SOS 7053

By imbigoXxX

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Decreto nº 7.053 de 23 de Dezembro de 2009 Institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua e... More

1- Situação de Rua
2- Ninho
3- Senhor Morgado
4- Filhinha
5- Pai dos meus filhos
6- Bicho do Mato
7- Tutela
8- Semente de Melancia
9- Diaba
10- Os dez mandamentos
11- Sushi
12- Piu Piu
13- A curiosidade matou o gato
14- Sapecada
15- Mamães
16- Tortura
17- Se prepara
18- Casamento de fachada?
19- Capoeira
20- Nossa Casa
21- Coisa Feia
22-Desencontros
23- Picolé
24- Provocação
25- Mount Everest
26- Incêndio
27- Segredos
28- Confiança
29- Nós
30- Você achou sua mãe!!!
31- Dez Pragas do Egito
32- Sinto na barriga
33 - Abandono
34- Kate???
35 - Química!!!
36- Diógenes
37- Pessoa certa na hora certa
38- Estresse
39 - Explodir
40- In another life
42 - Surpresa
43 - Ame sua família
44 - Meu Sol
45 - Perfeita
46 - Cara de .....
47 - Acrobacias
48 - Quero ela
49- Perder Tudo
50 - O fim
Epílogo
BÔNUS - Meninos catarrentos

41 - Vou estar aqui

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By imbigoXxX

Heey

Tudo que eu queria era um enfermeira enfiando um agulha em mim sem pena.... ai ai...

Como que vocês estão?

A Lauren estava tão linda nas lives de hoje né? Até me deu mais forças para viver. Queria uma Kate para mim.

ESSE CAPÍTULO TEM COD EM HOMENAGEM AO ANIVERSÁRIO DA MINHA AMIGA BEATRIZ QUE NEM LÊ FIC, MAS EU COLOCO MESMO ASSIM HAHAHAHA

Boa leitura, parem de me xingar pelo capítulo passado, vocês não me conhecem, não sabem como eu sou, não conhecem meu pai, nem minha mãe.... hahahahahahhaha 

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Camila Cabello 20 de Dezembro de 1820- Hampshire (deprimida)

Lawrence estava quebrado.

Meu marido estava quebrado e eu não fazia ideia de como consertá-lo.

Desde a morte de Diana o homem havia se tornado uma sombra sem brilho e Kate nunca mais tinha sido pelo menos mencionada por ele.

Eu tentava animá-lo de todas as formas possíveis, mas nunca tinha muito êxito além de um simples sorriso triste. A maior parte do tempo quando estava comigo, apenas se encolhia em nossa cama e me deixava dar-lhe carinho enquanto chorava até ser pego pelo sono.

Os únicos momentos que eu o via sorrir verdadeiramente, era quando brincava com nossa filha. Todos os dias ele ia até o quarto dela e passava pelo menos uma hora do dia sendo o brinquedo pessoal de Rebeca. Esses eram os únicos momentos que eu tinha algum vislumbre do meu Lawrence de antes. De seus sorrisos doces, seu cuidado e brilho nos olhos.

Queria muito poder ser a pessoa que lhe trouxesse esse tipo de alívio e felicidade, mas ao meu redor estava sempre com olhos opacos e expressão terrivelmente triste. Em alguns momentos eu me perguntava se ele me culpava um pouco pelo que havia acontecido, afinal Lucian havia usado a mim para ameaçá-lo e fazê-lo ficar a mercê. Talvez se eu não tivesse insistido em ir, as coisas poderiam ter tomado outro rumo.

Talvez Diana ainda estivesse viva, e Lawrence também....

Com funcionários e outras pessoas, ele parecia mais rígido do que nunca. Havia se tornado uma pessoa de poucas palavras e expressão sempre muito fria. Até mesmo com Lady Devonshire com quem nos últimos tempos vinha desenvolvendo uma relação mais amorosa, parecia ter regredido totalmente, se limitando a poucos acenos e meias palavras.

Eu estava tomando café da manhã, sozinha mais uma vez, pensando em formas de reverter àquela situação, quando sons de carruagem chamaram minha atenção. Levantei quase correndo, pensando ser Helena. Quanto mais a gravidez avançava, menos ela saia de casa e como eu não queria deixar Lawrence sozinho ou conseguia convencê-lo a sair comigo, acabava vendo minha irmã menos do que queria naquele momento, mas ela sempre vinha.

Porém, ao chegar do lado de fora, acabei percebendo que ali não era Helena, mas sim, uma figura que eu não via há algum tempo, mas reconhecia com facilidade. Jennifer trajava um vestido preto, que deveria ser comum pelo luto que insistia em conservar pelo marido falecido, mas que naquele momento parecia ser totalmente dedicado a amiga que tinha perdido.

