Capítulo VIII

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Anastásia

Eu não conseguia falar nada antes do beijo e muito menos depois dele. Foi doce, carinhoso, tão diferente dos poucos beijos que eu já tinha dado em outros caras. Eu tinha medo do sentimento que estava desenvolvendo pelo Christian, afinal ele tinha alguém e eu não queria danificar mais uma parte do meu coração. Ele continuou me encarando, e eu tentava normalizar minha respiração.

- Desculpe-me Ana, eu não resistir. Não quero que ache que estou me aproveitando da sua fragilidade, eu gosto de você de verdade.

- Eu não vou pensar isso de você Christian, mas mesmo assim não é certo, você tem alguém, e eu me sinto mal por isso. De qualquer forma eu também quis, então deixa pra lá. - eu não sabia dizer se o gostar dele era que ele queria algo comigo ou se era afeto, o fato é que ele é noivo e não sou eu a noiva. Então eu não me sentia bem beijando ele assim, mesmo tendo gostado.

- Esconda sua boca de mim, ou eu não resistirei mocinha. - ele ria.

- Tô brincando Anne. Sério, nós vamos enfrentar esse cara juntos, isso é muito grave, são vidas em risco, e se você diz que seus pais foram lá, então alguém disse pra eles quem era o seu namorado e eles vão ligar uma coisa a outra. Eu preciso que você me avise sempre que ele tentar ter contato com você. Eu não sei nem como agir diante de tal situação, mas só posso dizer que não deixarei nada de mal acontecer com você e a pequena dorminhoca.

- Eu sei Chris, não tenho nem palavras pra agradecer tudo que você já fez por mim. - e realmente eu não tinha, paro e penso em tudo o que ele fez já fez por mim e minha filha e fico emocionada como alguém tem o coração tão bom. Ainda tinha meus pais, por mais que eu estivesse triste pela situação que me colocaram, eu não queria que nada acontecesse com ele.

- Você poderia me agradecer de uma forma bem simples e doce. Mais aí é uma escolha sua sabe? - não acreditei no que estava ouvindo. De onde saiu esse Christian? Nem tínhamos bebido nada, mas estávamos só em uma cabana no meio do nada. Meu Deus!

- Christian! - o repreendi. Mas no fundo eu também queria.

- Nós já pecamos, e eu nem amo a Elena. Nós já demos um beijo, o que é que custa só mais um? Não vai matar ninguém... - meu Deus me ajuda. Eu estava muito ferrada nessa casa sozinha com esse cara, ou não.

- Quando te conheci, você não era assim?!

- A culpa é toda sua! - falou se aproximando e minha pulsação já acelerava.

- Droga Christian, me beija logo antes que eu me arrependa.

Cansei de resistir, ele me puxou mais pra perto e grudou nossos lábios. Foi um beijo doce como o primeiro, mas com muito mais vontade e até um pouco mais ousado. Ele rodeou seus braços em minha cintura, e eu estava com meus braços fechados ao redor do seu pescoço. A forma que ele me tratava com tanto carinho em tudo, me deixava sem ar.

Aos poucos ele foi cessando o beijo, deixando vários selinhos ali, depois indo pro meu rosto e depositando um último em minha testa.

Meu Deus por que ele tinha que ser noivo daquela coisinha? Tinha vontade de mandar ele pedir beijo pra ela e não pra mim, porém eu queria, então fiquei calada.

- Eu não vou me desculpar. - falei rindo.

- Nem eu.

- Posso te perguntar algo Christian? - eu sempre quis perguntar isso.

- Claro que sim, manda ver.

- Se você não gosta/ama a sua namorada por que você pensa em casar com ela?

- Não sei te responder Ana, não faz pergunta difícil. - ele falou desviando o olhar com uma expressão confusa.

- Sinceramente? Não consigo entender, desde que te conheci. Mais a vida é sua. - pego a Maysa do bebe conforto e saio da sala.

Escuto Christian soltar a respiração.

Eu me senti ridícula fazendo isso, mas não consegui evitar. Ele só pode ser louco, como não sabe responder algo tão simples? Óbvio que ele estava com ela por causa de algo ou eu estava ficando doida.
Nossos amigos também não entendiam o motivo, já que ele dizia não amar ela. Eu não queria dormir na casa, mas olhei o relógio e pensei que a melhor opção no momento seria dormir por ali mesmo.
Christian aparece na porta com um olhar de culpa.

- Ana, por favor não fique assim. Nós temos que estar juntos agora, pra proteger vocês daquele imundo.

- Eu sei Chris, tudo bem, esquece que eu perguntei alguma coisa ok?

- Certo. Deveríamos ter voltado, mas agora não dá mais. Você não se importa né?

- De forma alguma. Amanhã votamos cedo, só liga para Kate pra avisar se não ela surta.

Minutos atrás estávamos aos beijos no sofá e agora esse clima estranho pairava no ar. Que droga de vida também, eu sempre tenho que estragar tudo com minha boca grande.
Uma coisa é certa, depois do beijo alguma coisa mudou em nós dois e não sei porque mais sinto que isso não vai acabar bem.

Eu sempre fui negativa e depois de tudo o que me aconteceu se tornou impossível afastar a negatividade.
Percebendo minha aflição Christian me abraçou e ficamos ali em silencio pensando.

Continua....

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