Pecado Capital - Livro III

Cap 53

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Rafa;

Encarei o William que parecia assustado, bolado e surpreso ao mesmo tempo.

Gw: Mermã não tô te entendendo. Como assim morreu? - suspirei.

Tenho que ter paciência, mesmo que seja um momento péssimo e ele vá começar a fazer as piadas deles.

Rafa: Ele só morreu William.. - fechei os olhos escutando ele rir.

Gw: Isso é impossível. - balançei a cabeça e abri os olhos. - Não tem como, tá ligada?

Rafa: Porra William, tá tão difícil assim de entender e aceitar que ele morreu? - acabei me alterando.

Gw: Mas é claro mermã. - deu risada.

O William das antigas, é tão insuportável. Idiota e de brinde super inconveniente.

Gw: Tu sabe a quanto tempo eu tô planejando a morte acidental dele? Faz mais de dois dias, não aceito que esse comédia tá morto. Não é possível. - bufou frustrado.

Rafa: William por favor, para de falar merda porra.

Gw: Tá bom caralho. Mas tu fez o que na cara? Tá diferente, tá parecendo mais velha. - passou as costas da mão no meu rosto.

Acertei um tapa, muito bem dado no meio da cara dele.

Rafa: Velha? Velha tá a sua mãe o filho da puta. - apontei o dedo na cara dele, ficou pianinho.

Ele ficou me olhando por um tempão e do nada arregalou os olhos.

Gw: O Guilherme porra. Meu filho já nasceu?! - gritou levantando. - Caralho porra. Cadê?

Se Brenda escuta um negócio desse, ela quebra a casa inteira.

Não é fácil saber que logo seu pai, não faz idéia de quem você sejá.

Rafa: Amor senta aqui, vem. - puxei ele pelos braços. - Tenho que falar sério contigo.

Gw: Amor? Qual foi malucona, passa a visão. - dei risada do jeito que ele disse.

Me lembrei de quando eu era bem mais nova e a gente só namorava.. Foram bons tempos.

Rafa: Quando você levou os dois tiros, caiu e bateu muito forte com a cabeça no chão. - segurei na mão dele. - Apagou várias coisas da sua cabeça e pra você, a gente tá naquela época maluca e cheia de problemas.

Ele ficou quieto e sem se mecher.

Gw: Tem quanto tempo que essas coisas aconteceu? Dois? Três? - neguei.

Rafa: Tem quinze anos.. - ele me olhou assustado. - Nosso filho nasceu, cresceu e várias coisas aconteceram..

Gw: Cadê ele? Porra, eu não lembro do meu filho. - se encostou na parede da cama respirando fundo.

Rafa: Então, na verdade.. houve um equívoco e tivemos uma filha, o nome dela é Brenda e ela tem quinze anos. - sorri observando as expressões dele.

Gw: Uma mulher, tu me deu uma filha. - gritou sorrindo. - Como é que ela é? Deve ser tu todinha.

Gargalhei negando.

Rafa: Ela só é inteligente, como eu. Mas em si, é totalmente igual a você. - ele sorriu bobo. - A Brenda adora fazer merda, mais que você. Ela é loira, tem olhos verdes, é bem extrovertida e direta. Quando eu digo direta, é no seu nível.

Gw: Tem foto? - concordei apontando pra cômoda. - Desde pequena?

Levantei pegando a caixa de fotos na cômoda e sentei na frente dele.

Abri a caixa segurando o choro, puta merda que situação do caralho. Espalhei as fotos em ordem e ele apenas observou.

Acho que só chorei mesmo, quando vi ele com os olhos marejados segurando uma foto nossa, com a Brenda.

Rafa: Essa foto é de quase 10 meses atrás, aniversário dela. - sorri limpando as lágrimas.

Ele riu balançando a cabeça e olhou em volta.

Gw: Posso ver ela? Conversar? - perguntou rápido

Rafa: Claro amor, ela tá lá na sala. - acho melhor não dizer que ela destruiu de novo o quarto. - Vamos?

Ele concordou levantando devagar da cama e me puxando.

A gente foi devagar e no silêncio até lá em baixo. Ele tá pensativo, duvido que durma essa noite.

Pl: Ah meu Deus, de novo não. - levantou erguendo os braços e eu neguei. - Não?

Rafa: Não. - balançei a cabeça e o William já veio curioso.

Gw: Porque tu tava aqui com ela? - cruzou os braços. - Sozinho ainda. Pera, tu é padrinho né não?

O Pedro de assustado, foi para aliviado e sentou no outro sofá.

Pl: Padrinho, tio, melhor amigo. O que tu acha melhor. - sorriu fazendo joinha. - Menos segundo pai, menos isso. Por favor.

Gw: Não colou. Se tu tiver de caô, tu vai descer esse morro na base da bala em. - apontou pra ele e sentou na beira do sofá.

Brenda tá dormindo e ele parou pra admirar. Enquanto isso o Pedro levantou rápido e veio pro meu lado.

Pl: Tu me ajuda desgraçada, dessa vez ele vai me matar. Na outra ele só tentou. - todo nervoso.

Rafa: Relaxa, esse aí eu dobro rapidinho. Vai pra casa, toma um banho e vê se descansa. Tá? - ele concordou.

Pl: Amanhã de manhã o corpo vai ser liberado pô, bagulho vai ser lá no topo mesmo? - assenti. - Beleza, fé irmã.

Beijou minha bochecha e saiu andando.

Gw: Caralho ela feiona dormindo. - deu risada e eu sentei com cuidado na perna dele.

Rafa: Sabe que você deu uma mania horrível pra ela. - ri abraçando ele. - Ela só dorme com alguém, se for deitada em cima e com a mão no pescoço.

Gw: Ih ala mentirosa. Tu que deve ter acostumado, dorme comigo só assim. Ram. - beijou meu rosto.

Rafa: Mas foi você que ensinou. - dei um selinho nele. - Ela é linda né?

Gw: Uma princesa, pique a Cinderela. - riu colocando o queixo no meu ombro. - Parece eu, e bastante com tu quando era mais nova.

Só concordei e o silêncio surgiu outra vez.

...
NÃO REVISADO.