Julgamento ao Amanhecer - Zum...

By Hazel90ss

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Por sobrevivência ela enganou a morte Por liberdade ela se tornará uma arma ☢︎︎Reviravoltas extremas, não se... More

1.Life
2.Sign
3.Destination
4.Run more
5.War
6.New frontier
7.Plan
8.Hunt
9.Leardeship
10.Hope
11.Pass military
12.CCD
13.Explosion
14.Changes
15.Depth
16.Noodles
17.Uncovered
18.Decisions
19.Overturning
20.Communications
21.Lies
22.Sacrificed
23.HAZEL
24.Things Hazel
•Personagens |
27.Higher
28.Scarcity
29.Revenge
30.Uterus
31.Collide
32.Dance
•Personagens ||
33.Swamp
34.Dead
35.Confusion
36.Abusive
37.Depression
38.Resurge
39.Torture
40.Fire
41.Church
42.Village
43.Anarchy
44.Purpose
45.Delirium
47.Surprise
48.Arena
49. Laments
51. Energized
52. Order
53. Viseras
54. Faith
55. Redemption
56. Unknown
•Personagens |||
57. Trap
58. Foreign
59. Declaration
60. Mutation
61. WalkTalk
62. Excitement
63. Cravin
•Personagens ||||
65. Burden
66. Sheep
67. Volatile
68. Karma
69. Limits
•Personagens||||
70. Drame
71. Survive
72. Departure
73. Cannibal
74. Calm
75. Anxiety
76. Analphabète
77. Macabre
78. Broken

50.Airdrop

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By Hazel90ss

— Que idiotice estava fazendo?

— O que acha que estava fazendo?

Ele ia de um lado a outro revirando o olhar e mexendo as mãos nervoso. Eu sentada ao canto jogada, mirava o chão com os dedos entrelaçados, um vazio, junto com o arrependimento.

— Você tem uma caixa para pegar, sabe disso? Está maluca? Se jogando em um bando de Clikers? - Era como eles chamavam os estaladores.

— Não foi nada pessoal.

— Não foi nada...- Ele parecia frustrado com minha afirmação — Você é debochada até morrendo Hazel, poderia ter virado um agora mesmo ou sido destrossada, você tem consciência que tem gente precisando do que tem lá - Ele fazia um gesto de pensamento — Crianças, seu amigo está lá sem recuperação, já pensou isso em sua cabeça dura? Que a vida dele depende de você.

— Eu já entendi Tank. - Estava nula a sentimentos até ali, indiferente se minha morte fosse dolorosa, talvez o atormento e o castigo fossem antecipados antes por mim mesma.

— Não porra - Ele socou a parede próxima e se voltou serrando o maxilar — Você não sabe, não tem ideia do que passamos lá, pra você estar aqui brincando com a gente, sua egoista.

Isso foi a gota d'água me chamar de egoísta justo eu a boa samaritana a tudo e todos, eu carregava um fardo maior que o meu próprio, era injusto me condenar e me responsabilizar de vidas que eu nem sequer me ofereci a ajudar. Me levantei furiosa e o empurrei na parede e dei um tapa que de verdade doeu mais em mim que nele, seguido de um transbordar de lagrimas suavemente em meu rosto, o mesmo virou a face furioso junto com suas mãos no local.

— Não coloque em mim uma responsabilidade que fui obrigada a ter, se querem alguém para pegar a caixa volte aos seus e diga que perdeu essa pessoa. - Minha voz firme voltava ao normal por mais que minha aparecia não parecia ser das mais apresentáveis.

Ele sarcástico sorriu e passou os dedos em sua boca que sangrava.

— Eu sabia que era um erro, dês que o Riot concordou em te deixar viva e ainda confiar em uma forasteira.

— Eu concordo com você, sou forasteira sim, eu não tenho lugar, eu estava tentado achar o meu, mas vocês me atrapalharam.

— E acha que se matar antes de nos pagar, vai te deixar em paz?

