CAPÍTULO 07. Meu futuro namorado, talvez (Jørn)

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Passei a noite na casa do Haakon. Nós vimos seriados e depois ele me contou sobre como as coisas estavam com Noora e que ele queria namorar com ela de novo, mas estava preocupado com a sua resposta.

Antes de dormir eu enviei uma mensagem para Finn avisando que estava tudo bem e que ele estava certo, meu melhor amigo não se importou de eu ser gay e meu coração estava mais leve.

O plano era dormir, mas quando eu comecei a conversar com o Finn eu não parei. Nós estávamos programando o que faríamos nos próximos dias. Finn queria passar o máximo de tempo possível comigo e com o pessoal – ele desistiu de tentar ser amigo do seu pai –  resolvemos marcar uma última festa nas férias de natal.

Antes de se despedir, ele me contou que seu pai queria comprar algumas decorações e perguntou se eu gostaria de ajudar eles a enfeitarem a casa.

Na minha casa a gente comemorava o natal, é claro, só que a gente focava na parte religiosa de tudo, nós íamos à missa e montávamos o presépio e rezávamos muito. Nós não trocávamos presentes e não tínhamos uma árvore enfeitada. Assim, quando Finn me convidou eu concordei na hora, só perguntei se o pai dele estaria com a gente e que eu preferiria se ele não estivesse.

O resto da semana passou bem mais fácil.

Eu ainda não tinha coragem de contar para mais ninguém que era gay, mas quando estávamos só eu e Finn, ou eu e Finn e Haakon, era simples e eu me sentia mais à vontade para segurar a mão de Finn ou ficar o olhando sem esconder, e uma vez eu até dei um beijo no rosto dele, mas fiquei envergonhadíssimo depois, o que fez com que os dois rissem de mim.

Eu não precisava fingir que era outra pessoa e que tinha outros interesses. Era só eu conversando com Finn, contando sobre os meus planos para o futuro, meus gostos e sonhos – e, é claro, Haakon, às vezes, rindo do lado.

Até o final da semana eu e Finn não encontramos lugar para ficarmos sozinhos, o seu pai estava na cidade e era impossível irmos para minha casa. Nós roubávamos alguns beijinhos entre uma aula e outra, isso quando eu achava um lugar para beijarmos sem sermos vistos por alguém do colégio.

Na quinta nós fomos a uma cafeteria, tomamos chocolate quente e Finn não largava a minha mão, me olhando como se eu fosse a pessoa mais maravilhosa que ele já tinha visto. Nós passamos a tarde como namorados. De vez enquanto eu roubava uns beijinhos dele.

Finn me contou que aquele dia, depois que eu fui embora, ele teve que contar para o pai que gostava de meninos e meninas, e o pai dele não aceitou como deveria – típico ato de pais, por acaso, só não entendo o porquê. O seu pai falou que ele não ia deixar Finn ser assim e que não era para ele nunca mais me ver, porque fui eu quem o deixei gay. Não me segurei e ri quando Finn me contou essa parte.

Depois ele explicou para o seu pai que ninguém o faria ou deixaria de fazer com que ele gostasse de todos os gêneros, e se ele nunca mais quisesse falar com o Finn não faria muita diferença, pois os dois quase não se comunicavam. Por fim Finn jogou na cara do pai dele que os dois estavam na mesma cidade e mesmo assim ele estava arrumando desculpas para ficar longe do filho.

A gritaria continuou por mais algum tempo, até que Finn enviou uma mensagem para sua mãe contando sobre os argumentos que o seu pai estava falando e assim que ela ligou e conversou com o seu pai as coisas ficaram silenciosas bem rápido. Seu pai disse que iria se esforçar mais para entender e escutar Finn, mas que eu não podia ficar deitado em cima dele de porta fechada.

– Você ficou feliz de ter contado para o seu pai? – perguntei assim que Finn terminou de contar tudo o que eu perdi quarta.

– Fiquei, no começo eu achei que não precisava que ele soubesse, porque, realmente, nós não somos íntimos, mas depois eu ficava me sentindo cada vez mais leve com a verdade. Acho que por ser pai, mesmo não conversando muito com ele, é importante que saiba, né?

– Não sei. – respondi dando os ombros. – Eu nunca vou contar para os meus pais que eu gosto de você.

– Talvez um dia você consiga. As pessoas mudam, Jørn, agora pode não ser uma boa ideia contar, mas quem sabe daqui alguns anos?!

– É, talvez daqui alguns anos. Não importa. Me conta o que faremos esse final de semana?

– Não sei, quer ir para minha casa ver filme e decorar a árvore?

Chamamos todo mundo para ajudar na decoração e ver filmes com muita pizza. O pai de Finn estava viajando e só voltava no domingo, mas por minha causa, a sua namorada ficou para trás para ter certeza que ninguém faria sexo com o seu filho. Então, sexta ficamos comportados, mas sábado, Finn deu um jeito de fazer com que a namorada saísse e nós celebramos o último final de semana antes do natal.

Enquanto tinha uma festa inteira rolando lá fora, eu e Finn estávamos no seu quarto.

– Eu não quero que você vá embora depois do Natal, Finn. – eu disse quando estávamos deitados na cama, apenas conversando.

– Eu sei, eu também não quero ir, mas eu não posso morar aqui com o meu pai. – ele respondeu me apertando nos seus braços.

– O que a gente vai fazer?

– Até a hora que eu entrar no avião a gente vai se divertir, todos os segundos. – ele respondeu dando um beijinho na minha testa – e depois, a gente pensa em algo, eu não quero soltar a sua mão.

Finn sempre sabia as palavras certas para me dizer, e dessa vez não tinha sido diferente. Eu fiquei abraçado um pouco mais com o meu rosto no seu pescoço, até que eu não consegui mais resistir e comecei a beijá-lo.

Antes de beijá-lo na boca eu tive que fazer a piadinha de que seu pai não queria mais que eu ficasse em cima dele, e em dois segundos Finn já tinha feito com que eu me deitasse de costas e ele estava no meio das minhas pernas. Ele me beijou devagar, como se estivesse tentando saborear aquele momento.

Depois ele desceu para o meu pescoço e levantou a barra da minha camisa devagar até que eu, sem muita paciência, a puxasse para cima e a tirasse, depois eu retirei a sua também. Finn beijou o meu peito e foi se abaixando em meu corpo até parar no botão da calça, ele olhou para o meu rosto e esperou que eu consentisse, eu apenas abri o botão e deixei que ele retirasse a calça.

Não estava nos meus planos perder a virgindade naquela noite, e, na verdade, não foi isso que aconteceu. Nenhum de nós dois sabíamos o que estávamos fazendo e por isso achamos que seria uma ideia melhor ir mais devagar. Mas, isso não significa que não fizemos outras coisas.

Finn beijou o meu corpo inteiro e eu, porque talvez era menos experiente do que ele, apenas tive coragem de passar a mão pelo seu corpo. Depois de algum tempo fazendo isso, tivemos que recuperar o fôlego e acabamos dormindo.

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n/a: O que vocês tão achando do Finn e o Jørn todos namoradinhos? hihihihihi 💛 no dia do Natal a gente tem a última atualização, mas acho que eu queria continuar um pouco mais com a história 🤔 hahaahha o que vocês acham?

De mãos dadas em Tøyen (história gay) AMOSTRAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora