Alina Stark

By _llondongirl

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#EM CORREÇÃO Quatorze anos, essa era a idade dela. Quatorze anos, esse foi o tempo que ele passou sem saber... More

Pilot
Estagiária
Agulhas
Flasbacks, Confusões e Festas de Aniversário
Um Segredo Revelado
Conselhos e Aviões
O Início de um Fim de Semana Agitado
Como Dar um Fora em Alguém
Noite de Festas, Danças e Diversão
Segredos e Histórias Passadas
O Mundo de Cabeça pra Baixo
Tempestade
Uma Nova Casa
Adaptação
Momentos
Brinde
Repercussão
Coisas que Acreditamos
Preparativos
Sentimentos Reciprocos
O Baile
A Realeza Moderna
Festa a Fantasia
Conflitos e Magoas
Momentos Divertidos
Programa de Talentos
Upgrade Social
Cartas Para Alguém Que Está Longe
Segredos Trocados, Poetas Amados
Um Dia de Reencontros
A Luz da Lua
Ciúme Paterno
Conhecidos Desaparecidos
No One, But You
Um Tempo de Paz
Fim de Semana na Fazenda
Retorno

Adrenalina

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By _llondongirl

Faziam dois meses que Cooper havia ido embora. Alina sentia saudades, mas ver Clint e Hill com frequência fazia com que ela sentisse uma certa paz, como uma certeza de que ele estava bem, mesmo que nenhum dos dois falasse nada com ela.

As revistas não pararam de publicar matérias sobre ela, o que a decepcionou um pouco, porque uma pequena parte sua achava que alguma hora eles esqueceriam o assunto da "filha perdida". Essa parte dela provavelmente se esqueceu de que ser uma Stark, perdida ou não, era motivo suficiente para se terem pessoas falando de você o tempo todo.

Mas Alina estava aprendendo a lidar bem com isso, e sua forma de se distrair era fazendo novas atividades. Ela havia realmente começado a aprender luta com Natasha, e embora a ruiva não se esforçasse fisicamente por conta da gravidez, ela passava horas na sala de treinamento dando instruções para a garota que estava começando a se sair bem.

Uma outra coisa que ela também havia começado a aprender com a ruiva, era a bela linguagem russa. Aquilo não havia sido totalmente proposital. Convivendo com Natasha, Alina percebeu que ela falava muito em sua língua materna quando conversava consigo mesmo. A jovem acabou prestando atenção e absorvendo algumas coisas, e quando conseguiu compreender e responder uma das frases de Nat, a espiã ficou impressionada e se ofereceu para ensina-la um pouco, o que ela prontamente aceitou.

Embora não quisesse deixar os amigos, Alina também havia saido do Midtown, assim como disse que faria. Ela não podia nem ir a sorveteria mais sem ter câmeras apontadas pro seu rosto, quem dirá a escola. Agora ela estudava em casa, monitorada pelos pais e por instrutores muito bem preparados que Tony havia escolhido a dedo. Ela também gostava de aprender com o próprio pai, ou com o doutor Banner quando passava algum tempo com ele e com Tony nos laboratórios.

E por falar em pais, sua relação com Pepper era cada dia melhor. A loira era tão naturalmente uma mãe que Alina tinha dificuldade em se lembrar que não era sua filha biológica, e ela também não fazia muito esforço em pensar nisso. Pepper era sua mãe agora e seria para sempre.

Morgan era a única que havia vindo tendo problemas ultimamente. Não se sabia exatamente o que estava acontecendo com ela, mas a garota estava mais agarrada a Alina e mais distante das outras pessoas do que o normal. Todos achavam que fosse coisa da idade, mas Alina sentia que alguma coisa estava acontecendo, embora a garota não quisesse contar nada para ela.

Alina havia voltado a empresa para trabalhar, mas dessa vez as coisas eram diferentes, embora ela não tivesse muita curiosidade em saber o porquê. Só sabia que agora, por ser da família ela imaginou, Pepper e Tony não costumavam conversar coisas em particular, e a loira pedia a opinião dela sobre muitas coisas, inclusive em áreas mais altas e difíceis. Ela não achava nem um pouco ruim, pelo contrário, se interessava por aquilo.