— Qualquer coisa que me desligue deste mundo me deixaria em paz. - Disse em tom baixo e choroso.

Ele colocou a mão na cintura e respirou fundo olhando para cima, mais impaciente que eu.

— Estava tentando se matar mesmo então?

Comecei a juntas as lenhas restantes  ao chão para acendemos de novo.

— Não Tank. Estava fazendo amizade com os estaladores, aliás muito legais, apesar de serem um pouco grudentos.

Um silêncio se instalou e se quebrou logo em seguida com nossa risada vergonhosa em unísono. Ele acabou se agachando para me ajudar e através da luz da lua tocou minhas mãos sem querer, um choque ardeu em meu corpo como um flashback.

— Foi mal! Esses dias estão sendo ruins pra mim. - Disse tentando me desculpar sem a palavra, ele se levantou neste momento e limpou as mãos uma na outra.

— Vamos colocar as barricadas nas portas, e partimos amanhã.

Passando para o outro cômodo onde viemos, o segui confusa.

— Como assim partimos amanhã?

— Vou... - Ele empurrava de volta o armário pesado a porta - Vou me certificar que vai chegar, só pra ter... certeza.

— Não confia em mim, não é mesmo? - Elevava meu pé encostando e cruzando os braços na parede próxima.

— Nem um pouco. Agora venha aqui e me ajuda a empurrar isso.

(...)

Acendemos a fogueira novamente mais baixa agora, sentamos ali um a frente do outro, comemos a lebre que ainda estava inteira junto a alguns enlatados que ele trouxe.

A madrugada começou a ficar fria e não havia mais nada de roupas na casa, a fogueira agora menor não aquecia direito apenas iluminava, era notável meu incomodo junto a um suor e dor de cabeça terrível.

— Você está tremendo.

— Ah... Não me diga. - Batia os dentes e encostada no canto não conseguia se aproximar da fogueira.

Tank se aproximou e colocou a mão  em minha testa.
— Está queimando de febre.

Meu olhar vermelho e meus tremeliques o deixaram desconfiado.

— Você não foi mordida, não é?

—  Não...eu não tive essa sorte.

—  Deixa eu ter certeza.

Me levantei com uma fraqueza tremenda, o mesmo se afastou, não queria o estresse dele achar que estava me transformando, mostrei meus braços e pernas e levantei a blusa calmamente.

— O que você tem?

— Não sei ainda.

O mesmo retirou da bolsa um frasco laranja e me entregou um comprimido.

— Tome e vamos ver se passa.

Ele ainda molhou um pano e colocou em minha testa. Mesmo acabada e sentindo ser algo momentâneo por ser tão doloroso não deixei de interagir com Tank um cara alto forte todo tatuado e de aparência melhor que minhas alucinações.

— Porque querem tanto a caixa?

Ele abaixou a cabeça e com um graveto que destacavam suas mãos mexia na fogueira que reluziá em seu rosto uma fase não tão assustadora.

— Não é óbvio? Suprimentos grátis.

Com a voz um pouco mais fraca finalmente perguntei algo que martelava a muito tempo dês que fizeram vir até aqui.

— Uma caixa de suprimentos onde dois grupos bem grandes sabem de sua existência, e provavelmente bem mais pessoas não é mesmo?

Percebi que ele desviava o olhar a mim toda vez que perguntava coisas incômodas e logo em seguida dizia palavras que mexeriam comigo de alguma forma.

— Não é difícil de ver um loot no céu azul do Arizona, vamos dizer que muitas pessoas vêem em um raio de 60KM...

— 60KM? - Era um raio um tanto quanto grande demais para apenas uma caixa.

— ... A uma mesma hora a um mesmo lugar, quem pegar primeiro ganha.

— Tá me dizendo que é um jogos vorazes?

— Quase isso, só que normalmente ninguém sai com 100% da carga e corpo inteiro.

Franzi a sobrancelha e engoli a seco boquiaberta com o que eles não me disseram de início.

