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Esther Jones

A  tarde que passei com Duncan foi completamente tranquila, tirando o fato dele ter se atrasado e eu ter que ir atrás dele e  sempre estar me observando e isso me irrita para caralho. 

Odeio pessoas me encarando porém com ele não é raiva, mesmo que eu minta para mim mesma dizendo que é, com ele é quase como se eu estivesse com vergonha o que me deixa ainda mais puta.

A questão é que Duncan é um cara legal, apesar do histórico cafajeste, ele é solteiro e faz o que quer assim com qualquer outra pessoa. 

  Estou subindo caixas pelo apartamento que retirei do dormitório do campus.

Lizzie já trouxe a coisa dela mais cedo e agora eu estou fazendo o serviço até porque ela teve que voltar para a universidade pegar uma ementa de livros que seus professores passaram.

Passando pelo espelho que tem em um pilar perto do sofá cinza, suspiro me olhando, acho  que preciso de um banho para me encontrar com Lizzie daqui a pouco,  porém tenho que terminar pelo menos de trazer as três caixas que ainda estão no corredor.

Eu respiro fundo e pego as caixas empilhadas e entro em casa com elas equilibradas nos meus braços e então fecho a porta com o pé, estava tudo sobre controle até eu tropeçar em um dos brinquedos de Magnus e tudo cair.

- Mas que merda! – Praguejo.

Ajeitando as caixas novamente, precisamos arrumar isso mas vai levar um tempo.

Eu me abaixo pegando a bolinha do meu cachorro que ficou em Los Angeles com meus pais, sinto muita falta dele.

Como se o universo sentisse meu breve sofrimento meu celular começa a tocar, eu pego de cima da mesinha de centro e leio o visor “Mãe”.

- Oi Mãe – Eu digo com a voz baixa e então escuto o barulho da TV no outro lado da linha que provavelmente está no canal de esportes porque ouço minha mãe gritar “DESLIGA ESSA MERDA JONH”.

- Esther! Esqueceu que tem família?? Não nos ligou mais – Ela diz em uma mistura de brava, tristeza e repreensão, Eu devia ter ligado mesmo mas estava tão focada nos estudos que nem pensei nisso.

- Desculpe mãe, muito estudo e  acabei não tendo tempo – Eu digo e ela bufa o que me faz rir.

- Tudo bem, como estão as coisas aí? Estamos sentindo tanto sua falta Estrelinha – Minha mãe diz e eu estou me segurando para não chorar.

Sempre fui muito apegada com meus pais e estar a mais de 3 mil km longe deles machuca a mim e ele também, sou filha única então sou a única estrelinha deles.

- Está tudo bem, eu fiz uma amiga – Eu digo e posso ouvir os gritinhos de felicidade de minha mãe.

Ela não teve problemas com uma filha que fugia de casa para ir festas e muito menos teve que receber várias meninas para uma festa de pijama, então eu ter uma amiga que não seja ela é uma coisa importante
.
- Oh, Estrelinha, estou tão feliz... – Senhora Catherine diz.

Eu estou sorrindo também, sempre tive dificuldades em fazer amigos e quando fiz não teve final feliz.

- Estrelinha, preciso desligar, eu e seu pai vamos jantar fora – Ela diz e posso ver seu sorriso nos lábios e os olhos brilhando.

- Tudo bem, até depois Mãe, prometo ligar – Eu digo e desligo, eu suspiro com um sorriso, eu preciso manter contato com eles e isso é uma promessa.

(...)

Andando pelas ruas da pequena Snowy Hills como o próprio nome já diz é uma cidadezinha com um inverno extremamente intenso durando cerca de 9 meses, os outros 3 são regados a um verão abafado e de vez em quando com brisas que aliviam.

Com amor: Duncan Brown Donde viven las historias. Descúbrelo ahora