Deus também estava lá.

By jar140128

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Claudia é uma jovem traumatizada, protegida pelos pais, e descrente. Ela decide morar sozinha e trabalhar, e... More

Prólogo - Se os teus olhos forem bons, você terá luz.
01 - O Senhor é o meu refúgio.
02 - Eu o instruirei e o ensinarei no caminho.
03 - O coração angustiado oprime o espírito.
04 - Não estejais inquietos.
05 - Orai uns pelos outros, para que sareis.
06 - Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe.
07 - Levai as cargas uns dos outros.
08 - Tu pusestes sobre mim a tua mão.
09 - Ele é o Senhor que nos livra da morte.
10 - Os justos clamam, e o Senhor os ouve.
11 - Lance sobre Ele toda a sua ansiedade.
12 - Eu sararei a sua infidelidade, voluntariamente os amarei.
13 - Tornaste o meu pranto em folguedo.
14 - Senhor, Tu me sondaste, e me conheces.
15 - Deus não nos deu o espírito de temor.
16 - Dá força ao cansado, e multiplica as forças.
17 - Os beijos do inimigo são enganosos.
18 - Lança o teu cuidado sobre o Senhor, e Ele te susterá.
19 - E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração.
20 - O próprio Senhor irá à sua frente e estará com você.
21 - Vinde a mim todos os cansados.
22 - Deus faz que o solitário viva em família.
23 - Bem aventurados os pacificadores.
24 - O homem afia o rosto do seu amigo.
25 - Deus é a fortaleza do meu coração.
26 - Dá-nos auxílio na angústia.
27 - Amai-vos cordialmente uns aos outros.
28 - O que confia no seu próprio coração é insensato.
29 - Deixai a mentira e falai a verdade ao seu próximo.
30 - Os que aconselham a paz têm alegria.
31 - Escolham a vida para que vocês e seus filhos vivam.
32 - A alegria vem pela manhã.
33 - Esforçamo-nos em promover tudo quanto conduz à paz.
34 - Não abandone o seu amigo.
35 - Cada um cuide, não somente dos seus interesses.
36 - Se confessarmos os nossos pecados, Ele é Fiel e Justo.
37 - Todos tropeçamos em muitas coisas.
38 - Cura-me Senhor, e eu sararei.
39 - O Senhor sonda os corações.
40 - Deus livrou-me de todos os meus temores.
41 - Posso todas as coisas nAquele que me fortalece.
43 - O Senhor está comigo, não temerei.
44 - Tudo que o homem semear, isso também colherá.
45 - Em tudo dai graças.
46 - A fé é a prova das coisas que não se vê.
47 - E terás confiança, porque haverá esperança.
48 - Tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus.
49 - Buscai primeiro o reino de Deus.
50 - O amigo ama em todos os momentos.
51 - Ele cura todas as doenças.
52 - Quando você andar através do fogo, não se queimará.
53 - Lance sobre Ele toda a sua ansiedade.
54 - O Deus da esperança os enche de alegria.
55 - Deus deu Seu Filho para que tenhas a vida eterna.
56 - O amor não busca os seus próprios interesses.
57 - Tornaste o meu pranto em regozijo.
58 - Esforçai-vos e Ele fortalecerá o vosso coração.
59 - Senhor dá-me um coração puro.
60 - Sede sóbrios; vigiai.
61- Creia e será salvo tu e a tua casa.
62 - Não nos cansemos de fazer o bem.
63 - O Senhor teu Deus é o que vai contigo.
64 - Nada fica oculto aos olhos de Deus.
65 - O que perdoa a transgressão busca a amizade.
66 - Eis que faço uma coisa nova.
67 - Deus é maior que a nossa consciência.
68 - Sejam bondosos e compassivos.
69 - A boca fala o que há no coração.
70 - No amor não há medo.
71 - Melhor é o seu amor do que o vinho.
72 - Descansa no Senhor e espera nEle.
73 - Entreguem-Lhe todas as suas ansiedades.
74 - Feliz é aquele que tem sua transgressão perdoada.
75 - Esforçai-vos e não desfaleçam as vossas mãos.
76 - Como perfume derrado é o teu nome.
77 - O amor deve ser sincero.
78 - O homem que encontra uma esposa encontra um bem precioso.
79 - Eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito.
Epílogo - Não fui Eu que ordenei a você? Seja forte e corajoso!

42 - Ensina-me fazer a tua vontade.

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By jar140128

Michael tinha a intenção de ver Claudia no intervalo, mas não foi possível. Victória mandou uma mensagem para ele e Artur, ela queria falar com os dois na sala dela. Ambos acharam estranho, eles iriam ao Fernando à noite, o que poderia ser tão urgente que não poderia esperar?

Foram juntos para a sala da amiga. Ambos se encararam aflitos, ela estava pálida e com olheiras. Com um sorriso triste ela puxou os dois para um abraço e começou a chorar, a última vez que isso acontecera foi a muito tempo antes de ela e Eduardo se acertarem. Os dois a abraçaram em silêncio até que ela se acalmou e sentou, eles puxaram uma cadeira e sentaram de frente pra ela.

- Estamos ouvindo! - Disseram juntos carinhosamente.

Ela pegou um envelope, na mesa atrás e entregou para eles, Michael nervoso abriu o envelope, e os dois amigos se olharam sorrindo, não conseguiam entender nada daquilo, mas sabiam que era uma ultrassonografia, e que era de um bebê.

- Você está gravida? - Perguntaram juntos sorrindo, ficando sérios diante do olhar alarmado dela.

- Vocês lembram de três anos atrás? - Perguntou com as lágrimas descendo em seu rosto, os dois entreolharam-se, olharam para a ultrassonografia em suas mãos, e fitaram a amiga, compreendendo a sua dor e a sua alegria.

- Sim. E eu me recordo de você nos dizendo que acreditava em milagres, então qual é o problema? - Perguntou Artur tenso.

- Ele tem razão Vick. Você fez um propósito com Deus, e se Ele está te dando um filho agora, é porque a Sarah está bem para aceitar isso. - Ela fungou.

- Vocês têm visto ela? Essa semana, ela não veio trabalhar, não participou de nada familiar, e sempre que eu ligo ela está ocupada demais. - Comentou preocupada.

- Mais um motivo, para você lavar esse rosto e ir para casa, se produzir toda e confronta-la em meio as pizzas! - Disse Artur sorrindo.

- Artur isso é sério! - Retrucou ela.

- Eu sei! Mas não é certo você sofrer por uma coisa tão linda quanto um filho, você já se sacrificou o bastante pela sua melhor amiga, e eu tenho certeza que ela vai entender. - Disse sério.

- Vamos! - Disse Michael se levantando. - Deus não faz nada pela metade, eu tenho certeza, que hoje nós choraremos naquela mesa, mas será de alegria.

Artur também levantou, e Victória ficou sentada olhando de um para o outro, então sorriu.

- Vocês têm razão, desde quando que eu sou um 'bule'? Se Deus está me dando este filho agora, Ele tem os motivos dEle, e quem melhor que Ele para saber o que está acontecendo com a Sarah? - Ela levantou, beijou o rosto dos dois. - Vamos, que hoje eu vou comer pizza por dois. - Disse sorrindo, pegou a bolsa.

Os três encontraram Claudia na saída do prédio.

- Oi. - Cumprimentou ela tímida.

- Oi. - Responderam os três sorrindo.

Seguiram para o estacionamento conversando sobre o dia, o carro de Victória e Artur estavam lado a lado, os outros dois estavam distraídos e não viram os olhares dos amigos, e com um meio sorriso Victória piscou para Artur que sorriu piscando também.

- Vai fazer o que hoje a noite Claudia? - Perguntou Victória, parando na frente do seu carro, Michael respirou fundo olhando Claudia nos olhos, ela sustentou o olhar.