Para seu alívio, ninguém havia descoberto sobre o que aconteceu entre ela e Cooper em seu aniversário. Aparentemente, mandar Jarvis guardar segredo havia funcionado. Seu pai não havia se importado por ter batido em alguém que claramente mereceu, mas ela duvidava que ele seria tão calmo descobrindo que Cooper havia beijado ela.

Embora se sentisse insegura em relação a Tony com esse assunto, Alina sentia vontade de conversar com a mãe sobre isso. Ela sentia falta de Cooper e queria falar, mas tinha uma certa vergonha de abordar o assunto. Morgan poderia ser sua irmã amada, mas era definitivamente muito criança.

Ela pensou em falar com Natasha, mas pra sua surpresa, assim que tentou abrir a boca, as palavras que ouviu foram: "Se concentre!"

Okay, não era completamente uma surpresa, elas estavam no meio do treinamento nesse exato momento, e Alina havia acabado de atingir dois alvos sem prestar atenção enquanto pensava sobre a sua vida nos últimos meses.

- Okay, encerrar simulação. - ela escutou a ruiva ordenar.

- Mas ainda não terminamos. - protestou.

- E nem vamos se continuar distraída assim.

- Eu não estava me machucando.

- Não estava, tem razão. Mas não posso dizer o mesmo dos simuladores. - suspirou - As vezes conversar é melhor do que só tentar se distrair. - a ruiva disse em tom aconselhável enquanto se sentava ao lado dela no chão - Quer me contar o que está acontecendo?

- Não está acontecendo nada.

- Porque eu sinto sinceridade nas suas palavras? - ela arqueou uma sombracelha, em confusão.

- Por que o seu infalível detector de mentiras está certo. Eu estou falando a verdade, não está acontecendo nada, e esse é o problema.

- O que exatamente?

- Estou preocupada, queria ter notícias de Cooper, eu sei que não posso, mas gostaria de ter.

- Hum, então tudo isso é por Copper?

- Não tudo. Também tem a coletiva, na semana que vem. Eu queria saber me preparar, mas simplesmente, mais uma vez, não posso fazer nada.

- Você nasceu, e seu pai era o Tony, isso já foi suficiente pro jornal querer falar com você.

- É, resumindo, não tem nada que eu possa fazer. - se jogou pra trás deitando no chão.

- É claro que tem. Se prepare pro que vai dizer.

- Já fiz isso, vão só me fazer algumas perguntas.

- É a TV Alina, nunca são só algumas perguntas.

- Talvez tenha razão.

- Eu sempre tenho.

- Такой скромный. ( Tão humilde ). - Alina disse em sua lingua natal, brincando.

- Não me provoque. - Natasha riu - Sua pronúncia está ficando muito boa. - elogiou.

- Obrigada.

- Você tem facilidade pra isso. Tem alguma outra língua que pensa em aprender?

- Eu não sei, latim talvez. - sugeriu.

- Eu posso te ensinar.

- Você fala mesmo latim? - ficou surpresa.

- Claro que sim.

- Você acabou de responder como se eu tivesse te perguntado se sabe fazer arroz. - Alina disse rindo.

- Aí a resposta seria não.

- Sabe falar latim mas não sabe fazer arroz?

- Hum. - a ruiva deu ombros. - Cada um com seus dons.

Alina riu em negação antes de se levantar. Assim que pegou sua mochila no canto da sala, a garota deu de cara com um arco que era usado para treinamento. Ela sorriu.

- Devia falar com Pepper. - ela escutou Natasha dizer e se virou para ela saindo de seus pensamentos.

- Oi?

- Não vai ser ruim, acredite em mim. Você tem 15 anos e ela é sua mãe agora, não vai surtar por você ter beijado alguém.

- O que? Como você...? - ela travou um pouco nas palavras e sua boca se abriu algumas vezes.

- Eu sempre sei. - ela piscou para Alina - Além do mais, sério? Barraca do Beijo? Estou surpresa que ninguém mais tenha visto. - ela torceu os lábios como se Alina tivesse feito algo meio estupido. - Olha, ser jovem e estar apaixonada é normal. O que não é normal é que seu namorado quase adolescente saia em missão secreta. Mas também é normal sentir saudades, conversa com a Pepper, vai te fazer bem.

- Okay, você tem razão. - sorriu - Obrigada.