— Por que a mim?

— A caixa cai toda semana, mandar alguém de nós é suicídio, cada semana amais é mais dias de treinamento e aperfeiçoando que fazemos com os que se propõe a ariscar, ninguém nunca chegou vivo do nosso grupo, o que chegou mais perto foi decepado a cabeça com uma linha de nilon.

-— Escrotos filhos da puta, como sou burra - Comecei a me bater na testa — Mostrei a você o que queriam, me testaram todo esse tempo até verem que eu não cedi e partiram pra chantagem.

— Assim como Gaia viu em você. Assim como todos presenciaram, antes mesmo de vim aqui ouvi rumores de você, não se preocupe não eram da sua feiúra.

— Por que está me contando tudo isso?

— Pra ter tempo de pensar no que fazer no que escolher daqui pra frente, dá pra notar que é estrategista, não poderia desperdeçar isso atoa.

— O problema Tank é que não me deram escolhas foi um simples mate ou morra. Me diga já que está sendo um lixo útil o quem tem na caixa?

Ele mordia os lábios quando o ofendia de algum jeito sentia que a qualquer momento iria me enforcar. O mesmo revirou os olhos e deitou no chão com os braços cruzados a cabeça.

— Não é bem uma caixa se quer saber, está mais pra um contêiner de 1,30cm de largura e 1 de comprimento.

— O que vem exatamente dentro pra todos se matarem?

—  Muita COISAS - Ênfase na última palavra com um levantar de olho — Dura 1 ano mais o menos com 5 pessoas.

— Por que brigam tanto por algo que se pode ter sempre?

— Sério que está me perguntando isso? Pensei que fosse mais inteligente. - O olhei ainda confusa e ele me mirou notando que estava falando sério, respirou fundo eme respondeu mudando o tom de voz para um sereno — As pessoas dês do princípio quando descobriram o sedentarismo no antigo Egito e o comércio de produzir bem mais do que precisam só aumentaram seu egoísmo a cada século.

— Está dizendo que vendem essas coisa?

— Vendem, traficam, trocam ,usam queimam, morrem por isso.

— O ser humano é o único ser que desonra seu próprio dilema de humanidade.

— Quem somos nós Hazel? Duas pessoas que já mataram tantos que se assombram com seus rostos...

Me veio um sentimento de conforto havia alguém me entendia neste quesito, eu nunca quis matar ninguém a não ser os que me fizeram mal. Por eu ficar em silêncio o observando mascar um pedaço de palha deitado, ele me devolveu o olhar enquanto eu desviava.

— ...Descanse um pouco, se não melhorar eu mesmo te mato.

Me deitei ao chão me encolhi e fechei os olhos dizendo.

— Não se eu te matar antes - No momento importuno involuntariamente ri, e no mesmo instante ouvi fazer o mesmo.

(...)

A febre piorou durante a noite, mas consegui dormir ou desmaiar já que me senti várias vezes inconsciente. No dia seguinte acordei com o toque do Tank em meu ombro que se tornou um tormento a mim torcendo seu pulso e sua camisa molhada em meu corpo encharcado.

— Caramba calma Hazel vai quebrar meu pulso.

Com aquele delírio de quando se acorda no susto nem percebi que segurava ele pois estava mais atenta ao meu redor, depois de perceber que estava em um local seguro olhei a minha mão e depois o rosto dele que me olhava com desdém.

— Me desculpa, reflexos.

— Ainda bem que não tinha uma arma.

Me levantei devagar segurando pelas paredes, parecia que um caminhão havia passado por cima de mim.

— Não me toque enquanto durmo, e nem coloque armas ao meu redor se você for ficar de guarda.

— Calma aí, deixe-me anotar no caderno de tô nem aí, não vamos ficar juntos por muito tempo.

Automáticamente minha cara de sarcasmo voltou diante de alguém que tinha o mesmo senso peculiar de humor que o meu.

— Ah, deixe-me eu anotar antes no caderno.

