11. O Sequestro

988 102 125
                                    

Macarena

Acordo de manhã com a luz do sol batendo em meu rosto. Parece ser bem cedo, vou fazer de tudo pra não acordar Zulema. Não parei pra pensar nisso, mas onde eu vou morar? Minha casa pegou fogo e não tenho familiares nessa cidade, seria muita filha da putagem eu pedir pra morar na casa de Saray, mas essa é a única opção que tenho.

Como ainda é muito cedo, o céu ainda tem estrelas e da pra ver a lua. Fico olhando o céu brilhante da janela de meu quarto enquanto Zulema dorme em cima do meu peito. Observo seu rosto pálido em cima de mim, parece um sonho, e se for, eu não quero acordar nunca. Não sei se sou sortuda por ter Zulema ou se sou azarada por me apaixonar pela minha inimiga. Ela já tirou tanta coisa de mim... Meu filho, meus pais... Mas também me ensinou muitas coisas. Me ensinou que eu preciso ser forte e seguir de cabeça erguida independente da situação, me ensinou a ser forte, me ensinou a nunca desistir de nada. Eu a agradeço eternamente.

Eu não me lembro de todas as coisas ainda, mas me lembro muito bem de como eu a amo. Ela pode não sentir o mesmo, mas vou fazer de tudo para conquista-la. Aproveito que ainda é de manhã e volto a dormir.

Um pouco mais tarde eu acordo.

Zulema não está mais comigo, tem um bilhete colado na poltrona.

"Loira, precisei sair as pressas. Saray se acidentou."

Eu li aquele bilhete... Eu espero que Saray fique bem, eu não me perdoaria se ela morresse.

A médica entra no quarto.

Md: Macarena Ferreiro, você pegou alta, pode ir embora. Lembrando que vai ter que voltar de mês em mês e, não fume.

A médica sai da sala.

Eu não sei o que vou fazer, não tenho mais minha casa. Eu ligo pra Zulema.

— Macarena?

— Zule, preciso da sua ajuda. A médica me deu alta e eu não sei onde ficar, posso ficar por um tempo na casa de Saray?

— É claro, olha, me escuta. Saray estava voltando pra casa ontem e vários homens atiraram em seu carro. Ela não tomou tiros nem nada, mas quando estava fugindo, bateu o carro de frente pra outro carro. As duas estão vivas, mas Saray entrou em coma. Quero que tenha cuidado, aqueles homens podem tentar invadir a casa. Não abra a porta pra ninguém, não fale com ninguém, não chame ninguém pra lá. Entendeu?

— Entendi.

— Eu tô falando sério, Maca.

— Eu vou tomar cuidado, relaxa.

Eu desligo o telefone, deu pra sentir a preocupação dela...

Estou no caminho da casa de Saray, sinto que estou sendo perseguida. Um carro para perguntando onde é tal rua, foi num movimento de 2 segundos e eu já estava no porta malas do carro.

Grito por socorro, mas é em vão. Sinto o carro o parar diversas vezes, deve ser pelo semáforo. Escuto o carro sendo desligado, um cara com touca na cabeça abre o porta malas, eu chuto a cara dele.

— Aí!

É a voz de uma... Mulher!

— Quem é você? O que você quer de mim?

— Não importa, agora saí desse carro!

A mulher me arrasta até um galpão e me amarra na cadeira.

— Se tentar gritar eu atiro.

Eu fico calada e com medo.

— Qual sua relação com Zulema Zahir?

Depois de El OásisWhere stories live. Discover now