- Vou jantar com o meu pai. Por quê? - Perguntou virando-se para Victória.

- Queria te convidar para comer uma pizza com a gente. - Lamentou ela. - Quem sabe na próxima?

- É, quem sabe na próxima! - Claudia também lamentou, se não fosse esse assunto tão sério e grave que o pai queria tanto discutir com ela, ela teria cancelado o jantar com ele.

Artur e Victória entreolharam-se, entraram em seus carros acenando, e eles seguiram para os deles.

- Obrigado, pelo carinho com a minha filha. - Começou ele, sem se dá conta que diminuira o passo.

- Ela foi muito fofa em me fazer um buquê. - Ela sorriu ao lembrar da insistência da menina, em dizer que quem fizera o buquê havia sido o jardineiro. - E lamento pelo que houve com a dona Caroline.

- Dona Caroline? - Perguntou gargalhando.

- Sim, ela exigiu que eu a chame assim.

- Você voltou a vê-la? - Perguntou aflito parando, e pegando no braço dela fez-a parar também.

- Sim. Ela e o marido me procuraram hoje à tarde. - Ele ficou aliviado, constrangido soltou o braço dela. - Ela só está preocupada que eu trate a sua filha em deferência à dela.

- Tolice! Você jamais faria isso. - Afirmou

- E nem você aceitaria. - Afirmou também, os dois se olharam e sorriram.

- Gostaria que você fosse com a gente. - Sussurrou e sua voz saiu mais grave do que gostaria.

- Eu também gostaria. - Sussurrou e ficou corada, ao ouvir a própria voz rouca, abaixou a cabeça constrangida.

Chegaram em seus carros, estes estavam em lados opostos, e eles precisavam passar um pelo outro, e como se estivessem em uma coreografia ambos viraram ao mesmo tempo ficando de frente um para o outro, estavam tão próximos que podiam sentir a respiração um do outro, e encarando-se eles se afastaram tocando seus braços, e sem desviar os olhos, estando lado a lado, suas mãos entrelaçaram-se quem pegou na mão de quem primeiro, eles não faziam ideia.

Ambos fecharam os olhos, sentindo a eletricidade que percorria os corpos de ambos, a sensação de familiaridade que nenhum dos dois jamais sentira, o desejo de ter mais, e quando abriram os olhos os dois respiravam com dificuldade, e se perderam em seus olhares, e suas mãos continuavam entrelaçadas.

Ele aproximou o rosto do dela, quase tocando sua boca na dela; ela fechou os olhos, e sorrindo ele também fechou os olhos, quando ouviu a voz do pastor. - "Ou você mudar a sua direção por ela". Ele engoliu seco, a tristeza o atingindo como um trator.

- "Não quero me desviar dos Seus caminhos, me mostre a Sua Vontade para a minha vida". - Pensou desolado. Ela abriu os olhos, e a dor que havia neles, fez seu coração quebrar, e quando os olhos dela encheram d'água, ele não pensou, puxou-a para os seus braços, e a abraçou.

Ele aproximou o rosto do dela, e ela esperou o pânico, o desespero tomar conta dela, mas nada disso aconteceu, ela sentiu o calor da boca dele na sua e fechou os olhos, então a voz de Marcelo invadiu a sua mente. - "O homem que Deus está preparando para você, não vai se importar com nada do que te aconteceu".

- "Claro que vai se importar". - Disse a si mesma, com o coração dilacerado. Ela abriu os olhos devagar, e ele estava olhando para ela, e seus olhos já não eram os mesmos, a tristeza que haviam neles fez seus olhos encherem d'água sem que ela tivesse controle, ele a puxou para os seus braços, e ela se aninhou em seu peito, apertando-o pela cintura.

- O que está acontecendo aqui? - Perguntou uma voz desconhecida.

Ambos se afastaram, e constrangidos fitaram o homem à frente deles desconhecido para ambos. Michael passou o braço no pescoço de Claudia franzindo o cenho.