Fiz uma pose de escrita e tirei a tampa de uma caneta invisível.

— Mão vamos ficar por muito tempo, vou mata-lo antes - Fiz um ponto final no caderno imaginário e o guardei.

Ele franziu as sobrancelhas e respirou fundo irônico.

— Parece que passou a febre deixa eu ver...

Ele se aproximou de mim sem camisa mostrando todas suas tatuagens que não pareciam ser convite de coisas boas, me encostei na parede ao estender sua mão em minha testa.

— Calma não vou morder, a não ser que queira. - Sua mão pesada fechava minha testa inteira.

— Se fizer isso arranco seus dentes fora.

Ele retirou a mão e me olhou de cima abaixo passando as mãos pelos lábios.

— Para uma pose de Pitbull tremeu igual um Pinscher a noite.

— Desmaiei algumas vezes também.

— E olha que nem fiz nada ainda.

Semi-serrei meus olhos e juntei minha sobrancelha jogando sua camisa encharcada que estava em meu ombro eu sua cara de sem vergonha alguma.

Andei até saída e empurrei o móvel da frente da porta, quando fui rodar a maceta não sabia que estaria aqui, viva. O sol que nascia do horizonte limpo era incrível, a sensação da brisa em meus cabelos e aquele calor em minha pele aquilo era viver, me sentia bem, talvez meu cérebro tivesse que ser reiniciado com aqueles desmaios involuntários e febre de noite. A frente da porta encostado Tank tirava um cigarro de seu bolso e acendia enquanto me via distraída de costas, e eu lá exalando o ar puro de quem desafiava até a morte a beira do rio, a endorfina em meu cérebro estava me deixando animada e de coração acelerado.

— Vai ficar agradecendo o sol também? - Tank estragava minha vibe de se sentir viva novamente nem que seja por alguns segundo depois de uma tentativa falhada de paz.

Me virei frustrada ficando de frente a ele, por alguns segundos o observei,  aquele cara bruto havia me salvado, a última pessoa do mundo que pensaria em me salvar, ele desatento percebeu que o olhava e me mirou com outros olhos tragando o cigarro. O sorri sarcasticamente e levantei as mãos ao alto dando dedo em sua direção, logo em seguida me jogando de costas no rio. Meu corpo afundou por centímetros e vi o reflexo de Tank ajoelhado na água me procurando, logo ressurgi rapidamente.

— Você é louca Hazel?!

— Ficou preocupado foi? Se eu tentar de novo te aviso antes, não se preocupe.

Ele se sentou a beira do rio e sacou mais um cigarro. Por Tank ser uma pessoas que eu nunca teria nenhum tipo de relação isso me dava liberdade pra ser quem eu era, afinal o mundo tinha acabado nada mais me impedia de ser quem eu era. Me puxei de volta para cima da elevação, depois de lavar minhas roupas em meu corpo as retirei ficando somente com as roupas de baixo deixando a calça e minha camisa secar ao sol, Tank não virava seu rosto de jeito algum. Adentrei o rio novamente.

— Não vai entra também?

Ele retirou o cigarro para falar.

— Não estou podre igual a você.

Mergulhei novamente e submergi perto dele jogando água em seu rosto  apagando seu cigarro, o engraçado no momento foi a cara dele paralisada e seu cabelo castanho claro com alguns fios agora escorrido em sua testa.

Comecei a rir muito dele. O mesmo que me secava fixamente se levantou com a cara fechada e adentrou a casa.

— TANK, NÃO VAI, EU TAVA BRINCANDO... poxa que cara sensível.

Após alguns minutos sai da água e torci meu cabelo, fiquei um pouco recebendo aquela luz quente em meu corpo e quando senti que minhas roupas secaram as vesti, não estavam totalmente limpas, porém sem o cheiro de sangue fresco.

