos sentindo seu coração acelerado, e havia um motivo óbvio para isso. Dentro de duas horas ela estaria em um programa radialista, sendo simpática, sorrindo, respondendo perguntas e deixando que pessoas do mundo todo descobrissem coisas sobre sua vida, quase como se ela fosse uma celebridade. Acontece que agora ela era.

A garota já tinha voltado a trabalhar na empresa, por escolha própria. Afinal aquele era o emprego dos sonhos, mas dessa vez era diferente. Tony e Pepper diariamente pediam sua opinião sobre um monte de coisas às quais não perguntavam antes, e as vezes ela fazia trabalhos que tinha certeza que estavam alguns níveis acima do que ela costumava saber sobre a empresa, mas agora ela sabia. Não existiam reuniões a portas fechadas, e os país sempre a incluíam em praticamente tudo. Era como se ser parte da família fosse a chave de acesso a tudo naquela empresa, e Alina entendeu que era exatamente o que significava.

Nas últimas semanas a internet foi bombardeada por notícias que traziam um vídeo de Alina discursando no festival, abraçando os amigos e soltando fogos de artifício que na verdade eram hologramas muito realistas.

"Aparentemente, a nova senhorita Stark não é apenas um gênio da tecnologia como o pai. Ela também possui um dom que pecurliamente conhecemos ser de Virgínia Stark, a simpatia e os discursos elegantes que levam emoção ao público. Não se sabe muito sobre essa garota misteriosa que saiu do escuro diretamente para todas as telas da TV, mas de uma coisa temos certeza, ela está conquistando olhares."

Essas foram as palavras que o famoso apresentador do The Midia dizia na TV quando Alina desceu as escadas. Seu pai estava em pé em frente a televisão, com os braços cruzados.

- Bom dia querida, não vi que já tinha acordado. - ele disse surpreso quando ouviu o barulho de seus passos descendo a escada, ainda de pijamas.

- Não vou conseguir dormir mais, pelo menos não enquanto essa entrevista não passar. - a garota deu um rápido abraço no homem e foi para a cozinha.

- Você já tem admiradores, não vai ser difícil. - ele riu desligando a TV.

- E se perguntarem sobre Beatrice, ou sobre a vovó? Ou sobre coisas das quais eu não quero falar?

- Você sabe que não precisa ir, não sabe? - ele reafirmou.

- Sim, mas eu já aceitei. Não posso ficar escondida nessa casa pra sempre, e também não posso agir como se as coisas não tivessem mudado, na melhor das hipóteses vão achar que sou louca.

- Pelo menos tente ficar feliz, foi convidada por ter feito algo incrível. - ele tentou anima-la.

- Obrigada pai, mas nós dois sabemos que o prêmio TecArt foi só uma desculpa pra o verdadeiro motivo pelo que me querem lá. - ela fechou a porta da geladeira segurando uma jarra de suco de laranja.

- Bom dia. - Pepper chegou a cozinha com os cabelos um pouco bagunçados e os braços cruzados sobre o kimono branco e leve que cobria seu pijama. - Qual é o assunto? - ela se dirigiu à mesa também pegando um copo de suco.

- Bom dia mãe. - Alina sorriu - Estávamos falando sobre a rádio.

- Está animada? - a loira perguntou se empolgando com a conversa.

- Sim. Apesar de tudo, sim. - balançou a cabeça.

- É bom se acostumar, esse tipo de coisa vai ser normal agora que vai passar a trabalhar comigo e sua mãe.

- Eu já trabalho com vocês. - Alina falou como se não fosse algo novo, e posicionou a jarra sobre o copo para enche-lo novamente com o líquido laranja.

Tony olhou para Pepper com um olhar cúmplice e uma ameaça de sorriso que os dois insistiam em segurar.

- Alina, dessa vez estou falando da diretoria, da parte criativa, dos planos em primeira mão... vai ter que aprender a falar sobre as ideias quando elas partem de você.

A mão da garota tremeu o suficiente para que a jarra batesse no copo e o suco se derrama-se a mesa. Ela pulou para trás para não ser atingida e Tony se assustou rapidamente pegando um pano e jogando sobre a pequena bagunça.

- Sinto muito... eu acho que me distrai. - ela sorriu embora não tivesse muito ar nos pulmões.

- Alina, você está bem? - a loira questionou se encostando na mesa em frente a ela.

- Sim, claro. - sorriu.