Alina e Natasha pegaram o elevador, a garota foi direto tomar um banho, e Natasha foi para o quarto, com o mesmo objetivo.

Assim que terminou, Alina foi para o escritório onde Pepper estava. A loira estava atrás de uma mesa, com os cabelos presos em um coque e os óculos afastados.

- Você deveria estar fazendo algo divertido sabia? Hoje é sábado. - Alina disse para a mãe.

- Oi, já terminou o treinamento. - Pepper prestou atenção, percebendo a presença dela ali e fechando o computador - Eu não estava exatamente trabalhando, só estudando algumas coisas.

- Okay, senhorita empresária. Será que eu poderia pedir licença a CEO para dar espaço à minha mãe um pouco, prometo que é rápido, eu precisava dela um pouquinho. - Alina disse brincando, e Pepper riu, entendendo que ela queria conversar sobre algo.

- O que aconteceu querida?

- Pois então... - Alina se sentou na cadeira fazendo ela rodar até estar ao lado da loira. Seu coração batia um pouquinho forte. - A verdade, é que... eu gostaria de te contar uma coisa.

- E eu deveria ficar preocupada? - a mulher cruzou os braços e arqueou uma das sombracelhas.

- Não... eu acho que não. - Alina apertou os lábios sem muita certeza, criando coragem - Cooper me beijou. - ela falou bem rápido, mas pela mudança de expressão no rosto de Pepper, percebeu que ela tinha entendido. - Ou eu beijei ele primeiro, na barraca do beijo, mas foi tipo, dois segundos só... depois ele me beijou de verdade.

Ela disse muito rápido, depois olhou para a mãe esperando por algum comentário.

- O que você disse? - a loira perguntou calmamente, ainda séria. 

- Você... você... - ela parecia perdida.

- Eu estou brincando, eu entendi. Só queria ver como ficaria sem graça mesmo. - Pepper riu fraco.

- Não teve graça mãe. - protestou.

- Ah, teve sim. - Alina riu negando. - Então, deixa eu ver se eu entendi. - Pepper se levantou e deu a volta na cadeira fica de frente para a filha. - Você está me contando que Cooper beijou você, mas Cooper foi embora a dois meses, isso significa que faz tempo que aconteceu. - ela analisou os fatos - Então porque me contar só agora?

- Queria ter dito antes, fiquei sem graça eu acho. - ela deu de ombros - Mas eu queria conversar.

- O que mudou?

- Sinto falta dele. - Alina olhou para o chão, e nesse momento Pepper sorriu com o canto dos lábios, entendendo o que estava acontecendo.

- Não foi só um beijo não é? - ela perguntou - Você gosta dele.

- Ele é um bom amigo.

- Amigos não beijam amigos, desse jeito. - Pepper arqueou uma sombracelha.

- Tem razão, eu gosto sim. 

- Eu gostaria de fazer algum comentário fofo agora pra te deixar com vergonha, mas não estava preparada, não tenho nenhum. - a loira brincou.

- Ainda bem. - Alina disse olhando a mulher nos olhos e rindo - Sem piadas fofas mãe.

- Okay, sem piadas fofas. - concordou sorrindo e abaixou, passando a mão pelos cabelos dela - Meu amor, se apaixonar é normal, e se for correspondido, como eu acredito que seja, é ainda mais bonito. - sorriu.

- Não é tão bonito quando a pessoa tem que viajar pra um lugar secreto e não pode falar com você. - revirou os olhos.

- Tem razão. - Pepper suspirou - Mas não somos pessoas com vidas normais, e as pessoas com quem nós convivemos também não são. Essas coisas infelizmente vão acontecer.

- Eu sei. - torceu os lábios - Mas não deixa de ser chato. Ainda sinto saudades.

- E você tem direito de sentir. É normal. Eu sentia saudades do seu pai todas as vezes em que ele tinha que sair com os Vingadores, mesmo que fosse só por alguns dias.

- Mas você e meu pai já tinham um relacionamento.

- Sim, é verdade. - ela concordou - E você e Cooper também tem, mesmo que seja só amizade... ainda. - disse.

- Acho que meu pai não ficaria muito feliz com a parte do ainda. - a garota riu.

- Ele também não morreria de felicidade pela parte do beijo. - a loira alertou em tom divertido.