Entrei para dentro e comecei a arrumar minhas coisas em uma mochila velha que havia ali, coloquei alguns pedaços de carne enrolados em papel alumínio e algumas facas de cozinha. Não avistei Tank então subi as escadas, ele estava arrancando as madeiras de um dos lados da parede abrindo um pequeno nicho que possuía uma caixa de pescador com algumas armas e balas.

— Uou como sabia que tinha isso aqui?

Ajoelhado só levantou o olhar sobre mim e logo voltou a engatilhar a arma.

— Vi o barco próximo ao rio, uma casa ao lado de um lago, solitária, teria que ter armas...tome - Disse com o cigarro em um dos lados da boca.

Ele me estendeu uma pistola 9mm preta.

— Finalmente algo que estou familiarizada.

— Eu vou ficar com essa - A dele era igual a minha, mas possuía cor cinza — Já estão recarregadas com 14 no pente e tem mais um carregador, que vai ficar comigo então não desperdice.

O mesmo passou por mim pegando sua bolsa descendo as escadas, coloquei a arma atrás de minha calça e ajustei um cinto, não precisava, entretanto nunca se sabe quando se precisaria de um torniquete. Amarrei meu cabelo coloquei meu coturno bege desgastado, e balançar umas roupas avistei uma granada, a dedilhei e guardei comigo. O segui já lá fora que me esperava fumando, ao chegar ele jogou no chão e amassou com os pés.

Começamos a caminhar, ele na frente e eu logo atrás, ele não dizia uma só palavra parecia estar bravo comigo, era impressão ou só não era de conversa?

— Como você passou da fronteira da Gaia? - Isso era algo intrigante —  Como? Se o que me disseram era que os que comandavam deste lado não tinham boas maneiras com os outros grupos?

— Hum, longa história.

— Vai ser uma longa caminhada.

— Digamos que Gaia é uma amiga passageira, alguém com que eu confio desconfiando.

— Ou, Entendi. - Ele tinha tido um relacionamento com ela, era isso? Eu tinha outras perguntas a fazer, mas não eram tão relevantes e acabaria com ele pensando em bobagens.

— Vamos chegar em 1 hora ou 2 dependendo dos grupos de mortos até lá, que são muitos naquela área pelos barulhos infernais dos Arruaceiros.

— Pera, pensei que fossem 2 dias até lá.

Corri para o lado dele.

— 2 dias? - Ele riu de mim no instante seguinte — Se fossem dois dias íamos pegar apenas as carcaças do que tentaram.

O mapa que tinha memorizado quando Riot me mostrou estava errado, não era possível, eu lembrava o local.

— Como você sabe ir até lá sem mapa já que disse que nunca foi?

— Eu não disse que nunca fui, disse que não cheguei perto o suficiente da caixa.

— Então já sabe a área?

Ele parou ao meio da estrada e apontou para entre as árvores, acima  se avistava um prédio em ruínas com um cartaz grande escrito em spray " Destruição para a nova contrução ".

— Aquilo foi eu que escrevi a muito tempo com o Riot e o Alpha, era uma área nossa, mas os Arruaceiros tomaram depois que sem querer nos descuidamos, acabamos desistindo do local por não ser de grande  importância e ser no centro da cidade o que era um problemas todos os dias, virou um ponto morto, cada andar daquele tem alguém esperando a caixa dia e noite, são de diversos lugares, com diversas formas de morrer.

— E por que acha que vamos conseguir?

— Por que somente eu vivi tempo suficiente ali para saber todos os pontos cegos, além do mais a caixa cai ao centro de um estacionamento e não sou eu que vou.

Parei imediatamente e Franzi a testa em negação.

— Esta dizendo que eu vou atravessar um estacionamento e arrastar um contêiner?

— Acha que eu vou arriscar minha vida? Ali é o centro de um ponto onde não tem saída uma vez no meio não pode sair sem morrer. Não se preocupe vou te dar apoio pelas bordas, assim você tem chance de tentar matar alguns.

— Quando falou de jogos vorazes não estava brincando mesmo.

(...)

Quase 2 horas e meia caminhando, Tank olhou o relógio e para o céu.

