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K U R T  S U L L I V A N

O som agradável de nossos risos invadiam meus tímpanos fazendo que eles se deliciem da perfeita sintonia que era sua voz.

O cheiro do perfume das rosas penetravam minhas narinas me deixando mais convicto que eu estava lá.

Abro meus olhos de imediato e nos vejo correndo de mãos dadas naquele campo de flores. Nossa felicidade era nítida a cada rodopio que ela me dava comigo no colo. Eu estava feliz!

Trevas.

Dor.

Medo.

O campo que outrora era cheio de amor e vida, agora se tornou em um campo preenchido de flores negras e pisoteadas. A luz do dia desapareceu ao ser bloqueada pelas nuvens negras no céu.

Desesperado olho para os lados e não encontro ela. Meu peito enche-se de ar mas não consigo tirá-lo de mim, as nuvens escuras descarregavam pequenos pingos por cima de mim desgraçando minha desgraça.

"Mamãe?"

Rapidamente o lugar torna-se totalmente em um vácuo imenso onde apenas se ouvia o vazio que se abriu em meu peito. Sem me aperceber suas íris estão de volta a minha frente, mas dessa vez carregadas de fúria.

Fúria essa que desabou em mim como um maremoto me afundando cada vez mais no remoinho que suas íris se transformaram. Eu estou perdido!

— SULLIVAN!— me levanto do pequeno e desconfortável colchonete daquela minúscula ala.

A batida do meu coração falha quando me apercebo que é apenas um sonho

— Riggs?— esfrego os olhos tentando mantê-los abertos— minha irmã já está aqui?

— É oficial Riggs, pra você garoto!— bufo— E sim! A pobre de sua irmã mais uma vez está aqui.

— Então abre logo essa cela. Não aguento mais ficar aqui.— me levanto sacudindo minhas jeans.

— Fala o garoto que todos meses aparece por cá.— o homem de bigode e fardamento de polícia ironiza.

— Só para que você saiba, foi aquele cara que quase me atropelou— me defendo levando meus pertences.

— Sim sim! E foi ele que te agrediu certo? — Maya aparece á minha trás de mãos cruzadas e com a mesma expressão carrancuda das outras vezes.

— Bom dia pra você também, amor da minha vida.— vou até ela e deposito um beijo em seu rosto.— Até a próxima Riggs.— Brinco e recebo um suco no braço vindo da furiosa da minha irmã

— Não haverá uma "próxima vez". — bate o pé e se dirige para fora da delegacia— ANDA LOGO, GAROTO!

— Ela é quem manda!— me despeço de Riggs e sigo ela.

Maya é minha irmã mais velha suas características são totalmente semelhantes às minhas com a universidade diferença que seus cabelos são longos e alisados.

Levando em conta que ela já está se formando, construindo uma vida banhada de responsabilidade ela é bastante madura e assim se tornou um orgulho para nosso pai.

Ao contrário de mim que sou a merda de um imaturo inconsequente que fica agredindo pessoas na rua porquê destruíram o farol da minha moto. Enfim... Foda-se!

— Porquê, Kurt?— ela diz entrando no meu quarto desconcentrando Minh atenção no notebook.

— Do que você está falando.— fecho lentamente a tela do notebook focando meus olhos em Maya.

HARMONIA DESASTROSA | ConcluídaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora