Harry estava andando de um lado para o outro em seu quarto. Era logo depois do jantar, perto das 20h e ele ainda não tinha ouvido nada de Severus. Ele estava começando a se perguntar se o Mestre de Poções não iria aparecer quando Motsy apareceu em sua porta.
"Mestre Harry tem um convidado!" Ela disse parecendo animada.
“Obrigado, Motsy!” Harry correu em direção à entrada.
Descendo as escadas em um ritmo mais moderado, ele aproveitou para observar seu professor de poções. Severus Snape estava esperando, pesadas vestes pretas ajustadas em seu peito firmemente, alargando-se sobre seus quadris e caindo no chão. Suas mãos estavam enfiadas nas mangas largas, a expressão cuidadosamente neutra.
"Você veio." Harry suspirou antes que pudesse se conter.
Severus ergueu uma sobrancelha. “Você me convidou para entrar em sua casa. Claro que vim, Potter. "
"Harry", disse Harry se aproximando de Severus, "meu nome é Harry, ou, bem era."
Severus piscou, uma pergunta se formando em seus olhos.
"É uma longa história. Eu posso explicar, mas devemos sentar. ”
Harry estendeu a mão para Severus com a intenção de levá-lo a sala de estar, mas depois de um momento em que o outro homem não segurou sua mão, o estômago de Harry caiu. Ele baixou a mão e desviou o olhar.
"Se você vier comigo para a sala de estar, podemos conversar." A coluna de Harry estava rígida enquanto ele liderava o caminho.
Severus seguiu o jovem até a sala, permitindo-se um momento para admirar o jovem atraente à sua frente, calças pretas abraçando sua bunda. Assim que chegaram à sala de estar, Harry apontou para a segunda poltrona ao lado da lareira enquanto se sentava na primeira.
“É uma história um pouco longa e estranha, por favor, permita-me contar tudo primeiro, então você pode fazer perguntas.” Harry suspirou. Quando Severus inclinou a cabeça, ele afundou de volta na cadeira, decidindo por onde começar.
“Primeiro de tudo, meus pais não eram Lily e James Potter. Não sei como acabei com os Potter e tenho certeza de que eles me amavam, mas não eram meus pais biológicos, embora tenham me adotado ilegalmente. Acreditamos que meus pais biológicos foram amaldiçoados, pois não se lembram mais de mim ou de seu relacionamento. ”
Harry percebeu que Severus estava mordendo a língua para não pedir mais informações, então, com um suspiro, ele deixou escapar: “Meu nome verdadeiro é Dominick Corvus Black. Eu nasci em 31 de dezembro de 1979. Recebi minha herança de criatura neste verão, aparentemente, sou um Dämonfeuer. ”
"Você? Você é filho de Bellatrix LeStrange e Roman Alexeev? ” As sobrancelhas de Severus quase desapareceram em seu cabelo, a incredulidade tão pesada em sua voz que gotejou.
Harry rosnou com a zombaria de sua submissa. Ele sabia que não deveria ter esperado nada melhor do Mestre de Poções, mas de alguma forma, a esperança de que isso pudesse funcionar havia se infiltrado em seu coração. Ele detestava ser tratado como os Dursleys o tratavam por um de seus companheiros e teve que resistir ao desejo de forçar a submissão de Severus. Os olhos de Harry se fecharam, desejando que seu pai não fosse louco para que ele pudesse lhe ensinar autocontrole.
"Sim, estou", desaprovação atada em seu tom. "Eu posso provar isso com um pergaminho ou poção de herança, se você precisar." Sua expressão sugeria que pedir seria uma má ideia.
Severus reprimiu um estremecimento. “Não, eu acredito em você. É difícil acreditar que, quando Alexeev desapareceu há quase duas décadas, Bellatrix estava grávida. ”
"Você não sabe quem Roman Alexeev se tornou?" Harry piscou. Parecia que as informações haviam sido mantidas em sigilo.