— Chegamos...

Adentramos uma floresta antes que dava em um ponto muito bom de visibilidade diante do local em que cairia a caixa. Nós deitamos de bruços e ele começou a me explicar.

— ...está vendo aquele x vermelho ao centro? Ela cai mais o menos ali, tem um carro a sua esquerda, que funciona. Vai empurrar a caixa até lá, pesa uns 20kl tem rodinhas então é só arrasta-las, e tranferir o que tem lá.

Eu escutava aquilo e processava rapidamente, só queria saber os riscos, pois a nossa frente no prédio já se via movimentação nas janelas algumas sem vidros.

— Como que uma caixa de 20kl cai sem impacto algum?

— Para-quedas, veja - Nos observamos o centro — Assim que ela estiver caindo aqueles zumbis que estão andando serão mortos alguns com flechas.

— Flechas? - Eu engolia a seco, como ele achava que eu ia empurrar algo sem ser vista?

— Vai acontecer o seguinte, alguns idiotas vão se arriscar primeiro e iram morrer logo em seguida, não se preocupe com esses, o maiores inimigos estão de snipers mais para dentro.

— Sniper?

— E vamos esperar até a noite, os 2 dias que você estava falando, não estava errada, acabei de lembrar, são dois dias no mínimo para talvez pegar a caixa.

— 2 dias?

Eu o olhava com um olhar assustado de algo novo de uma pressão ruim, se depender de mim acabaria em meia hora, lidar com humanos era mais difícil que lutar em uma arena com mortos e aquilo estava me afligindo, porém meus anos de experiência em campo me faziam estar um passo a frente do inimigo.

— Veja eu sei que está assustada, mas temos que fazer isso pelo bem de todos, incluindo seus amigos.

Ele dava tapinhas nas minhas costas como políticos em época de eleição. Começava engraçado, terminava desgraçado.

— Eu tenho uma ideia.

— Por favor espertinha, pensou em algo melhor?

Ele duvidava muito de mim, e em alguns aspectos era como eu questionador e impulsivo. Não era nada agradável estar naquela posição deitado, se via movimentação a todo instante nas janelas, o nosso ponto era cego então dificilmente nós avistariamos, estávamos apenas com as pistolas e a idiotice na cabeça.

— Eu tenho uma granada.

— Você tem o que?

— Não escutou? - Eu sussurrava novamente — Posso correr até ao meio do prédio, joga-la e os zumbis vão entrar até lá, quem tiver lá dentro vai se assustar, começaram a atirar ou correr até a caixa desesperados.

— Por que diabos acha que isso iria acontecer?

— Porque eu faria o mesmo, vamos lá.

No momento em que me levantei ele pegou em meu braço e me puxou para
baixo.

— Isso é loucura vão te ver antes e depois? Vai voltar como? Vai acabar ficando pressa com eles lá dentro com uma horda vindo até você.

— Disse que era somente eu, sei me virar.

Ele me olhou juntando as sobrancelhas e molhou os lábios.

— Fique viva.

Suas palavras foram tão simples, mas vindo dele trazia um significado enorme, era nítido que ele não me queria o mal, sentia estar ao lado de um lobo feroz, mas ao estender a mão ele se acalmava.

Me levantei ajustei a arma e algumas facas estrategicamente em meu corpo, peguei a granada a único que tinha na casa dentro das roupas que acabei derrubando, aquele dia quase saltei da janela do segundo andar. Ficamos algumas horas ali, até que ouvimos o avião ao longe, era um barulho cada vez mais alto ao se aproximar, as árvores sacudia muito e os mortos ao meio rodeavam feito pássaros a grande sombra que se formava ao chão da caixa vindo. Ao cair com um enorme paraquedas decaiu junto sobre os zumbis, a caixa esmagou alguns e deixou preso outros, mas o paraquedas tampava a visão completamente do alvo.

— Como vou tirar aquela lona toda?

— Espera um pouco.