A mulher mal teve tempo de pisar no chão antes de Lawrence correr ao seu encontro a tomando em um abraço apertado e choroso. Os dois ficaram daquela forma por muito tempo, de longe eu via Jennifer sussurrando coisas no ouvido de meu marido e a cabeça dele se movendo em pequenos intervalos, ainda no pescoço da amiga. Como se ele nem conseguisse falar, apenas podendo indicar que ouvia daquela forma.

Fiquei de longe apenas os observando querendo dar mais privacidade a eles. Os dois haviam perdido a melhor amiga e isso era algo que apenas eles poderiam entender.

Quando finalmente finalizaram o contato, Jennifer começou a se mover na direção da casa e me lembrei de me mover para recebê-la. Nosso contato foi silencioso, nos abraçamos afetuosamente, mas sem exclamações alegres, não havia como ser assim. Não que eu não gostasse dela, apesar de nos conhecermos muito pouco, eu tinha simpatizado com a mulher, a questão é que o clima era de tudo menos alegria.

-É bom tê-la aqui, ele precisa de alguém conhecido. – Sussurrei no ouvido da loira que suspirou audivelmente.

-Queria ter chegado a tempo para o enterro, deve ter sido um momento muito difícil, mas estava do outro lado da Inglaterra. – Ela se explicou, também em um sussurro. Vivia na mesma casa onde havia passado o tempo em que esteve casada com Zayn. Teoricamente ela havia passado para Lawrence quando o irmão morreu, mas ele achou por bem dá-la, junto com todos os rendimentos que tinha, para a cunhada e amiga.

Não demoramos muito a entrar e logo Jennifer foi levada para o quarto de hóspedes onde ficaria. Lawrence subiu junto com ela e os dois ficaram lá por todo o resto do dia, chegando até mesmo a pedirem para levarem o almoço no quarto.

Os dois não jantaram, Jennifer por estar muito cansada da viagem tendo resolvido dormir bem cedo e Lawrence por simplesmente não o fazer mais. Ele comia muito pouco apenas por eu obrigá-lo e geralmente no jantar era impossível convencê-lo de qualquer coisa.

Pensei que as coisas melhorariam depois da chegada de sua amiga, mas durante a próxima semana inteira, apenas tive mais do mesmo. Com a diferença de que ele passava mais tempo sumido com a loira do que perto de mim. Em um dia eles decidiram fazer um passeio logo pela manhã e eu apenas o vi outra vez à noite.

Entrei no nosso quarto já o encontrando deitado e com roupas de dormir. Troquei minhas roupas por outras mais confortáveis e me juntei a ele, o puxando para o meu peito como fazia em todas as noites.

-Como está hoje? Como foi o passeio com Jennifer?

Ele demorou um pouco a responder e eu já começava a me perguntar se ele já havia dormido, quando finalmente se mexeu minimamente, limpando a garganta.

-Nós conversamos, choramos, relembramos velhas histórias e choramos mais. Ela era tão minha amiga quanto de Jennifer. – Respondeu em voz monótona e fraca.

-Vocês deveriam aprontar muito quando mais novos. – Apontei em voz ligeiramente animada, quase gritando de alegria ao ouvi-lo rir baixinho.

-Minha mãe quase se colocava louca, primeiro que não era comum um homem ser tão amigo de moças e segundo pelo quanto éramos encapetados quando juntos. Mas como Zayn passava certo tempo conosco, ela deixava, mal ela sabia que os motivos dele eram totalmente diferentes dos meus. – Ele respondeu com voz mais alegre do que eu já tinha ouvido nos últimos dias. Parecia se perder em lembranças muito boas e isso aquecia seu coração e o meu em consequencia.

-Suponho que os dele eram totalmente promíscuos, mas quais eram os seus? – Diante de minha pergunta, Lawrence levantou os olhos para me encarar diretamente.

-Com elas eu estava seguro para ser exatamente o que eu quisesse, especialmente com Diana. Jennifer sempre foi um amor e nunca me renegou por nada, nem mesmo quando descobriu minhas diferenças, mas Diana, era como se ela entendesse tudo. Quando minha vida parecia um inferno eu podia apenas correr para as duas e meu mundo inteiro se convertia em paz e felicidade fácil, são as amigas mais leais que eu poderia ter achado.

Meu sorriso se abriu naturalmente, era gostoso ouvir que em meio a tantas turbulências havia pelo menos uma coisa suave e alegre no passado de meu marido. Eu era muito grata a elas por estarem lá em épocas que eu não pude ajudar de forma alguma.

-Elas até mesmo te ajudaram com Kate. – Comentei leve, aproveitando o clima bom do momento. Mas senti seu corpo inteiro enrijecer ao ouvir minhas palavras. Logo levantou, se afastando de mim.