Sobrancelhas escuras se juntaram. “Eu sei que ele era assistente do professor em Hogwarts na mesma época em que Bellatrix e Lucius iam para a escola. Diz-se que ele largou o emprego para cortejar Bellatrix. Fora isso, não sei muito sobre ele. " Severus disse.
“Roman Alexeev é Voldemort.” Harry disse: "Os goblins acreditam que algum tipo de ritual foi realizado para apagar a memória deles de mim e um do outro, sem mencionar para fazer meu pai acreditar que ele é alguém que ele não é e deixá-los loucos."
Severus se recostou na cadeira, contemplando essa nova informação. Foi um choque quando Bellatrix de repente começou a matar e torturar pessoas. Ela sempre teve a loucura dos Black, mas ela era uma pessoa moderadamente gentil quando não estava protegendo alguém que amava. Roman Alexeev havia desaparecido misteriosamente da vida de Bellatrix e do resto do mundo, e então Voldemort apareceu de repente era muito estranho.
"Você sabe quem fez isso com eles?" O Mestre de Poções perguntou.
"Dumbledore", disse Harry, "ele é o único que ganharia alguma coisa com isso. Se alguém queria a fortuna negra, tudo o que precisava fazer era matá-lo. Este é um meio de ganhar poder e colocar Dumbledore no centro das atenções. Todo o mundo mágico pensa que ele é um herói e está ganhando mais poder enquanto meus pais continuam a sofrer. ”
A expressão de Severus escureceu com a menção do diretor.
“Severus? Está tudo bem?" Harry não pôde deixar de questionar.
"Ele é a razão pela qual eu cheguei atrasado esta noite," Severus respondeu, olhando para o fogo. "Eu não dei a ele as informações que ele queria sobre o Lorde das Trevas e paguei o preço."
Harry não conseguiu lutar contra a necessidade de ir até o homem sisudo. Dedos suaves traçaram seu rosto, pelos braços e mãos manchadas de poção. Harry respirou fundo, mas não conseguiu detectar o cheiro de sangue, apenas traços persistentes de fumaça. Uma vez que a necessidade desapareceu o suficiente para seus sentidos retornarem, Harry percebeu o quão rígido seu companheiro estava e recuou rapidamente.
“Desculpas, eu não pude evitar. O quê ele fez pra você?" Harry lutou contra a vontade de rosnar ferozmente.
"Ele destruiu minha casa." Severus respondeu, o rosto sem expressão. "Ele queimou tudo."
Harry sentiu a raiva fluir por ele, levantando-se abruptamente, ele caminhou até a janela escura. Respirando lentamente para tentar recuperar o controle de si mesmo. Ele apertou as mãos na frente dele para esconder as garras que deslizaram para fora. Seu companheiro já estava relutante, ele não precisava piorar a situação com sua falta de controle.
“Se você precisa de um lugar para ficar, fique à vontade para ficar aqui, há muitos quartos vazios e um laboratório de poções recém-abastecido só para você.” Harry tentou colocar um sorriso em sua voz.
Severus assentiu, murmurando um silencioso obrigado.
"Harry ou Dominick," Severus disse apressado, "O que você espera de mim?"
Harry se virou e voltou para seu assento. "O que você quer dizer?"
Severus se voltou para o fogo, o rosto impassível. "Como seu companheiro submisso, o que devo fazer por você?"
"Espera-se-?" Harry piscou em realização, movendo-se para se ajoelhar na frente do homem mais velho. “Eu não espero nada Severus. Você é você mesmo e muito teimoso nisso. Eu não gostaria que você mudasse por mim. Embora, ” Esperança faiscou em seus olhos,“ seria bom se você pudesse me tratar como uma pessoa em vez de algo podre que você pegou. ”
Harry não pôde deixar de estender a mão para correr o polegar ao longo da mandíbula do homem. “Gostaria de conhecê-lo fora da escola e da sala de aula. Fora da pessoa que você pensava que eu era. Também gostaria de ver sua verdadeira face quando estiver em casa. Você está seguro aqui, apenas os convidados podem acessar minha propriedade. ”
Severus sentiu-se amolecer um pouco com os toques. Com um sorriso malicioso, ele permitiu que seu glamour caísse, concedendo esta pequena concessão a seu companheiro. Olhos roxos escuros se conectaram com o verde jade e Harry engoliu em seco, tentando desesperadamente reinar em sua necessidade interior de criar o homem à sua frente.