- E então... - viu sua mãe olhar para Tony e depois de volta para ela - O que acha?

- Espera, vocês não estavam falando sério, estavam? - ela olhava os dois como se fosse um tipo de brincadeira.

- É claro que estamos. - o pai disse. - Você não precisa, se não quiser, mas já é praticamente o que está fazendo...

- Então é por isso que meu trabalho mudou de uma hora pra outra? - ela abriu mais os olhos do que o normal.

- É só um processo de adaptação... - dessa vez foi Pepper que explicou - Se aprender a opinar sobre decisões importantes, e seu pensamento for se moldando a isso, então com o tempo vai ser capaz de tomar essas decisões. - sua voz adquiriu um tom científico.

- Alina, entenda, não estamos pedindo ou mandando que faça isso, é um convite. Assim como continuar com seu trabalho também foi um convite, porque sabíamos que era isso que você queria. - Tony disse.

- E era mesmo. - ela confirmou.

- Está tudo bem se não quiser entrar na parte mais complicada agora, entendemos, você é jovem...

- Pai, o problema não é querer entrar. O problema é exatamente ser jovem... Não podem colocar uma pessoa de quinze anos trabalhando com vocês, na diretoria. - ela explicou como se parecesse loucura.

- Querida, não é como se fossemos jogar a responsabilidade sobre você. - Pepper explicou - Na verdade, isso não é um emprego como outro, ou um estágio como o que você entrou no início... é diferente, são negócios de família.

A frase ecoou na mente dela fazendo com que a ficha caísse. Não era mesmo um emprego como outro. O que eles estavam dizendo é que queriam ela por perto, aprendendo com eles, não só como chefes, mas como pais. Porque aquele era um império de família, e isso significava que Alina fazia parte dele agora.

- O que eu vou fazer? - ela questionou, como se estivesse cogitando a ideia de aceitar, mas em um tom que fazia o casal entender que ela já havia aceitado, embora aquilo ainda a assustasse.

- Aprender, é isso que vai fazer. - o pai falou.

- Acham mesmo que é uma boa ideia? - ela procurou por uma confirmação dos dois.

- O que você vai fazer é o mesmo que Morgan vai fazer quando tiver idade o suficiente pra entender. E do jeito que aquela garota é esperta eu não acho que isso vá demorar tanto.

A irmã riu concordando.

- Provavelmente ela já sabe mais do que eu. - brincou - Eu não faria isso por conta própria, mas se vocês estão dizendo que posso, vai ser um prazer trabalhar com vocês, senhor e senhora Stark. - ela usou seus nomes em uma brincadeira no fim.

Apesar de ter aceitado o convite realmente animada com a ideia, isso não impedia Alina de se sentir assustada. Ela sabia o que aquilo significava, não era um trabalho, era um um aprendizado, basicamente um curso para o qual se existisse um nome poderia facilmente ser chamado de "Aprendendo a comandar a empresa multimilionária dos seus pais".

Era o que Morgan faria, porque algum dia seriam elas, quando Tony se cansasse de sentar atrás de uma mesa, o que ele já não fazia muito. Alina duvidava de que a mãe abriria mão do trabalho tão cedo, o que a deixava feliz e aliviada.

" Pare de pensar nisso, vai surtar, é loucura". Ela disse a si mesma. Mas não conseguia, a ideia de que ela e Morgan trabalhariam ali lado a lado com os pais algum dia era assustadoramente fascinante.

Ela desejou imensamente ter Cooper ali naquele momento, para poder contar a ele. Ele iria rir, e depois abraça-la e jogar seus cabelos pra cima em brincadeira. E ia dizer que ela se sair muito bem. Era legal o modo como conseguia pensar em Cooper tão bem. Imaginou se ele também fazia isso com ela.

As vezes ela perguntava a si mesma se estava exagerando. Eles se conheceram por poucos meses, trocaram um "eu gosto de você, mais do que como amigo", e se beijaram uma única vez antes de Cooper sumir. Bom, duas, se a barraca contasse.

Mas ela sabia que era mais do que isso. E a pulseira em seu braço com vários nomes gravados, e o nome "Cooper" entre eles, era um sinal disso.

Quando chegaram ao local do programa, Alina mordia os lábios por causa do nervosismo. A jovem usava uma blusa branca de mangas compridas e os cabelos soltos a tornavam ainda mais bela. Era impressionante o quando ela era realmente parecida com Tony, assim como Morgan.