- Não está acontecendo nada. Quem é o senhor? E o que está fazendo aqui?

- Estou no lugar do seu José o porteiro que está doente. - Respondeu displicentemente, deixando Michael mais desconfiado.

- Então pode voltar para o seu posto, que nós já estamos saindo. - O homem saiu sorrindo.

Claudia sentiu um calafrio estranho quando o homem sorriu para ela ao sair. Michael virou-a de frente para ele ainda olhando para o homem em questão, arqueando a sobrancelha ele olhou pra ela e a tristeza em seu olhar havia passado, ele pegou seu rosto com ambas as mãos e beijou sua testa delicadamente, ele se apoximou do ouvido dela e sussurrou.

- Até amanhã querida! - Ele saiu sorrindo, e sorrindo ela virou pra ele acenando.

Ambos entraram em seus carros, Michael esperou que ela saísse, mas ela fez sinal para que ele saísse, e com um aceno de cabeça, ele deu a partida, ao sair pela guarita ele olhou pelo retrovisor, e ela vinha logo atrás dele. E com um sorriso de orelha a orelha, começou a cantar e foi para casa.

🤰🤰🤰

Naquela noite, o clima estava um pouco tenso até Sarah e Everaldo chegarem, ela estava linda e radiante, ele por sua vez estava preocupado com alguma coisa, mas o foco claro, foi a alegria de Sarah.

- Desculpem-nos pelo atraso. - Disse Sarah sorridente, cumprimentos e abraços, e a tensão dissipou.

- "Só espero que não volte". - Pensou Michael com um aperto no peito, desde que saira de casa que estava sentindo aquela aflição incômoda, mas acreditava que fosse preocupação com as amigas.

- "Espero que elas se entendam logo". - Pensou triste.

- Boa noite! - Cumprimentou a garçonete.

- Raquel! - Disseram todos juntos.

- Odeio quando vocês fazem isso! E sim, meio irmão precisou sair e me pediu para atender vocês até ele chegar, só espero que não demore. - Resmungou mal-humorada. - Com licença. - Deixou o cardápio e saiu, Artur ficou olhando-a se afastar.

- Espero que dessa vez, você não a deixe escapar porque não consegue falar sobre os próprios sentimentos! - Disse Victória jogando o lenço de papel nele.

- Não sei do que você está falando, ela que se afastou de mim, e todas as vezes que eu tentei uma aproximação ela ficava mais brava comigo. - Retrucou tenso.

- Sim. Mas essa semana meio que vocês se conectaram novamente. Só seja sincero com ela. - Pediu Victória.

- Por falar em sinceridade. - Começou Sarah, pegando na mão do esposo. - Eu tenho uma confissão para fazer. - Todos focaram a atenção nela, e ela focou em Victória que engoliu seco. - Eu sei do seu propósito com Deus.

- Como? - Perguntou confusa.

- Naquela noite há três anos, eu esqueci minha carteira. - Lembrou Everaldo.

- Sim! E eu te liguei dizendo que estava levando para casa, você disse que buscaria ainda naquela noite, mas depois ligou dizendo que pegava na empresa no dia seguinte. O que isso tem haver? - Perguntou Eduardo.

- Tem haver que eu fui na sua casa, a dona Maria estava saindo e eu entrei, vocês estavam distraídos e não me viram.

A compreensão daquelas palavras atingiram a todos os presentes; Michael suspirou encostando na cadeira e olhando para o teto, Artur resmungou e saiu pisando duro, Eduardo encarava o irmão e Victória enfrentava a melhor amiga.

- Eu fiquei confuso, eu queria dizer a vocês para não fazerem nada daquilo, mas eu escolhi falar com a minha amada primeiro. - Disse Everaldo.

- E perdoem-me por ser tão má e egoísta e ter escolhido fingir que não sabia de nada. - Disse Sarah, as lágrimas molhando o seu rosto.

Michael levantou e foi atrás de Artur, não era um mau amigo, mas ainda hoje confortara a amiga, por estar infeliz porque achava que iria deixar a amiga triste, encontrou-o na cozinha com a Raquel, no cantinho do descanso.

- Não sei se o Fernando vai gostar de te vê escondido com a irmã dele. - Disse sentando na frente do amigo. Este cantinho consistia em dois bancos duros que não tinham mais pra onde serem mais duros de frente um para o outro.

- Ainda é possível pegar a tensão que reina na mesa? - Perguntou Artur sarcástico.

- Se ela está palpável eu não sei, mas sufocante, com certeza! - Comentou triste, colocou a mão no peito, aquele aperto que não passava.

- Bem, vocês dois ficam aí que eu vou ver os amigos de vocês, antes que meu irmão chegue e queira a minha cabeça. Se bem que, como é mesmo que eu vou fazer? Vou ficar daqui pra lá? - Perguntou cruzando os braços furiosa.

- Não! Eles precisam se entender, senta aí, e deixa que com o Fernando nos entendemos. - Disse Michael.

- Acho bom que eles se entendam mesmo, não quero ter que tomar partido nessa história. - Resmungou Artur pegando na mão de Raquel, e puxando-a levemente para o seu lado. Michael sorriu e levantou.

- Eu vou lá levar um pouco d'agua, se comportem, aqui é um ambiente de trabalho e familiar. - Raquel ficou corada e soltou a mão de Artur que sacudiu a cabeça sorrindo.

- Eu vou arrumar a bandeja para você. - Prontificou Raquel ficando de pé em um pulo.

- Acha que deveríamos ficar lá com eles? - Perguntou Artur confuso.

- Não sei! Mas não quero estar lá agora, prefiro que eles se entendam primeiro, não quero correr o risco de falar alguma coisa que complica tudo. - Ponderou sensato.

- Por isso que eu saí de lá, o assunto ainda nem havia sido abordado, e eu já estava com vontade de jogar merda no ventilador. - Disse nervoso, Michael sorriu.

- Eu imaginei! Que bom que a Raquel está aqui. - Comentou ficando sério.

- Aqui. - Disse Raquel entregando-lhe uma bandeja, ele pegou e foi até os outros.

Ele pôs a bandeja na mesa em silêncio, as duas amigas choravam, e seu coração doeu.

- "Senhor, nada disso é por acaso, as duas são mulheres temente a Ti, e o Senhor jamais abandonaria nenhuma delas, cuide delas, para que tudo seja resolvido logo, para a Honra e a Glória do Teu nome". - Pensou enquanto servia água para eles.

- Mike, por que vocês sairam da mesa? - Perguntou Eduardo.

- Queríamos deixar vocês sozinhos, para se entenderem. - Respondeu tímido, os dois irmãos se olharam, e olharam para as esposas, que conversavam entre si, sem ver mais nada ao redor.

- Vou com você. - Disseram os dois juntos levantando.

Tempos depois estavam os quatro, em silêncio depois de contarem toda a história para a Raquel.

- E vocês, com exceção do Everaldo é claro, estão chateados porque a Sarah optou por guardar um segredo que todos vocês haviam decido guardar? - Eles entreolharam-se confusos.

- Acho que sim! - Disse Eduardo constrangido.

- Hipocrisia! Se vocês podem esconder as coisas dela, por que ela não pode esconder de vocês? - Perguntou sacudindo a cabeça. - O que a Vick fez foi lindo, mas ela poderia ter conversado com a amiga, e não simplesmente impor a vontade dela ao esposo; a Sarah conhece a Vick a uma vida, com certeza ela não ficou surpresa com a atitude dela, mas ela poderia também ter conversado com a amiga sobre isso, e não feito o esposo concordar com ela; se bem que o Edu poderia ter feito a esposa mudar de ideia, assim como o Everaldo poderia ter dito logo o que ouvira, ou depois de conversar com a esposa, tê-la convencido a dizer a verdade. E vocês dois, poderiam ter deixado bem claro, que assim como eram amigos do casal 'V.E', era amigos do casal 'S.E', e não concordarem com o segredo.

- Está dizendo que todos nós somos culpados, por tudo isso? - Perguntou Artur estupefato.

- Artur meu querido, todo mundo é culpado, assim como todo mundo se julga inocente. Cada um sabe o porquê que faz ou deixa de fazer as coisas, então, não fique julgando os outros, pensem no que vocês já fizeram, e no que vocês fariam se estivessem no lugar da outra pessoa. - Michael olhava-a de boca aberta.

- Não me olhe com essa cara, foi você quem me fez pensar assim. - Disse constrangida. - Com licença, eu vou vê como elas estão. - E saiu deixando-os com seus pensamentos.

- A Sarah/A Vick está grávida. - Disseram os irmãos juntos, arregalando os olhos ao perceberem o que ambos haviam dito, Michael e Artur gritaram, se abraçando e abraçaram os amigos felizes por eles, e ainda estavam nessa onda de abraços e gritinhos de felicidades quando Raquel voltou, e disse que as duas estavam esperando por eles.

- Todos! Elas disseram nada de vocês dois, - apontou para Michael e Artur, - ficarem aqui cozinhando na cozinha. - Disse Raquel rindo, empurrando-os porta afora.

Depois de muito abraço, choros e pedidos de perdão, finalmente comeram a pizza, a noite estava perfeita, Michael até esqueceu a angústia que o incomodara mais cedo.

- Ali não é o Patrick? - Perguntou Everaldo apontando para um homem e duas mulheres. Patrick os viu e acenou, Everaldo os chamou.

- Boa noite! - Cumprimentou Patrick, ele estava com Valéria e Ashley, eles estavam com um aspecto cansado.

- Tudo bem Patrick? Vocês me parecem cansados! - Exclamou Everaldo.

- E com fome! - Disse Ashley, apertando as têmporas.

- Juntem-se a nós. - Sugeriu Eduardo chamando um garçom que juntou outra mesa.

- O que aconteceu? - Perguntou Michael preocupado. - Não vi você o dia todo, e você não respondeu nenhuma das minhas mensagens.

- Val? Você saiu de casa correndo, e disse que me dizia depois. Acho que agora é depois. - Disse Artur irônico.

Os três entreolharam-se visivelmente preocupados.

- O Giuseppe sabe que estamos na cola dele. - Disse Ashley sem rodeios.

- Mas como? Ele não está fora da cidade? O Gui está todo feliz por isso! - Exclamou Artur.

- Ele está na cidade. Estava escondido em uma casa em Taquaralto, mas ele fugiu antes que chegássemos lá. - Respondeu Valéria cansada.

- Vocês o encontraram, podem encontrar de novo. - Disse Victória.

- Não é tão simples, só o encontramos porque um policial desconfiou do colega, e começou a segui-lo, foi assim que descobrimos o esconderijo. - Respondeu Valéria.

- Usa o policial novamente, para descobrir o paradeiro dele. - Sugeriu Michael.

- O policial está morto. - Disse Ashley.

- Morto? - Perguntou Victória surpresa.

- E o policial que o seguiu? - Perguntou Eduardo.

- Vivo! - Exclamou Ashley indignada. - Vaso ruim não quebra, mas também não sabe de nada.

- Que história mal contada. Quem matou o policial? - Perguntou Artur.

- Não sabemos. Mais eu também acho que nesse angu tem caroço. - Disse Ashley.

- Alguém pode, por favor, me explicar o que está acontecendo, e quem é Giuseppe? - Perguntou Everaldo confuso. O jantar dos agentes chegou.

- Vocês podem explicar para o Everaldo e a Sarah, enquanto comemos? - Perguntou Patrick.