Asas saltaram de seus ombros, o couro preto arqueando-se para a frente para exibir. Severus ergueu uma sobrancelha, levantando a mão para acariciar, mas parando, buscando consentimento para tocar. Harry sorriu, movendo sua asa para frente até que dedos longos e delicados fizessem contato. A excitação disparou através do vínculo quando mãos quentes alisaram suas asas, olhos tremulando fechados. Harry estremeceu com a sensação.
O sorriso de Severus tornou-se tortuoso, procurando qualquer ponto sensível e descobrindo que a teia mais fina causou um estrondo de seu companheiro, mas foi quando ele deslizou as mãos pelo arco da asa em direção à articulação do ombro que o homem de joelhos gemeu alto, costas arqueadas e asas abertas de alegria.
Removendo as mãos, ele ficou surpreso com a rapidez com que os olhos de Harry se abriram. De repente, lábios levemente rachados se chocaram contra os macios de cor cereja escura; dedos enredados em fios pretos longos e sedosos. Harry deslizou um joelho entre a coxa de Severus e o braço da cadeira, inclinando a cabeça do homem para aprofundar o beijo. Sua língua traçou os lábios do Mestre de Poções, que se abriram, permitindo a Harry entrelaçar suas línguas. Ele podia sentir o gosto do chá de menta que Severus havia bebido recentemente, assim como algo que era exclusivamente Severus.
O homem mais velho respondeu da mesma forma, beijando Harry de volta, mas quando os dedos de Harry escorregaram para os botões do casaco, o medo passou pelo elo. O mais jovem se afastou de seu companheiro, a excitação fugindo. Ele encolheu os ombros, encorajando suas asas a recuar enquanto dava alguns passos para trás, o rosto cuidadosamente em branco.
"Tudo bem," Harry murmurou, "Tudo bem, vou mostrar o seu quarto."
Severus se levantou para seguir enquanto seu companheiro Dominante deixava a sala. Ele observou o homem mais jovem com curiosidade por um tempo antes que a curiosidade levasse a melhor sobre ele.
"Você já conseguiu se conectar com Draco e Lucius?"
Harry congelou e Severus começou a se perguntar se ele havia mencionado algo que não deveria.
"Lucius?" Harry perguntou se virando para Severus, “O terceiro elo é Lucius? Eu sabia sobre Draco, mas não Lucius. "
Severus ergueu uma sobrancelha, imaginando como Harry sabia sobre ele e Draco, mas não Lucius.
“O terceiro link foi fechado desde minha herança.” Harry começou a andar novamente, parando ao chegar à porta à direita do quarto principal.