-Nunca mais fale desse nome. – Lawrence pediu seriamente, quase quebrando a própria mandíbula tamanha a pressão que colocava nos dentes.

-Como assim? – Perguntei genuinamente em dúvida.

-Essa pessoa, não existe mais, nunca existiu na verdade e não voltará a aparecer.

-Essa pessoa é você, Lawrence.

-Não, não é. Essa pessoa é apenas um erro, um erro que nunca mais vou deixar se manifestar. Não posso controlar as circunstâncias da forma como nasci, mas posso controlar isso. Kate não existe e ninguém nunca mais vai voltar a vê-la.

Sua fala era tão séria e em um tom tão rude que resolvi não questioná-lo. Talvez fosse apenas algo de momento que passaria depois. Caso fosse definitivo, no futuro, quando estivesse menos sensível, eu voltaria a falar com ele sobre aquilo com mais calma. De qualquer forma, apesar de gostar de Kate, aceitaria a forma que ele quisesse se vestir. No momento estava tão preocupada com ele que estaria bem com qualquer coisa que o fizesse bem.

-Pelo menos vai me deixar ver seus peitinhos? – Perguntei, tentando fazer graça para quebrar o clima pesado do momento. No entanto, Lawrence torceu o rosto em uma careta desgostosa.

Normalmente se deliciava com minhas piadinhas fora de hora, mesmo quando elas o deixavam chocado, mas não naqueles tempos. Nada que normalmente gostava em mim parecia fazê-lo ficar alegre mais.

-Sempre precisa se focar nesta obsessão? Parece que não existe nada melhor que possa falar. – Respondeu mal humorado, me fazendo encolher. Normalmente eu me irritaria e devolveria com alguma resposta ácida, mas realmente não queria aborrecê-lo mais ainda.

-Me desculpe. – Pedi sinceramente. Sem dizer mais nada, saí do quarto pela porta interna que o ligava diretamente ao quarto separado para mim.

Normalmente aquele quarto não era usado. Mesmo que fosse comum em outros casais o hábito de terem quartos separados, em nosso habitual, nós gostávamos de dormir juntos.

Mas eu já havia percebido que Lawrence não estava no melhor dos humores comigo e eu não queria incomodá-lo mais ainda. Dessa forma, preferi deixá-lo sozinho, mesmo que eu tivesse certeza absoluta que não conseguiria dormir sem ele.

Rolei na cama a noite inteira, não aguentando de ansiedade pelo dia seguinte quando poderíamos conversar de maneira apropriada, torcendo para que ele estivesse menos irritado a essa altura.

Mas mesmo comigo tendo saído muito cedo da cama, não consegui sair antes dele. Quando o procurei através da criada, fiquei sabendo que tinha saído a cavalo antes do sol nascer sem dar explicações de para onde estava indo. Desanimada com tudo, acabei decidindo ir visitar minha irmã, sabendo que sua companhia era o único que poderia evitar que as coisas dentro de mim desmoronassem de uma vez.

-Querida, eu sei que deve ser diferente. Lawrence sempre te trata como o ser mais precioso do mundo, mas ele está em um momento difícil que nós nem conseguimos entender, nunca perdemos alguém tão próximo. – Helena falava, tentando me consolar enquanto eu me ocupava de deslizar as mãos por sua barriga redonda.

-Eu sei que sim, pode parecer que não, já que normalmente sou muito egocêntrica, mas eu o entendo. É só que não sei lidar com isso de ser a pessoa com que ele se irrita fácil, às vezes tenho a impressão que ele me culpa pelo que aconteceu.

Helena me olhou como se eu tivesse duas cabeças pendendo do pescoço. Eu quase podia ouvir seus pensamentos, todos dedicados a discorrer sobre o quanto eu era burra. O amor fraternal era algo realmente alentador.

-Ele se culpa pelo que aconteceu!!! – Ela exclamou um pouco alto, como se fosse óbvio. – Culpa mais especificamente a Kate, por isso ficou chateado de você querer vê-la e querer ver nele exatamente o que lembra a existência dela. Ele passou a vida sendo tratado de um jeito desumano por causa das coisas ligadas a ela, ele acabou de perder a melhor amiga por aquele maluco estar obcecado por ela e a mulher que ele ama está totalmente interessada justamente nessa parte dele no momento. Antes do que aconteceu com Diana estava tudo bem, mas no momento, Kate apenas o remete a isso, ele não está chateado com você, está chateado com ele mesmo. Deve achar que é o culpado pelo que houve. Quando você fala dela deve se lembrar disso e se irritar ainda mais por ter consciência que você gosta justamente da parte que ele menos gosta em si mesmo no momento.

Aquilo era ridículo, nada daquilo havia sido culpa de Lawrence ou Kate. Mas finalmente entendi que mesmo não fazendo sentido algum, aquilo poderia ser justamente o que estava o atormentando tanto. A dor de perder uma amiga e ainda achar que a culpa era dele estava o desfazendo aos poucos.

-Por deus Helena, como vou fazê-lo ver que isso não faz sentido? Ele não fez nada de errado. – Murmurei torturada.

-Você pode conversar com ele, mas no fim tudo depende dele mesmo. Acho que da mesma forma que você precisou de tempo para aceitar sua atração por mulheres, ele precisa se esforçar para se aceitar. Não sei se percebe isso, mas que ele precise criar um personagem para conseguir lidar com as características femininas no próprio corpo é um indício muito grande do quanto ele não aceita ele mesmo. Lawrence precisa se amar do mesmo jeito que você o ama agora, por inteiro.

-Com coisa feia e peitinhos lindos. – Completei baixinho, fazendo Helena rir e revirar os olhos. – Acho que preciso ir para casa.

-Sim, acho que precisa. Boa sorte e seja paciente. – Helena pediu, me beijando na testa com carinho que retribuí em um abraço.

Fui o mais rápido que pude para casa, se Lawrence se sentia culpado, ele precisava mais de mim do que eu imaginava. Cheguei rapidamente, perguntando ao mordomo se ele já havia chegado e recebendo a notícia de que felizmente já estava em nosso quarto. Subi os degraus de dois em dois e resolvi entrar por meu quarto, atravessando a porta interna que dava acesso ao dele que nós usualmente dividíamos.

Assim que entrei, eu e ele suspiramos de susto, mas não apenas nós, Jennifer também foi pega de surpresa e acabou se assustando. Lawrence estava de costas sentado na cama e tinha o dorso descoberto, enquanto a loira estava em pé, logo atrás dele, segurando uma espécie de faixa em mãos.

-Camila... – Ainda o ouvi chamar, mas neste momento eu já voltava rapidamente pelo mesmo caminho que tinha vindo.

Fiquei alguns segundos desnorteada e chateada, andando em ritmo de quase corrida pela casa, até que me peguei no quarto de Rebecca. Com um olhar dispensei a babá e me sentei ao lado de minha pequena. Não pude evitar sorrir ao vê-la gargalhar em minha direção parecendo muito empolgada com minha presença.

Ela era como um catalisador de bons sentimentos, ficar ao seu redor sempre me fazia bem, independente da situação. Era como se sua inocência substancial conseguisse se impregnar em quem estivesse ao redor e então se tornava um pouco impossível sentir algo diferente de paz.

Seus olhinhos verdes brilhantes e mãozinhas gordinhas estavam sempre inquietos, procurando por mim, e meu coração sempre estava inquieto procurando por ela.

Minha bebê estava mesmo ficando linda, finalmente. Seria um pouco inconveniente ter que mostrar um bebê feio para a sociedade quando terminasse minha farsa de gravidez, eles pelos menos precisavam pensar que eu era capaz de fazer filhotinhos lindos.

-Por deus, você está aqui. – Ouvi Lawrence dizer da porta, após vários minutos desde que eu havia deixado o quarto. Ele parecia desalinhado e nervoso, tomando tempo para respirar antes de se aproximar de mim e de Rebeca. – Camila, não precisa ficar ciumenta, Jennifer apenas estava me ajudando a prender a faixa em..você sabe..meus seios...para que não fiquem aparentes. Normalmente faço sozinho, mas com ajuda é mais fácil. Isso não significa nada, nós somos amigos e...

-Lawrence. – Falei calmamente, ainda focada em Rebeca. – Não estou ciumenta.

-Não???

-Óbvio que não, se quisesse poderia ter se casado com ela antes de Zayn ou até depois da morte dele. Você já é mesmo responsável pela segurança dela enquanto for viúva do seu irmão, ninguém iria julgar se pegasse as responsabilidades dele.

Lawrence fez uma careta como se até a ideia lhe parecesse estranha.

-Se não está com ciúmes, então o que houve? – Perguntou em confusão, sentando ao meu lado. Suspirei, tentando não transparecer minha mágoa.

-Você não confia em mim. – Sussurrei, focando os olhos apenas em Rebeca, que brincava em meu colo. – Confia em Jennifer, mas não confia em mim, mesmo depois de tantos meses de casado.

Vi pelo canto dos olhos suas sobrancelhas levantarem em surpresa. Respirei mais fundo, tentando controlar ao máximo a emoção em minha voz.

