4.

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Akaashi torcia os dedos das mãos uns nos outros parado em frente a porta de madeira escura. Sentia-se ansioso, ainda levemente ofegante pela caminhada/corrida até ali.

Depois do que pareceu uma eternidade a porta se abre, pondo o garoto de cabelos negros frente à frente com Kenma.

- Akaashi?

Os olhos dourados do mais novo se arregalam, e ele estampa uma face surpresa no rosto normalmente inexpressivo.

- Oi Kenma, quanto tempo...

Keiji começa a ponderar seriamente se foi uma boa ideia ir até ali. Claro, encarar o outro levantador era mais fácil do que encarar Kuroo, que seria a outra opção, mas mesmo assim o encontro não seria nada "simples".

Dando um passo para trás, como se saindo de um transe, Kozume indica silenciosamente que é para Akaashi entrar, a máscara inexpressiva novamente no rosto.

A passos largos, o mais velho adentra a casa. Seguindo o de cabelos descoloridos, acaba indo parar na cozinha.

- Quer limonada? Ou água?

- Pode ser só água, obrigado.

Keiji permanece quieto enquanto Kenma anda pela cozinha, servindo a bebida em dois copos. Quando o mais novo lhe entrega a água e indica a mesa em um movimento de cabeça, Akaashi se senta na banqueta alta, com Kozume a sua frente.

- Me diga, a que devo essa visita?

O garoto de cabelos negros ponderou rapidamente se seria bom se desculpar por cortar contato tão abruptamente com o amigo, mas, afinal, aquele era Kenma. Ele entendia muito mais do que demonstrava, desculpas seriam inúteis. Kozume já deveria saber de tudo mesmo.

- Voltei de londres à 5 dias. Sabe onde está Bokuto? Não consigo o encontrar.

Por um segundo, a máscara perfeita do garoto se quebrou, expondo toda a tormenta de sentimentos por baixo. Melancolia, tristeza e muita, muita pena.

Girando o copo entre os dedos curtos, Kozume desvia o olhar do amigo, claramente enrolando para dar uma resposta.

- Kenma?

- Veja, Akaashi... Não quero que seja eu a lhe contar isso.

Keiji sentiu como se seu coração parasse no peito. Os pulmões esqueceram como se respirar. Sua mente era um completo nada, um vazio absoluto.

Era como se as pequenas peças finalmente se encaixassem. Bokuto não estando no aeroporto, a casa para alugar, a ligação caindo na caixa postal...

Mal percebeu que Kozume havia dado a volta na mesa e agora estava ao seu lado, com uma mão apoiada em seu braço.

- Mais tarde, quando Kuroo voltar da faculdade. Ele te explicará tudo.

Akaashi apenas assentiu com a cabeça, e mal percebeu que estava sendo guiado para a saída. Não se despediu, mas Kozume também não o fez.

A calmaria antes da tempestade, era assim que se sentia. E não achava que estava pronto para a bomba que chegaria.

See you one more time... ★ BokuAkaWhere stories live. Discover now