- Ele vai matar Cooper. - Alina colocou as duas mãos sobre o rosto, embora houvesse um sorriso ali.

- Se for o que você e Cooper querem, ele vai aprender a lidar com isso. - Pepper garantiu - Mesmo que tenha um ataque do coração no início. - riu - Mas por enquanto ele não precisa saber disso não é?

- Por enquanto não. - elas combinaram. - Talvez nunca tenha, eu não sei o que Cooper quer, ou vai querer.

- Você disse que ele te beijou.

- Sim, e também disse que gostava de mim, mais do que como amiga.

- E porque está duvidando disso?

- Não estou. Mas eu não sei quanto tempo ele vai ficar fora, talvez tenha mudado de ideia quando voltar. - deu de ombros.

- Esse é seu medo? - ela a olhou nos olhos - Não me parece que você realmente acha que ele vai fazer isso.

- Eu não acho. Só tenho medo.

- Ele não vai. Vocês se gostam, tem sentimentos um pelo outro, e a distância vai causar saudade, mas acredite em mim, quando ele voltar, isso vai ser bom pra vocês. Vão ter muito sobre o que falar, e muito o que viver também. - ela sorriu segurando seu rosto - Minha menininha está crescendo.

- Obrigada mãe, pelos conselhos. - Alina se aproximou a abraçando.

- Por nada querida, sempre que precisar. - ela piscou para a garota. - Eu sabia que essa história de barraca do beijo naquela festa ia render alguma coisa.

O despertador tocou, avisando que Alina deveria se retirar do conforto de sua cama e se arrastar até o banheiro, porque hoje era o dia em que ela teria de voltar ao Midtown. Não estudava mais lá, porém o fato de ter ganhado o prêmio enquanto ainda era aluna realmente havia surtido o efeito desejado, e agora a escola investiria nas outras áreas, mas para isso ela teria que assinar alguns documentos confirmando sua vitoria.

Sua ida até a escola não foi anunciada a ninguém além da diretoria, e claro, de seus amigos, exatamente para que não houvessem problemas.

Tony e Pepper se ofereceram para acompanha-la, porém ela achou que isso chamaria atenção de mais, algo que ela não queria agora. Por isso Happy foi quem ficou encarregado do trabalho, e a garota decidiu tentar ser o mais discreta possível, além de ir em um horário em que sabia que todos estariam em aula.

 Ela vestiu uma calça jeans clara, e um moletom preto com bonitas letras que formavam a palavra "FRIENDS", referência à sua série de TV favorita. O capuz na cabeça também fazia parte, não só de seu plano para passar despercebida, mas porque estava realmente um pouco frio aquele dia.

Quando saiu de casa, seus pais e sua irmã já haviam saido. Pepper e Morgan haviam ido para a empresa, e Tony para a torre. Ultimamente o pai passava muito tempo por lá, e consequentemente elas também. Alina fez uma nota mental de perguntar a ele se estava tudo bem.

- Happy... - Alina chamou sua atenção olhando para ele.

- O que?

- Como era trabalhar pros meus pais, antes de eles serem um casal?

No motorista deu uma leve risada de canto como uma pessoa experiente e comentou:

- Eu não sei se em algum momento eles chegaram a não ser um casal. Sempre se comportaram como um.

- O que quer dizer?

- Tony fazia algo idiota, e Pepper brigava com ele. Ela dava ordens, ele obedecia.

- Então eles sempre foram assim?

- Desde que ela foi contratada, basicamente. Ela não tinha medo de ser amiga do seu pai, e falar algumas verdades quando era preciso. Acho que foi por isso que ele gostou tanto dela desde o início.

- Ela costumava participar das ideias loucas dele?

- Invadimos uma pista de corrida uma vez, em Monaco, quando ele foi atacado. 

- Espera! Eu lembro de ver essa confusão na TV! Eram vocês dois naquele carro preto?

- Sim menina. E eles ainda conseguiram escolher aquele momento pra gritarem um com o outro. Mas eles eram assim desde o início. Se quer saber, seu pai foi um idiota. Pro maior gênio do mundo, ele demorou demais a perceber que estava apaixonado por ela.

Alina riu da forma como Happy dizia aquilo. Era como se ele estivesse falando sobre um casal de sua série favorita. Mas ele era o melhor dos seus pais. Assistir a vida deles deve mesmo ter sido como uma série.