-Além disso, foi nela que encontrou conforto para sua dor, não julgo isso, entendo completamente, ela está passando por quase o mesmo que você. O que me dói é que não consiga achar isso em mim, comigo sempre parece triste e sem vida, até Rebeca parece lhe fazer mais bem que eu nesse momento e isso me deixa chateada. Eu quero ser a pessoa em que se apoia quando não está bem, não a que te irrita.

Eu apenas deixava ir, tudo que havia de turbulento em meus sentimentos jorravam como água de minha boca. Sabia que Lawrence não estava bem o suficiente para lidar com mais problemas, mas não podia evitar. Estava guardando coisas demais.

Lawrence piscou algumas vezes em confusão, me olhando intensamente nos olhos.

-Você é a única coisa que me mantém em pé todos os dias. – Ele disse em tom sério, olhando diretamente em meus olhos. – Mesmo Rebeca atualmente me faz sentir dor, pois me faz lembrar de Diana. Se venho aqui e brinco com ela todos os dias é por saber que minha amiga gostaria que ela tivesse todo o amor do mundo, mas cada segundo me dói. – Confessou com mais sinceridade do que eu esperava. O observei pigarrear um pouco, antes de continuar, provavelmente segurando o choro.

-Eu estou tentando me manter firme para todo o resto do mundo, mas perto de você sinto como se pudesse desmoronar, perto de você não preciso fingir que está tudo bem, não preciso guardar minhas lágrimas. Minha tristeza não vai fazer com que você me olhe como se eu fosse mais fraco.

Fiz sinal com a cabeça, confirmando suas palavras. As lágrimas de Lorde Morgado já desciam por ser rosto bonito, me fazendo apressar-me para limpá-las. Até mesmo Rebeca parecia focada nele naquele momento. Estava muito quieta o encarando de perto.

-Apenas estive com Jennifer todo esse tempo, pois agora é como se ela só tivesse a mim. Os pais delas morreram antes dela se casar com Zayn, por isso casaram tão cedo, então meu irmão se foi e agora Diana. Ela estava mal nos últimos tempos, mas Jennifer tinha esperanças de que ela melhorasse e as duas pudessem viver juntas. Agora ela está sozinha, se eu não tivesse você agora, nem sei como me sentiria, por isso tento garantir que estou aqui para ela. Isso inclui fazer coisas que costumávamos fazer antes, como me ajudar com a faixa. Eu sei que tenho passado todos os dias com ela, mas não é por conforto, apesar de ser bom ter minha amiga aqui. Meu conforto vem de você. Vem de todas as noites que tem me segurado e dado forças para o próximo dia. Essa noite achei que poderia morrer sem ter você ao meu lado, mas pelo menos serviu para me dar conta do meu egoísmo. Tenho sido um péssimo marido, me desculpe por isso, estou tentando voltar aos eixos. Pode me culpar por isso, por me envergonhar do meu corpo e por várias outras coisas, mas nunca duvide do quanto você me faz bem, do quanto te amo e você é importante. Por favor, não duvide disso, Camila.

Sem mais o que fazer, me projetei na direção dele, o apertando em um abraço apertado, tendo o cuidado de não machucar Rebeca. Meu coração parecia quebrado e vibrante ao mesmo tempo. Era tão difícil vê-lo sofrendo daquela forma, mas ao mesmo tempo era bom saber que eu ajudava de alguma forma.

-Eu também te amo. – Sussurrei o beijando nos lábios levemente.

-Me desculpe por ontem, não queria ter sido tão rude. – Ele pediu, com a cabeça escondida em meu pescoço.

-Tudo bem, agora eu entendo. – O tranquilizei, lhe fazendo carinho. – Mas preciso que saiba que nada do que houve foi sua culpa. – Sussurrei em seu ouvido o apertando mais forte. – Nem de Kate.

Lawrence ainda fez menção de se mexer, parecendo incomodado. Mas eu o segurei forte entre meus braços.

-Está tudo bem se nunca mais quiser se vestir como Kate, mas precisa se lembrar que as características femininas do seu corpo não vão desaparecer. Precisa se lembrar que elas também são você. Não pode se culpar ou deixar de gostar de si mesmo por causa de ações de outras pessoas. Você é perfeito Lawrence, em cada pedacinho é perfeito e precisa ver isso. Por favor, não deixe que Lucian mate uma parte de você também, faria do sacrifício de Diana algo inútil, naquele dia ela te salvou por inteiro. Ela queria te ver feliz por inteiro e a vida dela vale tudo em você, não apenas uma parte. Ela amava você como Lawrence, como Kate, amava tudo e queria salvar tudo.

Lawrence apenas ficou calado, mas eu sabia que havia absorvido o que eu tinha falado. Não podia forçar as coisas, mas aos poucos o faria perceber o quanto era positivamente especial. Eu o amaria tanto, tão intensamente, que ele teria que enxergar por bem ou por mal o quanto era merecedor de amor.

