Não somos vilões

By BrunaMartins024

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A vida de Hope Laurent parece comum, mas algo em seu passado pode levá-la a ajudar o fantasma da Hidra, Bucky... More

🥀
he intrigues me
I'm not afraid of you
don't look at me like that
Claire's
are u in love young lady?
was just a nightmare
u let me dizzy...
🌹 IMPORTANTE 🌹
black widow
I'm crazy about you
so we have a deal?
🌹 playlist 🌹
Hope & Claire
I'm deeply in love with you
I love you...
Bucky & Stan
u're just an exchange currency
Batroc.
always yours
if u touch her, I'll kill you
🌹When u're smiling - their song🌹
she has a gift
she deserves better
stay.
christmas day 🕯
Romenia
how it was suppose to be
he's gone.
I'm coming.
do u still love me?
I'm sorry
even when I hate you.
he took the wrong path
decisions...
🌹carta aos leitores🌹
thank you, Steve
the visitor
15 minutes
do you belive in destiny?
I don't want start over.
my forever.
making plans
I do.
🌹
Epilogue.
🌹momentos

let me take care of u

699 71 38
By BrunaMartins024

Naquela noite...     

      Outra vez... Bucky se contorcia na sala de estar, Hope acordava, nunca se acostumando a vê-lo tão fragilizado. Ela o acorda, abraça (quando ele não fica assustado e demora a reconhecer ela) e volta a dizer que não passou de um pesadelo.
     
      Daquela vez, Hope demorou a se localizar, ela se lembrava de dormir no ombro de Barnes antes de terminarem Harry Potter, mas agora acordara em sua cama.

       Quando conseguiu se levantar e correr até a sala, não viu Barnes. Ele não estava no chão, nem no sofá, as cobertas jogadas junto com as almofadas, mas nada dele. - como ele desapareceu? estava gritando dois segundos atrás! -  a garota tentava ver algo no escuro, até que ouviu o vaso de planta ranger atrás dela.

        Em um movimento ágil e sobrehumano, o soldado a prendeu na parede, imobilizando seus braços, e perto demais pra que ela sequer movesse a cabeça, e obviamente, não tinha forças pra qualquer golpe de defesa.

         Bucky já havia alertado Hope sobre possíveis ataques de pânico ou perda de memória, então ela logo percebeu que aquele não era o seu Bucky, mas ela definitivamente, não sabia o que fazer, não sabia se defender.

        Ela parou de tentar se soltar, olhou o máximo que conseguiu no fundo dos olhos dele, apesar da única luz vir da lua refletindo na janela. Ele estava suando frio, e apesar de toda a luta interna que estava tendo, seus olhos ainda eram o maior espelho que Hope já encontrará para a alma de alguém.
      
       O homem começou a citar palavras desconexas em russo, foi quando Hope soube que tinha que fazer algo, ou morreria, ou o perderia.

        - Bucky... ei... você se lembra de mim? Hope, sua amiga. - Ele continuava pressionando seus braços - Ei... Lembra quando nos conhecemos?

Ela tentou não transparecer o medo que sentia, tentava segurar as lágrimas que começavam a esquentar seus olhos

    - Eu te encontrei no museu, você não se lembrava quem era, uns caras maus te bateram e.. e eu te sequestrei - Ela soltou uma risada nasal - Eu te salvei , te trouxe pra casa, e você me chamou de maluca por te ajudar... Sabe por que fiz isso Bucky? Sabe por que não tenho medo?

     Ele mudou a expressão fechada, piscou os olhos repetidas vezes e parou de falar aquelas palavras, ele esperou ela continuar

      - Eu não tenho medo de você, por que você tem medo de si próprio mais que qualquer um, e no momento em que descobri isso, eu me agarrei a esse seu coração quebrado... Eu não vou desistir de você James... - Ele apertou mais seus pulsos - Eu estou aqui Bucky...

       Os olhos azuis ficaram perdidos por alguns segundos, sem piscar, o suficiente para acumularem poças de lágrimas. Ele a soltou e cambaleou para trás. Ela suspirou aliviada e uma lágrima caiu.

       O homem esfregou as mãos no rosto e encarou o chão por uns dois minutos, enquanto Hope tentava aliviar o roxo nos pulsos.

       Ela o observa escorregar das costas do sofá até o chão, escondendo o rosto nos joelhos. Ela ainda não ouvira nenhuma palavra, geralmente ele acordava dos pesadelos pedindo desculpas, ou se culpando, ou falando de memórias do passado torturante.

         Foi aí que percebeu, não dava mais, não aguentava mais ve-lo perder suas noites de sono com medo do que sua mente faria, não aguentava  se sentir impotente e frágil, não suportaria um só dia a mais vendo seu amigo passar pelo inferno bem em frente aos seus olhos. Foi naquele segundo, vendo Bucky cair lentamente no chão, prestes a desistir de sua vida que só lhe trazia dor, naquele lapso de tempo, Hope decidiu que tornaria Bucky Barnes sua prioridade, sua missão. Ela o faria se sentir amado.

        Começando agora.

