Capítulo 12

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Rafael

Juliana possuía um poder para despertar as minhas autodefesas, era exatamente esperar que viesse ao meu encontro e trata-la de forma rude como sempre fazia. Pensei que esse tipo de comportamento refletia nas emoções aos quais tentava fugir de todas as maneiras. Contudo, ela conseguia ser insistente demais para não mexer com o mais profundo de mim. Todavia, precisava me manter distante ao máximo que conseguisse, por mais que a minha insistente vontade fosse de ser a melhor pessoa que ela merecia.

Juliana havia ficado irritada pela frieza que usei em palavras, achava loucura ser totalmente alguém a quem o meu próprio eu havia ocultado, colocado no esquecimento. E mesmo que ela me fizesse recordar daquele homem, possuía coisas dentro de mim que jamais o libertaria, por não está preparado ou simplesmente não querer deixar que esse lado me consumisse mais uma vez.

Devido a isso a expulsei novamente para longe de mim, dando a oportunidade para Scott dar o bote perfeito. Observei os dois se afastando, e sem demora eles sumiram da minha vista. Continuei observando as ondas arrastando a areia para dentro do mar, precisava me conectar com o mundo externo, não exatamente com pessoas, mas com a natureza inofensiva incapaz de machucar nossos sentimentos.

Alguns minutos se passaram, Murilo veio ao meu encontro, sentou ao meu lado tentando se conectar com a mesma galáxia ao qual estava. Ele não falou absolutamente nada, mesmo que percebesse o quanto precisava conversar. Murilo não era invasivo, apesar de ficar a maior parte do tempo em silêncio, o mesmo era bastante observador, mas ele jamais tocaria em um assunto ao qual não foi chamado.

– Gente vocês viram a Juliana? – Alex apareceu um pouco alvoraçado.

– Viu com as meninas? – perguntou Murilo.

– Sim, não está com elas! E está quase na hora de irmos embora. – falou preocupado.

– Dá ultima vez que a vi, acho que ela estava com você, Rafa! Não faz muito tempo. – se direcionou a mim.

– Ela saiu com Scott! – disse sem delongas, incomodado por tocar nesse assunto.

– Não acredito que ele fez isso. – Alex parecia indignado.

– Eu avisei, mas você não quis ouvir! – fui áspero.

Alex me encarou visivelmente irritado, mas não me retrucou como de costume, afinal, ele mesmo possuía conhecimento que não dizia nenhuma mentira. O tempo passou, estávamos atrasados em duas horas, nem sinal dos sois fujões. Alex parecia muito mais preocupado, via o desespero do mesmo, tanto que ele se mantinha alterado.

– Cara, vou matar ele! – disse Alex ao desligar o celular pela décima vez, ao qual Scott não atendia.

– Ele faz isso para provocar, não se preocupe tanto! – tentei amenizar, mas sentia certa aflição na demora, sabia bem no fundo que algo estava errado.

– COMO NÃO VAMOS NOS PREOCUPAR! – gritou Cloe alterada. – A Juh nem celular levou e esse energúmeno não atende a droga da ligação! Que diabos ele pensa que está fazendo? – ela encontrava-se nervosa.

Arrumamos todas as coisas, estávamos prontos para partir, mas tinha conhecimento que Alex não arredaria o pé dali sem a irmã, sem contar à impaciência que nos mostrava por andar de um lado para o outro. Confesso estar preocupado, pensava em milhões de situações, porém, a que vinha com urgência em minha cabeça era o fato dele fazer esse joguinho. Scott sabia como desestruturar os amigos e os nãos amigos, ele queria sentir-se superior de alguma forma e usava coisas e pessoas para tal.

Decidi mais uma vez observar no meio da rua a fim de tentar identificar se eles estavam a caminho. A visibilidade era melhor, conseguia ver mais ao longe. Passei a mão em meus cabelos, começava a pensar em chamar a polícia, no entanto, os vi distantes.

República do AmorWhere stories live. Discover now