- Então minha mãe sempre esteve por dentro das decisões da Stark?

- Desde o início. Nada chegava a Tony sem passar por ela antes. Sinceramente, as vezes era difícil saber se a empresa era realmente dele ou dela.

- Exatamente como hoje. - ela riu - Se os dois te dessem uma ordem, quem você obedecia?

- Ela. - o homem riu - Mas isso eram ordens do próprio Tony. "Faça o que ela disser, você sabe que ela vai ser a pessoa com a razão."

- Ele provavelmente disse isso em um momento de lucidez. - a filha riu.

- É, foi. - ele a acompanhou. - Eu vou estacionar aqui. Está bom? - perguntou voltando sua atenção para o volante.

- Aqui está ótimo. - ela observou que estavam a uma boa distância da escola, não longe demais, mas o suficiente para não serem notados. - Eu volto logo.

- Okay, eu vou comprar um milk shake enquanto isso.

- Compra um pra mim também.- ela falou um pouco mais alto para ele ouvir.

Alina caminhou pelos corredores vazios da escola, se esquivando de todas as salas de aulas e de possíveis alunos. Quando entrou na sala do diretor, percebeu que o homem arrogante tinha dado lugar a uma falsa simpatia, a qual ela não respondeu além do necessário.

- Isso é tudo? - perguntou assim que terminou de assinar.

- Sim senhorita Ru... senhorita Stark. - ele se corrigiu - Obrigada.

- Por nada. - ela se levantou dando a ela nada além de um olhar cordial, e rapidamente se dirigiu aos corredores, na esperança de voltar ao carro.

Quando virou na esquina do primeiro corredor, notou que havia um homem muito alto, de terno preto e óculos escuros, encostado na parede. Ele não estava ali antes. Alina desconfiou um pouco quando ele notou sua presença e começou a andar em sua direção. Ela se virou na intenção de passar por outro caminho, mas assim que fez isso um outro homem, vestindo-se igual ao primeiro, estava no lugar de onde ela havia acabado de vir.

Alina não teve muito tempo de pensar, ela apenas viu quando ele tirou uma arma de dentro do terno, e apontou em sua direção. A garota sentiu seu coração gelar e pensou que fosse cair ali no exato momento em que um peso se jogou sobre ela a tirando da mira da bala.

Os fatos aconteceram rápido demais para se notar detalhes, mas quando Alina olhou para o lado, o homem atrás dela estava caido no chão, e o segundo acabava de ser atingido por uma bala no peito. E então ela percebeu que a autora disso era a mulher loira que havia acabado de salvar sua vida.

- Vamos! - Alina foi tirada de seu breve transe de informações quando a mulher estendeu a mão para ela a apressando e a ajudando a se levantar - Precisamos sair daqui, agora.

A garota apenas concordou apressadamente, sem muitas palavras. O caminho pelo qual elas decidiram correr foi tomado pela figura de dois outros homens, e elas se desviaram, entrando em um armário que Alina conhecia e sabia que teria uma saida para um outro corredor.

Elas correram até estarem atrás de uma porta, em um lugar aparentemente vazio. Alina notou pequenos detalhes que não havia percebido antes na mulher, ela usava um rabo de cavalo, além de ter uma segunda arma presa à cintura. Devia ter uns trinta anos.

- Estão procurando você, eu vou te tirar daqui. - a mulher disse começando a caminhar.

- Espera, eu não sei quem você é, e se for perigosa também.

- Tem razão, você não sabe. - a mulher realmente concordou com ela em um gesto característico que Alina sentiu conhecer - Mas você tem duas opções, pode ficar aqui com os caras que estão visivelmente querendo te matar... ou pode fugir com a pessoa que acabou de salvar sua vida.

- É... - Alina balançou a cabeça várias vezes refletindo - Eu escolho a segunda opção.

A mulher apenas juntou sua mão e saiu correndo com ela pelos corredores finais até passarem pela porta da escola. Assim que pisaram no gramado, as duas viram o carro preto estacionado do outro lado e um outro homem, que estava do lado dele parecendo gritar ordens desesperado, por ver ela fugindo. Alina se assustou ao ver ele ser atingido por um disparo vindo de sua salvadora. Logo depois, viu ela pegar uma espécie de dispositivo diferente e colocar dentro da arma enquanto elas corriam em alguma direção.

