CAPÍTULO 05. Você é minha maior aventura (Finn)

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Jørn me beijou! E não foi apenas uma vez!

Quando estávamos na rua, debaixo da neve ele disse que não tinha certeza se gostou ou não do meu beijo e nem tive tempo de rir e Jørn já estava com os braços no meu pescoço de novo. Senti que por estarmos longe de seus amigos ele estava mais relaxado, mas não mexia os braços por nada. Enquanto eu me aventurava sentindo o seu corpo por cima daquele tanto de roupa e passando a mão no seu rosto e em seus cachinhos, ele mal se movia.

Eu parava algumas vezes de o beijar para olhar em seu rosto e observar se estava realmente tudo bem ou não, mas assim que eu colocava alguma distância entre nós, Jørn me puxava de volta para perto e eu só conseguia rir antes de obedecê-lo. Entendi, por fim, que ele estava confortável com aquilo, mas só aquilo, e foi o que eu fiz.

Não sei quanto tempo ficamos sentados no banquinho, mas quando eu percebi minhas pernas já estavam congelando e eu falei para Jørn que a gente deveria voltar para minha casa ou para casa de Haakon. Ele me acompanhou até a porta e eu o convidei de novo para dormir lá, mas como da primeira vez, ele apenas balançou a cabeça, me deu um último beijo e foi embora.

Quando eu tranquei a porta eu percebi que não tinha anotado o seu número. Enviei uma mensagem para Noora pedindo o celular dele, mas estava desanimado com a possibilidade de ela estar acordada ou não-bêbada e me responder.

Fui dormir pensando naquela noite e o quão perfeito tudo foi para mim, esperava que tivesse sido para Jørn também.

No final de semana meu pai estava em casa. Sábado ele me levou para ver os fiordes, mas como estávamos no meio do mato eu não consegui mandar nenhuma mensagem para Jørn, depois que Noora me enviou o seu número. Por mais que eu tivesse gostado dele – e eu realmente gostei – eu também queria curtir os poucos momentos com o meu pai. Eu passei o dia tirando fotos da natureza e conversando com o meu pai e sua namorada, que se convidou para o evento.

Chegamos à noite em casa, congelados e duvidando se tinha sido uma boa ideia fazer esse tipo de aventura no inverno da Noruega. Eu corri para o chuveiro para tomar o banho mais quente da minha vida, eu não queria ficar doente e perder um dia de aula, por incrível que pareça.

Mandei algumas mensagens para Jørn no domingo, mas ele não me respondeu. Tentei não pensar muito no que isso significava, mas era difícil tirá-lo da minha cabeça pelo segundo dia consecutivo. Ficava de hora em hora olhando no celular e analisando um jeito de puxar assunto sem parecer que eu estava desesperado por atenção.

Enquanto isso meu pai tinha feito um planejamento mais tranquilo para o domingo, nós fomos ao cinema e jantamos em um dos seus restaurantes preferidos. Ele me disse que viajaria de novo na segunda e tentaria voltar o mais rápido possível para gente comprar as decorações de natal, porém eu não estava otimista com isso.

Na segunda-feira eu procurei Jørn no colégio antes do sinal tocar, não tive coragem de enviar outra mensagem depois de todas as não respondidas no domingo. Então, pensei que seria melhor eu esperar até o intervalo para conversar com ele ou perguntar para Haakon onde ele estava.

Acabei me distraindo na sala de aula, pois eu já tinha alguns amigos e podia conversar e não prestar atenção no que estava acontecendo, como era o certo de se fazer nas aulas de matérias chatas. Puxei assunto com Noora nos dois primeiros períodos. Ela me contou que ficou com Haakon na sexta e queria que ele a pedisse em namoro, até já tinha planejado chamá-lo para sair e dar indiretas bem claras.

Depois ela me perguntou para onde eu tinha sumido no final da festa e eu apenas dei os ombros sem saber exatamente o que eu poderia dizer, se eu falasse que estava com Jørn, ela faria mais perguntas, as quais eu não poderia responder sem tirá-lo do armário e sem mentir para minha nova amiga. Desconversei o máximo possível até que ela voltou a conversa para ela e Haakon.

De mãos dadas em Tøyen (história gay) AMOSTRAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora