capítulo 4

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  Jessy

Eu fiquei trabalhando até às onze e durante esse tempo o Ethan não parava de me olhar.
Achei fofo e ao mesmo tempo desconcertante,pois eu acabei me confundido nas palavras com os clientes e até tinha errado no troco. O convite dele não saia da minha cabeça. Sério que ele havia me convidado para ir no cinema?! E ele havia vindo até aqui só para me ver!
  Acabei meu turno e o Ethan ainda estava lá. Fui até ele para lhe dizer que íamos fechar.

—Oi Ethan. Nós já vamos fechar. Vai querer mais alguma coisa.

—Não,valeu.—Eu já ia me virando quando ele disse— Eu  vou te levar para casa ok?

— Ah, não. Eu vou para casa sozinha mesmo. Não é perigoso.

Não queria que ele pensasse que eu era aproveitadora.

—Relaxa. Eu estou te convidando. E se você não aceitar eu vou ficar preocupado com você depois.

  Ele,preocupado comigo?

—Se você insiste então tudo bem. Você só espera que eu vou fechar o restaurante hoje.

  Fui para os fundos organizar algumas coisas e o Marcos, que era o cozinheiro e meu amigo, me observou com uma cara engraçada.

—Quem é o cara lá na mesa que não vai embora nunca?

—É o Ethan,meu amigo de faculdade. Ele vai me levar para casa hoje.

  Ele tocou no coração.

—Ai que lindo. Será que alguém aí está apaixonada. Tô vendo um sorrisinho diferente na sua cara.

  Dei uma batidinha de leve no braço dele. Ele sempre era bem debochado e gostava de pegar no meu pé.

— Para de encher o saco, tá. Ele é só meu amigo.

Ele levantou a sombrancelha.

—Amigo.Jessy? Sério? Eu nunca te vi com outro garoto que não fosse eu,e nunca te vi com esse sorriso bobo na cara,que significa amor.

  Dei risada.

—Amor?! Que amor nada,eu conheci ele hoje,e afinal eu preciso fazer mais amigos,não acha?

—Me engana que eu gosto.

Depois que fechamos o restaurante o Ethan disse que o Uber já estava chegando e ficamos na calçada esperando.

—E então,cadê seu carro?

—Hoje eu não vim de carro. Vim com uma van que o Jace já levou.

—Uma van? Você não me parece o tipo de cara que gosta de van.

  Ele deu  risada.
—Não gosto mesmo. Mas é que eu e alguns amigos fazemos trabalhos comunitários e usamos a van que é mais espaçosa.

  Que legal essa atitude dele. Ele parecia ser alguém bem especial.
  Nesse momento o Uber chegou e  nós entramos. 
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Quando eu cheguei em casa minha mãe estava me esperando na sala,como ela fazia todos os dias.
  Eu admirava muito ela, que tinha cuidado de mim sozinha depois do meu pai ter nos abandonado.
  E foi nessa época que eu também me apeguei mais a  Deus que me deu muita força pois foi desse momento em diante que nós começamos a passar necessidade e minha mãe agora está enfrentando um câncer.

—Oi filha,chegou cedo hoje.

Dei um beijo no rosto dela

— É que um amigo da faculdade me trouxe. Ele é bem legal mãe e me convidou para ir ao cinema amanhã.

— Que legal filha. Só toma cuidado com quem você se relaciona,está bem? E qualquer dia traz ele aqui.

— Tá bom mãe,eu trago.

Depois de conversar um pouco com ela tomei banho e me deitei. O celular vibrou e olhei para a tela.
  Era a Michele minha melhor amiga, que estava casada e já era até mãe. Ela trabalhava com veterinária e seu marido também seguiu a mesma profissão.

Ela:  E aí amiga?como foi hoje seu primeiro dia na faculdade?
Eu:Foi legal.E eu conheci um menino muito interessante.
Ela:A é?Me conta mais.
Eu:Ele é da mesma sala que eu e puxou assunto comigo. Aí,hoje do nada começou a chover e ele apareceu e me deu carona. Depois veio onde eu trabalho e disse que estava lá só para me ver  e ainda me convidou para ir ao cinema. Acredita?
Ela: Vi que alguém aí está apaixonada. Tomara que dê certo amiga. Você merece depois de tantas coisas ruins que  aconteceram na sua vida.
Eu:Obg miga. Você é demais.

  Continuamos a conversar mais um tempinho e depois fui dormir. Não via a hora de chegar amanhã.

Além Do PreconceitoWhere stories live. Discover now