O senti tomar minha mão, levando-a até a parte inferior da própria blusa. Ainda tentei puxar de volta, percebendo o que ele faria, mas ele me prendeu com mais força, a subindo até repousá-la no próprio peito. Mantinha minha mão apertada a própria pele, era muito suave e seu coração palpitava fortemente sob meus dedos.

Eu sabia o que era aquilo, ele estava mostrando que confiava em mim. Confiava em mim para tocá-lo.

-Meu coração é seu. – Sussurrou com a voz rouca e sincera. – Meu coração e todo o resto, Camila.

-O meu também é seu, é até mais fácil de perceber. Ele está escondido atrás de peitinhos menores. – Lawrence riu e me beijou no rosto, ainda sem mover minha mão do próprio peito.

*********

-Eu sempre preciso abraçar Dinah depois de ler esse capítulo. – Camila comentou baixinho. Lauren estranhamente reconheceu que a coisa vibrando em seu peito era justamente a vontade de fazer aquilo.

-Vamos lá? – Perguntou a namorada, Camila a olhou nos olhos e deu de ombros, começando a levantar.

-Vamos.

Juntaram as meninas, já que Bruno preferiu ficar em casa jogando alguma coisa, e subiram para o andar da loira. Como era normal que transitassem entre os apartamentos, Jennifer nem mesmo estranhou quando as encontrou na porta.

-Tia Jennifer, você tem coca cola aí? Lauren disse que não posso beber em casa, mas essa nem é nossa casa, então.... – Jennifer sorriu para Helena, pedindo permissão a Lauren com os olhos. Como a de olhos verdes acabou dando de ombros, assentiu para Helena que comemorou com um pulinho.

-Eu sou médica, não deveria ser quem você procura para beber coca cola.

-Médico também tem que ajudar a cuidar da saúde mental, Camila disse que saúde mental é importante.

-Filma a trambiqueira. – Camila comentou, sorrindo da cara de pau de Helena, que piscou um olho em sua direção.

-Até parece que você não quer também. – A loirinha debochou, sorridente, seguindo Jennifer até a cozinha. Sem poder negar, Camila as seguiu, um copinho de coca cola não se nega a ninguém, Lauren era uma mulher muito má.

Enquanto isso Lauren já batia na porta do quarto de Dinah, logo entrando ao ouvir a autorização da mais nova. Sem dizer nada, se jogou na cama onde ela estava, apertando os braços ao redor do corpo bem maior que o seu. Mesmo sem entender o que acontecia, Dinah retribuiu o abraço com um sorriso largo.

Sorriu mais ainda quando Camila se juntou a ele, forçando espaço até estar bem no meio das duas. A loira ainda sentiu vários beijos gelados serem distribuídos por seu rosto, provavelmente pelo fato da engenheira ter entrado no quarto com um copo de coca cola na mão.

-Vocês normalmente já me amam muito, mas algo fora do normal aconteceu hoje? – Perguntou em confusão por todo aquele afeto repentino.

-Nada demais, só queremos te dar amor. Amigas são para isso. – Camila respondeu, sem ver necessidade de dar muitas explicações.

Logo viram Becca entrar no quarto, olhando com curiosidade para elas na cama. Camila sabia que ela adorava abraços e que logo iria querer se juntar a elas, então abriu espaço e a chamou com a mão, sorrindo quando a pequena soltou uma risadinha animada se adiantado para se inserir na pequena bagunça.

-Eu gosto disso, precisamos fazer mais. – Becca revelou animada, quase sumindo totalmente dentro do abraço grupal.

-Oxe, também quero. Ninguém me chama, vocês me odeiam? – Helena perguntou com indignação, nem esperando ser aceita antes de se jogar em cima das outras.

Jennifer ficou da porta, olhando sorridente para tudo aquilo. Dinah parecia totalmente feliz e isso lhe deixava muito satisfeita. Desde o primeiro dia em que viu a irmã mais nova, sentiu uma necessidade imensa de protegê-la e vê-la feliz, talvez fosse algo de irmãs mais velhas. Não importava muito do que se tratava, apenas sabia que ter Dinah era alguma espécie de presente que havia recebido da vida. Cuidava dela com todo carinho e amor que havia em si por ter plena consciência de que era um privilégio poder fazê-lo.

Adorava quando outras pessoas a amavam também. Camila e sua nova família tinham um talento especial no que se tratava de dar amor, principalmente para sua irmã.

Saiu de seus pensamentos quando Dinah a chamou para participar do momento afetuoso. Mesmo achando que alguém acabaria saindo dali com algum membro do corpo quebrado, acabou se juntando, não havia como resistir.