Os pais e a irmã ficariam na chamada "sala de espera" que se parecia mais com um grande camarim chique, de onde tinham acesso ao programa ao vivo.

Alina foi encaminhada até em frente ao que se parecia com uma grande mesa de som, que tinha um microfone em cores vermelho e preto. Havia um pequeno vidro e do outro lado o entrevistador. Várias outras pessoas também estavam na sala, cada uma em frente ao seu microfone realizando seus trabalhos.

Alina ouviu quando ele iniciou a próxima parte do programa.

- Agora nós vamos conversar com a garota que parou a internet nos últimos tempos. A nova sensação dos olhos da mídia, que se mostrou impressionantemente inteligente em pouco tempo e que pela primeira vez aceitou dar uma entrevista. Seja bem vinda ao nosso programa, Alina Stark! - o entrevistador carismático e aparentemente muito gentil olhou para ela.

- Obrigada! - ela sorriu contente balançando a mão em um pequeno "oi" para as pessoas da sala e para David, o entrevistador. - É um prazer estar aqui, obrigada pelo convite.

- É um prazer para nós te recebermos. - o homem falou - Vamos começar falando sobre o tão famoso prêmio TecArt... podemos começar com isso certo? - Alina apenas balançou a cabeça sorrindo - Bom, como foi pra você ganhar esse prêmio? Até onde sabemos você aínda não tinha um histórico de garota prodígio. Então porque decidir se inscrever assim de repente?

- A história desse prêmio foi um pouco maior do que só querer mostrar minhas idéias. - ela começou a responder - Isso foi uma forma de ajudar a imagem do meu colégio... bom, do meu antigo colégio, pra que as pessoas olhassem mais para os clubes de ciências ou tecnologias, trazer valorização. O TecArt apareceu e eu pensei: "Por que não?". Se eu ganhasse, seria uma boa forma de conseguir representação.

- E você conseguiu, todos nós vimos, muito mais do que isso. Temos certeza que os clubes da sua escola agradecem. - ele riu - E quanto ao festival, realizado a dias atrás, também teve a ver com isso, certo?

- Sim, sim, a ideia do festival começou como algo simples, uma troca de possibilidades entre eu e meus amigos, e acabou dando muito mais certo do que esperávamos. - ela sorriu levantando os braços como se tentasse se expressar através dos gestos, porém sem exageros. - Com a ajuda do meu pai é claro.

- Claro, afinal, sabemos que Tony Stark não brinca quando o assunto é dar um show. - David falou. - Uma das coisas muito comentadas nesse festival, além das brilhantes apresentações é claro, foi o seu discurso de encerramento que arrancou uma emoção da galera. De onde veio esse dom discursivo? Coisa de família?

- Eu não sei, pra falar a verdade... - ela riu colocando a mão no microfone rapidamnete e girando a cadeira um pouquinho - Eu nunca fiz nada parecido com aquilo antes, e eu estava muito nervosa, quase tanto quanto estou agora... - confessou arrancando pequenos risos da equipe de produção - Mas, foi algo legal de se fazer. Sentir que as pessoas são motivadas pelo que você diz, é uma coisa poderosa.

- Com certeza. - ele concordou - Agora, voltando a um detalhe do qual falamos, provavelmente o que todo mundo está ansioso pra ouvir, e para o qual você também já devia imaginar que perguntariamos... - Alina sentiu que já sabia o assunto - A filha de Tony Stark. - ele afirmou - Como foi descobrir isso? Ou melhor, como você descobriu isso, e porque nenhum de nós sabia? - ele parecia realmente curioso, embora não fosse nada invasivo e mantivesse sempre a simpatia.

- Eu também não sabia de nada, se é que essa é a dúvida de alguns. - ela respondeu sorrindo fraco. Alina sabia que teria que falar sobre aquilo então agiu com a máximo de naturalidade que podia. - Eu tenho que confessar, não foi a notícia mais fácil do mundo de receber, e não é algo que eu acho que possa explicar. - ela cruzou os braços sobre a mesa - Eu conhecia meu pai a pouco tempo, o que em si já era uma coisa difícil de se imaginar porque ter quatorze anos e trabalhar na Stark já é uma realização. - riu - Quando eu descobri, foi realmente de um jeito interessante... - ela se lembrou da fantasia de princesa e de ficar presa no armário - Mas foi incrivelmente bom. - sorriu.

