Capítulo II

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Christian Grey

— Obrigada Christian! Sinceramente? Eu não sei pra onde eu estava indo, eu não tenho mesmo onde ficar, estava tão desorientada que não lembrei de ligar pra ninguém, só peguei as coisas e sai. Quando cheguei aqui na rua e me deparei com esse escuro e ai a chuva começou, já estava a me desesperar.
Não tanto por mim, mas por ela. — quando se referiu á sua criança ela retirou o pano do rosto do bebê e pude ver como era linda.
Quanto mais ela falava mais lágrimas caiam de seus olhos claros, tão bonitos. Tão nova essa menina e já passando por algo tão grande.

— Fique calma, tudo vai se ajeitar, escute o que eu digo. Seu pai deve estar arrependido já. Não sei o que o levou a tomar essa atitude insana, gostaria muito de poder entender, se não se sentir bem em falar tudo bem. Mas de qualquer forma creio que seu pai e sua mãe os avós dessa linda pequena devem estar se corroendo por ter colocado dois anjos pra fora desse jeito.

— Duvido, eles estão com muita raiva. E com certeza não dei motivo suficiente pra isso, só que eles são muito "Maria vai com as outras" e dão ouvidos as besteiras que os vizinhos fofoqueiros ficam falando.
Nada justifica uma atitude dessas. No momento Christian eu gostaria muito de te contar tudo, mas eu preciso de um pouco de tempo, espero que você entenda. — enquanto falava, sua cabeça estava um pouco baixa e ela acariciava os pequenos fios da cabeça do bebê que dormia tranquilamente.

— Como quiser. Não se preocupe, você não está sozinha. — falei colocando o carro em movimento e indo para casa.

Cheguei a minha casa e Elliot e Kate não estavam lá como pensei.
Provavelmente tinha acontecido algum imprevisto, pois se bem os conheço era pra estarem aqui quando agente chegasse.
Ajeitei o quarto de hóspedes pra ela ficar com a menina e fui preparar algo para comermos.
Assim que cheguei à parte de baixo onde ficava a cozinha, liguei pro meu primo pra verificar o que tinha acontecido. Ele estava horrorizado com a situação e disse que no outro dia logo cedo estaria aqui. Não tinha dado pra vir porque Kate estava muito cansada, e eles sabiam que ela estava em boas mãos aqui. Quando terminei subi e a encontrei trocando a roupa da menininha, fiquei admirando-a, ela era bem jovem, mas tinha uma habilidade incrível com seu bebê, uma jovem mãe exemplar.

— Fiz sanduíche e suco, você quer? — ela fez que sim, devia estar com fome foi o que pensei. Quando terminou o que estava fazendo me olhou.

— Quero sim, obrigada.
Nem sei como te agradecer pelo que está fazendo Christian, você é um anjo que Deus colocou em meu caminho hoje, eu poderia estar na rua, na chuva com a minha filha, só de pensar me dá desespero. — ela fungou e eu odiava vê-la assim, como seu pai poderia ter feito isso?

— Não chora Ana, olha liguei pro Elliot e ele disse que estará aqui logo cedo pra ver você.
Provavelmente a Kate vai vir também, ele está perplexo com essa situação. Você tem que descansar, e não se preocupe com nada, vocês estão seguras agora. — com certeza eu não deixaria ela por ai sozinha com a menina, e claro que meu primo e sua mulher jamais permitiriam que sua amiga ficasse desamparada. Por mais que eu não a conhecesse de perto, eu já fui a festas onde ela estava com meu primo e seus amigos, e eu sabia bastante sobre ela.
Sem contar que minha família a conhece de tanto que Kate e Elliot falam dela.

— E se nada ficar bem Christian? Eu não posso ficar para sempre aqui, eu sei que o Elliot e a Kate vão querer que eu fique com eles, mas não quero complicar a vida de nenhum de vocês. O pior é que não posso trabalhar por conta da Maysa que é muito pequena ainda e precisa de mim cem por cento, eu me sinto tão perdida, meu Deus! — ela falava desesperada, terminou de arrumar a Maysa e a pegou no colo.

— Não se desespere, espere as coisas acontecerem, o que importa é que você não está só. Nós vamos dar um jeito. — ela assentiu positivamente e abriu um meio sorriso.

— Tenho muito que agradecer a vocês. Muito obrigada!

Desci com ela e a menina pra sala, elas precisavam comer e eu também. Eu queria muito entender a situação, mas isso só seria possível quando ela se sentir a vontade em falar sobre.
Provavelmente Kate e meu primo iriam querer saber o motivo que levou tudo a esse ponto. O Sr. Steele era o chefe de polícia da cidade, Ana falou sobre os vizinhos comentarem. Bom, como ela não falou nada sobre o pai da criança, então os comentários provavelmente são sobre ela ser tão nova e mãe solteira. Mas ainda não entendo a atitude do chefe Steele. Por mais que Anastásia tivesse feito alguma besteira, a pequena Maysa não tinha culpa de nada e estava pagando como um adulto.

— Christian? — ela me chamou.

— Sim?

— Será que antes de comer eu posso tomar um banho? Mesmo com a roupa já seca eu estou incomodada, você ficaria com a pequena Maysa pra mim, por favor?

— Claro que sim Ana, pode ir que eu espero você aqui embaixo junto com essa boneca. — falei apertando os pezinhos gorduchos da menina que estava nos braços dela.

— Ela vai sentir fome daqui a pouco, mas acho que dá tempo de tomar um banho rápido. — me aproximei e peguei a garotinha no colo, tão cheirosa e tão linda, parecia uma miniatura de princesa.

— Maysa vem com o tio. — fiz voz de criança e a menina ficou olhando pra mim com a mão na boca babando, tão linda, eu estava acostumado a ver bebês o tempo todo, mas essa garotinha já me tem nas mãos, com essa carinha gorda e esses olhinhos azuis cativantes.

— Volto logo. — e sua mãe subiu correndo pra tomar um banho antes que a menina abrisse o berreiro pedindo comida que só a sua mãe poderia dar.

Fiquei no sofá com ela em pé em minhas pernas e falando besteiras com voz infantil, assim como eu fazia com minhas preciosidades de pacientes. Acho que ela tinha uns quatro meses, já estava esperta e sorria muito lindo com a boca sem dentes, e eu bobo sorria junto, eu faria tudo que ela pedisse, meu primo sempre me disse que sou muito mole, que quando as crianças ficam esperneando e chorando em minha sala eu dou um doce e elas me chantageiam chorando mais e eu sempre dou mais de um, mas eu não resistia ao olhar de cada criança que eu cuidava, e o dessa princesa que estava em meus braços era mais especial ainda.

Ouvi passos e olhei pra escada onde Ana descia tão bonita, com os cabelos molhados caindo nos ombros, um short azul e uma blusa preta.
Definitivamente muito bonita, com os cabelos castanhos e longos, seus olhos azul claro. Cor que essa pequena herdou. Seu corpo magro com algumas curvas que foram ganhadas na gravidez com certeza.
Lembro dela nas festas, seu corpo não possuía tantas curvas assim.
Estava linda, um beleza simples e natural.

— Hum, vamos comer então? — ela me acordou da viagem por suas curvas.

— Sim, acho que até já esfriou. — comentei.

Sentamos-nos à mesa e começamos a devorar o "jantar" e logo a pequena reivindicou a sua comida, claro.

Continua...

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