-Eu esperando para jogar e as bonitas de boialagem aqui em cima. – Teresa esbravejou após vários minutos que haviam ficado entretidas com aquele abraço. Todas pareceram um pouco surpresas com a presença da idosa, ninguém sabia ao certo como ela fazia para entrar com tanta facilidade em todos os apartamentos. Mesmo Camila que era treinada em arrombamentos, levava certo tempo até conseguir.

-Eita, esqueci, hoje é dia de COD!!! – A engenheira exclamou animada, se apressando para sair da cama. Helena e Dinah vieram logo atrás dela. A loirinha pequena apenas para assistir, ainda não tinha permissão para jogar. Reclamaria se não pudesse acabar descendo na escala de privilégios, Becca não podia nem mesmo ver os outros jogando.

Para a pequena de olhos verdes não fazia diferença, normalmente Lauren brincava de pintar com ela e Diógenes quando os outros iam jogar e ela achava isso mais divertido que qualquer coisa no mundo. Só era melhor ainda quando Camila brincava também, mas isso acontecia apenas quando não era dia de jogar COD.

-Todo mundo para a casa da velha!!! – Camila chamou animada.

Na sala encontraram Zayn, que justificou que Teresa tinha aberto a porta para ele. Jennifer até pensou que o namorado estivesse ali por ela, mas aparentemente aquele era o dia do jogo violento e não de namorar.

-Por que eles gostam tanto disso? – Perguntou para Lauren, um pouco indignada. Observando os outros correrem para o apartamento de Teresa, que era basicamente uma central gamer.

-Não sei ao certo, algo sobre fazer uma coisa divertida ao lado dos amigos. Todos esses jogos têm algo de muito viciante, poder fazer isso com pessoas que eles gostam deve tornar melhor ainda. – A de olhos verdes estava tranquila, não gostava muito do jogo em si. Mas Camila e os outros pareciam se divertir tanto, que ficava feliz por eles.

Sabia que ficavam mais relaxados depois de descontraírem um pouco daquela forma, talvez nem fosse tão violento assim, pensou consigo mesma.

-VÃO MATAR A TERESA, CORRE CAMILA, TÁ LÁ NO NEGÓCIO, MATA ELE CAMILA. RÁPIDO MULHER, AHHHH. – A garganta de Helena chegava a pular, enquanto a menina se mexia inquieta no local sem poder fazer muito para ajudar. Os dedos de Bruno já tinham ficado com deus, tamanha a força que ela aplicava no aperto em sua mão.

-TEM UM AQUI TAMBÉM E A ZONA SEGURA ESTÁ FECHANDO. EU VOU COMETER UM CRIME DE ÓDIO, PARE DE SER INÚTIL ZAYN.

-NÃO TENHO CULPA DE VOCÊ TER PULADO EM UM LUGAR LOTADO DE GENTE, NEM CAÍ NO CHÃO E JÁ ESTAVA SENDO MORTO.

Dinah já estava deitada no chão, batendo com a cabeça na superfície lisa. Havia morrido também, e se matassem Teresa, ela perderia as esperanças de regressar. A idosa e Camila eram as melhores no jogo, quando uma das duas morria, acabavam ficando desestabilizados. Por sorte Camila foi rápida o suficiente para salvá-la e ainda se livrar dos adversários que atiravam na idosa.

-Pilota o helicóptero direito, dinossaura. – Camila brigou algumas partidas depois, daquela vez todos haviam sobrevivido e estavam a caminho do centro do mapa para tentar vencer o jogo.

-Tira meu pau da boca que não consigo assim. – Teresa respondeu, fazendo Bruno e Helena arregalarem os olhos, rindo baixinho. – Pau de selfie que eu uso para alcançar todos os botões da aeronave....

-Você calada é poeta. – Camila brigou, olhando ameaçadoramente para a mais velha. Lauren comeria seu cu de um jeito ruim se descobrisse que estavam usando aquele tipo de linguagem perto das crianças.

-AHHH, ESTÃO ATIRANDO NA GENTE, TERESA DESCE COM O HELICÓPTERO. – Dinah pediu, tendo sido a primeira a ser atingida.

Teresa ainda tentou manobrar antes que acabassem os acertando, mas de alguma forma bateu forte demais em uma das montanhas e apenas teve tempo de ver o helicóptero explodir. Os quatro caixões ficaram juntinhos, enquanto o jogo anunciava o fim para eles.

A sala ficou em silêncio por vários minutos, até que alguém começou a rir e logo todos estavam rindo. Aquilo nunca tinha acontecido, por mais que fosse frustrante perder, era apenas muito engaçado que tivessem se estressado tanto para acabarem com os caixõezinhos um do lado do outro.

-Depois dessa eu vou para casa beijar a boca da minha mulher que ganho mais. – Camila anunciou sorridente. – Quer dizer, beijar a boca dela é sempre melhor. Mas como sou legal e ela generosa, divido minha companhia maravilhosa com vocês.

-Adoro como a Camila se ama é como se ela tentasse compensar o desprezo do mundo se amando em dobro. – Teresa debochou, fazendo a engenheira rir mais debochada ainda.

-Só não me amo mais do que o que você me ama, Teresa. Não tem como superar a obsessão.

Camila se despediu de todos e voltou para o próprio apartamento com Helena e Bruno em seu encalço. Encontrar Keiynan e uma Lauren totalmente abatida, lhe fez tremer dos pés a cabeça.

-Para o banheiro os dois. – Bruno ainda pensou em questionar, mas um olhar seu foi suficiente para ele se render. Seria o segundo banho do dia e ele achava altamente desnecessário, sua pele acabaria desbotando.

-Bom, era apenas isso, acho que vocês precisam conversar. Sinto muito, Lauren. – Pela expressão do homem enquanto se despedia, Camila concluiu que as coisas estavam piores do que podia imaginar.

Ficou em silêncio apenas encarando Lauren, nem tinha coragem de perguntar. Era melhor nem saber o que havia a abalado tanto.

-Ele veio dizer que as minhas chances de perder são quase de 90%. – Ela disse com um riso nervoso. – A síndica nos acusou de agressão...

Camila piscou várias vezes tentando processar as palavras.

-Mas...mas...você não fez nada. Você..bom, fui eu. Você não tem nada a ver com isso.

-Ela não se limitou a verdade, Camila. Aparentemente a agredimos de maneira grave e na frente das crianças. Mesmo que não seja verdade, até provarmos isso, meu avô conseguiu a guarda provisória deles e provavelmente vai conseguir a definitiva. Alegou que as colocamos em situação de risco e isso foi o suficiente, Keiynan desconfia que ele conheça alguém lá dentro, isso aconteceu muito rápido. Como ele foi por tantos anos da segurança pública, eu não duvido.

Camila sentia como se tivesse sido atropelada por um caminhão. No mínimo sete vezes. Em um segundo estava totalmente feliz e relaxada, e no outro, o chão havia desaparecido sob seus pés.

-Quando?

-Daqui dois dias. – Lauren respondeu, já deixando algumas lágrimas escaparem dos olhos.

-A culpa é toda minha. – Camila lamentou. Poderia se bater naquele momento, estava com raiva, de tudo e todos, mas principalmente de si mesma. Precisava começar a se lembrar que não era mais ela por ela mesma e suas ações refletiam em outras vidas.

-Ei, para conseguir isso ela mentiu sobre tudo. Mesmo sem o que você fez, provavelmente ela continuaria mentindo, aquela mulher nos odeia apenas por existirmos. Não fique se culpando por isso, não foi você, foi ela, o ódio dela pelo amor dos outros.

Sentia os braços de Lauren lhe abraçando, mas parecia que ela estava cada vez mais distante. Sabia o que aquela notícia significava, havia evitado pensar na possibilidade, pois não queria se quebrar antes de ser uma certeza. Mas ali estava, seu coração começava a se espalhar pelo chão do apartamento.

Havia perdido sua família e não havia nada que pudesse fazer sobre isso.

-Você precisa ir com eles. – Sussurrou baixinho, mal ouvindo a própria voz.

-Camila....

-Eu preciso de você, Lauren. Não vou mentir, preciso muito de você, quero muito você e eu te amo tanto. Mas justamente isso me impede de te deixar ficar, as crianças precisam mais que eu e seu avô vai fazer de tudo para ter o que quer, inclusive te afastar delas depois que as tiver. Não podemos deixar isso, eles são nossos pequenos, precisam de nós.

-Exatamente, de nós Camila. Não só de mim, não fale assim. – Lauren respondeu um pouco desesperada.

-Eu sei, eu vou estar aqui, vou esperar todo o tempo necessário. Mas você precisa estar com eles, precisa garantir que vão estar bem enquanto eu não posso, por favor, cariño.

Lauren não queria, seu corpo chegava a gritar contra aquela possibilidade. Era como se sua alma quisesse sair de si, recusando-se a ficar longe de Camila. Mas no fundo, bem no fundo, sabia que não conseguiria viver em paz longe dos irmãos. Sempre teria o amor de Camila, onde quer que estivesse, e ela teria o seu. Mas apenas garantiria a segurança dos pequenos estando perto deles.

Abraçou a namorada com força, com se quisesse fundi-la ao próprio peito. Sentiu-a quebrar em um soluço sentido e soube que havia entendido que concordava em ir. 

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