De repente um cara surge puxando e retirando o grande paraquedas.

— Por que não estão atirando nele? - Estava confusa era para ele estar como uma peneira naquele momento.

Tank serrou o maxilar e falou com tom raivoso.

— Desgraçados, depois de tudo ainda fazem isso.

— Isso o que? Me diga.

Ele se debruçou a cabeça no chão e logo em seguida levantou intrigado.

— Esses são os Arruaceiros, não atiraram porque são eles que mandam aqui, podem até pegar a caixa, mas sair com ela é outra história.

— Então isso é um jogo?

— Um jogo doentio, quem vence no final dividi metade com eles, mas nem se compara com o que ganham, todos os pontos a 20KM são deles.

— No que eu me meti?. - Pensava comigo mesma, as coisas que afundava ainda mais, quem era Titanic perto do meu destino.

(...)

Já era quase noite e não poderíamos ficar ali até o amanhecer era muito escuro e havia a presença de muitos voláteis, de repente uma pessoa com a coragem por que noção nenhuma tinha começou a matar os zumbis ao redor e não bastasse assim que encostou na caixa um disparo de Sniper em sua barriga o atingiu ele gritou feito uma criança por uns 5 minutos, até levar uma flechada no crânio e ser devorado pelos caminhantes ao redor, no mesmo momento por mais que estava acostumada a matar ver aquilo era um tanto quando enjoativo por que a próxima seria eu, então a todo momento colocava minha cabeça no ombro de Tank que bruto como era não reclamava, e as vezes até passava a mão em meus cabelos na tentativa de me consolar por me jogar nessa situação.

Impaciente logo me levantei e fiz um sinal para Tank que me cobriria caso acontecesse algo. Fui me esgueirando pelos muros do estacionamentos do prédio, furtivamente cheguei até a porta dali era somente lançar a granada e correr esperando a dispersão e focando os restos dos zumbis que ouviriam a kilómetros, porém com meu pensamento idiota resolvi adentrar e subir alguns lances de escada pensando assim que poderia matar ou assustar mais alguns, ao olhar a frente dei de cara com um homem um tanto quanto assustador no meio do corredor escuro me olhando, aquilo me congelou ele começou a se aproximar em passos largos, paralisada, mas com agilidade destaquei o ferrolho da granada e levemente a coloquei devagar ao meu lado, o homem de mais o menos minha altura me atacou, começamos a entrar em luta corporal, me pegou pelo pescoço e me ergueu em uma parede próxima, chutei sua parte baixo, ele me soltou, o soquei no nariz peguei seu braço o levei para trás em um movimento e senti o osso da clavícula sair totalmente do lugar, dei um mata leão nele em pé, indo para trás teve uma hora que estávamos quase em cima da granada que se encontrava ao chão parada, o mesmo chutou ela que foi parar na parede mais próxima e explodindo, na hora o usei como escudo, mas em meio a fuligem me joguei ao chão, o lugar fechado fazia o som agudo me tontear por alguns instantes, tossindo muito me arrastei para baixa pelas escadas, mas uma horda muito grande adentrava o local junto a alguns voláteis que dormiam nas salas ao lado em grupos, tive que subir mais, muitas pessoas começavam a atirar desastrosamente, me infiltrei em uma sala e de agora em diante gritos e tiros eram o som pelos próximos 20 minutos. Minha audição voltava ao normal e o abafado dava lugar agora a um som agudo e assustador, voláteis tinha um ruído muito incomodo, além de ter alguns estaladores no recinto que brigavam com os voláteis ao encosta-los, era uma guerra de titans e eu, trancada em uma sala com uma arma de 14 balas para uma infinidade de monstros, logo rajadas de balas eram disparadas do lado de fora, eu teria que correr até o primeiro andar ou me jogar do prédio que se encontrava em esqueleto, e é lógico que faria o mais mortal, olhei para baixo e para minha sorte uma caçamba real de lixo estava na direção, sem pensar duas vezes me joguei caindo em tantas coisas que se tivesse pegado um tétano não sentiria pela adrenalina que percorria meu corpo, lá de fora se via pessoas se jogando dos locais mais altos, os Arruaceiros atiravam de fora para dentro, mas preocupados e distraído mais nos zumbis, saindo da caçamba e caindo ao chão tive a ideia de empurrar a caçamba como um escudo até a caixa e assim fiz, como uma desesperada atrás da enorme lixeira corri em meio aos tiros e ataques de zumbis sem ver nada, esmaguei algumas pessoas, bati na caçamba com tanta força que ele chicoteou a mim, me empurrando perto de alguém, sem pensar duas vezes atirei, a arma dele havia falhado em meu crânio já posicionada. O sangue espirrou em toda minha boca, o desespero continuava, fui até a ponta da caixa e a empurrei com toda força para o carro a minha esquerda sentido a avenida principal reta por onde viemos, ao chegar e me virar fui atingida com um tiro certeiro no braço me joguei atrás do carro, o sangue jorrava muito e sentia meu braço enfraquecer, peguei minha cinta rapidamente e fiz um torniquete, o puxei com os dentes e continuei atirando, logo Tank surgiu ligando o carro.

— VAI VAI VAI. - Ele me cobriu em alguns momentos.

— Não vai dar tempo de transferir tudo da caixa para o carro.

A caçamba era impossível de ser erguida na traseira da caminhonete, e pegar item por item não sairia viva pela chuva de balas, então procurei uma corda já que no carro estava escrito Arizona Guinchos, típicas caminhonetes de guincho em regiões de interior, me debrucei embaixo do carro e avistei a corda acoplada em um espaço improvisado ao lado dos freios, ao pega-la um morto agarrou meu tornozelo tentando me morder, me debati lá embaixo pois ele não soltava de jeito nenhum mesmo com os chutes, com dificuldade peguei minha arma e atirei em sua cabeça, sai de lá e Tank me dava cover enquanto amarrava a caixa caçamba na caminhonete, um homem correu a minha direção e em um movimento rápido enrolei a corda em seu pescoço e o sufoquei não até o final, pois iria demorar muito até desmaia-lo, então só o deixei em posição e meti uma bala em sua cabeça e uma facada em seu abdômen, durante isso seu corpo me serviu de colete, porém uma das balas me chicoteou em meu abdomen, iría muito sentir aquilo depois.

— PRONTO TANK VAMOS.

Adentramos o carro e partimos para longe com a caixa acoplada no carro, a horda corria atrás de nós, pois já havia matado todos os humanos ali, como o carro não acelerava tanto, runner subiam na caçamba e adentravam a traseira da caminhonete, sai um pouco pela janela ao lado enquanto Tank segurava o volante e minha perna ao mesmo tempo, comecei a atira-los tudo isso a uma alta velocidade no segundo momento, eles estavam partindo a corda e fazendo peso agarrados a caçamba, então tive que me agarrar até lá para impedir isso.

— HAZEL NÃO...

— CONTINUA DIRIGINDO, CONTINUA!!!

Ali já atrás do carro posicionada sentei e engatei minhas pernas nas lareiras do compartimento, comecei a atirar, eles caiam um atrás do outro até nos perder de vista, alguns por cima da corda, havia uma pequena corda na caminhonete perto da janela de trás no carro um pouco abaixo da janela, provavelmente para prender animais, e quando a corda principal ia se desprender da parte de baixo do carro, em um salto de desespero e inconsciência me agarrei as duas e fiquei ali esticando com todas as minhas forças até junta-las uma na outra, forças que tirava não sei bem de onde, mas que sentia ser partida ao meio, o tiro em meu braço era lacerante, mas ali no calor do momento não sentia tanto, quando finalmente consegui, amarrei uma a outra em um nó super forte, me encostei e respirei com tanta força que meu peito doía, ali mesmo na caçamba da caminhonete fiquei até me certificar que não ia se desprender.

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