Chegaram até uma grande e bonita moto preta, na qual a mulher subiu mandou Alina subir também. Antes de dar a partida, ela se virou e atirou o dispositivo no carro. Logo em seguida ligou a moto saindo dali com a garota.

Alina ia perguntar o que aquele aparelho faria, mas não precisou quando ouviu o barulho de uma pequena explosão e assistiu, pelo retrovisor, o carro pegar fogo.

No próximo quarteirão, o despreocupado e feliz Happy, que estava prestes a dar uma mordida em um sanduíche, pareceu muito confuso e paralisado ao ver Alina em cima de uma moto com uma mulher desconhecida, e um carro pegando fogo na outra rua.

- Droga. - ele praguejou deixando o copo de milk shake cair no chão.

 
Na torre, Tony e Bruce discutiam detalhes do trabalho quando Jarvis informou que alguém estava tentando invadir o sistema para transmitir um recado. Seja quem for que tentou, não precisou se esforçar muito, pois Tony permitiu achando se tratar de mais uma brincadeira dos hackers de 16 anos que viviam tentando fazer isso.

Ele ficou curioso e confuso quando nenhum rosto apareceu, e apenas uma voz se instalou pela casa.

- Bom dia senhor Stark, espero não estar atrapalhando.

- Quem é você? - ele perguntou de braços cruzados.

- Não tenha pressa, você vai descobrir com o tempo. Na verdade, você meio que já descobriu. 

- Eu não dei acesso pra alguém me transmitir uma mensagem pra ficarem me atormentando. - ele estendeu a mão para desligar a transmissão.

- Eu não desligaria se fosse você.

- E por que não?

- Talvez a sua filha mais nova vá ficar desapontada.

Nesse momento Tony, assim como Bruce e também Steve e Natasha que haviam chegado, se colocaram em alerta.

- Porque está falando da minha filha? - seu coração acelerou pensando em Morgan.

Desde o nascimento da filha, Tony tinha de lidar com suspeitas e comentários desse tipo. Se fossem dirigidos a ele ou a Pepper era uma coisa, embora ele se tornasse uma espécie de guarda costas se achasse que a esposa estava em perigo, mas quando mexiam com Morgan, os dois entravam em alerta total.

- Agora tenho sua atenção? - a voz voltou a falar.

- Não por muito tempo.

- Tudo bem, não vai ser necessário. Eu só gostaria de dar um aviso. Parém de procurar. Sabemos que vocês estão interferindo em nossos planos. A Shield não está escondendo que está chegando perto, e que os Vingadores estão ajudando.

De repente, os homens na sala entenderam do que se tratava.

- The blackmails. - Bruce disse. - São vocês.

- Muito bem doutor Banner.

- Achou que não seriam rastreados? A filha do senador, o vice-presidente da Dinamarca, o secretário da ONU... seus alvos de chantagem não foram escolhas pequenas. - Tony falou. - Essa rede vai acabar. Estamos indo atrás de vocês.

- Estão mesmo? Eu temia que dissesse isso, mas como você mesmo disse, nossos alvos não são escolhas pequenas, senhor Stark.

Tony se sentiu da mesma forma que tinha se sentido a anos atrás, quando havia percebido que o plano de Loki para abrir um portal envolveria destruir sua torre.

Aquilo iria prejudica-lo de alguma forma.

- Você está blefando.

- Estou? - o homem do outro lado da linha questionou.

- Diga o seu nome e aja como um homem, já que se acha tão corajoso. - Steve desafiou.

- Capitão, sempre tão honrado, acho que ainda não entendeu que nós não somos como você.

- Nós quem? - Natasha questionou.

- Nós, os caras malvados, os vilões. Não precisamos de honra, simplesmente fazemos o necessário para nossos objetivos, independente de quem sofrer no caminho. Por isso somos os vilões.

- Quem é você!? - Tony vociferou com certa raiva misturada com desconfiança - Jarvis... - ele chamou. - Contate Pepper.

- Não precisa ligar para a sua esposa senhor Stark - a voz alertou - Não é a filha dela que corre perigo. - a ligação foi encerrada.

