Viro meu olhar incrédulo á ela e sinto que ela se apercebe do quão incomodado estou com aquilo. Harley simplesmente leva uma de minhas mãos a entrelaçando com a sua.

— Escuta. Uma vez um grande filósofo lindo pra caramba disse que: nossos medos só se alimentam do nosso medo.— repete a mesma frase que falei pra ela no dia em que fomos ao parque de diversões.

— Ele não sabia do que estava falando.— murmuro mudando o foco do meu olhar.

— Ele sabia sim! E provou isso me ajudando a ultrapassar aquele pavor que eu tinha.— solta um suspiro— Kurt, olha pra mim!— segura em meu rosto virando pra ela— Faz isso, por favor!— fala de uma forma mansa impossível de não se convencer.

Eu não tinha em mente do que ela estava tentando fazer. Recriar um dos melhores momentos que vivi com aquela mulher apelidada de minha mãe.

Eu contei tudo pra ela.

— Tinha que ser às quatro da manhã?— murmuro outra vez sorrindo de canto me rendendo.

— É!— sorri e tira as chaves do carro— Eu vou conduzir.

— Calma, eu nem sequer fiz meu testamento.— brinco.

— Era suposto ser uma piada?— bufa revirando olhos— Palhaço!

Me rio de sua reacção e entro no carro descapotável me sentando no banco de passageiro ao seu lado.

Pouco a pouco a claridade tomava conta do dia e eu deixava a melodia sentimental de Whitney Houston se apoderasse de minha cabeça me deixando criar as poucas lembranças boas da minha infância.

Viro minha cabeça deitada pra Harley que conduzia e cantarolava baixinho batucando seus dedos no volante ao ritmo da música.

Como o simples pode ser tão raro? Harley é minha fraqueza e ao mesmo tempo minha fortaleza.

— Porquê nós viemos até esse lugar?— pergunto batendo a porta do carro saindo dele.

— Nós vamos ver o nascer do sol.— fala e caminha até aquela pequena colina verde com um balanço logo no topo dela.

Caminhamos rapidamente até ao topo nos sentamos naquela grama esverdeada sentindo a leve brisa da manhã soprando até nós.

— Nostalgia?— Harley me encarra com um olhar sincero.

— É!— digo sem tirar os olhos da vista— É como se tudo de bom daqueles dias estivessem se passando aqui dentro de mim outra vez. E é bom!

— Eu queria estar na sua pele.— murmura olhando na mesma direção que a minha— Poder ter a certeza que eu ainda sentiria o cheiro dela, o toque dela em meu rosto ou poder ver o brilho nos olhos dela sempre que sorri.

— Não faz isso...

— Eu faço.— se vira e me encara— Kurt, sua m... Aquela mulher me magoou muito só por ter feito essa tempestade dentro de você reiniciar. Ela machucou uma parte de mim. Você!— solta um suspiro profundo— Mas ela é sua mãe, eu não posso deixar que você simplesmente a ignore. Provavelmente ela teve seus motivos e...

— Ela foi embora a quase quinze anos e você espera que eu simplesmente a perdoe. Claro, coisa mais fácil não existe. E o que você acha de voltar a chamar ela de mãe? Ótima ideia— me exalto e espontaneamente surge meu lado sarcástico.

— Eu perdi minha mãe, Oky!— se levanta alterada— Você tem a chance de reparar tudo e existe entre vocês. Não faz isso com você!

— Não compare nossas dores.

— Não domine seus sentimentos!— rosna— Porra, eu te amo... Mas você não pode apenas eliminar a saudade que tem de sua mãe.

— Ela sum...

— Ela voltou e está tentando remendar tudo. Eu estava em pânico mas naquele dia eu vi o desespero e medo nos olhos daquela mulher. Ela ama você e Maya.

Naquele momento eu não conseguia Controlar minhas emoções sentindo todas verdades intensas caindo bem a minha frente.

Por mais que meu orgulho e teimosia me impedem de falar, ela tinha razão. Eu queria poder abraçar ela e pedir por uma explicação.

Às vezes o veneno é a chave para cura. E era isso que eu estava vivendo.

Me levanto e paro a sua frente. Nesse momento o sol já estava nascendo e com os raios seus olhos brilhavam mais.

— Eu te amo...— sussuro pousando minha cabeça em seu ombro

— Você vai falar com sua mãe?— pergunta ao envolver seus braços em meu ombro.

— Eu...— solto um suspiro hesitando— Harley, isso não é assim tão fácil.

— Me promete que vai tentar!— fala carinhosamente. Ela sabe que eu me convenço fácil.

— Talvez eu prometa.

— Me perdoa pelo Henry...— fala e logo em seguida me movo e volto a encarar seu rosto— Eu denunciei ele!

— Porquê você não me falou que...

— Shh!— coloca seu dedo indicador entre meus lábios me impedindo de falar— Esquece tudo... Somos apenas a harmonia Desatrosa que hoje nos une. A harmonia Desatrosa que nos liga e conecta para sempre.

Ela cola nossas testas e leva minhas mãos até sua cintura.

Naquele momento nada mais mudaria o que a muito eu tinha certeza: Ninguém nunca despertou um lado desses em mim, ninguém quis saber do quão corrompida minha alma estava e ninguém quis remendá-la.

Até Harley.

É com ela o mais perto possível de mim que eu digo que eu a amo independentemente de tudo Harley é e sempre será o amor da minha vida.

Minha salvação

Meu refúgio

Meu lar

Meu universo

E minha vida

If the world was ending you come over, right?

— Right!

Fim!

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Eu não gostei ;-;
Achei muito seco e simples esse final de HD, me desculpem se não correspondi vossas expectativas 🤡😔👌🏽

Imensas desculpas também pelo sumiço, eu realmente fiquei bloqueada por completo e o máximo que pude escrever foi oque vocês acabam de ler.

HARMONIA DESASTROSA | ConcluídaWhere stories live. Discover now