Capítulo XI

403 62 6
                                    

Anastásia

Meu Deus!
Kate e Elliot já tinham ido dormir, meu bebêzinho já estava dormindo também e agora na sala restou apenas eu e Christian, os dois mudos olhando um para o outro.

Eu estava chateada, mas confesso que não sabia se nesse momento era mais importante esclarecer tudo ou ficar olhando pro rosto dele tão belo e, que eu senti tanta falta nesses dias que ele andou me evitando...

Ficamos mais um tempo assim até que eu, claro, quebrei o silêncio.

— Então, acho que você tem muito pra me dizer talvez? – alfinetei ele.

— Claro que tenho Ana, só.... Não sei por onde começar? – falou passando a mão nos cabelos.

Ele estava nervoso... Mas eu também. Suspiro.

— Sabe sim, ninguém começa nada pelo fim. Mangá se lê de trás pra frente, mas lá atrás está o começo da história. – digo endireitando minha postura. — Então Christian, comece pelo início.

Ele suspira.

— Certo. Primeiro eu quero pedir desculpas a você por ter te evitado durante esse tempo que passou. – falou me olhando.

— Você é um babaca sabia? Me beija e depois me evita, eu devia te bater quando aparecesse na minha frente. – falei dando uma cotovelada nele que agora estava bem do meu lado.

— Se você ficar me interrompendo eu nunca vou conseguir falar tudo que eu preciso falar hoje pra você Ana, me ajuda e fecha essa boca nervosa. – ele queria parecer sério mas acho que não obteve muito sucesso.

— Não me manda calar a boca, fica me parecendo que você quer mandar em mim e meu signo não deixa isso acontecer. Mas vou deixar você continuar porque o assunto é muito do meu interesse. Vamos, continue. – me endireitei no sofá enquanto falava e ele respirou fundo para continuar.

— Se você jogar no Google o nome da Helena você vai ver que o sobrenome dela é o mesmo do dono do hospital em que trabalho.

— Ah, isso eu já sei né? Por favor! – falei dando de ombros.

— Tá bom Sherlock Holmes, ou melhor Anastásia Holmes. – ele diz rindo. — Deixa eu continuar.

— Tô deixando.

— Como eu ia dizendo, a Helena é filha de John que é praticamente dono do hospital onde trabalho, eu sei que vai achar besta e até egoísta meu motivo. Mas veja, eu a conheci na faculdade e quando conheci seus pais, o pai dela conversou comigo, fez alguns testes e então eu consegui esse emprego lá. No começo eu era estagiário mas depois eu já era um dos melhores pediatras do hospital. Eu fiquei acomodado nessa relação você me entende?

— Entendo Christian, eu me perguntava isso o tempo inteiro e nunca consegui resposta sozinha. Se você não a ama como queria dar um passo a mais com ela ou algo do tipo? Isso é loucura, mas agora entendo um pouco você. – após falar, encostei minha cabeça em seu ombro e ele encostou sua cabeça na minha.

— Eu chutei o pau da barraca. – ele falou rindo.

— Você o que? – levantei a cabeça encarando ele.

— Chutei o pau da barraca ué. Como Kate me convidou pra vir aqui hoje, eu imaginei que não tinha como fugir de você mais, então decidi que chegaria hoje aqui com respostas. Obviamente eu sabia que você iria me receber com as garras pra fora. É uma onça. – ele riu.

— Ata, que gracinha você né? Óbvio Christian, você me beijou, me deixou cheia de interrogações na cabeça, aí me evitou esse tempo todo... E eu ia te receber sorrindo? Não seria eu. – levantei uma sobrancelha em desafio.

— Conheço você muito bem pra saber que não me receberia tão calma Anastásia Steele.

Vou fingir que não tremi ouvindo ele pronunciar meus dois nomes.

— Continuando... Então uns dias antes eu chamei a Helena lá em casa e resolvi terminar tudo. Ela já havia dito coisas que dava a entender que ela faria o inferno com o pai dela se terminássemos, mas naquela época eu não tinha os motivos que tenho agora. Então depois de me xingar, me ameaçar ela saiu pela minha porta e não mais a vi, e até agora não recebi nenhuma chamada do seu pai. – ele diz com seus olhos vidrados nos meus. — Então não sei o que vai acontecer. Então é isso Ana... Me sinto tão livre sabe?

Meu bom Deus.
Então quer dizer que não tínhamos mais a coisinha em nosso caminho? Tentei ao máximo segurar meu sorriso mais não consegui.

Durante todo o tempo em que ele falava eu só sabia observar como ele era lindo falando e meio confuso e tímido. E a forma que sua boca pronunciou meu nome, e sua voz? Deus!

O medo dele era bobo? Era, eu entendia que antes ele não tinha motivos pra se questionar, e segundo ele, agora tinha.

🔶🔸🔶🔸🔶🔸🔶🔸🔶

Christian

Eu me sentia leve e muito feliz em ter Ana ali na minha frente tão linda e brava como era sempre.

Só após terminar tudo com Helena eu me dei conta que era um peso que eu passei a carregar depois de um tempo e agora ele era inexistente. Em algum momento a mulher ao meu lado interrompe meus pensamentos ao pegar em minha mão.

— Você é um médico incrível, se o pai dessa aí for burro o suficiente, ela vai conseguir o que quer achando que vai te prejudicar te tirando de lá, mas com toda certeza muitas portas estarão abertas pra você. – ela me abraça após falar, e eu a abraço de volta.

— Você é incrível sabia Anastásia? – afrouxei o abraço pra olhar em sei rosto.

— Sabia não, ninguém nunca me disse. – ela mexe as sobrancelhas sorrindo.

— Estou dizendo agora então, você é incrível, e deveria saber disso. – sorrio e deito a cabeça no seu colo.

— Olha quem fala, você me salvou, nesse momento eu estou tão bem que parece até que não tem um louco lá fora que por acaso é o pai da minha filha e me manda SMS me ameaçando. E você ainda é meu amigo mesmo que tenha me evitado. – ela fala tudo enumerando com os dedos das mãos e quando fala que sou seu amigo ela aponta o dedo indicador pra mim.

Ela agora tem a cabeça em meu colo e o corpo deitado no sofá, enquanto falava eu mexia em seus cabelos e em seu rosto e, muitas vezes ela fechava os olhos.
Foi em um desses fechar de olhos que eu abaixei minha cabeça enquanto minha mão segurava seu rosto e a beijei. E como era bom beijá-la sem sentir que devia explicação a alguém.

Cara isso era incrível suas mãos descansavam em sua barriga enquanto eu acariciava sua boca macia, mas logo suas mãos mudaram e ela estava agora puxando meu pescoço e a outra acariciava meu cabelo. Pelo jeito ela é boa em tudo o  que faz.

Terminei o beijo com um selinho e descansei minha testa na dela e ela sorrio. O sorriso mais lindo que já vi.

 O sorriso mais lindo que já vi

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Continua....

Encontro De Vidas Where stories live. Discover now