- Alina! - ele então se tocou a quem a voz misteriosa estava se referindo. - Desgraçado! Jarvis, eu quero falar com Happy, agora! Ele levou Alina até o Midtown.

- Ligando para Happy senhor Stark. - avisou.

- Isso não faz sentido, ele disse sua filha mais nova, todos sabemos que é Morgan. - Steve pontuou.

- Depende do ponto de vista. - Bruce falou - Todos sabem que Morgan é filha dele desde o nascimento, mas Alina apareceu agora.

- Ele não estava falando da idade, estava falando de status, notícia. - Natasha concluiu.

- Ela é minha filha mais nova, o novo assunto dos jornais. - Tony disse irritado - E eu quero saber onde ela está!

- Tony, ficar estressado agora não vai ajudar. - Bruce disse. - Eu sei que você tem motivos, mas vamos começar a fazer o que pudermos. Precisamos saber se é realmente verdade.

- Jarvis, conte a Pepper o que está acontecendo. - suspirou nervoso - E cadê o Happy?

- Alina não está comigo Tony. - ele escutou a voz do amigo ecoar pela sala em ligação

- O que!? Como assim ela não está com você?

- Ela entrou na escola, e depois saiu... mulher... moto...

- O que? Happy, está falhando.

- Eu estou no meio do trânsito, estou tentando ir atrás dela.

- Happy não! Como assim ir atrás? Alguém a pegou? Você não pode só ir atrás de sequestradores...

- Tony...

 A ligação caiu.

- Que droga! Eu preciso saber onde ela está, agora. - Tony disse.

 Os heróis se mobilizaram para ligar para novas pessoas, Tony pôs todos os seus contatos em alerta, e alguns de seus robôs em procura, além de fazer Jarvis e sexta-feira rastrearem cada pequena coisa que pudesse levar até Alina. Natasha se retirou da sala tentando falar com Hill.

Pepper já havia avisado que ia pegar Morgan e correr para a torre.

Quando Tony já estava a ponto de sair voando de dentro da torre, para a surpresa, e também alívio de todos naquela sala, a grande porta de vidro da sala foi aberta e a garota entrou correndo por ela.

- Alina... - Tony tentou falar, mas antes que conseguisse a filha se agarrou a ele.

- Alguém tentou me matar. - ela contou, Tony conseguia ouvir o medo misturado com adrenalina em sua voz - Pai, alguém tentou me matar.

- Ei, ei, calma, está tudo bem agora. - ela passou as mãos por seu cabelo - Se acalme.

- Quem é você? - o homem escutou a voz confusa de Bruce e viu que ele estava se dirigindo a mulher que havia chegado logo atrás de Alina. Steve parecia espantado.

A garota se afastou e viu todos entrarem em alerta.

- Esperem! Essa é a pessoa que salvou a minha vida, okay, se acalmem. - Alina pediu levantando os braços como quem pede por paz.

- Quem é você?

- Yelena! - a voz surpresa da ruiva que havia voltado foi ouvida por todos. - Você conseguiu! Obrigada. - ela abraçou a loira fortemente, e depois se virou para Alina, checando se a garota estava bem. - Nenhum arranhão, tudo certo.

- Espera, vocês se conhecem? - Tony ficou confuso.

- Surpreso senhor Stark? - Yelena perguntou.

- Quem é ela? - Bruce questionou confuso com a situação.

-  O nome é Yelena Belova, e eu vim ver a minha irmã. - ela disse olhando para Natasha.

- Espera, irmã? Você tem irmã? - Tony questionou. A essa altura até Alina estava surpresa com as revelações - Steve, sabia disso?

- Sabia. - ele respondeu - Mas ainda é uma surpresa.

- Sabe o que também foi uma surpresa, descobrir que eu ia ser tia. - A loira comentou.

Agora Alina entendia o porque a expressão de Yelena parecia familiar, era muito parecida com a de Natasha.

- Senti sua falta. - Nat disse. - E você voltou bem a tempo de ser a heroína do dia.

- Como fez isso? - Tony questionou.

- Estava no telefone com Natasha, e ela me avisou que alguém corria perigo no colégio Midtown, eu estava passando por perto. Bem, não tão perto, mas quebrando algumas regras de trânsito... - ela entortou um pouco a cabeça arqueando uma sombracelha.