Severus acenou com a cabeça, sem surpresa. “Lucius provavelmente está bloqueando sua conexão com você por medo. Ele é naturalmente um homem dominante e ficaria infeliz com seu papel como submisso. ”
Quando Harry parecia confuso, Severus suspirou. “Muitas culturas antigas de criaturas mágicas vêem uma vasta diferença entre companheiros submissos e dominantes. Alguns acreditam que uma submissa só é útil para a reprodução. De acordo com minha pesquisa, Dämonfeuer nunca foi assim. A maioria prefere relacionamentos iguais, exceto durante a relação sexual. Lúcio não sabe quem você é ou se é Dämonfeuer e ele foi treinado desde o nascimento para ser submisso. Depois que seu pai morreu, ele foi capaz de ser dominante em todos os aspectos de sua vida. Ele provavelmente está com medo de que você tire isso dele. "
Harry acenou com a cabeça, massageando sua têmpora. Outra coisa errada. “Talvez eu possa usar minha conexão com Draco para convencê-lo a abrir o vínculo. Se você tem um bom relacionamento com Lucius, eu apreciaria qualquer ajuda que você pudesse dar para convencê-lo a me deixar entrar. Eu preciso entrar em contato com ele em breve. " Harry gesticulou para a porta na frente deles, “Este é o seu quarto. Os quartos são encantados para mudar de acordo com o gosto dos ocupantes, conforme você abre a porta, diga seu nome e ele será enviado para você. " Ele indicou a porta um no corredor. “Esse é o meu quarto. Minha porta está sempre aberta para você, se precisar de alguma coisa, venha me ver ou chame Motsy, meu elfo doméstico pessoal. ”
Severus assentiu, virando-se para a porta enquanto Harry praticamente fugia para seu quarto. Fechando a porta com força atrás de si para que ele não voltasse. Agora que ele tinha um de seus companheiros por perto, sua criatura estava se agarrando a ele para voltar. Agora fazia sentido porque Remus havia passado a noite com Hermione. Harry nem queria sexo, ele só queria estar perto do homem mais velho. Mas aquele pico de medo que percorreu o vínculo quando ele tentou tocar seu companheiro o impediu de tentar qualquer coisa mais.
Seria uma longa noite.
*****
Harry olhou para o teto de seu quarto, seu corpo doendo e exausto. Sua criatura saiu horas atrás e se recusou a ir embora. Saber que havia apenas uma parede fina separando-o de sua companheira o estava deixando louco. Ele sentiu como se seus nervos estivessem em chamas, mas ele sabia que não poderia ceder aos seus instintos.
Algo no passado de seu companheiro o machucou, Harry não tinha certeza se era o medo dele, de seu pai adotivo, de ser dominado ou de intimidade em geral. Independentemente disso, não era um bom presságio. Harry se recusou a forçar Severus a qualquer coisa que ele não estivesse pronto para fazer. Se ele tivesse que esperar mil anos para dormir ao lado de sua companheira, esse é o tempo que ele esperaria.
Harry foi tirado de suas reflexões por uma leve batida na porta de seu quarto. A julgar pela posição da lua em seu teto, era nas primeiras horas da manhã. Suspirando, ele lutou para ficar de pé e chamou a pessoa para entrar, não se importando que ele tivesse ficado apenas com uma calça de pijama.
A última pessoa que Harry esperava hesitou na porta, Severus Snape ficou quieto, sem seu glamour e em suas roupas de dormir.
"Severus?" Harry perguntou, confuso. “Há algo errado? Eu posso chamar um dos elfos. ”
"Não." Severus suspirou, exaustão envolvendo seu tom. "Nada está errado."
Harry observou o outro homem ceder um pouco contra o batente da porta, percebendo que seu companheiro estava lutando tanto quanto ele.
"E você," Harry hesitou, preparando-se para a provável rejeição. "Você quer dormir aqui esta noite?"
Os olhos de Severus piscaram para os de Harry, depois voltaram para o chão. "Se eu puder."
"É claro! Por favor." Harry tentou controlar seu entusiasmo enquanto puxava as cobertas da cama.
Enquanto Severus rastejava sob as cobertas ao lado de Harry, ele finalmente sentiu seus nervos se acalmarem o suficiente para retrair suas asas e cauda. Com um suspiro de alívio, Harry afundou de volta na cama. Virando-se de lado, ele observou seu companheiro ao luar.
"Severus, você vai me contar um dia o que aconteceu para deixá-lo tão desconfortável perto de mim?" Harry perguntou baixinho enquanto estudava o outro homem.
O homem mais velho ficou rígido antes de suspirar. "Um dia."
Harry cantarolou em resposta, estendendo a mão timidamente. "Posso te abraçar enquanto caímos no sono?"
Em vez de responder, Severus se mexeu até que suas costas estivessem pressionadas na frente de Harry, puxando seu braço até o peito, finalmente a dupla sucumbiu ao sono.