Capítulo 22

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Juliana

A madrugada havia sido diferente para uma garota que não estava acostumada com esse clima brasileiro, não apenas por conta da mudança climática, mas por simplesmente o ambiente daquele lugar está excêntrico, especialmente pelo comportamento atípico de Rafael. Acordei com umas pontadas na cabeça, parecia que algum ser invisível comprimiam me levando a um desconforto sem igual. A pele arrepiada, o frio me causava um enorme tremor no corpo. Minha garganta estava seca e mal conseguia respirar direito com aquele nariz entupido.

Assim que me dei conta do que sentia e o motivo pelo qual meu corpo reagia daquela forma, encarei Lize com aqueles olhinhos claros me implorando alguma coisa da porta.

- Tia Juh, você não quer brincar comigo? - pediu.

- Eu adoraria meu amor, mas não me sinto muito bem! - espirrei sentindo a cabeça latejar. - Faz um favor para a tia? - Lize balançou a cabeça afirmando. - Chama o tio Alex para vim aqui!

- O tio Alex saiu com a tia Cloe! - informou.

- Quem está com você? - perguntei receosa.

- Só o meu irmão!

- Pode chama-lo para mim? - falei.

Lize não respondeu, somente saiu com um sorriso no rosto indo chamar o seu irmão para mim. Não seria nada constrangedor encará-lo naquele momento, pelo menos não era para ser, no entanto, sentia meu coração pulsar com mais força, e um frio esquisito se instalarem em minha barriga.

Não demorou nem alguns minutos e Rafael pareceu preocupado no quarto. Não gostava de incomodar principalmente por todo o nosso histórico estranho, às vezes com boas ações, outras com atitudes nada agradáveis, mas devia confessar que algo havia mudado dentro dele, logo após a casa de praia, Rafael demonstrava ser uma pessoa inversa de tudo que me mostrou assim que nos conhecemos. As suas qualidades estavam aparentes e toda a arrogância parecia ter evaporado. Ele era o homem ao qual, todos comentavam, e realmente aquelas atitudes me causavam medo, não por ele ser rude novamente, mas por despertar em mim sentimentos que deviam estar voltados a outras coisas.

Um simples toque ou apenas um pequeno gesto me deixava inerte a sentimentos perigosos, daqueles que me faziam duvidar do que queria para a minha vida. E isso em hipótese nenhuma devia vagar dentro de mim, pois em tudo na minha vida estava pré-estabelecido.

A sua potencia de homem me tornava minúscula, mas não tanto para abaixar a cabeça e deixa-lo agir da maneira que quisesse. Contudo, era difícil dizê-lo a palavra não, porém, quando pronunciada a ele, parecia uma afronta, daquelas ao qual o deixava totalmente contrariado e visivelmente irritado.

Assim que voltou da farmácia com o remédio Rafael me forçou a tomar banho de água fria, no processo de inquietação de minha parte acabei o molhando juntamente comigo, mas ele continuava firme me segurando embaixo do chuveiro por alguns minutos. Era para ter ficado irritada, mas não possuía qualquer raiva ou irritação, porque sabia que ele praticava tal ato por querer o meu bem.

Precisei retirar a roupa molhada e me secar devidamente, por isso, ele me deixou sozinha no banheiro e quando troquei de roupa ele não se encontrava mais dentro do quarto. O medicamente estava no criado mudo e ao seu lado um copo com água, sendo assim tomei e após me recolhi novamente debaixo da coberta pegando no sono.

Nem sei por quanto tempo fiquei apagada, porém, fui desperta por vozes ecoando dentro do apartamento. Era a turma que finalmente estava instalada ocasionando todo aquele alvoroço de casa lotada. Eles com certeza possuíam a fama de serem barulhentos, por vezes quando minha mãe ligava para Alex questionava o motivo da vizinhança está batendo em sua porta, hoje entendo a razão pela qual eles reclamavam.

República do AmorWhere stories live. Discover now