- A questão é que você salvou Alina, e eu vou ser eternamente grato por isso. - Tony falou.

- Uma dívida com Tony Stark, isso deve ser bom. - a loira brincou.

- Você é realmente irmã da Natasha.

- É, está no sangue. - ela se aproximou de Steve - Como vai cunhadinho?

- Muito bem, e você? - ele sorriu a abraçando rapidamente. - Você gosta de fazer surpresas ou foi só dessa vez?

- Digamos que eu gosto de ser surpreendente. - ela piscou para eles - Mas e aí galera, agora que já passou, alguém vai me contar quem foram os homens que eu nocauteei pra salvar a filha do Stark?

- Eu também gostaria de saber! - Alina levantou a mão se pronunciando, mas ainda com uma das mãos abraçada ao pai.

- Estamos resolvendo isso. - Tony disse, apenas.

- Pai, vocês todos tem dito isso a muito tempo. - Alina pontuou. - E também dizem que a Shield está cuidando de tudo, mas vocês estão sempre trabalhando no que quer que seja que está acontecendo.

- Você não precisa se preocupar com isso.

- Alguém tentou me acertar com uma arma de fogo a meia hora atrás. Meu palpite é que seja lá o que for que está acontecendo, se tornou pessoal para vocês. E já passamos da fase onde você tenta me poupar do problema.

Tony suspirou, cansado.

- Você está certa. Existe uma organização, que se formou após o blipe. Estão se chamando de the blackmail.

- Chantagistas. - ela refletiu.

- Estão aproveitando a confusão que se instalou para sequestrar pessoas importantes e exigirem resgates exorbitantes. - Bruce continuou a explicação.

- Mas a Shield chegou perto de pega-los, com nossa ajuda. - Natasha disse. - E por isso decidiram fazer de você o próximo alvo. - apontou para Alina.

- Iam me sequestrar pra pedir resgate?

- Sim. A partir de hoje, até que essas pessoas estejam trancafiadas, você, Morgan e Pepper não saem de debaixo da minha vista. - Tony disse.

Eles ouviram quando o elevador se abriu.

- Alina! - eles ouviram a voz de Pepper na sala - Graças a Deus, você está bem. - ela e Morgan abraçaram a garota. - O que aconteceu?

- Alguns homens me cercaram no corredor da escola, mas Yelena me salvou. - disse rapidamente, acalmando a mulher.

- Quem é Yelena? - olhou confusa.

- Sou eu. - a loira que já havia se sentado e estava com um dos braços apoiado sobre o balcão se manifestou levantando a mão - Sou irmã da Nat.

- Irmã? - Pepper ficou muito surpresa.

- Você deveria falar mais sobre a familia maninha, todo mundo faz essa cara quando digo que somos irmãs. - Yelena disse para Natasha e as duas riram ironicamente cúmplices.

- É só que é uma informação nova. - a empresária riu - Muito nova. Mas eu tenho que agradecer por ter conseguido tirar ela de lá segura, muito obrigada.

- Por nada. Na verdade eu já estava sentindo falta de um pouquinho de adrenalina então, se vocês forem caçar os caras que fizeram isso, me incluam nessa.

- Você vai ficar? - Nat perguntou.

- Se vocês me aceitarem por aqui... eu gostaria de permanecer por um tempo, sabe, ver meu sobrinho nascer e minha irmã casar, fingir que somos pesspas normais por alguns meses, enquanto caçamos sequestradores perigosos.

- Não sei se isso é exatamente agir como pessoas normais, mas é claro que você pode ficar na torre, é bem vinda pelo tempo que desejar. - Tony falou.

O resto da tarde foi sobre Morgan grudada em Alina, Tony, Steve e Bruce trabalhando para descobrir algo, e todos dando as boas vindas à Yelena que era a nova surpresa da base.






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Galera, é o seguinte, eu AMO essa história, e amo que vocês também gostem e se divirtam lendo e comentando, isso me deixa extremamente feliz.

Porém eu estou em uma fase apertada, com início de faculdade, e algumas coisas pessoas, e é por isso que eu peço paciência se eu demorar a aparecer.

Eu prometi e prometo de novo que eu vou tentar nunca demorar muito, porém eu não tenho como escrever com tanta frequência.

Beijos

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