Deus também estava lá.

By jar140128

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Claudia é uma jovem traumatizada, protegida pelos pais, e descrente. Ela decide morar sozinha e trabalhar, e... More

Prólogo - Se os teus olhos forem bons, você terá luz.
01 - O Senhor é o meu refúgio.
02 - Eu o instruirei e o ensinarei no caminho.
03 - O coração angustiado oprime o espírito.
04 - Não estejais inquietos.
05 - Orai uns pelos outros, para que sareis.
06 - Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe.
07 - Levai as cargas uns dos outros.
08 - Tu pusestes sobre mim a tua mão.
09 - Ele é o Senhor que nos livra da morte.
10 - Os justos clamam, e o Senhor os ouve.
11 - Lance sobre Ele toda a sua ansiedade.
12 - Eu sararei a sua infidelidade, voluntariamente os amarei.
13 - Tornaste o meu pranto em folguedo.
14 - Senhor, Tu me sondaste, e me conheces.
15 - Deus não nos deu o espírito de temor.
16 - Dá força ao cansado, e multiplica as forças.
17 - Os beijos do inimigo são enganosos.
18 - Lança o teu cuidado sobre o Senhor, e Ele te susterá.
19 - E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração.
20 - O próprio Senhor irá à sua frente e estará com você.
21 - Vinde a mim todos os cansados.
22 - Deus faz que o solitário viva em família.
23 - Bem aventurados os pacificadores.
24 - O homem afia o rosto do seu amigo.
25 - Deus é a fortaleza do meu coração.
26 - Dá-nos auxílio na angústia.
27 - Amai-vos cordialmente uns aos outros.
28 - O que confia no seu próprio coração é insensato.
29 - Deixai a mentira e falai a verdade ao seu próximo.
30 - Os que aconselham a paz têm alegria.
31 - Escolham a vida para que vocês e seus filhos vivam.
32 - A alegria vem pela manhã.
33 - Esforçamo-nos em promover tudo quanto conduz à paz.
35 - Cada um cuide, não somente dos seus interesses.
36 - Se confessarmos os nossos pecados, Ele é Fiel e Justo.
37 - Todos tropeçamos em muitas coisas.
38 - Cura-me Senhor, e eu sararei.
39 - O Senhor sonda os corações.
40 - Deus livrou-me de todos os meus temores.
41 - Posso todas as coisas nAquele que me fortalece.
42 - Ensina-me fazer a tua vontade.
43 - O Senhor está comigo, não temerei.
44 - Tudo que o homem semear, isso também colherá.
45 - Em tudo dai graças.
46 - A fé é a prova das coisas que não se vê.
47 - E terás confiança, porque haverá esperança.
48 - Tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus.
49 - Buscai primeiro o reino de Deus.
50 - O amigo ama em todos os momentos.
51 - Ele cura todas as doenças.
52 - Quando você andar através do fogo, não se queimará.
53 - Lance sobre Ele toda a sua ansiedade.
54 - O Deus da esperança os enche de alegria.
55 - Deus deu Seu Filho para que tenhas a vida eterna.
56 - O amor não busca os seus próprios interesses.
57 - Tornaste o meu pranto em regozijo.
58 - Esforçai-vos e Ele fortalecerá o vosso coração.
59 - Senhor dá-me um coração puro.
60 - Sede sóbrios; vigiai.
61- Creia e será salvo tu e a tua casa.
62 - Não nos cansemos de fazer o bem.
63 - O Senhor teu Deus é o que vai contigo.
64 - Nada fica oculto aos olhos de Deus.
65 - O que perdoa a transgressão busca a amizade.
66 - Eis que faço uma coisa nova.
67 - Deus é maior que a nossa consciência.
68 - Sejam bondosos e compassivos.
69 - A boca fala o que há no coração.
70 - No amor não há medo.
71 - Melhor é o seu amor do que o vinho.
72 - Descansa no Senhor e espera nEle.
73 - Entreguem-Lhe todas as suas ansiedades.
74 - Feliz é aquele que tem sua transgressão perdoada.
75 - Esforçai-vos e não desfaleçam as vossas mãos.
76 - Como perfume derrado é o teu nome.
77 - O amor deve ser sincero.
78 - O homem que encontra uma esposa encontra um bem precioso.
79 - Eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito.
Epílogo - Não fui Eu que ordenei a você? Seja forte e corajoso!

34 - Não abandone o seu amigo.