- Você foi uma surpresa pro mundo inteiro. Depois do famoso baile onde vocês revelaram ao mundo esse segredo, a sua vida deve ter mudado de uma maneira muito grande, certo?

- Muito mais do que eu podia pensar. Eu tive que deixar minha escola, e não posso mais andar na rua como antigamente, o que é muito estranho quando não se era acostumado com nada disso, então as vezes eu me sinto perdida. Mas é por um bom motivo.

- Você morava com sua avó antes, certo?

- Sim, minha avó cuidou de mim desde sempre, ela é a mulher mais forte e impressionante que já conheci, foi minha base durante meu crescimento.

- Ela deve ser importante pra você.

- Ela é minha casa. - Alina disse com carinho.

- Imagino que todos nós vamos querer conhecer essa senhora que moldou a jovem que temos aqui. - ele comentou com gentileza - E agora que você mora com seu pai, ainda a vê com frequência?

- O tempo todo. - sorriu. - Temos as quintas feiras de séries.

- Isso é ótimo! - ele tomou um pouco de água - Agora se me permite uma pergunta - ele riu - Eu quero saber, o mundo quer saber, como Tony Stark se sai cuidando de adolescente?

Alina riu abertamente antes de responder. Essa provavelmente era uma dúvida de muita gente.

- Eu não sei o quê as pessoas acham mas, ele é realmente um excelente pai. Incrível mesmo, eu quero dizer. Meu pai tem uma história maior como babá de adolescentes do que o mundo provavelmente imagina... eu sei, é chocante. - riu lembrando de Peter - E ele é muito bom com isso. Eu imagino que uma boa parte disso se deva a minha mãe, ela realmente pegou no pé dele pra o fazer ser responsável, eles são um casal interessante.

- Desculpe, você disse sua mãe? - ela percebeu que ele parecia confuso, e de repente se deu conta do porque.

- A, sim, perdão, eu estou falando de Pepper, a senhora Stark. - respondeu se aproximando do microfone.

- A senhora Stark? Ela é sua mãe? Pelo visto a relação de vocês é melhor do que imaginávamos.

- Sim, eu a chamo de mãe, porque é isso o que ela se tornou pra mim. Nossa relação é muito boa, e isso na verdade vem de antes de sabermos de tudo, enquanto eu ainda era só a estagiária dela. - explicou contente.

- E eu imagino que isso tenha sido importante na sua adaptação, quer dizer, ter alguém pra contar, isso é importante não é?

- Muito, extremamente. - ela balançou a cabeça - Sabe, as vezes, quando se está a vista de todos, as pessoas parecem esquecer que você é só um ser humano. O que é completamente louco porque eu ainda sou adolescente, eu acabei de fazer 15 anos, isso foi a pouco tempo. Então, sim, nós precisamos de pessoas que estejam ali pra nos educar, ensinar, dar amor, e também um puxão de orelha quando necessário. Fico feliz que Pepper, minha mãe, faça isso por mim.

- Essa é uma história bonita. - David concordou - Mas eu tenho que perguntar... e a sua mãe biológica? Ela não se sente incomodada com isso? Qual a relação que vocês têm?

Nesse momento Alina fez uma expressão levemente desconfortável, o que ela tentou disfarçar mas pelo visto não conseguiu já que o entrevistador pareceu perceber.

- Você não precisa responder se não quiser.

- Não, tudo bem. - ela disse rapidamente forçando um sorriso educado - Eu tenho pouco contato com a minha mãe biológica, não a vejo muito, e isso é tudo. - ela falou como quem queria encerrar esse assunto e o homem entendeu.

- Você também ganhou uma irmã nesse processo, imagino que tenha sido legal.

- Demais! Morgan é uma parte de mim, e somos muito próximas, desde o primeiro dia em que nos conhecemos. Na verdade foi nosso encontro que me levou a conhecer a família, é o que chamamos de coincidência eu acho, ou destino. - ela virou a cabeça um pouquinho, sorrindo - A questão é que ela é minha vida agora, e não há nada que eu não faria por aquela menina.

- Bom, Alina, isso é uma coisa interessante, e muito boa. Todos nós ficamos felizes por você, acredito que todo o mundo também agradeça pela movimentação que você causou... - as pessoas na sala riram - Por que não foi pouca. Você realmente explodiu o Instagram, sites de fofoca e permaneceu nos trends do Twitter por muito tempo, existia uma tag para você chamada #AfilhadeTonyStark, eu imagino que você tenha visto.

- Sim, eu vi. - ela afirmou balançando a cabeça.

- E como você se sentiu vendo tudo isso, estando no centro? Quero dizer, pelo que sabemos você não tinha nenhum tipo de contato com coisas assim antes, não tinha uma vida pública.

- Você tem razão, eu não tinha. Na verdade era o oposto disso. - ela fitou os botões na mesa a sua frente e juntou as mãos - Então, quando isso aconteceu, foi... assustador. Inteiramente. Mas, bom, digamos que viver na mesma casa que Tony Stark tem seus benefícios, meu pai sabe bem como contornar a midia. - ela arrancou risos e concordâncias das pessoas que estavam ali.

- E como você lida com a parte Super-herói? Já viu as armaduras, as armas, conheceu a equipe de heróis? Teve algum desses privilégios?

- Sim, na verdade, eu conheci os Vingadores de perto, essa também foi uma história estranha. Pensando bem a maioria das coisas, desde que essa mudança aconteceu, foram estranhas... Enfim, eu os conheço, os vejo com frequência. E sobre as armaduras e criações do meu pai, não posso falar sobre isso. - o entrevistador fingiu um breve som de desapontamento e riu - Sinto muito. - ela pediu rindo também.

- Okay, vamos deixar pra uma próxima. Quem sabe um dia você mesma não nos contará sobre suas próprias novas invenções para a humanidade, certo? Agora, nós já conversamos e esclarecemos dúvidas, vamos passar para uma das partes divertidas, que tal um jogo? Topa?

- Claro, qual é?

- Você gosta de mímica?

- Sim, claro. - sorriu.

- Ótimo, vamos fazer uma pequena competição.

- Okay. - ela se preparou.

A equipe de apoio se dividiu para fazerem um jogo divertido. Alina sabia que jogos como esse eram normais nesses programas, porque eram divertidos e causavam entretenimento. Ela não imaginava que algum dia seria ela ali, mas estava sendo muito legal.

Eles também jogaram alguns outros jogos, como Uma Palavra uma Música, onde David teceu elogios a voz de Alina pelos poucos segundos em que ela entoou a canção Shallow. Também jogaram jogos de desenho, onde as regras eram diferentes e você tomava um banho de um copo de espuma se errasse. O cabelo de Alina comecou a branquear nesse jogo. No fim ela recebeu uma toalha para enxugar o rosto e os cabelos e goi levada até o que chamavam de detector de mentiras, onde a equipe da rádio fez várias perguntas, poucas sérias e a maioria divertidas para testarem a sinceridade da garota.

- E acho que acabamos de provar que essa é a jovem mais honesta que temos. - David, o entrevistador riu - Você poderia ter mentido, pelo menos quando perguntei sobre ter queimado algo.

- Eu não poderia, ia rir de qualquer jeito e me entregar. - ela gargalhou - Foi um momento épico sabe, e minha avó não sabia até hoje que foi eu quem queimei as cortinas dela então... eu gostaria de aproveitar o tempo pra dizer aqui, em rede nacional... desculpe vovó, amo você.

Ela riu juntamente com os outros.

Quando a entrevista acabou, Alina foi levada de volta até a sala onde os pais estavam.

- Trabalho concluído. - ela disse batendo as mãos nas pernas fracamente e suspirando com um sorriso.

- Você foi fantástica. - disse Pepper.

- Um espetáculo. - Tony comentou.

- Não exagere papai, foram só algumas palavras.

- Bom, essas "palavras" estão te deixando popular. - ele acenou com um sorriso. - Vamos agora, imagino que esteja querendo ir pra casa.

A familia se dirigiu de volta ao carro, enquanto Alina segurava Morgan pela mão e brincava com a garota no caminho curto. Quando colocaram os pés para fora da rádio os flashes foram ouvidos e o barulho das pessoas falando alto. A primeira reação de Tony foi olhar para as duas filhas, e ele viu que a primeira reação de Alina foi pegar a menor no colo como se pudesse de alguma forma protege-la mais se estivesse mais perto.

Morgan não parecia assustada, não com a irmã por perto. Ela apenas sorria, e até chegou a dar um tchauzinho pra uma das câmeras. Alina encarou o pai por breves segundos sorrindo como quem dizia que está tudo bem. Ela respondeu alguns "ois" para as pessoas. Mas o caminho era curto e logo eles estavam no carro novamente.

- Viu, não foi tão ruim, foi? - o pai perguntou quando já haviam se afastado o suficiente dos olhares.

- Não, não foi.

- Papai, algum dia eu vou ser como aquele cara que estava na porta. - Morgan falou.

- Que cara? - perguntou confuso.

- Um homem alto de chapéu. Ele estava tirando fotos como todos os outros, era um jornalista. - ela explicou se esforçando para pronunciar corretamente todas as palavras - Quero tirar fotos como ele.

- Quer ser fotógrafa? - Pepper perguntou sorrindo com curiosidade.

- Não de verdade, só pra passar o tempo.

- Vamos providenciar isso, quando você for grande o suficiente pra segurar uma câmera como aquelas. - Pepper garantiu e a filha comemorou.

- E então, aparentemente temos uma futura fotógrafa nessa familia. - Tony falou.

- Quem diria Tony. - Happy comentou rindo - Você que ama estar na frente das câmeras, tem uma filha que quer estar atrás delas.

O comentário arrancou risadas de todos e Morgan parou apenas para pegar alguns doces que estavam no pote em uma área especial do carro.

Assim que chegaram a casa Alina se surpreendeu ao ver sua avó na sala, sentada no sofá, lendo um livro.

- Vovó Débora! - Morgan saiu correndo para ganhar colo da senhora.

- Olá lollipop. - a senhora deu um largo sorriso, abraçando Morgan e beijando seus cabelos. Depois de muito carinho, a colocou de volta no chão.

- Vovó. - Alina disse surpresa.

- Minha netinha... - a senhora se aproximou, para provavelmente abraça-la, mas assim que a menina se aproximou ela deu um tapa em sua cabeça.

- Ai! O que é isso? - ela colocou a mão sobre a cabeça.

- Isso é por ter colocado fogo nas minhas cortinas vitorianas. - Debora disse em um tom de sermão com uma cara fechada.

Quando a jovem se aproximou ela lhe deu outro tapa.

- Au!! Vovó...!

- E isso é por ter me deixado descobrir a informação na rádio, anos depois.

A expressão da mulher suavizou e ela ameaçou abrir um sorriso enquanto estendeu os braços.

- Agora venha aqui dar um abraço na sua avó.

A jovem se aproximou e se afastou rapidamente como se tivesse desconfiada de que levaria outro tapa, que embora fosse fraco, ainda assim estava ardendo.

- Ora, venha logo aqui. Vamos. - a senhora riu finalmente abraçando a neta corretamente - Ótimo. Você estava muito bem naquele programa hoje, estava ótima. Respondeu a tudo perfeitamente.

- Obrigada vovó. Eu não sabia quê viria aqui hoje.

Os país de Alina abraçaram a senhora a cumprimentando.

- Seu pai me convidou para vir.

- Tecnicamente, você sabe que não precisa esperar um convite formal certo? Essa casa está de portas abertas sempre que quiser entrar. - o homem falou ainda de pé com os braços cruzados.

- Ora, eu sei, muito obrigada. - ela sorriu. - E agora eu
quero saber como foi lá? Foi difícil?

- Não, na verdade não como eu achei que fosse. Foi incrivelmente divertido. São muito legais, e David, o entrevistador, ele parecia estar sendo muito cuidadoso com o deveria ou não falar. Foi gentil.

- Oh, é claro que foi querida. - a senhora falou como a voz da experiência e Alina viu ela e Tony trocarem sorrisos cúmplices.

- O que foi isso? - a jovem apertou os olhos.

- Alina, ninguém ousaria deixar uma jovem de quinze anos, filha recém descoberta do homem mais poderoso da nação, desconfortável em uma entrevista. Seria suicídio de imagem.

- Oh! Eu não tinha pensado por esse lado ainda... bom, pelo menos foi fácil. É isso que importa.

- Você se divertiu, estamos felizes com isso. E também atraiu atenção, o que significa que precisa de proteção, mas que também está nas graças das pessoas, isso é bom.

- Fico feliz. - ela concordou - Se vocês dizem que é bom, eu acredito. - riu.

- Ótimo, chega de entrevistas e compromissos por hoje não é? Vamos jantar? - Pepper perguntou e todos concordaram.

A familia se reuniu na sala de estar para o jantar enquanto conversavam sobre diversas outras coisas.

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