      Ela se ajoelhou na frente dele, cutucou seus joelhos e esperou que ele levantasse a cabeça.
    - James? - apenas soluços - James Bucky Barnes, olha pra mim.
       Sim, ela tentou soar autoritária mas sua voz de choro não a favorecia.
       Ela levantou o rosto dele com as duas mãos, e mesmo assim ele não a olhava nos olhos. Seu rosto molhado pelo suor e lágrimas.

      
     - James, se vamos fazer isso, tem que me contar.  Me contar tudo. 

       Ele finalmente a encarou, sabia exatamente do que ela falava. Sua história, a história do Soldado Invernal.

       Era mais do que justo, afinal ele passou 3 meses dormindo, comendo e tomando banho no seu apartamento. Porém, ele sabia que se fizesse aquilo, ele poderia perde-la de vez, ele teria que ver seus grandes e brilhantes olhos castanhos o olharem com repulsa, medo e desconfiança. 
         Teria que abandonar tudo o que conquistou desde que a conheceu, teria que abandonar Claire e seu trabalho, fugir de Nova Iorque pra algum lugar no fim do mundo.

        Mas de uma coisa ele tinha total certeza, machucar Hope, ou até mata-la, estava fora de questão; ele estava acostumado a ser temido e odiado, poderia conviver com isso, mas cogitar ferir Hope em um ato de egoísmo, isso o condenaria a lugares piores que o inferno.

        Ela esperava uma resposta, ele apenas acenou em confirmação. Era o suficiente.

      - Tem que me deixar cuidar de você sargento...

Hope abriu um sorriso melancólico e sentiu seu coração pegar fogo, como se quisesse entregar o dela em troca da dor de Bucky. Ela queria, mais do que qualquer outra coisa, Hope queria vê-lo feliz.

        Ela sabia que precisava deixá-lo se recuperar primeiro. Então se levantou, arrumou o sofá, abriu as cortinas e viu que o dia estava prestes a nascer, então foi fazer um café. Apesar do sono pertinente, ela sabia que ele não ia dormir, então ela também não iria.
        Queria estar acordada no momento em que ele se levantasse de repente e começasse a contar sua história antes de dar tempo para pensar. Sabia que era o que ele faria.

         Enquanto passava o café, Barnes ainda sentado no chão apoiado às costas do sofá, encarando um ponto qualquer. A jovem o observava, pensando no quanto ele devia estar sofrendo e relacionando isso aos possíveis maiores e piores traumas que poderia ter deixado aquele homem a sua frente tão machucado.

       Alguns minutos depois...

  - Ei, quer café? - Ela perguntou ao parar ao lado dele.

     Não respondeu, invés disso, ele levantou a cabeça, olhou para os olhos dela, procurando qualquer sinal de medo, como se ele quisesse que ela o deixasse de repente, assim poupando Hope da verdade. Mas claro que não foi bem assim.
      Os olhos castanhos e cheios de esperança ainda brilhavam, estavam curiosos, por mais que seu corpo não demonstrasse nenhuma ansiedade.

       Não tem outro jeito - Ele pensou - o melhor jeito de sair disso é contar a verdade e esperar que ela crie juízo
 

        Ela ainda com a xícara de café na mão, ele levanta do chão, limpa o rosto e se dirige ao banheiro. 

        Hope, sem entender, deu um gole no café e esperou ele dizer algo, parada lá, como se esperasse uma palavra dele para tira-la do tranze. 

        Ela ouve seus passos, ele se apoia na porta do quarto, havia trocado de roupa, molhado os cabelos, e a observou, o máximo que pode antes de dizer algo. Aquela poderia ser a última vez.

     Ele diz primeiro:
   - Podemos andar um pouco?

   - Ahã, c-claro. Eu vou me trocar.

Ela passa por ele, calça suas botas e uma jaqueta.
Ele esperava na porta.



Flushing Meadows  -  Corona Park
(lugar onde aconteceu a Feira do Futuro das indústrias Stark em 1943)

   - Foi aqui... - Hope o olhava sem entender o que acontecia - minha última memória boa.

Ele começou a andar até um banco de praça, debaixo de uma cerejeira. Hope o seguiu em seguida, sentando ao seu lado.

   - Steve e eu... Eu me lembro que estava de farda, tinha acabado de ser convocado pra linha de frente, arrastei Steve até aqui, aquela podia ser nossa última noite juntos, agindo como dois garotos normais, cortejando garotas... minha última noite boa. Mas eu achei que iria morrer como herói.

    Hope começava a se localizar, ele não olhava pra ela desde que saíram de casa.

   - Tirando isso, eu só me lembro da minha mãe, das histórias que ela me contava. Às vezes eu tenho lapsos de memória mas nunca sei o que é real ou não. - dá uma pausa - Depois de uns anos, Steve me achou na Hydra, eu lutei ao lado dele e... e em uma missão eu cai de um vagão de trem nos Alpes. Daí em diante, são 70 anos de terror.

   A jovem suspira, ela queria poder dizer algo, mas tinha medo de não ser a coisa certa, de atrapalhar o desabafo de Barnes.

   Ele olha para cima, para a cerejeira, suspira forte, como se precisasse de todo o ar possível.

