Babanin.

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Boa leitura, risos.


LAUREN JAUREGUI POV

Sim, Karla certamente viu quando meu querido Josh atacou-me com um beijo afobado. Mesmo que eu tenha instintivamente desviado, o beijou repousou no canto de meu lábio e eu não acho que tal cena seja a qual você queira ver após cortejar uma mulher que aparentemente te rejeitou.

Eu de fato não queria que Karla presenciasse tal cena, nem ao menos queria tê-la vivido. Josh é um charme, um encanto, eu poderia ponderar sobre nosso possível envolvimento, se não estivesse insana apenas pelo pensamento da cigana e tudo que a remete, pior, se não estivesse alienada e tão curiosa ao que estes pensamentos podem me levar a viver.

Me entristece saber que pelo coração de um, outro terá o seu quebrado. Não é como se eu estivesse com essa bola toda, acredito que essas pessoas de cidade grande estão apenas errando o alvo.

Suspiro frustrada, ainda tenho meus olhos perdidos no mar de pessoas qual ela se foi. Pondero se faço o que eu pisei neste salão para fazer, ou se apenas dou a volta rumando diretamente para a minha cama de aluguel naquele canto escuro, mal arejado e nada privado.

— Josh, venha cá. — O chamo em tom de ordenança logo quando me viro, estando agora de frente para o balcão. Vejo que o mesmo estava um pouco afastado, larga o drinque qual se ocupava no preparo e caminha quase imediatamente para onde eu esperava. Eu não devia, mas ardia em minha irritação, sei que Josh é apenas um escravo de seus sentimentos inoportunos, no entanto eu nunca o ofereci desleixo para que me beijasse assim, sem avisos e nem reciprocidades claras de minha parte. — Nunca mais faça isso, entendeu? — Disse ameaçadoramente.

Sinto a infeliz superfície de um sentimento ruim. Voltando aos seis anos, assediada, retornando ao presente, objetificada, cabines olhares nojentos achando que possuem meu corpo seminu. Nada sem o meu consentimento deve ser aceito, e hoje eu sei. Nem mesmo provindo de pessoas que consideramos amigos, o meu não é validado por mim.

Não me deixo ser dominada por sentimentos que me remetem a memórias e sensações amargas. Eu apenas caminho para longe daquele balcão, e para longe de algumas dançarinas que ainda assistiam as interações caladas, pareciam desapontadas. Não sei o que as mulheres pensavam, será que queriam ver-me com Josh? Depois da noite que os acompanhei até o restaurante, alguns comentários maliciosos foram disparados em mim e Josh, eu nem ao menos me abalei, acreditei piamente em minha amizade com Josh, e isso sim, me abala. Como fui tola.

Por fim, me pergunto se não foi proposital que ele me chamou até o bar...

Essas batalhas infantis por território já desencadearam inúmeras guerras. E essa guerra qual estou presenciando teria um fim.

Meus passos são pesados, sinto toneladas em cada perna. Desta vez nada me impedirá. Quero correr em direção àquela sala, ou em direção aquela mulher... Penso que estou enlouquecida. Meu desejo é desvencilhar-me destes saltos estupidamente altos e correr. Fecho os olhos por alguns segundos mais e respiro fundo, continuando minha lenta caminhada.

Alguma coisa sobre essa caça, ou seja lá o que for isso, me faz vibrar, incapaz de controlar o sorriso expectante em minha expressão. Faz um tempo desde que me senti assim. Não. John nunca me proporcionou isso, pobre John nem mesmo a diferença entre manada e boiada o rapaz saberia me explicar.

Oh, mas a cigana... Quem sabe?

Tão imprevisível quanto... Bem, quanto tudo. Sorrio para meus bobos pensamentos. Estou fervendo, literalmente.

Avisto o corredor mal iluminado que me proporcionaria o começo do fim. Jesus Cristo. Faço o sinal da cruz em minha fronte e peito, rezando para que o homem me protegesse e me orientasse em meu discurso.

BamboléoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora