Capítulo 13

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Juliana

Mostrar a fragilidade era a transparência existente em mim, sempre me considerei emotiva demais, deixava o meu sentimental falar mais alto. Sinceramente na maioria das vezes fazia questão que ele transparecesse, afinal, acreditava que quanto mais ele flui dentro de nós mais sabemos o que realmente sentíamos naquele momento. Por isso, que deixei as lágrimas derramarem em meu rosto, aliás, sentia-me confortável o suficiente nos braços do grosseiro Rafael Lohan e mesmo que possuíssemos as diferenças, ele ainda parecia ser o suficiente pra mim naquela situação.

Ajeitei-me no banco observando que a paisagem finalmente começava a mudar, em vez de vermos arvores e comunidades rurais, passamos a ver a cidade. O silêncio continuava reinando dentro do veículo, o ambiente não parecia nada confortável, principalmente pela intuição em sentir que existia algo a mais em nosso meio. Assunto esse que foi sanado no instante que enxerguei as faíscas.

- Falta muito para chegarmos? - perguntei impaciente.

- Não! - respondeu sem prolongar.

- Tem certeza que pegou o caminho certo? - questionei puxando assunto para não ficar mais no silêncio ensurdecedor.

- Você não sabe o significado de paciência. - o encarei e aquele sorriso encantador havia aparecido novamente.

- Só não lembro o quanto demorava! - fui sincera observando a rua.

- Não se preocupe, não possuo intenção de sequestra-la! - informou.

Revirei os olhos com aquela idiotice enquanto Rafael sorriu mais uma vez. Alguns minutos após aquela conversa, Rafael estacionou o carro.

- Chegamos! - avisou.

- Aqui não é o apartamento! - olhei ao redor e nem de longe parecíamos ter realmente chegado.

- Boa observação. - ele riu.

- Qual é a sua? - perguntei tentando entender o que ele estava fazendo parando em outro lugar.

- Vem comigo, vai ver! - falou saindo do carro empolgado. - Não vai descobrir sentada aí dentro! - alfinetou.

Enquanto saia do carro vi o lugar para qual ele havia me levado, era o bondinho no Pão de Açúcar, um dos mais visitados pontos turísticos do Rio de Janeiro. Rafael estava em frente à bilheteria, porém, percebi que pelas horas o lugar provavelmente havia encerrado o funcionamento.

- Acredito que está fechado! - falei um pouco mais alto para que ele pudesse ouvir.

- Está! - respondeu tranquilamente.

- Então vamos embora! - o chamei dando meia volta para entrar novamente no carro.

- Não, nós vamos entrar! - disse vindo ao meu encontro.

- Você enlouqueceu? - o olhei surpresa. - Não quero parar em uma delegacia por suas imprudências, mesmo que possua um irmão advogado! - completei.

- Ninguém vai parar no xadrez por visitar o Pão de Açúcar. Nossa entrada está liberada! - informou.

- Como conseguiu? - sorri.

- Vem. - chamou sem me responder. - Se demorarmos mais um pouco aqui você vai perder a melhor vista da cidade. - ele me deu passagem mostrando o caminho que devíamos seguir.

A sensação de subir no bondinho era impactante demais para não mostrar o quanto havia gostado daquele passeio. Conforme subíamos entre um bondinho e outro via à vista magnifica que pintava o céu, até finalmente estarmos no topo e ali encontrar a perfeição divina.

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