  
      - Eu acordei em uma sala escura, minha cabeça doía como se alguém tivesse feito um grande buraco nela.  Eu não me lembrava de nada, não tinha um nome, nem sequer um espelho, era só eu e o braço...  Era como se tivessem soldado ele em mim, queimava.

       Hope já estava com os olhos marejados.

     - Depois de alguns dias, começaram os treinamentos. 3 anos, treinamento corpo a corpo, armas, facas, silêncio... Eu não precisava saber de nada, eu era um soldado de brinquedo.

      Ele precisou pegar um ar

     - Durante toda a guerra fria, me torturavam, davam uma missão, eu concluía, e então me congelavam.

    Foi a vez de Hope suspirar, suas lágrimas caíram.

     - 50 missões, guerra da Coréia, Vietnã, assassinatos em potencial, corrupções... Eles chamavam de peões, mas foram vidas Hope... Eu matei muitas pessoas, pessoas que tinham família, independente se eram boas ou não. Eu sou uma arma letal, uma bomba. Se alguém falar aquelas palavras idiotas eu sou capaz de matar qualquer um, eu quase metei o Steve, o que garante que eu não faria o mesmo com você?

   Sua voz falhou na última frase, ele não queria chorar, não queria que ela tivesse pena dele.

     Ele finalmente olhou pra ela
- Eu sou um monstro. Não há esperanças pra alguém assim.

      Como ele podia pensar assim? Tudo o que ele precisava era esperança. É o que se dá a uma vítima nos escombros, esperança de que ela vá sair dali e ver o Sol novamente.

- Oh Bucky... Nunca viu Frankenstein?

- Hope, para. Eu estou tentando te dizer que sou perigoso, que eu posso e em algum momento vou te machucar! Porra não entende isso??

  Ele ficou nervoso. Não por ela, mas por sua total incapacidade de afasta-la. Ele queria, precisava, dela, mas esse sentimento egoísta só iria acabar com mais uma vida inocente.

   - Eu sei que você acha que eu só ouvi a parte triste, mas não. Eu admito que na hora em que eu te joguei naquele táxi quando nos conhecemos, eu agi sem pensar, mas Bucky, eu não me arrependo. E eu entendi, você é uma granada. Mas honestamente? Todos nós somos, todos nós estamos destinados a ter nossos corações partidos, e eu não vou fugir, não vou te deixar sozinho pra que viva preso nesse seu inferno pessoal.

      Caramba, ela estava despedaçada. Imaginou todas atrocidades que Bucky sonhava de noite, mais nada chegou tão próximo à realidade. Ele... ele foi tratado, por décadas, como cobaia, como um brinquedo. Por Deus, ela queria que tivesse um jeito de matar todos os desgraçados que fizeram aquilo.

      Barnes não tinha forças para ficar com raiva, não tinha forças para segurar as próprias lágrimas.

Hope segurou seu rosto, forçando-o a encarar ela.

       - Eu sei que você quer me afastar, que acha que assim vai me salvar. Mas essa é uma escolha minha. Eu te levei até meu apartamento, eu insisti para que ficasse. Eu assumo essa escolha também Bucky, eu teria total consciência dos meus 50% de culpa.

        - Como acha - Ele afastou as mãos dela do seu rosto - como acha que eu ficaria, se eu matasse você? Se tivesse que viver com o seu nome na minha lista de assassinatos? PORRA HOPE! Eu estou tentando salvar sua vida!

Ela riu
       - E eu estou tentando salvar a sua. O que acha de trabalharmos juntos hm?

     Eles haviam saído de casa antes das 7 da manhã, então o parque estava tranquilo. Mas então, cada vez mais pessoas apareciam, e o dia clareou.

      Um silêncio melancólico rodeava os dois, que tinham seus próprios pensamentos, suas próprias causas, seus próprios sacrifícios.

     Depois do que pareceu horas, Hope se levanta e anda até o meio fio, ela pede um táxi e então olha para Bucky.

   - Eu estou te dando todas chances sargento, quando é que vai me dar uma?

Ele olha pra ela, com os lábios presos, as sobrancelhas preocupadas e os olhos mais azuis que o céu.

     Nada que Hope dissesse o faria se sentir menos culpado, menos responsável. Mas o que ela disse serviu para mostrar que ela o queria também. Ela podia ser cabeça dura, teimosa e não se importar com o perigo eminente que vivia sob seu teto, mas ela o queria.

     O táxi chegou
Ela entrou e deixou a porta aberta, fingindo que não implorava, em sua mente, para que ele entrasse.

      Por ela, eu consigo me segurar pelo bem dela. Eu preciso - Ele pensou

   E novamente, entrou no táxi.


_______________________________

Olá!!

Como estão depois desse tiro hm?
Aparentemente todos os meus capítulos são surpresa né...

Bucky se abriu e agora Hope finalmente sabe quem ele foi, e o que o assombra. Meu coração ficou em pedaços escrevendo isso.

Mas não se preocupem, pra quem acha que está muito monótono... O próximo capítulo vai ser bem intenso.

Não desistam de mim 🙈🙈🙈

Com amor;
Bruna

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