Victória contou toda situação para os dois, Michael não prestava atenção, estava preocupado, a angústia e a aflição voltara a incomoda-lo. Mandou uma mensagem para Claudia, mas ela não respondeu.

- Vocês deveriam ter acionado o conselho da escola, pedofilia é um crime hediondo! Como vocês esconderam uma coisa dessas? - Perguntou Everaldo furioso.

- Não sei quem é você, mas acredite-me, não haveria nada que o conselho da escola pudesse fazer para ajudar, a não ser a criança em questão, e mesmo assim não sei se a escola tem condições de ajudar crianças que sofrem esse tipo de abuso. - Disse Ashley com desdém. Everaldo abriu a boca para responder, mas o telefone de Patrick tocou.

- Número desconhecido. - Sussurrou, mas no silêncio da mesa todos ouviram.

- Atenda e ponha no viva-voz. - Disseram as duas agentes, ele deu de ombros e fez como elas disseram.

- Hello! (Alô)

- Dude do you speak portuguese? (Cara você fala português?) - Perguntou uma voz com sotaque, bem irritada.

- Sim. Eu falo, quem está falando? - Perguntou suavemente, na mesa todos olhavam para o aparelho, como se fosse sair alguém de lá.

- Você é o agente do FBI Patrick, confere? - Perguntou mais calmo, ainda assim irritado.

- Sim sou eu, agora ou você me fala quem é você, ou eu desligo. - Retrucou impaciente.

- Eu sou Zigger, e estou te ligando a pedido da Claudia, o Giuseppe está com ela. - Todos ficaram pálidos, mas não emitiram um único som.

- Que brincadeira de mau gosto é essa? - Ashley assumiu.

- Pelo sotaque, você deve ser a agente Ashley. - Disse com um sorriso na voz.

- Ah, parem com isso vocês dois. - Outra voz se fez ouvir, uma voz feminina. - Patrick nos conhecemos ontem, sou a Carla irmã da Claudia, o Zigger é meu cliente, e ele investe em tecnologia, e nós o convencemos, a colocar uma escuta e um localizador nela.

- Nós também... - Começou Ashley pegando o computador.

- Eu sei. - Zigger a interrompeu. - O localizador de vocês já foi comprometido.

Enquanto ele falava Ashley ficou mais pálida do que já estava, e mostrou alguma coisa para os colegas no computador.

- E então, estou te passando o endereço de onde estamos, mas eu quero apenas vocês três aqui, como vocês vão se resolver com os outros agentes colegas de vocês eu não faço ideia.

Michael ouvia tudo aquilo, como se fosse um sonho, as vozes não eram reais, as palavras eram fantasmagóricas.

- Não têm como assumirmos essa situação sem passar para os outros. - Dizia Ashley, pelo menos ele pensou que era isso o que ela falava, não poderia confiar em seus próprios ouvidos. Pigarreou e forçou a voz sair.

- Nós vamos ao endereço que ele te mandou. - Disse Michael firme, surpreendentemente sua voz não estava tremendo.

- Vocês não... - Começou Valéria.

- Ah, nós vamos sim! - Disse Artur.

- A Vick e a Sarah vão pra casa. - Disse Eduardo.

- Mas... - Começou as duas.

- O Edu tem razão, vocês estão grávidas, manteremos vocês informadas. - Concordou Everaldo, pedindo a conta.

- Está tudo bem? - Perguntou Raquel preocupada.

- Não Raquel, não está tudo bem. Vocês podem ir nós pagamos a conta. - Disse Victória nervosa.

Patrick dirigia o carro de Eduardo igual a um louco, dos amigos três estavam com ele, e Artur estava no carro dele com as agentes. Michael não parava de repetir: "Deus cuida dela, Deus não deixa nada de mal acontecer com ela, em nome de Jesus Cristo proteja-a". Fechou os olhos, e a imagem de uma garota jogada na rua veio em sua mente, e o rosto dessa garota era o de Claudia, abriu os olhos assustado.

Continua...

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