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By jar140128

Michael ficara surpreso com a ligação de Artur, mas nada comparado com a surpresa de ele chama-lo para almoçar no restaurante do Fernando, eles nunca almoçavam fora no meio de semana, e as surpresas não acabavam, Artur, o atrasado de carteirinha já esperava por ele.

- Eu também fiquei com essa cara, quando ele me disse que iria te esperar. - Disse Fernando sorrindo acompanhando-o até a mesa.

- É, ele está mudando, não está? - Perguntou Michael entretido.

- Ele já mudou muito, desde que vocês estiveram envolvidos naquele acidente, e acho que a tendência é melhorar ainda mais. Fico muito feliz por você e a Victória ter entrado na vida dele. - Disse grato. - O de sempre? - Perguntou mudando de assunto, aproximando-se da mesa.

- Sim, por favor! - Respondeu Michael sorrindo.

- Deus me livre, como você suportava me esperar? - Perguntou Artur sorrindo e Michael sorriu sentando.

- E olha que eu não estou atrasado!

- Eu estou parando com isso de chegar nos lugares atrasado. Mas fico agoniado enquanto espero. - Disse aflito.

- É, eu tenho percebido que você está melhorando sua pontualidade, isso é muito bom. - Comentou feliz. - E aí o que aconteceu, algum motivo para esse almoço urgente?  - Perguntou preocupado.

- Além do fato de que eu quero almoçar com o meu melhor amigo? Nada! - Respondeu suavemente.

- O que está acontecendo Artur? Você está me deixando aflito! - Exigiu.

Artur empurrou pra ele um envelope que estava em cima da mesa. Ele pegou desconfiado, era a autorização da Filha.

- Você não entregou? Não estou entendendo. - Disse confuso. - Você não estava indo pra sala dela?

- Sim. E eu fui. Mas ela já havia ido embora. - Disse tranquilamente tomando seu refrigerante.

- Aí, Artur! Fala logo homem de Deus. - Pediu exasperado.

- Bem, eu liguei pra ela, dor de cabeça, por isso ela saiu mais cedo. E ela não gostou de você ter mandado a autorização de Katie por mim.

- Ela disse isso? - Perguntou entusiasmado demais, tentou se recompor, mas claro que o amigo percebera.

- Não, ela não disse! Mas eu sei. - Disse sorrindo, e Michael murchou.

- Não tem como você saber uma coisa dessas. E era só você colocar a autorização na mesa dela. - Retrucou.

- Verdade. Mas eu queria vê-la. E sim, tem como eu saber que ela não gostou, do mesmo modo como eu sei que você gostou de saber disso, e ficou chateado, por ser apenas conjectura da minha parte. - Disse fazendo Michael ficar corado. - Eu te disse, que eu só não percebi antes que você estava interessado nela, porque eu não estava prestando atenção, mas agora eu estou bem atento, a vocês dois! E você não está cumprindo com o nosso combinado.

- Eu não sei bem como agir, essa que é a verdade, ela me deixa nervoso, e me faz sentir coisas, que há anos eu não sinto, e não sei se estou preparado para isso. - Lamentou.

- Pois trate de estar preparado, pois hoje vamos ter uma noite de karaokê, e aí de você se trata-la com a frieza que você a tratou da última vez. - Michael bebeu o suco de laranja de uma vez e pediu outro.

- Sério? Noite de karaokê? Você enlouqueceu! - Retrucou alarmado, Artur arqueou a sobrancelha sorrindo. - Quem vai? - Perguntou Michael desolado.

- A Claudia óbvio, a irmã dela, essa parte eu não entendi, porque pelo que eu entendi as duas não se davam, mas ela disse que ela está na casa dela! Até pensei que fosse uma desculpa pra não sair comigo, enfim, se for a irmã que eu estou pensando, vai o marido também, a Vick e o Eduardo, e a Raquel...

- A Raquel? - Interrompeu em dúvida.

- Sim. Ela estava comigo quando eu liguei pra Claudia, e quando eu disse a ela a minha ideia, ela disse que era uma péssima ideia, porque eu estava juntando a sua fome, com a vontade de comer da Claudia, e eu iria perder essa feio! E eu sei que ela está certa! - Concluiu baixo.

- Você anda sabendo de coisa demais para o meu gosto! - Disse franzindo a testa. - Eu não acho que a Claudia sinta algo por mim, ela mal me olha. - Disse ressentido.

- Mas é claro! Já reparou no modo como você a trata? Tínhamos combinado que você iria trata-la bem, e até agora nada! Ela defendeu a sua filha, e você nem foi na sala dela agradecer, ou dizer um 'oi', você foi ingrato! - Disse sério.

- Você ainda não me disse, como a Raquel acabou sendo convidada para o karaokê. - Disse mudando de assunto Artur tinha razão, ele mesmo havia dito que no dia seguinte conversaria com ela sobre o ocorrido, e se esquivou. O almoço foi servido, ele estava tão nervoso, que a fome até havia passado.

- Eu não sei, simplesmente tive vontade de convidar e convidei, ela pareceu em dúvida, acho que ela pensou que eu estivesse brincando, mas eu a convenci que era sério e ela aceitou. - Disse Artur naturalmente, Michael apenas sorriu.

- E a Claudia sabe que eu irei também? - Perguntou tímido.

- Não. Mas não se preocupe, vai dar tudo certo, eu vou combinar o horário de nos encontrarmos no karaokê e aviso a você e aos outros. E me diz, como estão as coisas na sua casa? - Perguntou mudando de assunto, e Michael ficou grato.

- Graças a Deus está sendo melhor do que eu imaginei que seria. Estou feliz por ter meu pai por perto de verdade, como você sabe nós nunca fomos próximos, e eu sinto que ele está se esforçando, é uma pena que eles só possam ficar por essa semana.

- Veja o lado bom, quando tudo isso for resolvido, vocês poderão ficar o tempo que quiserem juntos, e a ponte já foi feita. E a Lauren?

- Ela está muito bem, e a Katie você viu, é só alegrias! - Respondeu radiante. - Ah, meu pai sentiu sua falta, ele até pensou que estivéssemos brigado.

- Imagine quando ele souber que nos interessamos pela mesma garota! - Disse rindo.

- Ele vai dizer que eu sou mesmo um azarado. - Disse também rindo.

- Convide-os também! Vai ser bom, eu também estou com saudades dele, e ainda não o vi. - Disse suavemente.

- Claro vou falar com eles. - Disse animado.

Os dois mal terminaram o almoço e saíram, esse era um dos motivos pelo qual eles não gostavam de almoçar fora quando tinham que trabalhar, não tinham muito tempo.

Michael não achou ninguém em casa, havia um bilhete da dona Neuza na geladeira.

Seu pai, Lauren e Katie, foram almoçar na casa de um amigo, de lá eles já levam Katie para a academia, eu vou na minha casa, volto com tempo para fazer o jantar. Fique com Deus meu filho!
N.

Ele pegou o celular e mandou uma mensagem.

Pai que tal todos nós irmos hoje ao karaokê de um casal de amigos? Lá tem um caldo excepcional.

Correu para o quarto, precisava tomar um banho rápido, ou chegaria atrasado na escola. Ao sair do banho o pai havia respondido.

Ok. Estamos com o Patrick ele também vai. Que horas?

Não sei ainda, o pessoal do trabalho vai, vamos combinar o horário e eu aviso. Ok!

Ele mandou outra mensagem.

Dona Neuza, todos nós iremos ao karaokê, não se preocupe com o jantar, aproveita seus netos. Até amanhã, e fique com Deus.

Mensagem do pai.

A Claudia vai também?

Sim, ela vai. Mas não se preocupe não vou perguntar nada sobre a família dela. - Enviou a resposta ao pai.

- "Senhor meu Deus, me ajude a fazer as coisas direito, que a Sua Vontade prevaleça na minha vida, e que eu não seja um ogro, e estrague tudo. Que o Senhor restaure o meu coração para que eu possa receber as bênçãos que o Senhor tem pra mim. Abençoe-nos que esta noite, seja uma noite boa e agradável segundo a Tua Vontade, e que eu e o meu amigo-irmão, sejamos sempre fieis a amizade que o Senhor colocou em nossos corações. Seja o Senhor a tomar a direção dessa situação para que não sejamos feridos de maneira que nos afastamos um do outro. Obrigado, pois o Senhor continua a cuidar dele, e que nada do que acontecer nesta noite Senhor, o faça desistir de ir à igreja sábado, em nome de Jesus, eu te agradeço por tudo que o Senhor tem me dado, amém". Pediu enquanto saía de casa.

Chegando na escola, foi direto pra sala da Claudia, ela ainda não havia chegado. Colocou o envelope na mesa dela, e escreveu um bilhete, em um chamex.

Oi!
Desculpe-me por deixar a autorização da minha filha assim e não te esperar. Mas será que você pode me esperar no intervalo do recreio? Eu venho aqui falar com você se possível, eu gostaria muito disso.

Michael.

🌹🌹🌹

Claudia chegou atrasada, e foi direto para a sala da Victória, passou na sala da Andréa, mas só Raquel estava lá; ela sentiu-se oprimida, a cada dia acreditava mais que Raquel a detestava.

- Boa tarde Raquel. - Cumprimentou. - E a Andréa?

- Foi à biblioteca. Eu posso ajudar em alguma coisa? - Perguntou gentilmente.

- Ah! Na verdade sim, se alguém precisar de mim, você pode dizer que eu estou na sala da Vick, por favor! - Pediu desconfiada.

- Claro! Posso sim, e também digo à Andréa, para o caso de eu sair da sala. - Se prontificou sorrindo amistosamente.

- Obrigada! - Respondeu confusa indo à sala da Victória, claro que ficava feliz por ela ser atenciosa, mas ainda assim ela estava com um pé atrás, afinal era quase dois meses de antagonismo.

Bateu na porta soando frio, respirou fundo e entrou.

- Oi, Claudia! - Cumprimentou Victória com um meio sorriso.

- Oi. - Respondeu tímida da porta. - Desculpe! Eu sei que temos uma consulta marcada para amanhã, mas... - Interrompeu-se olhando para baixo.

Victória foi até ela, pegou em sua mão e levou-a até a poltrona abaixando-se na frente dela, como se faz quando vai falar com uma criança.

- Está tudo bem. Não tenho nenhuma criança marcada para antes do intervalo do recreio. E se você está preocupada com alguma coisa, fico feliz que você tenha me procurado, como psicóloga ou como amiga, eu estou feliz por você estar aqui, e como eu te disse na segunda-feira, não importa o que te aflige, se quiser falar comigo é só ligar, a hora que precisar.

Claudia olhava fixamente para aquela morena tão linda! E ela era tão linda! Não porque era bonita, apesar de ser sim ser muito bonita, mas era porque ela transmitia paz, confiança; Claudia passou por alguns psicólogos, a sua luta com os psicólogos começou antes daquela noite, começou quando descobriu que era adotada e chegou em casa com o punho direito tatuado; e em todos esses anos, ela nunca se sentiu à vontade com nem deles, ela nunca foi sincera com nenhum deles. Até agora.

- Desculpe também por segunda-feira, eu fiz seu ouvido de penico jogando aquela merda toda em você. - Disse com os olhos marejados.

- Você nunca mais diga uma coisa dessas! Você me contou a sua história, e a sua história não é uma merda. - Disse gentilmente. - A sua história é linda...

- O quê? - Disse tentando levantar, Victória afastou-se. - Como que a minha história pode ser linda? Olha pra mim? Eu não sou nada? Além de um poço fundo de cacos.

- Tudo bem se acalme! Desculpe, me deixe explicar. Você tem razão, a sua história é triste, é de partir o coração de qualquer um; e é um dos motivos pelo  qual você não quer falar sobre sua vida, porque você não quer a pena de ninguém, e nem você merece isso. E quando eu digo que a sua história é linda, eu quero dizer que você está superando, você está juntando os cacos.

Mais calma, Claudia sentou. Não sabia bem se estava entendo o que a amiga estava dizendo, mas queria entender.

- Você lembra, quando o Mike te disse que o Gui estava sofrendo abuso?

- Claro que lembro! Eu tive um piti.

- Não, você não teve um piti, você teve uma crise, devido a um gatilho. Todos os sentimentos, emoções, reações são importantes, nada disso é tolice ou vai passar se você se controlar; mas vai passar quando você aprender a controla-los, e você só vai controla-los quando compreender que você não teve culpa de nenhuma das tragédias que já aconteceram na sua vida, e que ter crises não faz de você uma pessoa fraca ou sem controle sobre as emoções. Sabe o que eu me lembro daquela crise? - Claudia a olhou nos olhos esperançosa - Eu me lembro de você levantando e assumindo o controle, você teve uma boa ideia e executou, independentemente da dor que você sentia, alguma coisa fez você reagir, e você escolheu reagir.

- Eu e uma amiga havíamos lido na bíblia que Deus lutaria por mim, e eu pensei que aquele garoto não estava sozinho como eu sempre estive. - Disse corada.

- Você está aqui como minha paciente ou minha amiga? - Perguntou sorrindo.

- E isso faz diferença? - Perguntou confusa.

- Sim. Muita diferença! Tem coisas que eu não posso falar para os meus pacientes, mas posso falar para os meus amigos, como a minha fé por exemplo.

- Então eu estou aqui como amiga, não sou sua paciente, o que faz sentido, se levarmos em consideração que estamos no trabalho, céus preciso ir trabalhar. - Disse levantando.

- Espere! Claudia nunca fique envergonhada, por buscar forças em Deus, aliás, só Ele pode nos curar verdadeiramente. E você não queria me falar nada em especial? - Claudia suspirou, lembrando-se do que a levara até ali.

- Eu tive uma crise histérica hoje. Eu contei tudo para a minha irmã mais velha, quero dizer a filha mais velha dos meus pais, ela é mais nova que eu. E foi por causa dela que eu saí naquela noite para o jardim, e ela agora se sente culpada, mas depois de ouvir realmente o que o Marcelo e a Luciana falam sobre Deus, eu acho que teria sido pior se eu estivesse lá dentro com elas. E quando eu mostrei as cicatrizes a ela, eu vi toda a dor e culpa no olhar dela, e eu não sei como tirar essa culpa do coração dela, porque às vezes eu também acho que todo mundo é culpado pelo que me aconteceu. - Desabafou envergonhada.

- É compreensível, você pensar assim. Mas o que te faz pensar que teria sido pior, se você estivesse dentro de casa?

- Eu tive um sonho, ou uma lembrança não tenho certeza, eu estava dentro de um porta-malas em movimentos, então param me tiram de lá, não consigo vê nada, mas ouço eles conversando, e um deles fala que a ideia foi do outro, de que eu fosse a forma de pagamento da dívida do playboy.

- Oh, Deus! - Exclamou. - E como você desmaiava e recobrava a consciência, você perdeu a noção de tempo e espaço, e não se recorda com clareza de todos os momentos em que esteve desperta; gostaria de saber se é só um sonho ou uma memória retraída?

- Eu não sei! Isso é possível? - Perguntou interessada.

- Sim, é possível.

- Eu não sei, vou pensar nisso. - Disse abaixando a cabeça. - Eu estava bem, quero dizer nos últimos tempos raramente eu tenho pesadelos, eu não fico pensando o tempo todo que ninguém me ama, mas justo hoje, que minha irmã está toda atenciosa, carinhosa, vai passar esses dias comigo, eu estou insegura, de repente eu comecei até a duvidar da amizade do Artur, e se ele voltar a me tratar igual na faculdade?

- Quanto ao Artur, isso não vai acontecer porque aquele boçal da faculdade graças a Deus não existe mais, ele preza uma boa amizade. Mas já parou pra pensar, que talvez toda essa insegurança seja justamente porque sua irmã está do seu lado? E vocês já estiveram unidas, e ela se afastou, você não estaria projetando a relação que vocês tiveram na infância?

- Eu não sei! - Sussurrou. - As pessoas são muito confusas, eu não sei como agir com elas. - Disse triste.

- Eu acho que você está indo muito bem, continua lendo a bíblia com a sua amiga, e fale comigo sempre que quiser, e as coisas irão se encaixar. Confie em Deus, e acredite em mim.

- Obrigada! E mais uma vez desculpa-me, por atrapalhar sua tarde.

- E mais uma vez não se preocupe, estarei aqui para você sempre que precisar. - Disse sorrindo, Claudia estava chegando na porta. - Claudia, eu poderia vê a sua tatuagem?

Claudia olhou para a própria mão por alguns segundos e dando de ombros, levantou a manga da blusa e mostrou a tatuagem no pulso.

- Posso? - Perguntou Victória aproximando a mão, no braço da outra.

- Pode sim. - Victória tocou a tatuagem com o indicador. - Tudo bem, Vick? - Perguntou abaixando a manga da blusa, ao vê a outra tremer os lábios.

- Tudo bem querida. - Respondeu sorrindo. - Só imagino a dor que foi pintar essa rosa.

- E doeu mesmo! Hoje eu me pergunto aonde eu estava com a cabeça quando eu fiz essa bobagem, e depois ainda fiz outra. - Disse com um meio sorrriso e piscando saiu.

Continua...

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